IMPLANTAÇÃO  DE UM NOVO TERMINAL RODOVIÁRIO EM JUCÁS-CE

 

INTRODUÇÃO 

 

O presente artigo tem por objetivo mostrar a importância de um terminal rodoviário na cidade de Jucás-CE.

Localizada na região Centro-sul do Ceará,  a 407 km de distância da sua capital Fortaleza, fazendo divisa com os municípios Iguatu, Acopiara, Saboeiro e Cariús, Jucás no ano de 2010 tinha 23.807 habitantes, com predominância na zona rural da cidade, de acordo com o senso divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (IBGE,2010).

O desenvolvimento da cidade advém da agricultura, pelo fato de boa parte da população residir na zona rural, outra parcela é resultante da extração de minérios, comércios locais, pequenas indústrias e pela própria Prefeitura (JUCÁS, 2020).

A tradicional Festa de Nossa Senhora do Carmo, a verdadeira mistura do profano e sagrado no município, realizada no mês de julho, acolhe visitantes de todos os estados do país para o festejo, dessa forma, o turismo religioso tornou-se também uma grande fonte de renda para a cidade durante esta época do ano.

Com a construção da Estátua de Nossa Senhora do Carmo no bairro Planalto, o turismo religioso na cidade deve ganhar mais força e para esta demanda é necessário um novo Terminal Rodoviário de Passageiros que dê o devido suporte aos visitantes. Este projeto terá relevância para cidade no campo econômico, político e social, uma vez que, promoverá mobilidade urbana facilitando os deslocamentos de pessoas e cargas, em trajetos intermunicipais e municipais.

Em relação ao transporte rodoviário, ele é o sistema de transporte interurbano de passageiros mais utilizado no Brasil, devido à grande abrangência da malha rodoviária, pela regularidade dos serviços oferecidos, bem como das tarifas mais acessíveis em relação a outros sistemas, como o transporte aéreo (FREITAS et al., 2011).

Segundo os autores supracitados o transporte rodoviário é fundamental para o deslocamento de pessoas pelos municípios em um país com as dimensões do Brasil, e se apresenta como uma atividade significativa na construção social e econômica de uma nação.

Os terminais rodoviários de passageiros atuam como fatores de integração nacional, constituindo um importante componente da infraestrutura de transporte e contribuem para a acessibilidade, mobilidade, geração de serviços e desenvolvimento urbano (SOARES, 2006).

O terminal que se encontra construído no município dispõe de toda estrutura para funcionar, entretanto, por sua localização inadequada não haverá funcionamento.

 

 

Figura 01: Localização do Terminal Rodoviário de Passageiros em relação ao Centro da Ciadade e CE-375. Fonte: Google Earth (2020), adaptado pela autora.

 

Sua localização é problemática, visto que está inserida distante do centro da cidade e se encontra fora da rota principal do município: Jucás x Iguatu (CE-375). Nesse contexto, o terminal rodoviário existente no município na atualidade não garante eficácia e agilidade no que se refere ao translado coletivo da região, uma vez que está localizado em um espaço não estratégico, no caso é descentralizado, ou seja, não atende o embarque e desembarque de todas as rotas que a população precisa fazer, como por exemplos os traslados de cidades vizinhas como Cariús e Tarrafas.

É importante ressaltar que a Rodoviária pode ser a porta de entrada para as pessoas que visitam a cidade durante os festejos de julho, fator que deve aumentar ainda mais com a construção da Estátua de Nossa Senhora do Carmo na cidade, trazendo um número maior de turistas em todos os meses e com isso, um equipamento como um Terminal Rodoviário, tem o papel de oferecer acesso facilitado à cidade e a qualquer tipo de informação sobre pontos turísticos da localidade.

Para isso o equipamento precisa ter uma localização mais acessível e ser compatível com a demanda de suas atividades. O novo projeto deve oferecer um Terminal Rodoviário de Passageiros (TRP) de acordo com a necessidade do município e trazer outras atividades e serviços para que assim haja maior interação com a população, que proporcione uma menor obsolescência do equipamento.

 

Mobilidade Urbana no Brasil

 

            Um estudo de Guimarães (2012) denominado: Comentários à Lei da Mobilidade Urbana, Lei 12.587/12, conceitua Mobilidade Urbana como:

 

Mobilidade urbana é, pois, o que proporciona ligação eficiente aos  bens e serviços, o que se pode obter, especialmente nesse contexto urbano, por um programa de planificações, restrições e direcionamentos, mas sobretudo, pela oferta adequada de  transporte público e de uma estrutura de sistema viário, equipamentos, instalações, controle e sinalização próprios à circulação eficiente dos diferencias modais, sendo desejável  a integração destes e das respectivas tarifas, tudo com o amparo de um ordenamento legal fulcrado em princípios, para que haja flexibilidade e efetividade da norma ao contexto mais atual possível. (GUIMARÃES, 2012, p. 91)

 

Desde que o homem começou a sentir a necessidade de explorar e desenvolver atividades sociais, culturais e políticas, que são necessárias para sociedade, a caminhada passou a ser insuficiente para suprir as novas tarefas em seu dia-a-dia. Desse modo Ferraz e Torres (2004) afirmam que a mobilidade é, sem dúvida, o elemento balizador do desenvolvimento urbano. Por isso, proporcionar mobilidade adequada para todas as classes sociais é uma ação que impulsiona o processo de desenvolvimento socioeconômico das cidades.

Ferraz e Torres (2004) destacam que os modos de transporte mais comuns são: a pé, bicicleta, motocicleta, carro, peruas (vans), ônibus, bonde (em algumas poucas cidades), metrô e trem suburbano (os dois últimos nas grandes cidades).  Os autores ainda classificam os modos de transporte em: privados ou individual, público, coletivo ou de massa e semipúblico.

A escolha do usuário para o seu deslocamento depende de muitos fatores, Ferraz e Torres (2004) enfatizam que o fator primordial é o tamanho da cidade que tem influência direta nos seus modos de locomoção. Já Vasconcellos (2012) ressalta que há três tipos de fatores para as decisões dos usuários: os fatores pessoais, como condições físicas e financeira; familiares, como a cultura local e o ciclo de vida pessoal, e externos, como a oferta de meios de transporte.

Vasconcellos (2012) deixa claro em seu estudo que o usuário possuidor de veículo particular privado tem demandas diferentes do usuário do transporte público urbano. Em função dos vários modos de deslocamento, no Brasil a Política Nacional de Mobilidade Urbana apresenta um esquema de priorização de modais, como mostra a Figura a seguir.