O céu tem uma nova estrela...

Noite do dia 15 março de 2010.

Meu amor foi colocado numa UTI, afirmando o médico que era apenas por precaução.

Nos dias 16 e 17, visitei o meu amor, sempre às 16 horas.

No dia 18 o meu amor não me esperou. Ou... esperou, e eu demorei...  

Seu coração esperou pelo meu, o meu não foi...

Meu coração sentiu falta do seu, o seu se foi...

Voltou ao primeiro AMOR.

Deus a colheu, na plenitude dos seus 43 anos.

Há pouco mais de vinte dias vi uma bermuda dela estendida no varal.

Fiquei a olhar àquela peça de roupa, que nela assentava tão bem.

Senti falta dela.

Sem ela os meus dias tem sido vagarosos, às vezes penosos...

Busco me alegrar, lembrando que ela não gostava de me ver triste.

Os filhos se lembram dela constantemente e se emocionam e me emocionam.

Os netos perguntam por ela quase todos os dias, principalmente à noite, quando veem estrelas no céu...

Sabem que uma delas é ela. 

Ensinei a eles assim.

Mas as perguntas deles são muitas, às vezes dizem que querem vê-la, abraçá-la...

Embaraço-me na hora de explicar.

E me pego a pensar, absorto: eles pelo menos tem a quem perguntar, eu não...

Não houve despedida...

Alimento-me na crença de que a saudade dela não será eterna, posto existir possibilidade de reencontro...