Sonhos castrados

Entrou muitas vezes em guerra

Muita pancada levou

Muitos dos sonhos que tinha

Na trincheira de luta deixou

Sonhos que embalaram o passado

Na crença em um novo porvir

Mas tudo o que via agora

Depunha contra o que perseguiu

Muitos dos ídolos que tinha

Hoje não tinha mais

Adentraram noutras trincheiras

Em lutas que não o empolgam mais

Outros sujaram as mãos...

Turvando a compreensão

Das causas que defendia

Navegou tombou afundou

Debateu-se submergiu

Então quando o olho abriu

Percebeu

Que tudo havia mudado

Seus ídolos eram de barro

Restando-lhe ocultar cadáveres

De sonhos castrados

E em cada um deles

De maneira inapelável

Morreu...