Doutrina Truman

Política adotada pelo governo Norte-Americano, voltada para os países capitalistas e como forma de conter a expansão do Socialismo nas zonas não vigentes à União Soviética. Têm-se início após o discurso de Truman, no qual ele afirma defender os interesses e os países capitalistas, contra o Comunismo. A partir de então, créditos foram cedidos para países como Turquia e Grécia. No caráter econômico a doutrina Truman concedeu o Plano Marshall.

A doutrina Truman, se releva como um meio de expandir as dimensões do Imperialismo Norte-Americano, em sua tentativa de criar-se um colonialismo antissoviético, onde a imponência econômica americana assustaria os Estados menores, criando uma dependência desses Estados aos Estados Unidos. Além de utilizar dessas políticas para penetrar no colonialismo Francês e Britânico, ao mesmo tempo os monopolistas procuram medidas para pressionar a União Soviética, com ideias de ataques eminentes. . No processo, os monopolistas americanos desejam entrincheirar-se nos ricos depósitos de petróleo do Oriente Próximo e, por meio do controle desse petróleo, conquistar posição predominante sobre os seus próprios aliados, dele dependentes.

Com a intenção de impedir a estabilização da Europa, como é demonstrado no episódio da Polônia, o novo Império Francês e o estimulo ao fascismo na Grécia é um sinal para conspirações fascistas e antidemocráticas em toda a Europa, especialmente na Europa ocidental. O levantamento de uma posição estratégica no sudeste da Europa é um indício do apoio americano a todos os grupos semelhantes aos monarquistas gregos que surjam em outros países. E o aprofundamento do domínio imperialista americano na Grécia é um indício de que outros povos devem se preparar para pagar, se permitirem, que um governo de tipo grego se desenvolva nos seus países.

A Doutrina Truman, tinha por fim, anular a forte posição exercida pela União Soviética, deixando claro que esforços não seriam medidos para criar uma atmosfera instável para a União Soviética e que prejudicaram ao máximo a reconstrução da mesma no período pós-guerra. As políticas adotas favoreciam tanto a política interna quanto a externa, internamente as medidas tomadas tendiam a favorecer a imagem do presidente, e favorecer ao Partido Democrático nas eleições seguintes.

No âmbito internacional, a doutrina Truman não alcançou o desejo de assustar a URSS, obviamente dificultou os trabalhos dos Soviets, mas, os “leaders” soviéticos se mantiveram firmes quanto ao projeto de uma Alemanha democrática – por exemplo. A reação internacional, naturalmente, se reuniu em torno do Departamento de Estado. Francisco Franco, o odiado assassino do seu povo, considera que os Estados Unidos finalmente estão tomando o caminho que abriu em 1936; Winston Churchill reconhece e admite as suas próprias contribuições à política de Truman, há um ano; o premier Shigeru Yoshida, do Japão, é levado a achar que os vencedores estão tomando o que os vencidos perderam. Toda uma série dos mais desacreditados círculos fascistas e pró-fascistas, rapidamente, e sem vacilações, aplaudiram a nova atitude americana.

Mas, na Grã-Bretanha, na França e em muitos outros países, a Doutrina de Truman tem sido recebida com cautela, frieza e oposição.

Plano Marshall

Plano desenvolvido após a Segunda Guerra Mundial pelo Secretário americano George Marshall, em 1947, o plano começou a ser desenvolvido após uma reunião onde encontraram países do Leste Europeu, a União Soviética e os países da Europa Oriental foram convidados a participar, mas, se recusaram. À vista da blague geral que cercou o referido plano, vale a pena recordar-se o discurso pronunciado pelo General Marshall na Universidade de Harvard, no dia 5 de junho, quando apresentou o projeto. A sua proposta foi formulada publicamente, depois de dois meses de preparação, durante os quais as notícias sobre a "falência'' da Conferência de Moscou foram em crescendo, e à busca de um plano de reconversão para a Europa "continental", fundamentado na restauração de um Rurh dirigido por trustes. No seu discurso, Marshall ofereceu assistência (posteriormente materializada, sem caráter oficial, em cinco bilhões de dólares anuais durante os próximos quatro ou cinco anos), contanto que "certo número de países europeus, senão todos" preparassem conjuntamente um programa que fosse, ao mesmo tempo, prático e aceitável pelos Estados Unidos.

Em outras palavras, o auxilio americano era necessário tanto no quesito de reconstrução europeia, quando na intenção de apaziguar a próxima depressão Americana.

O Plano consistia em medidas econômicas para a recuperação imediata da Europa, contudo, a intenção Americana de reconstrução tinha como contraproposta que os países capitalistas tornam-se dependentes ou com fortes relações comerciais com os Estados Unidos, fortalecendo assim um bloco de economia anti-Soviética, e consequentemente abalar as relações comerciais da União Soviética com os países da Europa Ocidental, realizando assim frente ao Socialismo crescente no Leste Europeu.

Os acontecimentos mostram que o Plano Marshall põe em prática a Doutrina Truman, antes mesmo da sua aprovação o Plano Marshall já era utilizado como uma forma de pressão reacionária à Europa, tendo o Plano e a Doutrina os mesmos objetivos – assim alegavam os liberais do período – quando se posicionavam em apoiar os mesmos. Algumas consequências diretas e imediatas da ação do Plano foram as expulsões dos Partidos Comunistas dos Gabinetes dos governos Francês e do Italiano, medidas tomadas por pressão direta do Estados Unidos como pagamento dos empréstimos já feitos e dos prometidos pelo Plano Marshall.

Em 1947 as condições de uso finalmente tomam forma, Como se esperava, o presidente compôs sua mensagem sobre o Plano Marshall no mesmo estilo político do seu discurso sobre a sua "doutrina". O objetivo do Plano Marshall é restaurar as sociedades "livres" tradicionais (leia-se: o capitalismo decrépito, ameaçado pela crise) da Europa Ocidental e resguardá-las contra o "totalitarismo" (leia-se: a democracia popular e o socialismo). Truman verberou as "atividades agressivas dos comunistas e dos grupos inspirados pelos comunistas que visam diretamente impedir a recuperação da Europa" — o que quer dizer quem quer que se oponha ao Plano Marshall.

Ele garantiu ao Congresso, como ficou claro desde o início, que "nosso programa de auxílio dos Estados Unidos também inclui a Ale manha Ocidental". E de novo salientou a conhecida tese dos monopólios de que a capacidade produtiva da Alemanha Ocidental (nota: sempre Alemanha Ocidental e não Alemanha em geral) deverá ser o centro da "recuperação" européia.

Estabelecidas essas orientações principais — o anticomunismo e o rejuvenescimento da Alemanha imperialista, gêmeos inseparáveis cio programa reacionário — o presidente Truman expôs alguns aspectos concretos do programa.

Entregas Anuais:

Em seu discurso, Truman mencionava a quantia entre 16 à 17 Bilhões de dólares que deveriam ser adiantados nos quatros anos seguintes, ocupava-se assim então quarenta por cento dos créditos necessários, conforme havia sido estipulado no Congresso de Paris. Ficando claro, que os valores foram redimensionados e recalculados conforme o passar dos primeiros quinze meses.

O próprio presidente Truman expõe as razões para esse procedimento:

"Os Estados Unidos, naturalmente, manterão o direito de determinar se o auxílio a qualquer país determinado deverá continuar, caso nossa assistência prévia não tenha sido empregada de maneira satisfatória "

A ideia primeiramente transmitida pelo Plano Marshall é que seria um plano onde os países europeus poderiam recuperar-se por meio de “esforços próprios” e “cooperação”, mas, com os valores injetados os países logo criaram dependência monetária americana. E ainda era amplamente difundindo que qualquer país que recebesse dinheiro para sua recuperação, dinheiro esse proveniente do Plano Marshall, e estabelecesse qualquer forma de relação com a União Soviética a verba cessaria imediatamente e enquanto aceitar a liderança do Estados Unidos o dinheiro não cessará.

Comércio Livre

Os Estados Unidos, em suas obrigações para os países do Plano Marshall, pregavam a liberdade de comercio, e os países que compunha o Bloco deveriam reduzir as taxas e permitir a comercialização entre si e com a própria potência Imperialista.  Vale ressaltar, que essa mesma imposição tinha sido estabelecida para a Grã-Bretanha quando lhe foi emprestada 3,75 bilhões de Dólares em 1946, o livre comércio foi um dos fatores que acentuava a persistente crise Britânica do período.

Em outras ocasiões o mesmo ponto era abordado como nas conferências sobre comércio entre elas a de Genebra e Havana.

Armazenamento para Guerra

Outro compromisso estipulado pelo presidente é que o país beneficiado deve comprometer-se a fornecer aos Estados Unidos matérias primas especificadas para fins de armazenamento. Através do controle das principais fontes de matérias primas e assegurando para si as reservas dessas matérias que são negadas aos seus competidores, os trustes norte-americanos ficarão em muito melhor posição para do minar a economia mundial. E, colocando à mão as matérias estratégicas necessárias à indústria de guerra, esperam estabelecer completa autossuficiência em preparação para a guerra. Como os países do Europa Ocidental controlam a maior parte do mundo colonial, que possui as mais valiosas fontes de matérias primas, os Estados Unidos poderão obter um verdadeiro monopólio através do Plano Marshall.

Esse compromisso particular foi explicado mais detalhadamente pelo Comitê Herter (Comitê Selecionado da Câmara sobre o Auxílio Estrangeiro), dominado pelos Republicanos. Num relatório especial sobre o auxílio estrangeiro e o armazenamento de matérias primas de 22 de novembro de 1947 recomendava uma investigação sistemática dos recursos de matérias primas com o fim de garantir a indenização pelos empréstimos norte-americanos, através do livre acesso às fontes estratégicas de metais e minerais. Citava especificamente depósitos de ferro na península de Lavrador, possessões petrolíferas britânicas na ' Venezuela e depósitos de cromo e níquel na Caledônia Francesa e com certeza tinha em mente prêmios ainda maiores na Indonésia Holandesa, no Congo Francês, na Malaia e Birmânia Britânicas, e em várias outras colônias.

 

A Disputa Sobre a Administração

As disputas sobre os, aspectos administrativos do Plano Marshall não ameaçam o princípio da supervisão. A divergência manifesta-se principalmente sobre duas questões; deverá o controle ser bastante severo, ou deverão as corporações ter um controle tão completo sobra a organização que o Programa de Recuperação Europeia supere em autoridade qualquer agência do Governo Federal, inclusive o próprio Departamento de Estado? Essas divergências não são básicas. Seja qual for o plano de administração estabelecido, as corporações terão assegurado o papei central e os países do Plano Marshall serão subordinados aos Estados Unidos. Mas a disputa é importante porque, esclarece ainda mais as ambições de longo alcance dos monopólios.

Marshall e outros que apoiam a proposta de que o Programa de Recuperação Europeia fique estreitamente ligado ao Departamento de Estado, argumentaram que o plano de auxílio estrangeiro deverá tornar-se o "instrumento principal da política externa". É, portanto, necessário assegurar a completa coordenação do Programa da Recuperação Europeia com a execução diária da política externa geral. Por outro lado, o Comitê Herter, o Governador Dewey, a Associação Nacional de Indústrias e a Câmara do Comércio dos Estados Unidos estão incluídos entre os que não consideraram que toda a estrutura do Plano Marshall de alto a baixo, fosse suficientemente administrada por homens de negócios.

 

Comecon

COMECON é o símbolo que corresponde ao Conselho de assistência económica mútua, organização fundada em Moscou em 1949, econômica, troca de fins (taxa de câmbio comum) e comercial, para reforçar este sentido para o socialista Estados, contra a oposição dos Estados capitalistas, que tinham inventado entre outras propostas, o plano Marshall e a Comunidade Económica Europeia (CEE) sob a liderança dos Estados Unidos, o único país que foi reforçado após a Segunda Guerra Mundial e para ajudar os países europeus capitalistas na caótica situação econômica.
O COMECON foi integrado pela União Soviética (URSS) e o resto dos países signatários do Pacto de Varsóvia: Bulgária, Albânia, Tchecoslováquia, Polônia, Hungria e Roménia. A incorporação da Alemanha Oriental, produzido no ano de 1950 e 11 anos mais tarde, em 1961, a Albânia rompeu o bloco.
No entanto, apesar da perda da Albânia, dois acessos mais levaram ao aumento do número de seus membros: Mongólia, em 1962 e Cuba em 1972. Finalmente em 1978, o Vietnã foi anexado. Jugoslávia, que não quis integrar, apesar de ter ideologia socialista, suportar o boicote econômico.
Ele trabalhou com especialização e divisão do trabalho, alguns produtores de matérias-primas e outras indústrias transformadoras. 
Foi organizado por um Comitê Executivo e um Conselho Supremo. Ele também tinha um secretário-geral e 18 comissões permanentes. 
Eles agiram como países observadores, Coreia do Norte e o Vietnã do Norte e a China Popular.

 

 

 

A Guerra Fria e a bipolarização ideológica: Capitalismo x Socialismo

A bipolarização mundial

O mundo da Guerra Fria foi marcado pela bipolarização de poder entre os EUA e URSS, que buscavam ampliar suas respectivas zonas de influência. Como bem definiu o cientista político francês Raymond Aron: "Guerra Fria, paz impossível, guerra improvável". A paz era impossível porque as superpotências apresentavam, sob vários aspectos, um antagonismo insuperável e um conflito de interesses. No entanto, a guerra era improvável, pois um enfrentamento direto entre as superpotências poderia significar o fim de todos.

A Segunda Guerra Mundial marcou o declínio da supremacia europeia no mundo. Estabeleceu-se uma política global bipolar, ou seja, centrada em dois grandes polos (denominadas na época superpotências): EUA e URSS. Formadas por ideais distintos, ambos os polos de poder tinham como principal meta a difusão de seus sistemas políticos e culturais no resto do mundo.

Os EUA defendiam a política capitalista, argumentando ser ela a representação da democracia e da liberdade. Em contrapartida a URSS enfatizava o socialismo como resposta ao domínio burguês e solução dos problemas sociais.

Sob a influência das duas doutrinas, o mundo foi dividido em dois blocos liderados cada um por uma das superpotências: a Europa Ocidental e a América Central e do Sul receberam forte influência cultural e econômica estadunidense e a maior parte da Ásia e o leste europeu, ficava sob domínio soviético.

As conferências e Cúpulas tiveram papel crucial ainda durante a Segunda Guerra foram realizadas algumas Conferências destacando-se as de Yalta (União Soviética), em 1945. Nessa reunião, representantes dos EUA, Reino Unido e URSS decidiram que os soviéticos passavam a ter direito de implantar áreas de influência na Polônia e na Península Balcânica (Grécia, Albânia, Bulgária, Macedônia, Iugoslávia, Bósnia-Herzegóvina, Croácia, Eslovênia e Romênia; a parte europeia da Turquia também se localiza na península.), exceto influência sobre a Grécia, de receber parte da indenização que seria exigida à Alemanha e de controlar a Manchúria e a parte norte da Coréia. A Conferência de Potsdam (Alemanha), na decidiu dividir a Alemanha em quatro zonas de ocupação entre os principais países vitoriosos na Segunda Guerra, isto é, EUA, Reino Unido e depois a França, tomariam conta do lado Oeste; e a URSS permaneceria no lado Leste

O Bloqueio de Berlim

Junto com a França e o Reino Unido, os

EUA pretendiam colaborar para a reconstrução da economia alemã nos moldes capitalistas. Estavam dispostos a emprestar dinheiro para os donos das grandes indústrias e a ajudá-los a retomar a produção o mais rápido possível. A União Soviética por sua vez queria implantar o regime socialista na Alemanha e transformar as fábricas, assim como as terras, as lojas e todo o resto, em propriedade do governo. A política de emprestar dinheiro para os industriais tornava os capitalistas mais fortes e atrapalhava os planos soviéticos.

 Em junho de 1948, os EUA e seus aliados deram a largada para a reconstrução do capitalismo na Alemanha. Sem consultar a URSS, implantaram uma nova moeda nas zonas alemãs sob sua ocupação, pois uma economia forte precisa de uma moeda igualmente forte, que seja respeitada nos mercados financeiros do mundo. Foi assim que nasceu o deustch Mark, o marco alemão.

A URSS, é claro, não gostou nada, e armou um estratégico contra-ataque. Berlim, como vimos, havia sido dividida entre as potências vencedoras.

Entretanto, todas as estradas e ferrovias que abasteciam a cidade estavam sob o controle das tropas soviéticas. Para mostrar sua força e dificultar os planos norte-americanos, em 24 de junho do mesmo ano, o governo da URSS decretou o

Bloqueio de Berlim: só poderiam circular por essas vias caminhões e trens autorizados pelo comando soviético. Assim, os EUA e seus aliados não teriam como abastecer os setores de Berlim sob sua responsabilidade. O bloqueio só terminaria caso eles desistissem da nova moeda e da política de Empréstimos .Toda cidade utiliza diariamente muitos produtos que vêm de fora. Alguns são essenciais: seus habitantes precisam comer e na cidade praticamente não se produzem alimentos. Grande parte das toneladas de artigos industrializados consumidos diariamente em uma grande cidade, como remédios e produtos de higiene, também são adquiridas de outros centros urbanos. Abastecer uma grande cidade sem dispor de meios de transporte terrestre é quase impossível.

Enquanto durou o Bloqueio de Berlim, aconteceu o que parecia impossível. Durante onze meses, as zonas de ocupação francesa, britânica e norte-americana foram abastecidas exclusivamente por aviões, que subiam e desciam sem parar, durante todas as horas do dia, transformando os aeroportos locais nos mais movimentados do mundo. Claro que isso custou uma fortuna para os EUA, que pagaram a maior parte da conta. Mas eles conseguiram provar que era impossível controlar uma parte de Berlim mesmo com todas as vias de acesso terrestre para cidade fechada.

Em maio de 1949, a URSS recuou e suspendeu o bloqueio. Ela havia perdido uma batalha, mas a Guerra Fria estava apenas começando.

Crise dos anos 70

Com o fim do Brett Woods um acordo econômico que envolvia 45 países aliados aos Estados Unidos, com o objetivo de reerguer a economia mundial. As moedas desses países então se atrelam ao valor do dólar, consequentemente o dólar sofre alterações baseadas na cotação do petróleo no período (73 – 79) Estiveram na origem de uma crise económica que, no início dos anos 70, travou o ritmo de crescimento nos países industrializados. O dólar americano, que servia de referência a todas as economias ocidentais desde a década de 40, foi desvalorizado a 15 de Agosto de 1971 e perdeu a sua paridade relativamente ao ouro. Dois anos depois, no final de 1973, os países árabes membros da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), aumentaram quatro vezes o preço do petróleo no espaço de três meses, numa altura em que estavam em guerra com Israel e nacionalizaram as instalações ocidentais. A Europa entra numa fase denominada de estagflação, isto é, uma combinação de uma recessão com o aumento da inflação. Como resultado desta situação registam-se inúmeras falências e a crise das indústrias tradicionais que haviam estado na base do arranque da Revolução Industrial, como a siderurgia, a metalurgia, os têxteis, a construção automóvel e o sector dos transportes aéreos ameaçavam falir. Na década de 70 fazia-se sentir os sinais desta crise à escala mundial: a produção industrial estava a diminuir e verificava-se um aumento generalizado dos preços dos produtos.

O problema do desemprego, que no princípio dos anos 70 quase desaparecera, volta e afligir as economias europeias, mas desta vez é um desemprego muito focalizado: atinge essencialmente jovens sem formação especializada, mulheres, trabalhadores imigrantes e os operários das indústrias tradicionais. A taxa de desemprego na CEE (Comunidade Econômica Europeia) chegou a atingir, em 1983, cerca de 10% da população ativa, o que é uma fatia bastante elevada, Afetou principalmente o Reino Unido e a Itália.

Para agravar a crise, os trabalhadores imigrados, em luta pelos seus postos de trabalho, são vítimas da marginalização social e, em alguns  países, são alvo de movimentos xenófobos, num período em que  ressurgem as ideologias fascistas.

 

 

Neoliberalismo e globalização
Mundialização e regionalização

Neoliberalismo tem suas origens históricas nos Estados Unidos e na Europa, no período pós-guerra, baseando-se teoricamente num Estado Intervencionista e na Teoria do Bem-Estar Social, pensamentos fundados no keynesianismo. Nesse aspecto, intelectuais orgânicos do Capitalismo, surgidos a partir da segunda metade da década de 40, como o Hayek e Friedman, começam a organizar práticas e organizações políticas e econômicas para a reformulação do capitalismo.

Em outras palavras, Hayek entrou para a história da luta hegemônica do capitalismo europeu e, posteriormente, do capitalismo mundial, professando os perigos que a regulação do mercado pelo Estado representava para o desenvolvimento pleno e saudável do capitalismo e, ao mesmo tempo, apontando para a destruição das liberdades individuais dos cidadãos decorrente do Estado de bem-estar social.

Friedman, aprofundando e avançando sobre o pensamento de Hayek, e tendo como alvo, em particular, o New Deal norte-americano, defende que a liberdade econômica é a verdadeira fundadora da liberdade civil e política e que, em consequência, a regulação do mercado pelo Estado interferiria na vitalidade da concorrência. O Estado intervencionista, deste modo, não ofereceria as condições necessárias para salvaguardar a liberdade do cidadão em nenhuma de suas instâncias

Por sua vez a regionalização cria-se na estimulação da formação de blocos econômicos que permitam a formação de redes de mercados entre países de uma mesma região ou continente. A finalidade seria a facilitação do comercio entre tais países por uma fronteira flexível

São um exemplo típico desta nova integração econômica o bloco europeu, com os países da CE (Comunidade Europeia); o da América do Norte, com o Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte) que engloba os Estados Unidos, o Canadá e o México; o asiático, com o Japão, os Tigres Asiáticos (Hong Kong, Coréia do Sul, Cingapura e Taiwan), os NIC's (Malásia, Indonésia, Tailândia e Filipinas) e a China; e, na América Latina, o Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai).

Deste duplo movimento – “desregionalização” e regionalização - resulta a formação de nichos regionais abertos ao mercado mundial - regionalismo de mercado - , desprovidos de regulação por Estados nacionais, onde a competitividade passa a ser a palavra de ordem entre as empresas e nações para a integração ao mundo contemporâneo; onde a participação em mercados nacionais e internacionais se constitui no princípio básico de formulação e de implantação de políticas governamentais.

Além disto a formação de mercados desvinculados ao Estado vem sendo considerada como a retomada da possibilidade de crescimento da economia Deste modo, as formas específicas de capitalismo, outrora reguladas pelos Estados nacionais e particularizadas pelos diferentes processos históricos, políticos, sociais e culturais vividos por cada país, acabam por se submeter às regras pretensamente "objetivas" de um capitalismo que se dispõe global pela via do regionalismo de mercado.

Impondo novos padrões socioculturais e políticos aos povos, o fetiche do mercado global sem barreiras é engendrado em concomitância aos esforços do neoliberalismo pela hegemonia político-econômica no Ocidente, reordenando a estrutura de poder mundial. Sua palavra de ordem é: desregulamentar, liberar e privatizar.

Bibliografia

Problemas - Revista Mensal de Cultura Política nº 1 - Agosto de 1947, Joseph Starobin, A Doutrina Truman

Problemas - Revista Mensal de Cultura Política nº 2 - Setembro de 1947. Virgínia Gardner, O Petróleo na
Doutrina Truman 

Problemas - Revista Mensal de Cultura Política nº 13 - Agosto-Setembro de 1948. James S. Allen – O Plano Marshall: Recuperação ou Guerra?

http://www.infopedia.pt/$crise-mundial-dos-anos-70

http://www.pco.org.br/conoticias/livro-marxista-da-semana/a-crise-capitalista-colocada-a-nu/iiyo,s.html

“Globalização e exclusão: a dialética da mundialização do capital” - Tania Steren dos Santos Professora do Departamento de Sociologia/UFRGS

Globalização: A Mão Invisível  do Mercado Mundializada nos Bolsões da Desigualdade Social - Donaldo Bello de Souza*

 PAULO NETTO, José. Crise global contemporânea e barbárie. In: ___. Liberalismo e socialismo: velhos e novos paradigmas. São Paulo: UNESP, 1995. p. 183-199.