As discussões sobre o movimento de luta por independência nas colonias não é uma novidade para os socialistas, desde a I internacional. Lenin já havia advertido que um partido revolucionário que não estuda e apoia os movimentos de libertação dos povos colonizados, não passa de grupo de preguiçosos traidores do proletariado internacional. Nos primeiros congressos da Internacional, o movimento colonial foi discutido de forma teórica sem grandes ligações com realidade colonial. Mas com o avanço das lutas contra o imperialismo nos países centrais, se viu a necessidade de entrar em contato com as lideranças dos movimentos de libertação colonial. Assim ações coordenadas entre o proletariado das metrópoles e proletariado das colonias foram aumentando e o movimento anticolonial passa do plano teórico para o plano pratico e as discussões começam a ser mais realistas. Mas os sociais-democratas que representavam a maior força a favor do povo na democracia burguesa ignoraram o movimento, tentando de toda forma mostrar para os operários de países capitalistas que o movimento não era algo importante. Os deputados sociais-democratas chegaram a ridicularizar as lutas dos socialistas, “ A luta dos povos escravizados não é a mesma luta dos povos europeus” diziam os deputados sociais-democratas. Quando esta acusação se mostrou falsa e a luta coordenada deu resultados significativos os sociais-democratas mudaram o discursos. Passaram a dizer ao trabalhador que apenas socialistas e burgueses tem planos colonias, e eles, os sociais-democratas, não teriam interesse na manutenção das colonias. As crises sucessivas do capitalismo e também as guerras imperialistas do inicio do seculo XX tem profundas ligações com a crise do sistema colonial. Estes movimentos ganham uma atenção maior das potencias colonias quando a Revolução de Outubro mostra que novos rumos são possíveis. A social-democracia e seus amigos burgueses sentem esta mudança e se arma de todas as formas para enfrentar o novo problema. Com a chegada ao poder de políticos social-democratas, eles provam que este tem uma politica colonial e reprimem de forma brutal os movimentos de libertação colonial e ampliam a influencia das empresas colonias aprofundando a exploração. Mas mesmo com a repressão brutal desenvolvida pelos governos social-democrata é preciso acabar com o mau exemplo que é União Soviética e assim se inicia a preparação para a guerra que tem por objetivo liquidar a experiencia socialista. Mas ainda com uma politica colonial sendo desenvolvida por governos sociais-democratas em alguns países, em outros a mentira social-democrata ainda era propaganda. Mas o congresso de Bruxelas deu fim a farsa da não existência da politica colonial dos sociais-democratas. Este congreso aprovou a politica colonial. O congresso foi coordenado por um social-democrata Sydney Olivier que já tinha exercido o cargo de governador da Jamaica entre os anos de 1907 e 1913. Este congreso marca uma virada da social-democracia, agora para chegar ao poder era necessário mostrar ao imperialismo burgues que alem de manipular o movimento operário da metrópole os sociais-democratas poderiam gerenciar as colonias a favor do lucro. Esta mudança deu uma segurança a burguesia, pois os mesmo perceberam que a revolução colonial se aproximava e eles necessitavam de uma alternativa para controlar a situação e manter a ordem colonial. Também se o plano fracassa-se a burguesia poderia culpar um social-democrata não burgues pelas mortes e pela repressão. O que Leon Blum disse sobre o movimento revolucionário nas colônias? Lidar com o papel desempenhado pelos agitadores comunistas neste movimento, ele é forçado a reconhecer que este papel consiste em nada mais do que dizer aos povos coloniais a verdade sobre o imperialismo e o capitalismo. Os comunistas abriu os olhos dos povos coloniais para a comparação "entre o seu punhado diário de arroz e os lucros fabulosos das empresas que distribuem seus dividendos anuais que são maiores do que o seu capital". Eles deixam claro que "esses lucros vêm de ou, pelo menos, são dependentes de seu trabalho e que, por seu trabalho duro que eles enriquecem o acionista distante, inativo e desconhecido que nunca arriscou nada mais do que seu dinheiro miserável". O resultado é que os povos coloniais, diz Leon Blum, estão se revoltando contra "nós" e contra os socialistas, contra os servos bons e fiéis do imperialismo colonial. Assim os sociais-democratas conseguiram mascara a preparação do movimento de repressão a luta colonial. Apesar de discurso anticoloniais sua ação conseguia retardar a revolução que traria a liberdade para o povo colonial.