SOZINHO

 

Contemplo o meu silêncio sozinho;

Fito as negras nuvens que o cobre a alva lua;

Hum! Como esta quente o meu ninho;

Cerro os olhos e sinto a brisa de alma nua.

 

As bananeiras beijam-se lá fora;

Um choro de criança aquebranta à noite;

A cajazeira, o risco da estrela que foi embora;

E a música do rádio dói como açoite.

 

Fitando as negras nuvens abrem-se o infinito azul do céu;

As estrelas ao fundo parecem rir de mim;

A lua aparece e faz-me companhia e não estou ao léu;

Vaga-lumes imitam estrelas nesta noite sem fim.

 

E ilumina a festa lá no céu...