Inventário do Patrimônio Arbóreo das Praças do Centro Urbano de Imperatriz - MA
Publicado em 15 de fevereiro de 2013 por Hugo Clécio Passos dos Santos
Hugo Clecio Passos dos Santos1 [[email protected]]
Neiane Ferreira Soares Gomes2 [[email protected]]
Jullys Allan Guimarães Gama3 [[email protected]]
Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão – IESMA/UNISULMA
Rua São Pedro S/Nº Bairro Cristo Rei – CEP 65.907-070
RESUMO
A arborização é muito importante para obtenção de níveis satisfatórios de qualidade de vida nas cidades. O presente trabalho teve como objetivo inventariar o patrimônio arbóreo das principais praças do centro urbano de Imperatriz – MA. O procedimento metodológico consistiu em uma pesquisa de campo e sua coleta de dados compreendeu o período do segundo semestre de 2009, verificando-se a ocorrência de uma população de 250 árvores pertencentes à 23 famílias e 40 espécies sendo 21 exóticas e 19 nativas à flora brasileira. As espécies de maior frequência foram Mangifera indica (Mangueira), Clitoria fairchildiana (Fava do Brejo), Prunus dulcis (Amendoeira), Licania tomentosa (Oitizeiro), Tabebuia roseo-alba (Ipê Branco), Anacardium occidentale (Cajueiro), Pouteria oblanceolata (Tuturubá), Olea sp. (Azeitona Preta), Cassia spectabilis (Aleluia) e o Ingauruguensis ingavirescens (Ingazeiro), representando 77,2% da arborização da área de estudo. Os resultados demonstram que a arborização é heterogênea em relação a quantidade de indivíduos por espécie, o que dá uma conotação de diversidade, que por sua vez, caracteriza as praças como bem arborizadas, em relação a aspectos quantitativos.
Palavras-chave: Indivíduos arbóreos. Áreas verdes. Arborização urbana.
1 INTRODUÇÃO
A arborização das cidades constitui-se em um elemento de grande importância para a elevação da qualidade de vida da população, seja em grandes centros urbanos quanto em pequenas cidades (BALENSIEFER; WIECHETECK, 1987; SOUSA 2001 apud MENESES, 2003). As árvores urbanas trazem muitos benefícios, pois reduzem o calor e a poluição atmosférica e sonora; geram sombras; contribuem para a formação das nuvens; embelezam ruas, canteiros, jardins e praças; protegem o solo; e atraem a avifauna, dentre tantos outros benefícios (SILVA; PAIVA; GONÇALVES, 2007).
Segundo Silva; Paiva e Gonçalves (2007), inventário florestal pode ser definido como sendo uma atividade que visa obter informações qualitativas e quantitativas dos recursos florestais existentes em uma determinada área. E quanto a sua intensidade podem ser completos ou amostrais. Tal levantamento, conforme Takahashi (1994) é fundamental para o planejamento e manejo da arborização, fornecendo informações sobre a necessidade de poda, tratamentos fitossanitários ou remoção e plantios, bem como para definir prioridades de intervenções.
Jardins, parques e praças, conforme Meunier (2009) devem ser locais onde imperam os elementos naturais. Locais de solo não impermeabilizados, oportunidade de estar em contato com a natureza, mesmo que em fragmentos restritos e com elementos artificiais, os jardins e parques urbanos são elementos necessários à própria urbanização e à convivência civilizada e saudável nas cidades. Isso sem falar no embelezamento que trazem, com diferentes cores e formas de vida, na tão necessária amenização climática e na redução dos gastos com energia “já que, inexoravelmente, em uma cidade sem árvores e sem sombra, os condicionadores de ar são acionados por aqueles que podem adquiri-los e sustentá-los” (grifo da autora).
A fim de Identificar quantitativamente o patrimônio arbóreo das principais praças do centro urbano de Imperatriz – MA, foi feito este estudo.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
A pesquisa foi realizada durante o segundo semestre de 2009 utilizando o método proposto por Silva, Paiva e Gonçalves (2007) com modificações, nas Praças do centro urbano de Imperatriz – MA, que compreende a Praça Brasil, Praça de Fátima, Praça João Bispo dos Santos, Praça da Cultura, Praça Francisco de Freitas, Praça Tiradentes, Praça da Meteorologia e Praça Mané Garrinha. Para a realização do inventário completo foi utilizado um mapa da cidade atualizado, uma prancheta, formulário para anotações do diagnóstico, composto basicamente por nome vulgar, nome científico, família, frequências absoluta e relativa e origem além de lápis, borracha e a chave de identificação botânica.
Os dados foram coletados através de contato in loco com cada indivíduo arbóreo. Para o auxílio na identificação das espécies vegetais, contou-se com o apoio de um identificador botânico.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
De acordo com o levantamento efetuado, existe um total de 250 árvores distribuídas nas praças do centro urbano da cidade de Imperatriz – MA.
A Tabela 1 apresenta uma lista com todas as espécies descritas no inventário ora aqui apresentado. Nela são expostos dados como o nome científico, a família, as frequências absolutas e relativas (%) de cada espécie citada e sua origem quanto nativa ou exótica à flora brasileira.
Tabela 1: Enumeração das Espécies encontradas, com seus respectivos nomes científicos, família, frequência absoluta e frequência relativa (%) e origem
Nome Vulgar |
Nome Científico |
Família |
Fr. Absoluta |
Fr. Relativa |
Origem |
Mangueira |
Mangifera indica |
Anacardiaceae |
106 |
42,40 |
E |
Fava do Brejo / Sombreiro |
Clitoria fairchildiana |
Fabaceae |
14 |
5,60 |
N |
Amendoeira |
Prunus dulcis |
Rosaceae |
13 |
5,20 |
E |
Oitizeiro |
Licania tomentosa |
Chrysobalanaceae |
13 |
5,20 |
N |
Ipê Branco |
Tabebuia roseo-alba |
Bignoniaceae |
11 |
4,40 |
N |
Cajueiro |
Anacardium occidentale |
Anacardiaceae |
10 |
4,00 |
N |
Tuturubá |
Pouteria oblanceolata |
Sapotaceae |
9 |
3,60 |
N |
Azeitona Preta |
Olea sp. |
Oleaceae |
6 |
2,40 |
E |
Aleluia |
Cassia spectabilis |
Fabaceae |
6 |
2,40 |
N |
Ingazeiro |
Ingauruguensis ingavirescens |
Mimosaceae |
5 |
2,00 |
N |
Bacurizeiro |
Platonia insignis |
Clusiaceae |
4 |
1,60 |
N |
Jambeiro |
Syzygiun malaccensis |
Myrtaceae |
4 |
1,60 |
E |
Mamorana / Monguba |
Panchira aquatic |
Bombacaceae |
4 |
1,60 |
E |
Flamboyant |
Delonix regia |
Leguminosae |
3 |
1,20 |
E |
Ipê Amarelo |
Tabebuia Alba |
Bignoniaceae |
3 |
1,20 |
N |
Ficus |
Ficus benjamina |
Moraceae |
3 |
1,20 |
E |
Mata-fome |
Pithecelobium dulce Benth. |
Leguminosae |
3 |
1,20 |
E |
Mororó / pata de vaca |
Bauhinia variegata L |
Leguminosae |
3 |
1,20 |
N |
Mulungu |
Erythirina velutina |
Fabaceae |
3 |
1,20 |
N |
Ata |
Annona sp. |
Annonaceae |
2 |
0,80 |
E |
Barriguda / Sumaúma |
Ceiba pentandra |
Bombacaceae |
2 |
0,80 |
N |
Cupuaçu |
Theobroma grandiflorum |
Malvaceae |
2 |
0,80 |
N |
Nim |
Azadirachta indica |
Meliaceae |
2 |
0,80 |
E |
Pau-ferro |
Caesalpinia férrea var. Leiostachya |
Leguminosae |
2 |
0,80 |
N |
Pequi |
Caryocar basiliense |
Caryocaraceae |
2 |
0,80 |
N |
Abacateiro |
Persea Americana |
Laureaceae |
1 |
0,40 |
E |
Ameixeira |
Prunus serrulata |
Rosaceae |
1 |
0,40 |
E |
Angico Cascudo |
Anadenathera peregrina |
Mimosaceae |
1 |
0,40 |
N |
Cacaueiro |
Theobroma cacao |
Malvaceae |
1 |
0,40 |
N |
Cedro |
Cedrela odorata |
Meliaceae |
1 |
0,40 |
E |
Eucalipto |
Eucalyptus globules |
Myrtaceae |
1 |
0,40 |
E |
Flamboyanzi-nho |
Caesalpinia pulcherrima |
Leguminosae |
1 |
0,40 |
E |
Ipê Roxo |
Tabebuia heptaphylla |
Bignoniaceae |
1 |
0,40 |
N |
Jasmim |
Plumeria rubra |
Apocynaceae |
1 |
0,40 |
E |
Jatobá |
Hymenaea couvaril L. |
Kesalpiniaceae |
1 |
0,40 |
N |
Laranjeira |
Citrus x sinensis |
Rutaceae |
1 |
0,40 |
E |
Mutamba |
Guazuma ulmifolia |
Sterculiaceae |
1 |
0,40 |
E |
Siriguela |
Spondias purpúrea |
Anacardiaceae |
1 |
0,40 |
E |
Tamarindo |
Tamarindus Indica L. |
Fabaceae |
1 |
0,40 |
E |
Unha de Gato |
Uncaria tomentosa |
Rubiaceae |
1 |
0,40 |
E |
TOTAIS |
40 sp. |
23 |
250 |
100,00 |
N=19 E= 21 |
Fonte: Coleta de Campo
N = origem nativa à flora brasileira
E = origem exótica à flora brasileira
Com base na leitura desta, o patrimônio arbóreo das praças em questão é composto por 250 indivíduos arbóreos, divididos em 40 espécies, sendo 21 exóticas e 19 nativas representantes de um total de 23 famílias.
Mediante às informações ora descobertas é possível diagnosticar tal arborização, com baixa diversidade de espécies, uma vez que as frequências relativas no geral são muito baixas, e consequentemente a distribuição da arborização se torna consideravelmente homogênea no espaço urbano quando analisamos a alta frequência relativa das espécies de Mangifera indica (mangueira) que sozinha corresponde pouco mais de 40% do total de indivíduos pesquisados.
Estes dados são meramente quantitativos, e o intuito, portanto, não é discorrer sobre a qualidade dessa arborização, mas apenas identificá-la.
4 CONSLUSÕES
A área inventariada apresenta predominância de 10 espécies, Mangifera indica (Mangueira), Clitoria fairchildiana (Fava do Brejo), Prunus dulcis (Amendoeira), Licania tomentosa (Oitizeiro), Tabebuia roseo-alba (Ipê Branco), Anacardium occidentale (Cajueiro), Pouteria oblanceolata (Tuturubá), Olea sp. (Azeitona Preta), Cassia spectabilis (Aleluia) e o Ingauruguensis ingavirescens (Ingazeiro), somando 77,2% do patrimônio arbóreo estudado, 70% destas são de origem nativa e os 30%, restante, de origem exótica à flora do Brasil.
As 30 espécies restante representam os outros 22,8% da população em estudo, caracterizando uma distribuição do número de indivíduos por espécies bastante heterogênea.
A espécie, Mangifera indica (mangueira) apresentou frequência relativa bastante elevada, com 42,4%, dos indivíduos em relação ao total dos indivíduos inventariados.
Para Silva, Paiva e Gonçalves (2007), a homogeneidade e a diversidade procuram responder se o local é bem ou mal arborizado. Por diversidade entende-se o número de espécies encontradas na arborização das praças, com base no número de indivíduos medidos. É uma análise subjetiva. Assim, em princípio, pode-se dizer que, quanto mais espécies forem encontradas, mais diversificada é a arborização.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MENESES. Carlos H. S. G. et al. Análise da arborização dos Bairros do Mirante e Vila Cabral na Cidade de Campina Grande – PB. Revista de Biologia e Ciências da Terra. Campina Grande, v.3, n.2, jul./dez. 2003.
MEUNIER, Isabelle M. J. Dendrofobia e aquecimento urbano. 2009. Disponível em: <http://www.nordesterural.com.br/nordesterural/matLer.asp?newsId=7133> Acesso em: 10 Nov. 2009
SILVA, Aderbal G.; PAIVA, Haroldo N.; GONÇALVES, Wantuelfer. Avaliando a Arborização Urbana. Viçosa, MG: Aprenda Fácil, 2007. 1ªed.
TAKAHASHI, L. Y. Arborização urbana: inventário. In: Congresso Brasileiro de Arborização Urbana, 2., 1994, São Luís, MA. Anais... São Luís, MA: Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, 1994, p.193-200.
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[1, 2] Pós-Graduandos em Gerência e Monitoramento Ambiental – Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão – IESMA/UNISULMA.
[3] Prof. Esp. Jullys Allan Guimarães Gama – Núcleo de Pós-Graduação - Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão – IESMA/UNISULMA.