BODOCÓ




O município de Bodocó foi fundado no início do século XX por Antonio Peixoto de Barros, tendo sido segundo distrito do município de Granito. Em 1924, foi elevado à categoria de primeiro distrito e Granito deixa de ser sede e passa a ser distrito de Bodocó. Em 1934, com a extinção do distrito de Leopoldina, o território foi dividido entre Bodocó, então Granito, Salgueiro e Serrinha ,hoje Serrita. Assim, o Município de Bodocó ganhou parte do território do município de Leopoldina, extinto em 1934 e, depois, restaurado sob o nome de Parnamirim. O topônimo Bodocó é de origem indígena. Conforme Dicionário da língua tupi de Orlando Bordoni, o termo Bodocó significa preparo de carne na roça, onde Bó (rasgar)+ odó (carne) + rocó (roça)de onde origina-se a carne de sol, também referindo-se à região de cortar carne e objeto para cortar carne. Há outras versões: uma afirma ser devido à abundância da planta aquática de nome Bodocó; a segunda atribui o nome a uma tribo indígena de nome Bodorocó, também se atribui à existência do riacho Bodocó, afluente do rio Brígida, onde haviam índios que usavam bodoques para matar passarinhos e assavam a carne na roça. Além dessas há a versão de uns antropólogos que trata dos antigos índios botocudos os quais usavam uma rodela no beiço como marca da tribo. Esses índios teriam mudado de nome para não serem descobertos pelos colonos ?despovoadores?, como dizia Capristano de Abreu. Em 1938, o município de Granito passava a denominar-se Bodocó. Administrativamente, o município é composto pelos distritos sede: Claranã e Feitoria, e pelos povoados de Várzea do Meio, Sipaúba, Jardim e Cacimba Nova. O município localiza-se em sua maior parte na unidade geoambiental das Chapadas Altas. Parte da área do município, a sul, localiza-se na unidade geoambiental da Depressão Sertaneja. Situa-se na bacia hidrográfica do rio Brígida. Seus principais tributários são os riachos Sipauba, do Olho d? Água, Tucano, Sto. Antônio, do Pombal, Gravatá, do Mel, do Camaleão, do Aço, da Volta, Umburana, do Ferreiro, do Manoino, do Algodão, do Lopes, do Caracui, das Letras, Cacimbas, da Garça ou Logradouro e da Selada, todos de regime intermitente. O município conta ainda com o açude Lopes II. Em tese de doutorado de Jacionira Coêlho Silva (2003) do Curso de História da UFPE, em Recife, tratando da "Arqueologia no Médio São Francisco: indígenas, vaqueiros e missionários" a autora apresenta informações valiosas sobre a colonização do sertão de Pernambuco, principalmente em relação à questão indígena e as estratégias da Casa da Torre para manter o monopólio das sesmarias do interior. Há vária citações do nome da fazendeira Brígida de Alencar e sua influência na formação das fazendas que se tornaram municípios, bem como sobre as aldeias de Rodelas de Cabrobó ao analisar os sítios arqueológicos da região de Itaparica, que, segunda ela datam de 1648 e que foram destruídas e só retomadas para colonização a partir de 1830. Esse estudo mostra como era feito o ?descimento? dos índios brabos do sertão para o litoral, pelos bandeirantes e sertanistas, , contando com a ajuda dos vaqueiros dos D?Ávila, fazendo-os desocupar as terras para a formação de fazendas, provocando verdadeiras guerras que dizimava tribos inteiras, citando entre eles os de Bodocó: índios cariri, carijó e bodorocó, na contramão do trabalho dos missionários.