Este ano (2010) fez dezoito da realização da ECO-92 ou RIO-92 (Segunda Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente), que aconteceu no Rio de Janeiro. A primeira foi em 1972 na cidade de Estocolmo. A RIO-92 foi um super evento que reuniu dezenas de chefes de Estados e de Governos do mundo inteiro, dos quais assinaram diversos tratados e acordos comprometendo-se na preservação da natureza, garantindo assim, a sustentabilidade ecológica" tão falada e tão sonhada. Entre outras ações, acordaram em diminuir a liberação de CFC (Cloro-Flúor-Carbono) na atmosfera, pois o CFC é altamente prejudicial para a camada de ozônio (gás que filtra os raios solares com a função de proteger o planeta); um outro acordo assinado na RIO-92 foi o compromisso dos países em promover o chamado desenvolvimento sustentável.
Em 2002, a ONU realizou a Terceira Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente, a Rio+10 na África do Sul, os conferencistas constataram que em dez anos pouca coisa mudou, a degradação continua em toda parte do mundo. No entanto, pequenas melhoras foram percebidas (como exemplo a redução de CFC na atmosfera), isso é uma sinalização importante, mas não significa necessariamente compromisso com a causa ambiental, tanto por parte dos países centrais como por parte dos países periféricos, já que outros tipos de poluição e degradação aumentaram significativamente.
Sabe-se que desde a Pré-história, a biosfera tem sofrido diversas modificações em seu estado natural, tornando cada vez mais perigosa à sobrevivência humana.
Percebe-se que "a simples presença do homem no meio natural já é um impacto, pois o ato de extrair o mínimo necessário para sua sobrevivência caracteriza-se em impacto ambiental".
No Brasil a coisa não foi diferente do resto do planeta, o país tem sofrido com as degradações ambientais desde o século XVI, como exemplo tem-se a quase total destruição da mata atlântica (hoje restam apenas cerca de 7% da mata original), e as explorações minerais, sobretudo nos estados da região amazônica e centro-sul do país. Mas, foi a partir da Revolução Industrial que a degradação e os desastres ambientais ganharam proporções bem mais assustadoras em todo mundo ? No Brasil a partir do Século XX. A floresta amazônica também não foi poupada, assim como os manguezais no território maranhense: no primeiro caso são as queimadas e derrubadas, que atingiram índices impressionantes nos últimos anos; no segundo, a destruição de forma predatória e contínua em ritmo forte. Prejudicando o equilíbrio dos ecossistemas e a saúde humana direta e indiretamente, comprometendo a qualidade de vida das populações.
Recentemente diversos desastres ecológicos ocorreram no Brasil (palco da ECO-92), como derramamentos de petróleo na baía da Guanabara no Rio de Janeiro - gerando a chamada maré negra, matando diversas espécies e prejudicando a saúde e a sobrevivência humana, vegetal e animal na região.
No Maranhão, especialmente em São Luís, pode-se destacar a poluição do rio Anil e a degradação de suas margens, com completa destruição das matas ciliares e assoreamento significativo. O derramamento do esgoto doméstico e industrial e a deposição de lixo têm colocado em risco as populações ribeirinhas, estando toda a população ludovicence sujeita à adquirir diversos tipos de doenças, como cólera e doenças provenientes de ratos e baratas.
Pensado na sobrevivência humana no planeta, o mínimo que se pode imaginar, é que, caso nossas autoridades não cumpram a Constituição Federal e leis complementares (ambientais), teremos um caos ecológico em poucos anos. Mas se nós, educadores, médicos, geógrafos, biólogos, advogados, engenheiros, promotores, juízes, vereadores, deputados, etc., não tomarmos consciência do nosso papel também como educador de gerações, a situação pode ficar ainda mais crítica, pois o aluno, o jovem, o cidadão, mal informado de hoje, é o alienado de amanhã. O verdadeiro profissional, o verdadeiro cidadão: "[...] tem que ser consciente do seu papel, e capaz de entender que ele é o preparador de gerações. [...] "(SILVA, 2003 p.02).
Se todos os profissionais supracitados são preparadores de geração e devem ter também como compromisso profissional o respeito ao ambiente. O professor tem uma responsabilidade maior ainda, pois ele não é apenas formador de opiniões, ele é formador de toda sociedade. Então, mais um motivo para inserir em suas aulas e debates questões relacionadas a natureza e a problemática ambiental contemporânea. Temas como a biodiversidade e a sustentabilidade econômica e ecológica devem ser trabalhados e discutidos obrigatoriamente no ambiente escolar, estendendo até as comunidades.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais são elementos importantíssimos na discussão da questão ambiental, e devem ser trabalhados na escola por todas as disciplinas.
Somente conseguiremos formar cidadãos comprometidos, contextualizados e sensíveis com a problemática ambiental do planeta, quando a educação ambiental começar não apenas na escola, mas no meio familiar. Pois a educação ambiental é acima de tudo, a educação dos modos e costumes, e para isso mudar é necessário uma mudança de atitude no lar, na família, na individualidade humana.

Artigo publicado em 12/09/2006 na página 4,
Caderno de Opiniões do Jornal O Imparcial.
São Luís - Maranhão - Brasil.



ישו, המאסטר של המאסטרים.