Teu sorriso embebido no papel,

Escorrendo sobre uma tinta salutar

O vermelho que contorna os teus lábios

Te faz viver, te faz dançar!

 

Assim a vida vai brotando lentamente

E o pincel se torna a mão do criador

O ventre virginal da tela é fecundado

Com o respingado da fresca tinta!

 

O sêmen tinturado se fecunda

E os dias das vigílias são constantes

O artesão da criação a trabalhar

Para dar cabo ao ressurgir do universo

 

Os dias da labuta multiplicam-se

Os traços, as curvas, os círculos são traçados

Os arrependimentos encobertos

E esse deus criador se move em esperança!   

 

Nasce um mundo encoberto pelas tintas

Parido pelas mãos de um pintor!