Já não procuro mais emprego.

Minha vida é um teatro grego

Com um trágico enredo.

Fico apenas esperando.

O tempo está acabando

E eu continuo me ludibriando.

Não sei onde estou.

Um ser estranho me levou

Quando o cordão se despedaçou.

Me perdi de tanto procurar.

Como posso ter um lar

Se não consigo me adaptar?

À frente há um muro de concreto.

De um pequeno e frágil feto

Me transformei em uma miragem no deserto.

As lágrimas são a minha ira.

Vou queimar meu espírito na pira

Para que não vire mais uma mentira.

Tenho a fórmula da loucura.

Nos lugares onde ninguém me atura

O mandrião revela sua real postura.