EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA PROPOSTA DE CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA
Publicado em 06 de novembro de 2009 por Silas Dumont Pires Horta
INTRODUÇÃO
O meio ambiente tem sido foco de
relevantes discussões na sociedade internacional, incluindo também a
brasileira. Isto, muito provavelmente devido aos crescentes índices de desmatamento,
queimadas, despejo de poluentes nos rios e mares; gerando graves problemas de
ordem social, econômica, cultural e ecológica.
No entanto, ainda não é tão evidente
a correta percepção que os indivíduos têm sobre esse assunto, principalmente com
relação a real dimensão das variáveis ambientais e seus efeitos sobre o
cotidiano dos seres humanos e o ambiente onde se inserem e mantêm relações
constantes.
Partindo
deste pressuposto, esse trabalho visa uma proposta de educação ambiental para a
formação da consciência ecológica, ou seja, de pessoas capazes de se relacionar
harmonicamente com o meio ambiente.
REFERÊNCIAL
TEÓRICO
A
Educação é uma ferramenta de importância vital para tentativas de mudança de atitudes
entre as pessoas, bem como o meio ambiente em que vivemos é um “escoadouro” de atitudes
destrutivas e indesejáveis necessitando de mudanças urgentes nas pessoas que
dele se utilizam.
Para
Wolsk (1977), o método elaborado por Paulo Freire para promover a alfabetização
de adultos, está "intimamente relacionado com os princípios e objetivos de
muitos programas de educação ambiental", sendo eficiente, também, no
processo de conscientização ecológica individual, enfatiza o autor.
O
processo de conscientização, ou seja, a tomada de consciência que a educação
ambiental promove, projeta-se em três dimensões, a saber, de acordo com
Teitelbaum (1978):
a) como prática social concreta;
b) como assunção de uma personalidade
nacional, que em seu próprio âmbito busca a realização de seu destino histórico,
com independência, justiça e liberdade;
c) como integrantes de uma comunidade
internacional que luta pela realização dos ideais de justiça, solidariedade e
paz.
Paulo Freire
(1980) afirma que a conscientização não pode existir fora da
"práxis". Para o autor a conscientização não existe sem o ato ação -
reflexão, pois esta unidade dialética constitui de maneira permanente o modo de
ser e transformar o mundo que caracteriza o homem.
Todo indivíduo
ao começar refletir sobre seu mundo realiza um exercício de conscientização. O
autor afirma, ainda, que os homens são capazes de agir conscientemente sobre a
realidade e é precisamente isto, a "práxis humana", que é a unidade
indissolúvel entre a ação e a reflexão sobre o mundo, que permite ao indivíduo
resolver problemas e em especial, problemas ambientais.
(LENCIONE et
al, 2005), diz que a educação ambiental é, sem sombra de dúvidas, a ferramenta
transformadora das relações do ser humano com o seu meio ambiente, alicerçada
num constante processo de ação-reflexão-ação, amplamente difundido por
Paulo Freire.
Tozoni-Reis
(2004) ressalta que: A educação ambiental como mediadora dessa relação
(homem-natureza) se estabelece sobre a idéia de conscientização, na articulação
entre conhecimentos, valores, atitudes e comportamentos, podendo promover a
transformação radical da sociedade atual. É tarefa de um educador ambiental
desenvolver o associativismo, difundir o conhecimento e sugerir técnicas e
instrumentos que inspirem o engajamento da comunidade, em prol da manutenção de
sistemas ambientais.
Nesse sentido,
a relação homem-natureza, não tem se dado de forma adequada. Tal comportamento
está relacionado ao descompromisso dos indivíduos para com a participação na
resolução dos problemas ambientais, esse descompromisso é, ao mesmo tempo,
resultado de suas relações sociais historicamente estabelecidas (TOZONI-REIS,
2004).
Para PEREIRA
(1993), o objetivo principal da Educação Ambiental é proporcionar um conjunto
de situações de experiências que possibilitem:
- colocar as pessoas em contato direto com o mundo onde vivem;
- sensibilizar as pessoas para a importância do ecossistema que
nos envolve;
- discutir a importância do ambiente para a saúde e o bem estar
do indivíduo;
- desenvolver no educando o sentido ético-social diante dos
problemas ambiente.
- orientar as pessoas para as relações entre o ambiente em que
vivemos e o exercício da cidadania;
- comparar o chamado desenvolvimento econômico com a degradação
ambiental e a qualidade de vida.
No entanto, TEITELBAUM (1978),
chama a atenção para o fato de que a Educação Ambiental deverá adaptar-se aos
poucos para mudar a estrutura, e não mudar para adaptar-se a estrutura já
existente.
CONCLUSÃO
O processo de Educação Ambiental
como forma de adquirir uma consciência ecológica é de extrema importância, pois
é só através da
mesma que podemos mudar os nossos comportamentos e atitudes na
conscientização sobre o cuidado com o Meio Ambiente.
Concluo,
portanto, que a Educação Ambiental é a principal meio de combate contra as questões que
prejudiquem o meio ambiente.
Por isso, digo que nossa população está carente de projetos e programas na área de
Educação Ambiental voltado para o Meio Ambiente, tendo em vista que, a
população não se preocupa em buscar métodos que não prejudiquem o meio onde
vivem.
BIBLIOGRAFIA
PEREIRA, A. B. Aprendendo Ecologia através da Educação
Ambiental. Porto Alegre: Ed. Sagra - DC Luzatto, 1993.
TOZONI-REIS, Marília
Freitas de Campos. Educação ambiental: natureza razão e historia. Campinas, SP: Autores associados, 2004.
LENCIONE, S.;
SANTORO, M.R.R.; SEGURA, M.O., MATHEUS, C.E. AS águas que abastecem Santa
Rita do passa quatro/SP. In: Simpósio Comemorativo aos 10 Anos do Curso de
Especialização
TEITELBAUM, A . El papel de la
Educación Ambiental en America Latina. UNESCO, 1978.
FREIRE, Paulo. Conscientização:
Teoria e Prática da Libertação. Uma Introdução ao pensamento de Paulo Freire.
São Paulo: Moraes, 1980.