O desmatamento na Amazônia ¹ 

O avanço do desmatamento na Amazônia tem sido tema de intensa discussão global, devido ao papel crítico de que a floresta exerce na regulação climática, na biodiversidade e na manutenção dos ciclos de água. A destruição de áreas de floresta para dar lugar à agropecuária pode levar a consequências não só ambientais, mas também econômicas, sociais e climáticas negativas.

A floresta amazônica é um enorme “reservatório” de água, desempenhando um papel crucial no ciclo hidrológico. As árvores liberam vapor de água através do processo de transpiração, o que contribui para a formação de nuvens e, consequentemente, para as chuvas. Essas chuvas são obrigatórias para a própria região da Amazônia e também para outras regiões agrícolas do Brasil, pois muitos dos padrões de chuva no país estão interligados com a saúde da Amazônia.

Quando grandes áreas são desmatadas, esse ciclo pode ser perturbado, provocando alterações no regime de chuvas. Isso pode resultar em seca e redução de chuvas em áreas agrícolas que dependem dessas águas para a irrigação. Assim, há o risco de que o próprio setor agrícola sofra impacto negativo, com a possibilidade de redução de produtividade e perdas econômicas.

Além disso, o desmatamento contribui para as emissões de gases de efeito estufa, que são responsáveis pelo aquecimento global e pelas mudanças climáticas. Isso pode levar a eventos climáticos extremos mais frequentes e intensos, que afetariam ainda mais o setor agrícola. Em um sentido mais amplo, a perda de biodiversidade também representa um "tiro no pé", pois muitas espécies têm papéis ecológicos fundamentais e podem, ambientais, ter usos ainda desconhecidos, incluindo na agricultura, como no controle biológico de proteção.

Portanto, o desenvolvimento sustentável é crucial, buscando métodos de produção agrícola que respeitem e mantenham a integridade ambiental. Isso poderia incluir a implementação de práticas de agroecologia, reflorestamento, sistemas de produção agroflorestal e o fortalecimento das políticas de conservação ambiental.

 

¹Engenheiro Agrônomo formado pela Universidade Federal Rural da Amazônia, administrador formado pela Universidade da Amazônia, Especialista em Gestão da Informação no Agronegócio (UFJF), Mestre em Economia (UNAMA). E-mail: [email protected]