Hugo Clecio Passos dos Santos1 [[email protected]]

Neiane Ferreira Soares Gomes2 [[email protected]]

Jullys Allan Guimarães Gama3 [[email protected]]

Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão – IESMA/UNISULMA

Rua São Pedro S/Nº Bairro Cristo Rei – CEP 65.907-070

RESUMO

 A arborização é muito importante para obtenção de níveis satisfatórios de qualidade de vida nas cidades. O presente trabalho teve como objetivo inventariar o patrimônio arbóreo das principais praças do centro urbano de Imperatriz – MA. O procedimento metodológico consistiu em uma pesquisa de campo e sua coleta de dados compreendeu o período do segundo semestre de 2009, verificando-se a ocorrência de uma população de 250 árvores pertencentes à 23 famílias e 40 espécies sendo 21 exóticas e 19 nativas à flora brasileira. As espécies de maior frequência foram Mangifera indica (Mangueira), Clitoria fairchildiana (Fava do Brejo), Prunus dulcis (Amendoeira), Licania tomentosa (Oitizeiro), Tabebuia roseo-alba (Ipê Branco), Anacardium occidentale (Cajueiro), Pouteria oblanceolata (Tuturubá), Olea sp. (Azeitona Preta), Cassia spectabilis (Aleluia) e o Ingauruguensis ingavirescens (Ingazeiro), representando 77,2% da arborização da área de estudo. Os resultados demonstram que a arborização é heterogênea em relação a quantidade de indivíduos por espécie, o que dá uma conotação de diversidade, que por sua vez, caracteriza as praças como bem arborizadas, em relação a aspectos quantitativos.

 

Palavras-chave: Indivíduos arbóreos. Áreas verdes. Arborização urbana.

1  INTRODUÇÃO

A arborização das cidades constitui-se em um elemento de grande importância para a elevação da qualidade de vida da população, seja em grandes centros urbanos quanto em pequenas cidades (BALENSIEFER; WIECHETECK, 1987; SOUSA 2001 apud MENESES, 2003). As árvores urbanas trazem muitos benefícios, pois reduzem o calor e a poluição atmosférica e sonora; geram sombras; contribuem para a formação das nuvens; embelezam ruas, canteiros, jardins e praças; protegem o solo; e atraem a avifauna, dentre tantos outros benefícios (SILVA; PAIVA; GONÇALVES, 2007).

Segundo Silva; Paiva e Gonçalves (2007), inventário florestal pode ser definido como sendo uma atividade que visa obter informações qualitativas e quantitativas dos recursos florestais existentes em uma determinada área. E quanto a sua intensidade podem ser completos ou amostrais. Tal levantamento, conforme Takahashi (1994) é fundamental para o planejamento e manejo da arborização, fornecendo informações sobre a necessidade de poda, tratamentos fitossanitários ou remoção e plantios, bem como para definir prioridades de intervenções.

Jardins, parques e praças, conforme Meunier (2009) devem ser locais onde imperam os elementos naturais. Locais de solo não impermeabilizados, oportunidade de estar em contato com a natureza, mesmo que em fragmentos restritos e com elementos artificiais, os jardins e parques urbanos são elementos necessários à própria urbanização e à convivência civilizada e saudável nas cidades. Isso sem falar no embelezamento que trazem, com diferentes cores e formas de vida, na tão necessária amenização climática e na redução dos gastos com energia “já que, inexoravelmente, em uma cidade sem árvores e sem sombra, os condicionadores de ar são acionados por aqueles que podem adquiri-los e sustentá-los” (grifo da autora).

A fim de Identificar quantitativamente o patrimônio arbóreo das principais praças do centro urbano de Imperatriz – MA, foi feito este estudo.

2  MATERIAIS E MÉTODOS

A pesquisa foi realizada durante o segundo semestre de 2009 utilizando o método proposto por Silva, Paiva e Gonçalves (2007) com modificações, nas Praças do centro urbano de Imperatriz – MA, que compreende a Praça Brasil, Praça de Fátima, Praça João Bispo dos Santos, Praça da Cultura, Praça Francisco de Freitas, Praça Tiradentes, Praça da Meteorologia e Praça Mané Garrinha. Para a realização do inventário completo foi utilizado um mapa da cidade atualizado, uma prancheta, formulário para anotações do diagnóstico, composto basicamente por nome vulgar, nome científico, família, frequências absoluta e relativa e origem além de lápis, borracha e a chave de identificação botânica.

Os dados foram coletados através de contato in loco com cada indivíduo arbóreo. Para o auxílio na identificação das espécies vegetais, contou-se com o apoio de um identificador botânico.

3  RESULTADOS E DISCUSSÕES

De acordo com o levantamento efetuado, existe um total de 250 árvores distribuídas nas praças do centro urbano da cidade de Imperatriz – MA.

A Tabela 1 apresenta uma lista com todas as espécies descritas no inventário ora aqui apresentado. Nela são expostos dados como o nome científico, a família, as frequências absolutas e relativas (%) de cada espécie citada e sua origem quanto nativa ou exótica à flora brasileira.

Tabela 1: Enumeração das Espécies encontradas, com seus respectivos nomes científicos, família, frequência absoluta e frequência relativa (%) e origem

Nome Vulgar

Nome Científico

Família

Fr. Absoluta

Fr. Relativa

Origem

Mangueira

Mangifera indica

Anacardiaceae

106

42,40

E

Fava do Brejo / Sombreiro

Clitoria fairchildiana

Fabaceae

14

5,60

N

Amendoeira

Prunus dulcis

Rosaceae

13

5,20

E

Oitizeiro

Licania tomentosa

Chrysobalanaceae

13

5,20

N

Ipê Branco

Tabebuia roseo-alba

Bignoniaceae

11

4,40

N

Cajueiro

Anacardium occidentale

Anacardiaceae

10

4,00

N

Tuturubá

Pouteria oblanceolata

Sapotaceae

9

3,60

N

Azeitona Preta

Olea sp.

Oleaceae

6

2,40

E

Aleluia

Cassia spectabilis

Fabaceae

6

2,40

N

Ingazeiro

Ingauruguensis ingavirescens

Mimosaceae

5

2,00

N

Bacurizeiro

Platonia insignis

Clusiaceae

4

1,60

N

Jambeiro

Syzygiun malaccensis

Myrtaceae

4

1,60

E

Mamorana / Monguba

Panchira aquatic

Bombacaceae

4

1,60

E

Flamboyant

Delonix regia

Leguminosae

3

1,20

E

Ipê Amarelo

Tabebuia Alba

Bignoniaceae

3

1,20

N

Ficus

Ficus benjamina

Moraceae

3

1,20

E

Mata-fome

Pithecelobium dulce Benth.

Leguminosae

3

1,20

E

Mororó / pata de vaca

Bauhinia variegata L

Leguminosae

3

1,20

N

Mulungu

Erythirina velutina

Fabaceae

3

1,20

N

Ata

Annona sp.

Annonaceae

2

0,80

E

Barriguda / Sumaúma

Ceiba pentandra

Bombacaceae

2

0,80

N

Cupuaçu

Theobroma grandiflorum

Malvaceae

2

0,80

N

Nim

Azadirachta indica

Meliaceae

2

0,80

E

Pau-ferro

Caesalpinia férrea var. Leiostachya

Leguminosae

2

0,80

N

Pequi

Caryocar basiliense

Caryocaraceae

2

0,80

N

Abacateiro

Persea Americana

Laureaceae

1

0,40

E

Ameixeira

Prunus serrulata

Rosaceae

1

0,40

E

Angico Cascudo

Anadenathera peregrina

Mimosaceae

1

0,40

N

Cacaueiro

Theobroma cacao

Malvaceae

1

0,40

N

Cedro

Cedrela odorata

Meliaceae

1

0,40

E

Eucalipto

Eucalyptus globules

Myrtaceae

1

0,40

E

Flamboyanzi-nho

Caesalpinia pulcherrima

Leguminosae

1

0,40

E

Ipê Roxo

Tabebuia heptaphylla

Bignoniaceae

1

0,40

N

Jasmim

Plumeria rubra

Apocynaceae

1

0,40

E

Jatobá

Hymenaea couvaril L.

Kesalpiniaceae

1

0,40

N

Laranjeira

Citrus x sinensis

Rutaceae

1

0,40

E

Mutamba

Guazuma ulmifolia

Sterculiaceae

1

0,40

E

Siriguela

Spondias purpúrea

Anacardiaceae

1

0,40

E

Tamarindo

Tamarindus Indica L.

Fabaceae

1

0,40

E

Unha de Gato

Uncaria tomentosa

Rubiaceae

1

0,40

E

TOTAIS

40 sp.

23

250

100,00

N=19

E= 21

Fonte: Coleta de Campo

N = origem nativa à flora brasileira

E = origem exótica à flora brasileira

Com base na leitura desta, o patrimônio arbóreo das praças em questão é composto por 250 indivíduos arbóreos, divididos em 40 espécies, sendo 21 exóticas e 19 nativas representantes de um total de 23 famílias.

Mediante às informações ora descobertas é possível diagnosticar tal arborização, com baixa diversidade de espécies, uma vez que as frequências relativas no geral são muito baixas, e consequentemente a distribuição da arborização se torna consideravelmente homogênea no espaço urbano quando analisamos a alta frequência relativa das espécies de Mangifera indica (mangueira) que sozinha corresponde pouco mais de 40% do total de indivíduos pesquisados.

Estes dados são meramente quantitativos, e o intuito, portanto, não é discorrer sobre a qualidade dessa arborização, mas apenas identificá-la.

4  CONSLUSÕES

A área inventariada apresenta predominância de 10 espécies, Mangifera indica (Mangueira), Clitoria fairchildiana (Fava do Brejo), Prunus dulcis (Amendoeira), Licania tomentosa (Oitizeiro), Tabebuia roseo-alba (Ipê Branco), Anacardium occidentale (Cajueiro), Pouteria oblanceolata (Tuturubá), Olea sp. (Azeitona Preta), Cassia spectabilis (Aleluia) e o Ingauruguensis ingavirescens (Ingazeiro), somando 77,2% do patrimônio arbóreo estudado, 70% destas são de origem nativa e os 30%, restante, de origem exótica à flora do Brasil.

As 30 espécies restante representam os outros 22,8% da população em estudo, caracterizando uma distribuição do número de indivíduos por espécies bastante heterogênea.

A espécie, Mangifera indica (mangueira) apresentou frequência relativa bastante elevada, com 42,4%, dos indivíduos em relação ao total dos indivíduos inventariados.

Para Silva, Paiva e Gonçalves (2007), a homogeneidade e a diversidade procuram responder se o local é bem ou mal arborizado. Por diversidade entende-se o número de espécies encontradas na arborização das praças, com base no número de indivíduos medidos. É uma análise subjetiva. Assim, em princípio, pode-se dizer que, quanto mais espécies forem encontradas, mais diversificada é a arborização.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MENESES. Carlos H. S. G. et al. Análise da arborização dos Bairros do Mirante e Vila Cabral na Cidade de Campina Grande – PB. Revista de Biologia e Ciências da Terra. Campina Grande, v.3, n.2, jul./dez. 2003.

MEUNIER, Isabelle M. J. Dendrofobia e aquecimento urbano. 2009. Disponível em: <http://www.nordesterural.com.br/nordesterural/matLer.asp?newsId=7133> Acesso em: 10 Nov. 2009

SILVA, Aderbal G.; PAIVA, Haroldo N.; GONÇALVES, Wantuelfer. Avaliando a Arborização Urbana. Viçosa, MG: Aprenda Fácil, 2007. 1ªed.

TAKAHASHI, L. Y. Arborização urbana: inventário. In: Congresso Brasileiro de Arborização Urbana, 2., 1994, São Luís, MA. Anais... São Luís, MA: Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, 1994, p.193-200.

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[1, 2] Pós-Graduandos em Gerência e Monitoramento Ambiental – Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão – IESMA/UNISULMA.

 [3] Prof. Esp. Jullys Allan Guimarães Gama – Núcleo de Pós-Graduação - Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão – IESMA/UNISULMA.