A alucinação dos pensamentos tomou conta de mim. Olho para as pessoas mas não vejo as suas almas. A luz do sol reflete o verde das árvores. Árvores vivas. Árvores mortas. Tudo depende de mim e do vento levantando a areia, soprando as folhas. As mulheres sorriem mas seus olhos mentem. Os casais não se entendem. Começo então a sentir frio. Minhas pernas tremem e não consigo parar de pensar. Os dias são curtos. Os anos são longos. A raíz cresce através do meu profundo sono ausente de sonhos e pesadelos. Passos apressados em direção ao nada. O corpo é uma piada. Mantenho a mente sempre alterada. O silêncio me é abençoado. Desisto de todas as pessoas, mas não desisto de mim e da minha sombra. Longe das paisagens ilimitadas refresco o meu sangue no oco da madeira. Crianças e estátuas se confundem por onde passam. Todos os olhares se perdem na natureza quase morta. Vi o chão consumindo cérebros! Tudo é magnífico! Nada é ingênuo. Violetas são as pernas da virgem sorridente. Sofro por não sofrer. Foram embora os amores perdidos e nunca mais retornaram. Fúria e feiura. Feitiços despencaram da mais alta torre. Não amo mais ninguém que não seja esse alguém. De todos os prazeres me satisfaz o mais mórbido, o mais desprezível. Desconheço a pobre humanidade.