TRANSFORMANDO TERMINAIS RODOVIÁRIOS URBANOS NO BRASIL: DESAFIOS E ESTRATÉGIAS DE REVITALIZAÇÃO

Transforming Urban Bus Terminals in Brazil: Challenges and Revitalization Strategies

 Transformando Terminales de Autobuses Urbanos en Brasil: Desafíos y Estrategias de Revitalización

 

SILVA, Hevelly Mariana Landim 

Graduanda no Centro Universitário Paraíso

[email protected]

 

 

 

 

 

RESUMO 

Este resumo aborda a evolução dos terminais rodoviários no Brasil ao longo do século XX e sua relevância na mobilidade urbana e no contexto socioeconômico. No início do século, o país estava mais voltado para meios tradicionais de transporte, como ferrovias e transporte fluvial. No entanto, com o crescimento das cidades e a industrialização, surgiu a necessidade de sistemas de transporte mais flexíveis e acessíveis. A infraestrutura rodoviária se desenvolveu paralelamente, abrindo caminho para a popularização do transporte de ônibus. Isso levou à criação de terminais rodoviários como centros de partida e chegada, organizando viagens e conectando diferentes linhas de ônibus para melhorar a experiência dos passageiros. É crucial reconhecer a importância contínua dos terminais rodoviários na otimização da mobilidade urbana e no contexto urbano. No entanto, eles requerem manutenção e adaptações constantes para atender às crescentes demandas e inovações. A manutenção adequada desses espaços é fundamental para evitar a degradação e sua transformação em pontos críticos na paisagem urbana. A negligência pode resultar em áreas de risco e ameaçar o bem-estar da cidade como um todo. Portanto, a atenção e os cuidados adequados são necessários para garantir que esses recursos urbanos continuem a desempenhar seu papel essencial nas cidades contemporâneas.

Palavras-chave: Revitalização. Rodoviárias. Mobilidade Urbana.

 

ABSTRACT 

This abstract addresses the evolution of bus terminals in Brazil throughout the 20th century and their relevance in urban mobility and the socio-economic context. At the beginning of the century, the country was more focused on traditional means of transportation, such as railways and river transport. However, with the growth of cities and industrialization, the need for more flexible and accessible transportation systems emerged. Road infrastructure developed in parallel, paving the way for the popularization of bus transportation. This led to the creation of bus terminals as departure and arrival centers, organizing trips and connecting different bus lines to improve the passenger experience. It is crucial to recognize the ongoing importance of bus terminals in optimizing urban mobility and the urban context. However, they require constant maintenance and adaptations to meet growing demands and innovations. Proper maintenance of these spaces is essential to prevent degradation and their transformation into critical points in the urban landscape. Neglect can result in risk areas and threaten the well-being of the city as a whole. Therefore, attention and proper care are necessary to ensure that these urban resources continue to play their essential role in contemporary cities.

Keywords: Revitalization.Bus Stations. Urban Mobility.

 

RESUMEN 

Este resumen aborda la evolución de las terminales de autobuses en Brasil a lo largo del siglo XX y su relevancia en la movilidad urbana y en el contexto socioeconómico. A principios de siglo, el país estaba más enfocado en medios de transporte tradicionales, como ferrocarriles y transporte fluvial. Sin embargo, con el crecimiento de las ciudades y la industrialización, surgió la necesidad de sistemas de transporte más flexibles y accesibles. La infraestructura vial se desarrolló paralelamente, allanando el camino para la popularización del transporte en autobús. Esto llevó a la creación de terminales de autobuses como centros de salida y llegada, organizando viajes y conectando diferentes líneas de autobuses para mejorar la experiencia del pasajero. Es crucial reconocer la importancia continua de las terminales de autobuses en la optimización de la movilidad urbana y en el contexto urbano. Sin embargo, requieren un mantenimiento constante y adaptaciones para satisfacer las crecientes demandas e innovaciones. El mantenimiento adecuado de estos espacios es fundamental para evitar la degradación y su transformación en puntos críticos en el paisaje urbano. La negligencia puede resultar en áreas de riesgo y amenazar el bienestar de la ciudad en su conjunto. Por lo tanto, se requiere atención y cuidado adecuados para garantizar que estos recursos urbanos continúen desempeñando su papel esencial en las ciudades contemporáneas. 

Palabras clave: Revitalización. Terminal de Autobus. Mobilidad Urbana.

 

 

 

TRANSFORMANDO TERMINAIS RODOVIÁRIOS URBANOS NO BRASIL: DESAFIOS E ESTRATÉGIAS DE REVITALIZAÇÃO

1. Introdução

O início das rodoviárias como terminais de transporte público ocorreu ao longo do século XX, à medida que a mobilidade urbana e interurbana se tornou uma necessidade cada vez mais premente.  Ainda no século XX, o Brasil estava fortemente ligado aos meios de transporte mais tradicionais, como ferrovias e transporte fluvial. No entanto, com o rápido crescimento das cidades e o aumento da industrialização, a necessidade de sistemas de transporte mais flexíveis às áreas urbanas em expansão tornou-se evidente (NASCIMENTO, 2021).

O surgimento das rodoviárias como centros de transporte intermunicipal e interestadual aconteceu em paralelo com o desenvolvimento da infraestrutura rodoviária. A construção de estradas pavimentadas, muitas vezes impulsionadas por necessidades militares ou de escoamento da produção agrícola, abriu caminho para o surgimento de ônibus como um meio de transporte popular. Com o aumento do número de ônibus e rotas de viagem, surgiu a necessidade de criar locais centrais para a partida e chegada desses veículos. Isso proporcionaria uma organização mais eficiente das viagens, possibilitando a conexão de diferentes linhas de ônibus e melhorando a experiência dos passageiros. (FERRI, 2018).

Na metade do século XX, a arquitetura modernista teve uma influência significativa na construção de rodoviárias no Brasil. Isso resultou na criação de terminais de ônibus com designs inovadores e funcionais, com a Rodoviária de Brasília sendo um exemplo notável desse estilo arquitetônico. Na década de 1950, a partir da concretização do projeto urbanístico de Brasília, a praça assumiu um papel de destaque como componente essencial do espaço urbano. É importante destacar que essa concepção de praça, inserida no contexto do movimento modernista, não guardava relação com a tradicional praça que historicamente caracterizou as cidades brasileiras. Em contrapartida, essa nova abordagem contrastava significativamente com a evolução do ambiente urbano no Brasil, que, desde o século XIX, havia experimentado uma transformação gradual, resultando na perda das características cívicas e de aglutinação social que historicamente as praças haviam possuído (PEREIRA,2020).

Nesse contexto, notou-se que as praças, além de desempenharem a função de proporcionar espaços de lazer, também passaram a servir como pontos de espera para o transporte público. Esta circunstância ainda se verifica nos dias atuais, especialmente em pequenas cidades onde as infraestruturas de terminais rodoviários são limitadas ou, em alguns casos, inexistentes. Nestas localidades, as praças têm sido utilizadas como locais de espera para o transporte público.

1.1. Problemática

Ao considerar a proliferação dos novos equipamentos rodoviários nas áreas urbanas, torna-se evidente a sua inegável importância para a otimização da mobilidade urbana e do conjunto urbano como um todo. No entanto, é imperativo reconhecer que, independentemente de serem de propriedade pública ou privada, esses equipamentos estão sujeitos a um ciclo contínuo de exigências, compreendendo reparos, manutenções e adaptações, a fim de se adequarem às crescentes demandas e às constantes inovações que caracterizam o cenário contemporâneo. (VILLANUEVA,2015).

O terminal rodoviário é um ponto central onde os indivíduos estabelecem conexões com diferentes localidades, seja para motivos de trabalho, lazer ou outras finalidades que os levam a ultrapassar os limites geográficos de seus municípios de origem. Esse equipamento urbano assume, consequentemente, uma relevância substancial no âmbito socioeconômico.

Figura 1: Terminal Rodoviário Engenheiro Thomé, localizado na cidade de fortaleza, Ceará, Brasil.

 

Disponível em: archdaily.com.br. Acesso em: 07 de out. 2023.

Neste contexto, o texto enfatiza a necessidade de focalizar a atenção em um elemento público de fundamental importância nas áreas urbanas, a saber, os terminais rodoviários. Estes desempenham uma função crítica na estrutura da mobilidade urbana, estabelecendo conexões entre distintas regiões da cidade e servindo como pontos de origem e destino para os modos de transporte público e privado. Portanto, menosprezar a significância destes terminais representaria uma falha, visto que desempenham um papel essencial na operação eficaz de uma cidade contemporânea.

Figura 2: Implantação do Terminal Rodoviário Engenheiro Thomé.

 

Disponível em: archdaily.com.br. Acesso em: 07 de out. 2023.

Torna-se imperativo enfatizar que a manutenção adequada desses espaços é fundamental, visto que, na ausência de intervenções apropriadas, esses equipamentos podem gradualmente sucumbir à degradação, resultando em sua desvalorização, desuso e, por conseguinte, transformando-se em pontos críticos na paisagem urbana. A negligência desses recursos urbanos pode culminar na criação de áreas de risco e, portanto, representar uma ameaça ao bem-estar da cidade como um todo (FONTOURA et al.,  2019).

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

O propósito primordial deste estudo reside na apresentação de uma análise da degradação dos terminais rodoviários urbanos, decorrente da carência de manutenção adequada nas áreas urbanas.

1.2.2 Objetivos Específicos

Analisar o estado atual dos terminais rodoviários urbanos em cidades brasileiras, com o propósito de identificar as questões centrais e os desafios mais proeminentes que surgem devido à ausência de manutenção adequada.

Avaliar os impactos da deterioração dos terminais rodoviários sobre a mobilidade urbana, a segurança pública e a qualidade de vida dos habitantes da cidade.

Investigar estratégias e abordagens implementadas por cidades brasileiras e de outros locais do mundo com o intuito de revitalizar terminais rodoviários urbanos.

1.3 Metodologia

Para este estudo, será realizado um processo de revisão ampla da literatura acadêmica e de fontes relevantes, com foco em temas relacionados à infraestrutura urbana, mobilidade urbana, deterioração de terminais rodoviários e estratégias de revitalização.

Na fase subsequente, a coleta de dados será conduzida por meio de fotografias dos terminais rodoviários selecionados estrategicamente em cidades brasileiras. Esses esforços têm como finalidade possibilitar uma análise minuciosa do estado atual desses terminais, o que permitirá uma identificação precisa dos desafios e problemas específicos que eles enfrentam.

Dessa forma, a revisão da literatura e a coleta de dados por meio de fotografias aos terminais rodoviários são etapas essenciais deste estudo, contribuindo para uma compreensão aprofundada do tema e fornecendo informações relevantes para a identificação e proposição de soluções para os desafios enfrentados por esses terminais.

2. Fundamentação Teórica

O estudo visa proporcionar uma análise histórica que trace a origem e evolução dos terminais rodoviários, desde sua concepção inicial até o período contemporâneo. Essa perspectiva histórica é crucial para uma compreensão mais profunda do surgimento dessas instalações e da sua significativa influência nas gerações subsequentes, contribuindo assim para a apreciação de sua relevância contínua ao longo do tempo.

A temática concernente à revitalização de rodoviárias urbanas em cidades brasileiras constitui um domínio de investigação que se dedica à análise de estratégias e abordagens concebidas com o propósito de reformar e modernizar as instalações destinadas ao transporte rodoviário. Estas instalações desempenham um papel crucial como infraestruturas essenciais para a locomoção de passageiros através de ônibus e outros meios de transporte terrestre. O âmbito de estudo neste contexto está primordialmente orientado para a identificação e proposição de soluções com vistas a aprimorar a qualidade de vida nos centros urbanos do Brasil (ARAÚJO, 2010).

2.2. Surgimento dos terminais rodoviários:

O primeiro impacto induzido por uma via de transporte urbano regional ou terminal em áreas adjacentes à sua implantação é a otimização da acessibilidade destas localidades (VILLAÇA, 2005). Os terminais rodoviários emergiram em resposta à imperativa demanda de viabilizar a deslocação interurbana de indivíduos por meio de modalidades de transporte coletivo, notadamente ônibus.

Os pioneiros na implementação de infraestruturas rodoviárias foram os habitantes da região de Vacaria, no estado do Rio Grande do Sul, durante a década de 1930. Estes atores desempenharam um papel fundamental ao conceber e implementar estruturas de terminais rodoviários, caracterizadas por sua função primordial de prover resguardo contra os fatores meteorológicas, notadamente a exposição solar e a chuva, destinando-se a abrigar os passageiros enquanto aguardavam o embarque nos veículos rodoviários. A disseminação dessa inovadora concepção de instalações rodoviárias transcendeu as fronteiras locais, estendendo-se progressivamente por todo o território nacional. Esse fenômeno contribuiu significativamente para o desenvolvimento e aprimoramento da infraestrutura de transporte coletivo interurbano no Brasil, influenciando a evolução subsequente dos terminais rodoviários em todo o país (CHAVES, 2016).

Entretanto, mesmo após a implementação de terminais rodoviários, as cidades continuam a enfrentar desafios significativos no que diz respeito ao sistema de transporte urbano, o qual, por sua vez, encontra-se diante de múltiplas dificuldades na busca pela efetivação de sua função primordial. O escopo fundamental do transporte e da mobilidade reside em conceder às pessoas que deles fazem uso acesso irrestrito aos seus destinos. Portanto, a acessibilidade emerge como um imperativo crucial nos sistemas de transporte, assumindo um papel central no contexto da urbanização e da infraestrutura, moldando, assim, o fluxo da mobilidade urbana (PINHEIRO, FRISCHTAK, 2015).

2.3.Mobilidade urbana:

O sistema de transporte coletivo, como modalidade de deslocamento urbano, oferece a capacidade de viabilizar o transporte de passageiros não apenas em âmbito intramunicipal, mas também intermunicipal, possibilitando, assim, a conectividade entre localidades urbanas distintas. A emergência de vias regionais, originadas em resposta a uma demanda que transcende o contexto urbano, desencadeia uma dinâmica complexa de oferta e procura por serviços de transporte de passageiros ao longo de seu traçado geográfico (VILLAÇA, 2005).

O sistema de transporte público desempenha um papel fundamental na esfera da mobilidade urbana, uma vez que contribui significativamente para a mitigação de congestionamentos viários nas cidades. Quando uma considerável parcela da população opta pelo uso de transporte público coletivo, ocorre uma redução na quantidade de veículos individuais circulando pelas vias urbanas, resultando assim na descongestão dessas mesmas vias. Isso, por conseguinte, alivia a pressão sobre a capacidade de transporte das infraestruturas viárias urbanas e atenua os problemas associados ao colapso do tráfego nas áreas urbanas (SPECK, 2012).

Conforme delineado pelo Ministério Público do Estado do Paraná, é possível estabelecer que a mobilidade urbana, de modo concomitante, assume a prerrogativa de ser tanto causa como consequência de fatores associados ao desenvolvimento socioeconômico, à expansão das áreas urbanas e à disposição espacial das atividades no interior de um contexto citadino. Nesse contexto, destaca-se que a malha viária e o sistema de transporte público desempenham um papel de significativa relevância na configuração da morfologia urbana, assumindo, assim, um caráter intrinsecamente estruturante no âmbito das cidades. (MINISTÉRIO PÚBLICO DO PARANÁ, [s.d]).

2.4.Infraestrutura de Transporte Urbano:

No contexto da infraestrutura de transporte público, surge de forma premente à necessidade de reconfiguração do ambiente urbano, com a finalidade de ampliar a abrangência do sistema de transporte público coletivo, objetivando a otimização da malha viária urbana. Esse processo de aprimoramento infra estrutural repercute na redução da utilização de veículos de transporte individual, frequentemente ocupados por um único passageiro, concorrendo, portanto, para a mitigação da congestão viária e o incremento da eficácia do sistema de mobilidade urbana. Isso implica na introdução de alternativas, como a promoção de deslocamentos a pé e a utilização de bicicletas como modos de transporte, com vistas a aliviar a pressão sobre a infraestrutura viária, reduzir as emissões de gases poluentes e influenciar as dinâmicas dos fenômenos naturais (MONTEIRO, 2022).

De forma concomitante, tanto o transporte quanto a infraestrutura apropriada se erigem como elementos cruciais para o progresso de qualquer área urbana, visto que desempenham um papel fundamental na ampliação da acessibilidade da sociedade às regiões urbanas. Uma região em processo de desenvolvimento implica naturalmente na necessidade premente de infraestrutura e meios apropriados destinados a facilitar a locomoção da população tanto dentro da própria área geográfica quanto em direção a outras localidades, inclusive outras cidades. Essas vias de deslocamento desempenham um papel central na promoção da expansão urbana e no aumento do fluxo de mercadorias, materiais e indivíduos, os quais transitam de maneira cada vez mais ágil e fluida. Diante desse cenário, emerge a demanda inerente por uma infraestrutura adequada, caracterizada por maior ergonomia e funcionalidade (PONTES,2010).

Portanto, quando abordamos as temáticas da infraestrutura, transporte e mobilidade urbana, é imperativo considerar que esses três domínios são intrinsecamente interdependentes e convergentes, operando em consonância dentro do contexto citadino. Isso implica na implementação de aprimoramentos que visam beneficiar os residentes locais, ao garantir-lhes acesso facilitado a uma gama abrangente de serviços e recursos urbanos, como mercados, hospitais e praças públicas. Além disso, quando discutimos mobilidade urbana e infraestrutura no contexto do turismo, tais considerações se estendem à capacidade de acomodação e aos pontos de interesse turístico, uma vez que esses elementos se constituem como elementos intimamente interligados (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2005).

2.5. Acessibilidade:

O conceito de acessibilidade assume um papel central na construção de uma sociedade inclusiva. Este princípio não se limita a uma única dimensão, mas abrange uma variedade de aspectos que englobam desde barreiras físicas até obstáculos atitudinais, tecnológicos, informacionais, comunicacionais, linguísticos, pedagógicos, e outros. A acessibilidade, portanto, é uma abordagem ampla e interconectada que visa eliminar todas as formas de exclusão, permitindo que todas as pessoas tenham igualdade de acesso, participação e oportunidades na sociedade (UFC, [s.d] ).

Um ambiente acessível não só atende às necessidades das pessoas com deficiência, mas também se torna mais atraente e funcional para todos os usuários, independentemente de suas condições físicas. Quando consideramos um local crucial como um terminal rodoviário, que é uma interface importante para conectar pessoas a outras cidades, a acessibilidade não pode ser vista como uma opção, mas sim como um imperativo (LITTLEFIELD, 2011).

Conforme a Norma Brasileira NBR 9050, os terminais rodoviários, assim como todos os equipamentos públicos, devem ser projetados visando à integração e à segurança de todos os seus usuários. Para o desenvolvimento ou revitalização de um terminal rodoviário, diversos fatores críticos devem ser  considerados, tais como: a organização do tráfego tanto na área externa quanto interna, sistemas de comunicação eficientes, uma sinalização clara e adequada, instalação de rampas acessíveis, disponibilidade de equipamentos de segurança e uma série de outros aspectos essenciais para o bom funcionamento e a segurança dos usuários ( SILVA, PADOVAN, [s.d]).

A acessibilidade desempenha um papel central na construção de uma sociedade inclusiva, abrangendo diversas dimensões e removendo barreiras à participação plena de todos. Portanto, nos projetos arquitetônicos, é de extrema importância a criação de espaços que promovam a integração de todos, incorporando sistemas de acessibilidade eficazes. Isso não apenas atende a requisitos regulatórios, mas também reflete o compromisso com a equidade e a inclusão de todas as pessoas em todas as esferas da vida, possibilitando que pessoas com diferentes habilidades e necessidades possam participar plenamente em todos os aspectos da vida, promovendo a equidade e a diversidade.

2.6.Terminal Rodoviário da Cidade de Brasília:

O terminal rodoviário em questão encontra-se situado na cidade de Brasília, Distrito Federal, Brasil, e representa uma obra concebida pelo renomado arquiteto Lúcio Costa. Este equipamento foi erigido de maneira precisa entre os dois eixos ideais definidos por Lúcio Costa, adotando uma configuração em forma de plataforma de dimensões monumentais e posicionado estrategicamente em uma localização privilegiada no contexto urbano de Brasília. Através da implementação de múltiplos níveis de pavimentos e conexões harmoniosas entre os diversos ambientes, essa estrutura se destaca por estabelecer uma continuidade integrada com o tecido urbano circundante, conferindo uma sinergia notável ao traçado arquitetônico da cidade (ROSSETTI, 2010).

Figura 3: Terminal Rodoviário de Brasília

 

Disponível em: vitruvius.com.br. Acesso em: 07 de out. 2023. 

No âmbito do desenvolvimento da rodoviária projetada por Lúcio Costa, destaca-se a intenção de integrar de forma harmoniosa a plataforma de considerável dimensão na paisagem circundante. Neste contexto, a utilização de estruturas em concreto armado revela-se como um componente fundamental do projeto, permitindo a materialização da visão arquitetônica concebida. É imprescindível notar que, apesar das características robustas do concreto armado, Lúcio Costa demonstrou maestria ao assegurar que o peso deste material não comprometesse a leveza e fluidez inerentes ao desenho arquitetônico, preservando, assim, a essência da concepção estética e funcional da obra (ROSSETTI, 2010).

Neste cenário, o terminal rodoviário de Brasília se apresenta como um ponto de referência inspirador para inúmeras outras cidades, fomentando a elaboração de projetos voltados à otimização da mobilidade urbana e à implantação de infraestruturas alinhadas com as necessidades contemporâneas. Além disso, destaca-se que, por meio do visionário projeto idealizado por Lúcio Costa, os terminais rodoviários transcendem sua mera utilidade como locais de chegada e partida, adquirindo uma dimensão mais abrangente e integradora dentro do contexto urbano e da rotina cotidiana. Esse paradigma arquitetônico não os relega à condição de estruturas isoladas e unicamente funcionais, mas os incorpora de maneira orgânica ao tecido urbano, permitindo que desempenhem um papel de harmonia com o ambiente circundante, enriquecendo, desse modo, a experiência urbana. Essa abordagem conceitual representa um notável avanço na concepção da infraestrutura urbana e na promoção de espaços públicos que transcenderam sua função primordial, convertendo-se em elementos integralmente integrados e enriquecedores da vida urbana.

 

 

3. Resultados Esperados

Espera-se que, por meio deste estudo que combina uma revisão da literatura com análises visuais por meio de fotografias, seja possível fornecer diretrizes sólidas para a revitalização dos terminais rodoviários no Brasil. Propõe-se que os resultados obtidos ajudem a orientar projetos de melhoria e que os terminais rodoviários do país possam, assim, seguir os passos de projetos bem-sucedidos que servem como exemplos inspiradores. Um desses exemplos notáveis é a revitalização da rodoviária na cidade de Fortaleza, no estado do Ceará, que demonstrou eficácia em abordar desafios específicos e melhorar significativamente a qualidade e funcionalidade do terminal (FRACALOSSI, 2015).

4. Considerações Finais

O artigo tem como objetivo principal destacar a importância contínua dos terminais rodoviários no cenário urbano brasileiro, não apenas como centros de partida e chegada, mas também como elementos essenciais na otimização da mobilidade urbana. A pesquisa busca ressaltar a necessidade de manter e adaptar constantemente esses terminais para atender às demandas em constante crescimento e às mudanças tecnológicas e urbanas.

Além disso, o propósito da pesquisa é enriquecer o campo de estudo da infraestrutura urbana, mobilidade urbana e planejamento urbano por meio de uma análise dos terminais rodoviários no Brasil. As conclusões enfatizam a relevância fundamental desses terminais na melhoria da qualidade de vida dos seus usuários e sublinham a necessidade de ações para assegurar sua preservação e revitalização.

Este impacto ultrapassa o âmbito acadêmico, atingindo diretamente a sociedade ao sublinhar a importância crítica dos terminais rodoviários como elementos fundamentais para o desenvolvimento urbano sustentável e a segurança nas cidades. Em suma, esta pesquisa visa moldar políticas públicas e embasar decisões relacionadas à infraestrutura de terminais rodoviários. O seu objetivo central é aprimorar a mobilidade urbana e elevar a qualidade de vida nas cidades brasileiras.

5. Recomendações

Tem-se como objetivo principal desta pesquisa, atribuir recomendações para um planejamento e desenvolvimento de projetos arquitetônicos de revitalização em terminais rodoviários já existentes, capitalizando sobre a infraestrutura previamente estabelecida. Isso não apenas otimiza recursos, mas também contribui para a preservação da memória urbana e histórica desses terminais, ao mesmo tempo em que impulsiona melhorias significativas em sua funcionalidade e eficiência.

 

 

 

 

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