Uso da Moringa oleifeira na Alimentação de Frangos de Corte na Cidade de Quelimane

                                            Sérgio Alexandre Ernesto[1]

 

RESUMO

A avicultura em Moçambique encontra-se em fase de desenvolvimento sobretudo em Maputo, Manica e Nampula. Sendo que nas restantes províncias ainda na fase embrionária. Na província da Zambézia a avicultura é praticada por pequenos avicultores em quantidades que varia de 800 à 2000 aves, sendo que para estes criadores a actividade é complementar a outras actividades de rendimento. Um dos grandes problemas que dificulta o desenvolvimento da avicultura na Zambézia é o alto custo de ração, por um lado devido a falta de fabrica de ração e por outro lado a distancia que se percorrem para aquisição da mesma. O presente trabalho teve como objectivo estudar a importância da Moringa oleifeira na alimentação de frangos de corte. O estudo foi de carácter experimental incluindo dois grupos de pintos (frangos), na qual um foi alimentado exclusivamente com ração convencional e outro grupo alimentado com mistura de ração, farelo e farinha de Moringa a partir da segunda semana. Foram avaliados aspectos como ganho de peso, conversão alimentar e conformação/postura das aves. Chegou-se a conclusão que a inclusão de Moringa oleifeira na alimentação de frangos de corte, reduz o custo de produção, o peso dos aves alimentados com mistura de ração e Moringa foi superior aos alimentados apenas com ração, mas apresentavam fraca aparência (volume), porem deve ser acrescido alguns aditivos como antibióticos, antifùngicos para que no fim do lote os animais tenham um bom aspecto.

Palavras-chaves: Frangos de corte, Alimentação, Moringa oleifeira

 

INTRODUÇÃO

Moçambique é um país essencialmente agrícola e a prática e actividade pecuária pelas populações é considerada uma actividade complementar, embora em regiões onde a prática de agricultura seja menos segura, ela passa a ser alternativa de sobrevivência.

Das actividades pecuárias desenvolvidas no país, a avicultura é a mais praticada e a que proporciona maior contribuição para o sustento e muitas famílias com baixa renda.

A avicultura em Moçambique encontra-se em fase de desenvolvimento sobretudo em Maputo, Manica e Nampula. Sendo que nas restantes províncias ainda na fase embrionária. Na província da Zambézia a avicultura é praticada por pequenos avicultores em quantidades que varia de 800 à 2000 aves, sendo que para estes criadores a actividade é complementar a outras actividades de rendimento.

 Devidos as suas características produtivas e alto valor nutritivo dos seus produtos a actividade desempenha um papel importante na segurança alimentar, pois cobre com eficiência e rapidez o deficits proteico na dieta de muitas famílias moçambicanas.

A província da Zambézia vem registando nos últimos anos um elevado crescimento demográfico, o que de uma forma condiciona em grande parte as exigências de nutricionais. (Pinho, 2004).

O uso da tecnologia torna-se um factor limitante, visto que, esta acareta um capital elevado para a sua aplicação. Apesar da criação de aves (frangos de corte) aplicando tecnologia acareta custos elevados, esta traz diversos benefícios pois possibilita a obtenção de produto final de qualidade para o mercado em curto espaço de tempo.

Um dos factores que mais condiciona o rendimento dos frangos de corte em termos de ganho de peso é alimentação, razão pela qual que, em sistemas de criação intensivos o tipo de alimento a fornecer as aves é um factor de grande importância e é disponibilizado de acordo com as exigências de mercado (Malavazzi, 1999).

O alto preço das rações praticados na Zambézia, o pais deve-se ao fato de que os fabricantes estão situados na região Sul e norte do pais, sendo assim foi necessário estudar fontes alternativas de alimentos disponíveis na região que possam suprir as exigências nutricionais das aves e reduzir os custos operacionais dos produtores.

A Moringa Oleífera, planta originária da Índia é considerada por botânicos e biólogos, um milagre da natureza. Uma esperança para o combate da fome e da desnutrição em todo mundo. Acredita-se que a Moringa seja a espécie vegetal mais nutritiva encontrada até hoje pelo homem. Mas o que é mais incrível é a facilidade de sua produção.

Vários países já adoptaram a inclusão desta na dieta humana e animal, principalmente na alimentação de galinha, bovinos, caprinos e ovelhas. Este último com grande enfoque como alternativa na redução de custo de produção devido alto custo da ração no mercado ou pelos fornecedores.

A dieta dos frangos de corte é elaborada de modo a fornecer a energia e os nutrientes essenciais à saúde e à produção eficiente. Os componentes nutricionais básicos necessários para às aves são água, aminoácidos, energia, vitaminas e sais minerais. Esses componentes precisam de desenvolver uma acção conjunta para garantir a boa estrutura esquelética e desenvolvimento muscular adequado das aves.

O distrito de Nicoadala oferece óptimas condições para o desenvolvimento de actividades como a agricultura e pecuária, razão pela qual tem sido um ponto alvo na província para implementação de diversos projectos agrários. (Pinho, 2004).

O presente trabalho pretende dar uma abordagem experimental sobre alternativa alimentar para frangos de corte com a inclusão de Moringa na dieta destes animais. Como pode se entender, a Moringa olifeira tem quase todos nutrientes existentes na ração convencional com excepção a antibióticos e antifungicos.

2. OBJECTIVOS

2.1. Geral

ü  Estudar a importância da Moringa olifeira na alimentação de galinhas comerciais.

2.2. Específicos

ü  Avaliar o índice de ganho médio de peso semanal dos diferentes grupos de galinhas em estudo;

ü  Avaliar o índice de conversão alimentar de acordo com o tipo de ração e com a fase de crescimento.

ü  Contribuir na alimentação alternativa para frangos de corte

 

2.3.Areas de estudo

O presente trabalho foi desenvolvido na cidade de Quelimane, capital provincial da Zambézia, Moçambique, local este que oferece um forte potencial para a produção avícola, no período decorrido entre Agosto a Setembro de 2012 (durante 8 semanas).

3. METODOLOGIA 

O estudo esteve devido em três partes, sendo a primeira constituído pela revisão bibliográfica dos temas relacionados com o tema; a segunda parte caracterizada pela Preparação de infra-estrutura e equipamento; por fim a terceira parte correspondeu a fase experimental.

Na primeira parte do estudo fez-se a revisão bibliográfica de assuntos relacionados com o tema do presente estudo com enfoque para criação de frangos, e alimentação de frangos, cuidados sanitários e ambientais de frangos, alternativas alimentares para frangos e sobretudo uso de Moringa na alimentação de de frangos.

Na segunda parte foi construído um pequeno pavilhão com dois compartimentos, feito de material precário, coberto por chapas de zinco, as paredes feitas de rede galinheira, cortinas de sacose plasticos. Os equipamentos foram adquiridos no mercado informal concretamente bebedouros comedouros (parte destes feitos de peneus velhos), aquecedores (fugões)

A terceira parte constitui a aquisição dos frangos em Nampula e realização da experiencia.

3.1.Variáveis em estudo

Durante o desenvolvimento do meu estudo serão avaliadas as seguintes variáveis:

ü  Ganho médio de peso

ü  Índice de conversão

ü  Postura e conformação

3.2.Tamanho da amostra

Para a realização do estudo foram utilizadas uma população de 100 pintos, criados em 2 pavilhões, cada com 50 pintos.

O lote foi criado durante 56 dias com objectivo de avaliar e comparar o peso a altura de acabamento.

3.3.Preparação da ração alternativa

Para a produção da ração usou-se essencialmente folhas, frutos e caule da Moringa olifeira. Estas partes foram secas ligeiramente para uma desidratação parcial e depois trituradas no pilão por forma a tornar farináceos e depois secava-se para retirar o excesso de líquidos. Posterior a esse passo misturava-se com farelo para adicionar a componente carbohidrato uma vez que a Moringa tem pequenas percentagens quando comparada a milho, para alem de que o farelo da consistência e aparência no produto final. Este processo leva no máximo três dias dependendo da temperatura do dia.

3.4.Procedimentos

Os dois grupos foram devidamente separados e alimentados de acordo com os objectivos do estudo. Sendo que os pintos foram alimentados conjuntamente (grupo A e B) com ração A1 na primeira semana, e posteriormente diferenciados a partir da segunda semana nos dois pavilhões. O grupo A foi alimentado com ração convencional (A1 e A2) e o grupo B alimentado com mistura de 75%de ração e 25% de farinha de Moringa com farelo na segunda semana, 50%/50% na terceira semana, 25%/75% na quarta semana e 100% de farinha de Moringa e farelo nas restantes semanas.

Para a recolha de dados foi feito uma avaliação qualitativa e quantitativa do desenvolvimento dos galinhas em termos de ganho médio de peso e do índice de conversão alimentar, conformação, taxa de mortalidade.

 3.6.Maneio alimentar e sanitário

As galinhas foram alimentadas sob forma de farináceos (ração), granulados, folhas de Moringa secas piladas, folhas de Moringa verde e farinha de Moringa misturado com farelo.

 Tanto água como ração foram administrados de forma ad libitum, para garantir que os animais nao tivesse nenhum distúrbio alimentar.

As vacinas foram devidamente cumpridas, nomeadamente a Newcastle, Gumboro e Bronquite infeciosa.

3.7.Instalações

As instalações foram construidas de material precário, tendo em conta que a experiencia foi realizada num quintal algures na cidade de Quelimane. O pavilhão continha tres divisões para os grupos em estudo separados por uma contraplacada. As paredes laterais feitas de rede galinheira, com 15cm de murro de blocos sobreposto, o tecto coberto de chapas, as cortinas feitas de sacos e plasticos e cama feita de serradura com 10cm de altura em relação o chão.

3.8.Equipamentos

Os bebedouros (4 cada pavilhão) e comedouros (3 em cada pavilhão) feitos de plastico, com excepção da bandeja para os pintos de 1dia na qual era feita de metal.

3.9.Maneio da luz

No pavilhão para a iluminação foram usados lampadas de 100wts sendo 2 para cada compartimento. As mesmas mantinham-se apagadas durante o dia e acesas a noite das 17horas as 8horas do dia seguinte/

4.PROBLEMATIZAÇÃO

A província da Zambézia debate-se nos últimos tempos com vários problemas como é o caso da falta de de emprego, algo que condiciona de maneira exponencial a capacidade de compra no mercado. (INE, 2008).

Visto que se verifica um défice de produtores de frango de corte a nível da província, o preço deste produto no mercado tem uma tendência de se elevar, pois são inclusos (no preço), alguns factores de produção como é o caso do transporte e preço de ração. (Pinho, 2004).

Um dos factores que tem constituído desmotivação para que haja iniciativas de projectos de criação de galinhas é o facto de não haver um grande número de registos de criadores a nível provincial, algo que pode ter sido despontado pela falta de fábricas de ração a nível local, obrigando deste modo que esta tenha que ser comprada em outros pontos do país, agravando assim os custos de produção (Censo Agrário, 2009). 

As galinhas podem oferecer diversas vantagens quer para dieta humana, assim como para o desenvolvimento do local onde são criados, daí podem ser levantadas as seguintes questões:

  • Será que a      inclusão de Moringa olifeira na alimentação de galinhas pode minimizar o      custo de produção e aumentar a demanda de frangos na provincia?

4.2.Hipóteses

H1: A moringa olifeira possui propriedades capazes de reduzir o custo de ração de galinhas comerciais devido a sua influência no ganho de peso;

H0: O uso da Moringa olifeira não pode substituir a ração e consequentemente reduz o custo de produção;

4.3. Justificativa

A abordagem deste tema torna-se relevante desde o momento que partimos do pressuposto que há necessidade de se maximizar o índice de produção de frangos de corte a partir de alternativas alimentares viáveis para seu desenvolvimento.

O incremento da produção de galinhas pode trazer diversos benefícios para população como postos de trabalho e disponibilidade de alimentos saudáveis a tempo inteiro.

Com uma intensificação no consumo de frangos, surge a necessidade de se produzir ração alternativa em grande quantidade para reduzir o custo de produção e superlotar o mercado.

Todos aspectos supracitados, trariam vários benefícios para o desenvolvimento da província da Zambézia de diversas formas, a partir da melhoria da dieta da população até a valorização do produto interno bruto.

4.4.Limitações

Para o presente trabalho foram considerados factores limitantes, todos aspectos que directas ou indirectamente influenciaram negativamente os resultados da pesquisa, entre estes, falta de informação da composição química da farinha de Moringa, falta de material e equipamento (termómetro, balança, Cloro, medicamentos) a não uniformidade de peso dos pintos do dia e fracas condições de infra-estrutura

5.RESULTADOS

Tabela1: Ganho de peso dos dois grupos de galinhas em estudo

    Grupos

 

Grupo A

Ganho de peso semanal

Grupo B

Ganho de peso semanal

Peso médio   inicial

97g

0g

97g

0g

Semana 1

157g

60g

157g

60g

Semana 2

231g

74g

220g

63g

Semanas 3

375g

144g

345g

125g

Semana  4

500g

120g

460g

100g

Semana 5

755g

255g

815g

355g

Semana 6

960g

205g

1.165g

350g

Semana 7

1.330g

370g

1.525g

360g

Semana 8

1631 g

301g

1.645g

120g

Fonte: Adaptado Autor

 

Grafico1: Ganho de peso do grupo A      Grafico2: Ganho de peso do grupo B

                                 

Fonte: autor

Grafico 3: Comparação de ganho de peso Grupo A e Grupo B

Fonte: o autor

 

 

 

 

 

Tabela 2: Taxa de mortalidade

Nr de galinhas

Nr inicial

Quantidade

Percentagem

Grupo A

50

2

4%

Grupo B

50

4

8%

Grupo C

20

3

15%

Fonte: Autor

Tabela 3: Comparação de custo  de ração durante 8 semnas

 

Ração convencional (sacos de 50kg)

Custo unitario

Total

GrupoA:(50 animais)

2,5 sacos

1.170mt

3510

GrupoB:(50 animais)

1 Saco

1.170 mt

1.170

Total

3,5 sacos

 

4680

Durante a administração da ração, no grupo B notou-se uma pequena rejeição nos primeiros dois dias o que obrigou a adição ou mistura de farinha de moringa com ração concencional na proporção 25%/75%, 50%/50%,75%/25% e 100%. Após essa manobra, as galinhas continuaram se alimentando normalmente.

Outro dado importante nesta pesquisa foi o facto de observar uma elevada postura de ovos (de cor amarelo) nas galinhas do quital que de forma voluntaria iam comendo as folhas de Moringa dos grupos de estudo, visto que o autor, é criador amador de galinhas, tendo em sua casa (local de estudo) cerca de 26 galinhas de diferentes raças com dominacia em galinhas nativas.

 

 

Tabela:4  Conversão alimentar nos dois grupos de estudo

 

Consumo   medio de ração

Ganho de   peso em 8 semanas

Indice de   conversão alimentar

Grupo A

4.000 g

1534g

2,60

Grupo B

6.000g

1548g

3.87

 

Tabela 5: Índice de Eficiência Alimentar

 

Consumo médio   de ração

Ganho de   peso em 8 semanas

Índice de   Eficiência Alimentar

 

Grupo A

4.000 g

1534g

0,38

Grupo B

6.000g

1548g

0,26

Fonte. Autor

Conformação e postura das aves dos dois grupos

Durante o estudo e as pesagens que iam sendo feitos ao longo da experiencia foi fácil notar que as aves do grupo A, apresentavam uma boa conformação e compustura, isto é, brilho dos penas, volume da ave, qualidade das aves, aspecto saudável e bom consumo voluntário. Ao contrario das aves do grupo B, maior parte apresentava fraca aparencia, mais a maior destes tinham peso acima das aves do grupo A.

6.ANALISE DOS RESULTADOS

A criação de galinha se posiciona em primeiro lugar quer em número de criadores quer em  preferência. As galinhas podem ser criadas de varias formas, desde o mais extensivo ate ao super  intensivo.

Quanto ao ganho de peso as aves do grupo A, mostraram um crescimento continuo nas 7 semanas,  com excepção a 4 semana, devido a chuva e baixas temperaturas que se verificaram na cidade. Quanto ao grupo B estes mostraram um evolução quer peso ou conformação quando comparado com grupo A.

Um aspecto, importante que se notabilizou durante o presente estudo foi o facto das galinhas do grupo A apresentarem no fim das 8 semanas um aspecto robusto mais aos contrario das galinhas do grupo B. Outro aspecto interessante foi o peso final dos dois grupos, verificou-se que as galinhas do grupo pesavam menos comparados aos do grupo B que apresentavam fraco robustez.

Não foram encontradas diferenças muito significativas na viabilidade e no ganho de peso diário de frangos de corte alimentados com ração convencional quando comparado aos frangos alimentados com base em mistura de farinha de Moringa. No entanto, a conversão alimentar e a idade de abate foram altamente significativas de 2.60 e 3.87 respectivamente.

Esta situação deve-se principalmente ao tipo de alimento que cada um desses grupos recebia, contudo, a ração do grupo A era a mais completa possível quando comparada ao grupo B (alternativa), uma vez que possui todos ingredientes necessários para o crescimento e desenvolvimento de frangos de corte.

Em todo caso a ração alternativa usada no grupo B, mostrou ser eficaz para redução de custo de produção uma vez que teve o índice de conversão alimentar superior ao das aves do grupo A.

Segundo estudo de Marque (2008) sobre a composição química das folhas de Moringa é de 80,26% de humidade, 14,75%  de cinzas, 7,48% de fibras, 7,19% de lipídeo, 33,77% de proteína, 36,81% de carboidratos.

As folhas de Moringa  oleifera podem ser consideradas boa fonte de proteína e fibra,  quando comparadas com outras fontes alimentares, podendo apresentar-se como uma  alternativa de suplemento em preparações alimentícias a serem utilizadas pela população.

Para a estabilidade de um sistema de criação de frangos é importante levar em conta que a mortalidade máxima aceitável devera ser de 10% (Embrapa, 2009). Porem observando atentamente nos resultados do presente estudo, podemos considerar normal a mortalidade ocorrida nos grupos de estudo A e B, 8% e 4% respectivamente.

Segundo Perreira & Soares (2010), o índice de conversão alimentar  equivale a dizer que, para cada quilo de ganho de peso da ave foram necessários 2,6 Kg de ração para o grupo A e 3,87 kg para o grupo B.

Esses dados diverge com os resultados obtidos por Feltwell ( 1965). Os referidos autores não observaram diferença estatística no ganho de peso aos 07 e 35 dias de idade, em experimento que estudou a inclusão do composto com Moringa. Neste estudo as rações foram formuladas à base de milho,farelo de soja e farinha de folhas  de Moringas visando atender 100 e 90% das necessidades energéticas e aminoacídicas de frangos de corte. Somente aos 42 dias de idade, os frangos apresentaram diferença estatística quanto ao ganho de peso.

Porem no presente estudo, olhando para o gráfico 1, 2 e  3, de desempenho de frangos, nota-se claramente que as diferenças em termos de ganho de peso foram bem evidente nas 7 semanas, apesar da insignificância na primeira semana visto que eram alimentados da mesma maneira.

Com base na informação acima podemos perceber que a pesar de se usar ração alternativa, as aves que consumiram apenas a ração convencional tiveram um melhor desempenho quando comparados com as galinhas do grupo A, isto pode ser explicado devido a composição da ração industrial em termos de constituinte essenciais (aditivos, antibióticos e antifungicos).

Acredita-se que o alto teor de fibras, proteínas e lipidos na ração das galinhas do grupo B, influenciou de forma positiva no consumo voluntario das aves, o que de certa maneira contribui para o ganho de peso.

A fraca postura das aves do grupo B quando comparadas ao grupo A, deve-se a insuficiência de enzimas e probioticos na ração, pois são estes factores que estimulam a replicação celular e diferentes enzimas nos organismos vivos.

 

7.CONCLUSÃO

Dentre as potencialidades da Moringa, destacam o na alimentação, uma vez que a mesma apresenta alto teor nutritivo, As folhas da Moringa têm um alto conteúdo de proteína  (27%), e são ricas em vitaminas A e C, cálcio, ferro e fósforo. Uma grande vantagem é  que as folhas da Moringa podem ser colhidas  durante a estação seca, quando nenhum outro vegetal é encontrado.

A inclusão de Moringa na dieta dos animais esta ganhar proporções elevadas, sobretudo como fonte de nutrientes. Com base nas analises feitas no presente estudo rejeita-se a hipótese 0 e aceita-se na hipótese 1 segundo a qual, a Moringa olifeira possui propriedades capazes de reduzir o custo de ração de galinhas comerciais devido a sua  influência no ganho de peso; pode-se concluir que é importante uso de folhas de Moringa na dienta de frangos de corte como fonte alternativas de baixo custo para a industria avícola na província.

Pode-se notar que o desempenho das aves alimentadas com as rações convencionais não difere tanto as galinhas alimentadas com mistura de ração com Moringa, dai o grande valor desta planta na nutrição de frangos de corte.

Contudo deve-se adicionar outros ingredientes como antibióticos, aditivos, antifungicos dar um aspecto mais saudável aos frangos, por forma que tenha um aspecto favorável a comercialização.

É importante que se faça a promoção e divulgação da utilidade da Moringa oleifeira na alimentação dos animais, bem como na alimentação humana.

Recomendações

  • Que se façam outros estudo      mais detalhados em galinhas poederas
  • Que se faça promoção do      cultivo da Moringa olifeira na província
  • Que se façam divulgações da      utilidade da Moringa ao nível das cidades e das zonas rurais

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIA

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MALAVAZZI, G. (1999) Avicultura – Manual Prático, São Paulo: Nobel,1999 .

PINHO, Ezequiel. Desenvolvimento Agrário de Moçambique. 2004

PEREIRA, V.J; SOARES, D,C,P (2010) Potencialidades Da Moringa Oleifera Na Alimentaçao (Humana E Animal) E De Suas Propriedades Coagulante (Estudo De Caso) Universidade Federal de Uberlândia, Instituto de Ciências agrária,Brasil

FELTWELL, R. ( 1965) Produccion De Aves para Carne-Sistema “Broiler”. 2ª ed. Editorial Acribia. Zaragoza. Espana

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http://www.zoonews.com.br/noticias2/noticia.php?idnoticia=43603

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GUILHERME, F., COSTA P. (2005) Desempenho de Frangos de Corte nas Fases de Crescimento e Final Alimentados com Rações Contendo Soja Integral Extrusada em Diferentes Temperaturas. Revista Brasileira 2005, pp.387-430.

Fischer G., Maier J. C. (2002) Desempenho de Frangos de Corte Alimentados com Dietas à Base de Milho e Farelo de Soja, com ou sem Adição de Enzimas. Revista brasileira de Zootecnia.Brasil

Silva, J.C.; Marques, R.G.; Teixeira, E.M.B.; Ciabotti, S.(2008) Determinação Da Composição Química Das Folhas De Moringaoleífera Lam. (Moringaceae)


[1] Sérgio Alexandre Ernesto, Assistente universitário, Universidade Pedagógica Delegação de Quelimane, Medico Veterinário, mestrando em Biologia Marinha e Gestão de Pescaria na Universidade Eduardo Mondlane. Email: [email protected]/[email protected]