A HISTÓRIA

 A pensar que a história de Arraial do Cabo e nova, ou que devido a sua emancipação recente do município de Cabo Frio imagina ter uma historia resumida. Baseados em pesquisas constatamos que a historia de Arraial do Cabo inicia aproximadamente há um milhão de anos atrás, quando, pela ação dos ventos e de correntes marítimas, foram incorporadas ao continentes por três ilhas, hoje morros do Mirante, do Forno e Pontal da Atalaia.

Observamos que os seus primeiros habitantes humanos chegaram há cerca de cinco mil anos. Tendo como habitantes nômades, inúmeros grupos de viajantes que viviam em grupos no alto dos morros e desciam apenas para buscar alimentos.

Alguns anos mais a frente vieram os índios da grande nação tupi-guarani, Tribos Tupinambás habitavam toda a área correspondente ao Estado do Rio de Janeiro, e, nas terras onde surgiria Arraial, eram representados pelos tamoios. Estes, mais avançados que os nômades, viviam em aldeias, caçavam, plantavam mandioca, faziam peças de cerâmica e enfeitavam-se com penas. O pescado, os crustáceos e os moluscos formavam o "cardápio" destes indígenas, mas também a cultura da mandioca e a caça eram utilizadas para complementar sua alimentação. Destaca-se ainda, na cultura tupinambá, a confecção de peças de cerâmica. Segundo estudos arqueológicos, havia cerca de 50 aldeias tupinambás na região, estimando-se uma população que variava de 25.000 a 75.000 habitantes antes da conquista européia. Apesar de muito ser falado da realidade dos faltos acima relatados, sabemos que e possível tal comprovação a partir de diversos restos arqueológicos catalogados em toda a região, que é composta de diversos sambaquis (sítios arqueológicos com esqueletos e artefatos).

Enquanto os homens pescavam, as mulheres salgavam os peixes, cuidavam das tarefas domésticas e faziam rendas de bilros, artesanato típico da região mantido até hoje, embora de forma rara.

 

COLONIZAÇÃO

Monumentos e peças históricas até hoje lembram importantes passagens do início da colonização de Arraial, como a Igreja Nossa Senhora dos Remédios, construída em 1506, na Praia dos Anjos, pelos Portugueses e o Monumento Américo Vespúcio, no largo do descobrimento. Embora a colonização e o desenvolvimento da região tenham tomado velocidade com a fundação da cidade de Cabo Frio, em 1616, Arraial do Cabo viveu durante muito tempo esquecido, isolado como um paraíso. Não havia acesso a outros povoados. Era pela praia que seus moradores iam e vinham, a pé ou a cavalo, para trocar, vender e comprar mercadorias. A pesca também foi de grande importância nesse período. Em Arraial do Cabo, florecia a pesca de arrasto e por isso foi construída a vila de Nossa Senhora dos Remédios.

Nas décadas de 40 e 50 a cidade de Cabo Frio, que ainda era muito pequena, com poucos habitantes, possuía apenas um comércio local, a economia se sustentava basicamente da pesca. Um distrito da cidade, chamado Arraial do Cabo fatores clima, fisiografia, fenômenos marítimos, favoráveis para qualquer um ser feliz.

ECOTURISMO

Não e de hoje que existem diversas definições de turismo, analisando algumas dessas definições e possível compreender o porquê dessas multi formas que vem em decorrência a esta atividade que esta inserida em muitas outras atividades ao seu redor.

O turismo é um fenômeno caracterizado pelo deslocamento temporário de pessoas de seu local de origem para um determinado local, com permanência e utilização de serviços e equipamentos turísticos. Envolve tanto aspectos econômicos, quanto sociais, naturais, culturais e políticos, compondo um conjunto de serviços e equipamentos interdependentes entre si, os quais são ofertados ao turista por diferentes empresas turísticas (REJOWSKI apud PORTUGUEZ, 2002).

Baseado no que e citado acima, conclui que deve ser explorar as riquezas e potencialidades dos recursos naturais das áreas próprias ao desenvolvimento de inúmeras atividades, gerando assim uma integração com o meio ambiente e havendo um planejamento integrado direcionado a utilização com uso moderado sem assim destruir, intenção gerar um planejamento integrado e direcionado com o foco sustentável.

O ecoturismo nasceu da ideia de usufruto da natureza gerando de volta o homem ao meio natural, isso qualifica que o produto turístico aqui utilizado é o menos transformador possível, ou seja, deve haver uma preservação do que é natural, de certa forma manter a integridade do meio natural, sem gerar maiores interferências do homem.

A conceitos específicos que classificam o ecoturismo, dentre eles destacam se : respeito moradores(comunidades locais); envolver diretamente os moradores das comunidades; respeitas e condições naturais de conservação do meio ambiente; interar ao conhecimento educacional e dar garantia de que o turista incorpore para a sua vida o que aprende em sua visita, gerando consciência para a preservação da natureza e dos patrimônios histórico, cultural e étnico. 

MEIO AMBIENTE

A fisiografia de Arraial do Cabo entende se que a limitações dentro do município que vai do norte ao município de Cabo Frio, a leste e a sul, com o Oceano Atlântico e a oeste, com o município de Araruama.

O conhecimento nacional e internacional foi através do mergulho, por suas águas ao mar serem bem favoráveis a pratica tornou se conhecida com "capital do mergulho". A praia de águas transparente e areia muito branca tornam sua costa num dos locais brasileiros mais propícios para a pesca submarina e mergulho. A abundante fauna marinha é decorrente da ressurgência, um fenômeno oceanográfico que consiste na subida de águas profundas e ricas em nutrientes, para regiões menos profundas do oceano.

O município tem uma área preservada pelo IBAMA, que venha a ser um “estreito pedaço de terra, banhado a sul pelo Oceano Atlântico e a Norte pela Lagoa de Araruama”  Restinga de Massambaba, local esse que e encontrado inúmeras espécies raras.

Tem como o clima tropical litorâneo, com muito vento que transforma a temperatura local, o município praticamente desconhece temperaturas muito elevadas ou muito baixas. No ano de 2007 a máxima absoluta foi de apenas 31,7°C (a menor de todo o estado) e a mínima de 12,9°C. Historicamente, o município tem máxima absoluta de 34°C e mínima de 10°C. Também chove bem pouco, com média pluviométrica anual de cerca de 800mm. A insolação (horas de sol) é uma das maiores do estado.

URBANIZAÇÃO

No inicio dos anos 40 o município de Cabo Frio sofre inúmeras modificações estruturais mais especificamente falando do Canal do Itajuru.  Nesse local ocorreram várias dragagens para assim permitir de forma mais facilitada às navegações assim favorecer as industrias que estavam sendo implantadas no município de Cabo Frio. Em suas margens próximas da barra iniciou as construções de inúmeras instalações portuárias, armazéns pesqueiros, armazéns de sal, fábrica de cal e estaleiros. Mas uma nova atividade econômica começava na região.

A modernidade e as inúmeras modificações não eram desfrutes de apenas moradores da cidade de Cabo Frio as grandes modificações alcançavam também a região de Arraial do Cabo que na época ainda pertencia a Cabo Frio. Com as mudanças ocorridas na malha urbana a população também se modificou. As primeiras mudanças de comportamento social começaram em 50, e apareceram decorrentes do início dos avançados em que as obras apareceram com maiores evidências; as diferenças começaram a ser notadas modificações no aspecto de lugarejo pequeno com simples moradores em vila de pescadores, não foi só econômica, mas, entretanto foi também, social e política.

Com o crescimento em alta, que ocorria na década de 60, à instalação de grandes usinas de beneficiamento uma das instalações foi à indústria de sal em Cabo Frio. Na mesma década ocorreu outra implantação, o complexo industrial da Companhia Nacional de Álcalis em Arraial do Cabo, com essa implantação foi se dada também a criação de inúmeras empresas e foram instaladas salinas que passaram a extrair a sua matéria prima de base pra CNA.

Devido o crescente processo de industrialização do município, foi crucial para atrair grandes quantidades de trabalhadores de outras regiões do Brasil. Com a construção da ponte Rio – Niterói em 1970, a região passou a ser conhecida como Baixada Litorânea, localizada no estado do Rio de Janeiro.  A construção da ponte pode-se dizer que foi a mola propulsora que gerou grande parte do aumento, ainda mais a quantidade de novos moradores advindos de outras cidades brasileiras. O crescimento decorrente da industrialização pra região com chegada da implantação dessas grandes empresas trouxe inúmeras vagas da modernidade e desse chegado crescimento foi visto que de uma hora pra   outra a população aumentou, gente vinda de todas as localidades inclusive famílias de franceses e poloneses e assim houve expansão, e foram surgindo às chaminés das fábricas.

Com todo o crescimento muitos bairros foram preenchidos por espaços vazios de Arraial do Cabo, principalmente onde estavam instalados os depósitos de líquidos da CNA, então se formou o bairro industrial local também onde estava instalada uma das empresas européias fornecedoras de grande parte da tecnologia de máquinas para a construção das empresas instaladas. No início eram muitos barracões antigos, abrigos provisórios no estilo de moradia de guerra para trabalhadores, com características comuns aos bairros proletários urbanos, com muitas de antenas e televisores, antecipando o mar de parabólicas dos tempos atuais, trazendo os reflexos da chegada do desenvolvimento devidos o crescimento industrial.

Passando por crescentes e contínuos processos de urbanização, principalmente pela mudança do perfil de moradores locais, Arraial do Cabo passou ser também local de interesse turístico com grande aumento em números de residência de veranistas. Devido esses interesses, seja turístico ou empregatício, faziam com que mais moradores chegassem, tornando um importante ponto de construção e da especulação imobiliária. Com tudo esse processo não seria nada, se não fosse às implantações e extensão da malha rodoviária que vinha facilitar a chegada à região.

Atrelado a este processo, observa-se, a criação de espaços de contradições, tendo em vista, a valorização de determinadas áreas em detrimento de outras. A população de maior poder econômico ocupa as áreas que possuem melhor infraestrutura urbana, enquanto, as classes menos abastadas acabam por ocupar áreas periféricas, muitas vezes insalubres e irregulares.

A ocupação desordenada de áreas costeiras e alagadiças culmina em processos de degradação ambiental que contribuem para a modificação da paisagem na região. Junto desses processos, viu-se inúmeras contradições, visto que era excessiva a valorização de algumas áreas e nem tanto em outras, sendo assim as áreas com melhor infraestrutura, as que possuíam uma melhor localização e sendo área urbanizada, vinha ser ocupada pela população com poder econômico mais elevado. Com o grande avanço e crescimento com a chegada das empresas, evidentemente as classes mais desprovidas iriam buscar locais de moradias aonde fosse possível se estabelecer, então algo típico ao processo de metropolização começou ocorrer.  A solução estabelecida foi à saída pra áreas periféricas, essas áreas se tornam em um lugar tremendamente ameaçador para seus moradores. Quem acharia razoável viver numa localidade que reúne praticamente todos os defeitos que uma cidade pode ter? Ruas sem calçamento, alagamentos quando chove, bairros que não possuem hospital nem dentistas. Em boa parte das casas, a água encanada e o esgoto são obtidos apenas com ligação clandestina sendo jogado na lagoa ou em fossas que podem entrar em contato com o lençol freático, e dessa forma que, em muitos casos os detritos fisiológicos correm a céu aberto. Praça e área verde são artigos de luxo. Como não há coleta de lixo, os moradores servem-se dos terrenos baldios e jogam as margens da lagoa vivem num ambiente poluído sujeito as inúmeras doenças. As casas são erguidas em lotes sem calçada ou estruturas em plantas feitas por amadores, sem inspeção profissional, tornando ainda mais riscos aos moradores. Isso sem citar no policiamento, que é precário, e as taxas de criminalidade só aumentam. Esses lugares completamente desprovidos de qualquer tipo de urbanização, comércios, escolas, posto de saúde, igreja ou outros tipos de melhoria em meio social, dessa forma começou a formação de loteamentos clandestinos, essas áreas mais centrais de “feiúra” arquitetônica, cinturões de miséria e grandes índices de doenças infecto contagiosas onde vive a população de baixa renda. Áreas essas insalubres irregulares, muitas das vezes em alagados bem próxima da costa, inúmeras ocupações em locais impróprios, causando grande degradação ambiental e impactando grandes mudanças físicas e estruturais da paisagem da região.

Embora todo esse “mal”, é possível observar que depois das implantações das empresas, houve uma mudança de grande magnitude, jamais havia em Arraial do Cabo, telefones, médicos, dentistas, escolas ou melhorias na urbanização. Era um lugar de gente assustada, modesta vila de pescadores com poucos moradores e sem interesses de investimento para o crescimento e desenvolvimento local, a mudança foi tão evidente que por conta da Estatal a região pediu a emancipação de Cabo Frio, alegando que a prefeitura sempre agiu com descaso, fazendo com que os lucros obtidos através da CNA, fossem investidos no então novo município de estabelecido pelo nome de Arraial do Cabo.

Todos os acontecimentos foram importantes para a passagem de uma vida simples rústica pra uma moderna. O que era apenas uma escuridão nas noites e suas ruas mal-arrumadas explode luzeiro público e residencial, água encanada jorrando da torneira, alargaram-se as ruas estreitas, novas construções escolas e com novidades, junto delas os novos habitantes, uma complexa transição de economia tradicional pra industrial com crescimento dos trabalhos assalariados, mudanças da industrialização e da urbanização estabelecendo o espaço urbano.

REFERENCIAS

 

RIBEIRO. J., Princípios para a sustentabilidade – Feam. Fundação de Engenharia do Meio Ambiente de Minas Gerais – 1998. p.81

SUGUIO, K. & TESSLER, M. Planícies e cordões litorâneos quaternários do Brasil:

Origem e nomenclatura. In: SIMPOSIO SOBRE RESTINGAS BRASILEIRAS, 1984.

Niterói: Programa de Geoquímica da UFF, 1984.

PAULINO.W. R., Biologia Atual – vol. 3, Genética e Ecologia 10ª Edição, Editora Ática,São Paulo, 2000. 327p.

CONFLITOS AMBIETAIS E SANEAMENTO BASICO DO RIO DE JANEIRO

http://www.forumrio.uerj.br/documentos/revista_16-17/Cap-6-Sonia_Oliveira.pdf -

Visitado em 26/10/2012

ARRAIAL DO CABO A CAPITAL DO MERGULHO

http://www.arraialdocabo-rj.com.br/  Visitado em 29/10/2012

PREFEITURA MUNICIPAL DE ARRAIAL DO CABO

http://www.arraial.rj.gov.br/prefeitura/ Visitado em 29/10/2012