O meu tal amor É de tempo humano
É de carne seca
E osso trincado
O metal amor não se mede De fita métrica
O meu tal amor É de vidro fosco
O meu amor É de alegrias fugazes
O metal amor É de angústias em processos
O meu tal amor Ora é de sol
Ora é de lua Ora é de si.
O metal amor É uma idéia parida
É uma contemplação no ermo
Se o meu amor Fosse um sistema seria aberto
Se fosse uma escola seria de prazer
O metal amor não se deixar dementar
Nem se deixar contingenciar
O meu amor não tem preço de mercado
Nem prazo de validade
O metal amor até chora de fome
Mas não bate cartão
O meu amor tem náuseas
Com mulher-fruta.




Arnaldo Eugênio.
São Paulo, 30 de agosto de 2008.