A MODA DE VIOLA E AS RESSONÂNCIAS DO DISCURSO IDENTITÁRIO
Publicado em 08 de janeiro de 2013 por Natanael Vieira de Souza
ESTADO DE MATO GROSSO
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
CAMPUS UNIVERSITÁRIO JANE VANINI
NATANAEL VIEIRA DE SOUZA
A MODA DE VIOLA E AS RESSONÂNCIAS DO DISCURSO IDENTITÁRIO
Cáceres, MT.
2012
NATANAEL VIEIRA DE SOUZA
RESUMO
O objetivo deste trabalho é mapear, analisar, problematizar e dessacralizar alguns discursos que envolvem a “moda de viola” enquanto expressão cultural “pura e inocente”, discursos estes advindos, principalmente de agentes culturais, propagados pelos canais midiáticos e reiterados por muitos intelectuais de diversas áreas do conhecimento. Procuramos analisar determinados elementos da prática discursiva – e, em alguns momentos, também de algumas práticas sociais – presentes nas modas de viola: “Boiadeiro de palavra, Preto de alma branca, Preto inocente e Caboclo na cidade”. Para tanto, elegemos o método arqueológico/genealógico de Foucault, que visa fazer uma arqueologia dos saberes que impregnam os compositores das modas de viola, que dão vida a discursos que reverberam até os dias de hoje, bem como perscrutar como esses saberes agiam/agem no tecido social. Em alguns momentos, também utilizamos a metodologia da história do cotidiano, no intuito de melhor observar as ressonâncias deste discurso sobre determinadas praticas sociais contemporâneas a sua elaboração, como também, nos dias atuais. Toda esta pesquisa nos possibilitou perceber que a própria imagem do caipira, deve ser problematizada, historicizada e percebida como uma construção discursiva atualizada e reatualizada por algumas práticas sociais, ou seja, não devermos perceber esta identidade como óbvia e natural, ou natural porque óbvia.