Antonieta Silva Dias

Jussara Reis Coelho

Maria Claudia Melo Monteiro

Paulo Dias de Melos

Ronald da Silva Farias

Mcs. Profª. Ana Lúcia Garcia Torres

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Tecnólogo em Gestão Ambiental (GAM 3791) – Sistema de Tratamento de Efluentes Líquidos

05/06/10

 

RESUMO

Esta pesquisa tem como temática o sistema de tratamento de efluentes líquidos na rede privada no Município de Presidente Figueiredo que está localizado no Estado do Amazonas, objetivando, o estudo dos impactos ambientais causados pelos efluentes líquidos da empresa Amazônia, observando a reutilização dos recursos naturais utilizados pela empresa estudada. A metodologia utilizada neste trabalho foi realizada através de levantamento de dados com a aplicação de um questionário onde, através de pesquisa de campo, entrevistamos funcionário que tiveram dificuldades em sanar nossos questionamentos, devido à falta de acesso aos documentos e outras informações que está em poder dos donos da empresa que estavam ausentes em nossas visitas. Ressaltamos que outra metodologia utilizada foi à pesquisa bibliográfica, para que pudéssemos nós orientar nos estudos teóricos.

Palavras-chave: efluentes, líquidos e tratamento.

 

1 INTRODUÇÃO

A Legislação Ambiental afirma que a Política Nacional de Recursos Hídricos é baseada nos fundamentos onde a água é um bem de domínio público e é dotado de um valor econômico por causa de sua escassez. Como afirma Brasileira (2005):

I-     a água é um bem de domínio público;

II-   a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;

III-em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e dessedentação de animais...

A prioridade de uso dos recursos hídricos são dos homens e animais em caso de escassez conforme a afirmativa de Brasileira.

Visando o estudo dos impactos ambientais ocorridos no planeta, surgiu à necessidade de estudarmos as ações destruidoras geradas pelos efluentes líquidos que são despejados pelas empresas privadas no meio ambiente, estudos estes realizados na empresa Amazônia localizada há 100 Km (cem quilômetros) da capital (Manaus) do estado do Amazonas.

 

2 A ÁGUA

A água é essencial aos seres vivos, indispensável para nossa vida, pode ser utilizada a diversas aplicações. Segundo Leme (2008)

 

Água é um recurso natural renovável finito, essencial a sobrevivência dos seres vivos a água, além de ser excelente solvente... é usada pelo homem para abastecimento público, uso industrial, irrigação, dessedentação de animais, conservação da fauna e flora, recreação, estética, pesca, geração de energia, transporte e diluição e depuração de despejos.

 

Com a afirmativa de Leme, podemos perceber que a água é um recurso renovável porém, finito, o que significa que se não conservarmos poderemos estar próximo da extinção desse bem tão valoroso. A água serve para atender nossas necessidades seja para uso público ou industrial, irrigação das grandes e pequenas plantações, saciar a sede dos seres humanos e dos animais e ainda, conservar a flora, serve como fonte de inspiração para recreações, navegações e inúmeras utilidades. Segundo Araribá (2006):

Cerca de 70% da superfície terrestre é coberta de água, mas 97,61% dessa água está nos mares e oceanos, e é portanto salgada. Dos outros 2,39% de água doce, 2,08% está concentrada nas calotas polares e nas camadas muito profundas da crosta terrestre. Apenas 0,31% está nos rios, lagos, solo e subsolo.

Ao atentarmos para a quantidade de água líquida disponível no planeta, observamos que precisamos ter cautela para que este recurso não venha faltar a outras gerações. Pois, dos 97,61% da água em estado liquido é salgada, restando 2,39% de água doce, onde 2,08% da água doce está congelada nas geleiras e, 0,31% está em estado líquido, localizados nos rios, lagos, solo e subsolos.

Para medirmos a qualidade da água é necessário observarmos os diversos parâmetros como: as características físicas, químicas e biológicas - cor, turbidez, temperatura, sabor e odor. A cor será o resultado de substâncias em solução; a turbidez, depende da presença de matérias em suspensão;  a temperatura, importante pois, interfere nas propriedades da água; o sabor e odor, poderão ser resultado das causas naturais ou artificiais como o despejo de dejetos e outros poluentes químicos. 

2.1 Efluentes Líquidos

Os efluentes líquidos lançados ao meio ambiente causam danos irreparáveis; são rejeitos sanitários ou domésticos e industriais.  Conforme Araribá (idem): Outro problema ambiental urbano preocupante é a poluição das águas por rejeitos lançados nos rios pelas indústrias e residências.

Uma problemática surge diante desta afirmação dos rejeitos lançados nas águas que vem das residências e das indústrias, poluentes físicos e químicos que danificam e prejudicam imensamente os recursos naturais como cita novamente Araribá (op.cit.): A maior parte das cidades brasileiras não tem um sistema de coleta e tratamento de esgoto...há apenas a coleta e não o tratamento de efluentes, que acabam sendo despejados nos rios,baías, lagos lagoas, ou no mar.

 

                     

2.2 Histórico de Presidente Figueiredo

 

Vieira afirma que o Município de Presidente Figueiredo está localizado a 107 km (cento e sete quilômetros) da capital do Estado do Amazonas – Manaus, recebeu o seu nome em homenagem ao primeiro presidente da província do Estado do Amazonas, João Baptista de Figueiredo Terreiro Aranha. Em fevereiro de 1982, o Município de Presidente Figueiredo, foi criado através do Decreto nº 6.158, em obediência ao disposto nº Art. 177, da Constituição Estadual, introduzido pela Emenda Constitucional nº 12, de 10 de dezembro de 1981, que estabeleceu os limites a 71 Municípios passando assim a fazer parte do Estado do Amazonas.

Com a afirmação supracitada Vieira, completa que a localização de Presidente Figueiredo está na região nordeste do estado, o Município de Presidente Figueiredo é cortado pela Rodovia BR - 174, que liga Manaus a Boa Vista/RR integrando a Amazônia Setentrional ao Caribe e à América do Norte. De acordo com o Decreto nº 1.707 de 23 de outubro de 1985, republicado nº Diário Oficial de 08 de setembro de 1986, o Município de Presidente Figueiredo estabeleceu limites com: o Estado de Roraima e o Município de Urucará, ao norte; com os Municípios de Manaus e Rio Preto da Eva, ao sul; o Município de São Sebastião do Uatumã, a leste, e a oeste o Município de Novo Airão.

 

2.3 Empresa Amazônia

Nosso projeto nos permitiu realizar o estudo da área da empresa Amazônia localizada há sete quilômetros de distância da cidade de Presidente Figueiredo, fazendo parte do território do município supracitado – Km 100 da BR 174.

A empresa Amazônia atua no ramo de turismo há 15 (quinze) anos, proporcionando recreação aos munícipes da região norte bem como, aos turistas e visitantes de outros estados, tendo uma área aproximadamente o total de 100 ha e de área construída aproximadamente 50 ha.

A Amazônia possui 4 (quatro) piscinas, duas infantis e 2 (duas) para adultos, 35 (trinta e cinco) chuveiros, 55 (cinqüenta e cinco) vasos sanitários, 1 (um) restaurante, 1 (uma) loja de conveniências, 29 (vinte e nove) chalés,  02 (duas) fossas que recebe os efluentes líquidos e sólidos. A empresa proporciona a seus associados e visitantes uma área que contém em seus fundos uma corredeira, porém a água que utilizam vem dos lençóis cativos. Araríba (2006) ressalta: Lençol artesiano ou lençol d’água cativo. É um reservatório de água localizado em uma camada mais profunda do solo.  Este lençol cativo, proporciona um abastecimento de maior qualidade para o consumo e outros.

As Piscinas de adulto possuem: a primeira - 25X10m (vinte e cinco por dez metros), com profundidade da parte rasa: 0,50m (meio metro), parte profunda:1,50m (um metro e meio) a segunda piscina: 10X7 (dez por sete metros).

As Piscinas infantis possuem: a primeira – 50x20m (cinquenta metros por vinte) a segunda: 40X15m (quarenta por quinze metros) com tobogãs infantis em forma de dinossauros, elefante, cegonha, casinha e outros.

A cada sete dias é acrescentado o cloro nas piscinas infantis e é passada uma pequena peneira para retirada de resíduos maiores, quinzenalmente é realizada a troca da água onde, a água retirada das piscinas infantis é despejada diretamente no leito de um igarapé represado que contém, peixes regionais como: tambaquis, pirarucus e curimatãs que são alimentados por ração apropriada para pescados onde estes peixes servem de alimento em especial aos turistas e demais funcionários.

Percebemos que este igarapé, possui em suas águas uma concentração elevada de microrganismos e algas que causa turbidez – aproximando-se ao processo de eutrofização. Segundo Moura (2008): Um dos processos mais importantes de degradação das águas consistente no fenômeno conhecido com “eutrofização. Sabe-se que a água de boa qualidade dos rios e lagos é pobre em nutrientes.

O processo de  eutrofização acontece pela a falta de oxigênio dentro dos rios e lagos onde, as plantas localizadas nestes acabam morrendo e apodrecendo por falta de luz do sol que possibilita a ela a fotossíntese por conseqüência de matas ciliares que impedem que essa luz incida até o local onde encontra-se as plantas, tornando as águas turvas e causando morte de peixes e outros animais que neles vivem, por isso, no lago represado da empresa Amazônia possui dois oxigenadores para suprir a necessidade de oxigenação das águas.

     Quando há troca das águas das piscinas a empresa, utiliza um filtro de Epex que serve para filtrar as águas das piscinas de adultos, com camadas de areia e cobre, para que a filtração seja mais eficaz, separando ainda as impurezas em outro compartimento do filtro Epex. As águas dessas piscinas passam por este filtro e retorna novamente as piscinas onde, somente de três em três meses após o uso é realizada totalmente a vazão para o lago represado e reposto novas águas nas piscinas.

Nas fossas revestidas de concreto são recebidos todos os efluentes dos banheiros e sanitários, e essas quando estão carregadas, os seus rejeitos são retirados por uma empresa apropriada que as esvazia e leva o material para a cidade de Manaus tendo um destino incerto e não sabido, em virtude dessa cidade também não possuir tratamento de lixo, provavelmente estes efluentes são lançados no solo sem tratamento algum. Assumpção (2008) afirma que:

Para se poder planejar o descarte de efluentes líquidos de qualquer atividade empresarial, deve-se ter em mente principalmente a legislação que rege tal atividade. Os artigos de números 24 ao de número 34 e o art. 41 da Resolução 357/05 da Conama norteiam as condições de lançamento de efluentes líquidos de fontes geradoras de poluição...

Conforme a afirmativa de Assumpção é necessário um planejamento do descarte dos efluentes líquidos utilizados pelas empresas privadas seguindo a Resolução 357/o5 da CONAMA abordados nos artigos 24 ao número 34 e artigo 41 onde, esta resolução dispõem das condições ideais para lançar-los no meio ambiente.

 

3 - CONCLUSÃO

O trabalho de campo nos permitiu estar em contato não somente com a teoria, mas nos possibilitou unir a teoria com a prática, envolvendo-nos em uma troca de conhecimento, bem como, a observação dos efluentes líquidos e seus destinos no qual, percebemos que a empresa privada Amazônia possui funcionários que prestam serviços sem o treinamento e técnicas adequadas ao que cada função requer. Observamos também que os efluentes líquidos lançados nas fossas tem um destino incerto na cidade de Manaus capital do Estado do Amazonas e que provavelmente são lançados diretamente no solo, devido a inexistência de um tratamento de lixo e esgoto na cidade de destino desses resíduos líquidos. Os efluentes líquidos das piscinas são enviados para um igarapé, não passam por tratamento adequado exigido pela Resolução 357/05 da CONAMA - artigos 24 ao número 34 e o artigo 41 que dispões das condições de reuso desses efluentes. Tornado-se um crime ambiental, vez que, é de responsabilidade de todos, cuidar bem de nossos recursos naturais. Acordamos que torna-se necessário a fiscalização de órgãos responsáveis aplicando as medidas cabíveis e as sansões devidas.

6 REFERÊNCIAS

ARRARIBÁ. Projeto. Geografia.  5ª a 8ª séries. São Paulo:Moderna, 2006.

ASSUMPÇÃO. Luiz Fernando Joly. Sistema de Gestão Ambiental. Manual Prático para Implementação de SGA e Certificação e ISO 14.001/2004. 2ª ed. Curitiba: Juruá, 2008.

BRASILEIRA. Legislação Ambiental. Vemaqa. 6ª ed. Amazonas: Viló, 2005.

LEME, Edson José de Arruda. Manual Prático de Tratamento de águas residuais. São Carlos: EduFSCar, 2008.

VIEIRA, Antonio Fernando Fontes. Perspectiva de Desenvolvimento Sustentável e Conservação do Município de Presidente Figueiredo. Presidente Figueiredo, 2006.