Desenvolvendo ações do Programa de Educação Ambiental pela BRASILIS Consultoria & Empreendimentos, empresa contratada pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco - Chesf para sua execução nos deparamos com distintas realidades no que se refere aos Municípios dentro do cenário brasileiro.

No interior do sertão cearense encontramos Tabuleiro do Norte. Localizado na Mesorregião do Jaguaribe, na Microrregião do Baixo Jaguaribe, no Vale do Jaguaribe, a 211 km de distância de Fortaleza, o Município com mais de 50 anos de emancipação política, é conhecido como a Cidade dos Caminhoneiros. A principal fonte de renda de sua população é o transporte de cargas através de seus vários caminhões, levando riquezas e desenvolvimento para todo o Brasil.

E, é lá no sertão, neste mesmo município, em terras onde até parece que o tempo parou, onde  o sol brilha durante os 365 dias do ano, onde chegar parece uma eternidade que se localiza a comunidade de Santo Antônio dos Alves.

Fundada em 1963 pelo Senhor Antonio dos Alves. A comunidade teve início, com abertura da caatinga onde foi erguida a primeira casa de taipa. De lá, o Sr. Antônio viu nascer seus filhos, criar suas galinhas, bodes, ovelhas e plantações de banana, tomates, e hortaliças em geral.

O cenário de Santo Antônio dos Alves se assemelha a cenários semelhantes no Brasil a fora. Capelinha em homenagem a Nossa Senhora da Candeia, chão de barro batido, vegetação seca, uma Escola Municipal com Ensino até o Fundamental Menor que em breve será desativada, a energia elétrica chegou e logo após as torres de transmissão da Chesf e a simplicidade e cortesia das pessoas, todas de mesma família que habitam o lugar.

Como os processos históricos demonstram pequenas comunidades interioranas, sem recursos, sem investimentos, tendem a deixar de existir; e, é essa a realidade da Comunidade de Santo Antônio dos Alves.

A paisagem ambiental mudou. Hoje raramente se vê queimadas, os animais como tatu-peba, a raposa do mato, o timbu, só aparecem raramente, a flora da caatinga vem desaparecendo e a paisagem cada vez se torna mais árida. Os jovens à medida que vão iniciando a fase adulta migram para o Município Sede da Comunidade ou até mesmo para a Capital em busca de emprego, e de melhores condições de vida.

Ficam no local as pessoas mais velhas, que mantêm na mente as lembranças da história do lugar e o sonho de ver as coisas mudarem enquanto que os mais jovens levam consigo os sonhos não compartilhados pelos precursores da família.

 Nadja Leite

Mestre em Serviço Social

Consultora da Brasilis Consultoria & Empreendimentos