DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE APROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS EM HOTEL

A água está diretamente ligada ao desenvolvimento humano e é essencial para suas atividades, desenvolver sistemas que buscam o uso racional das fontes hídricas se torna cada vez mais necessário, atualmente devido a urbanização intensa e aumento de áreas impermeáveis, os sistemas de aproveitamento de águas pluviais estão sendo propostos a fim de contribuir para o controle de alagamentos nas cidades e ainda minimizar o consumo de água potável para fins não nobres que é agravado em épocas que o recurso se torna racionável. Assim este trabalho visa descrever o dimensionamento de um sistema de aproveitamento de águas pluviais para um hotel situado no município de São Leopoldo, RS, que será elaborado através da análise dos dados pluviométricos da região, normas técnicas e legislação municipal. A metodologia do dimensionamento será dividida em 5 etapas, sendo etapa I o estudo dos dados hidrometeorológicos, a etapa II, com análise do potencial de captação e demanda da edificação, etapa III que visa o dimensionamento dos reservatórios através dos métodos da NBR 15527 e legislação municipal, etapa IV, onde será dimensionado o sistema de coleta e distribuição das águas pluviais e por fim a etapa V, onde será vista a eficiência do sistema, com análise da mitigação dos impactos a rede de drenagem urbana. O sistema é destinado exclusivamente para utilização não potável aplicada as nas bacias sanitárias da edificação, a fim de reduzir o consumo de água potável, acrescentar um item de sustentabilidade a edificação, este estudo também poderá contribuir para o desenvolvimento de novos projetos de sistemas de detenção e reuso de águas não potáveis.

  INTRODUÇÃO 

A água está diretamente ligada ao desenvolvimento humano e é essencial para suas atividades, contudo, o aumento do consumo aliado com o uso desordenado e regimes de chuvas alterados pelas mudanças climáticas, faz com que os cenários de degradação e escassez desse recurso se ampliem. (CHAIB et al., 2015). Segundo Minikowski e Maia (2009), desenvolver sistemas que buscam o uso racional das fontes hídricas se torna cada vez mais necessário. Tal sistema de aproveitamento estaria livre de cobranças, com redução no consumo energético, autossuficiência e sustentabilidade das edificações. Atualmente devido a urbanização intensa e aumento de áreas impermeáveis, os sistemas de aproveitamento de águas pluviais estão sendo propostos com o objetivo principal de mitigar os problemas com a drenagem urbana e enchentes, esse sistema por sua vez, traz economia de água potável além de acrescentar um item de sustentabilidade da edificação. (Annecchini, 2005; Dornelles, 2012; Veloso et.al, 2014) O adequado dimensionamento e funcionamento de um sistema de captação e reservação de águas pluviais depende da relação de demanda de água e quantidade de chuva que pode ser captada, dependendo diretamente das características pluviométricas de cada região. Tomaz (2011) descreve que esses sistemas se baseiam na coleta de água de chuva que cai sobre lajes de cobertura e telhados, destinando-se através de condutores verticais e horizontais para reservatórios de armazenamento. Uma vez armazenada, essas águas poderão ser tradadas de acordo com sua finalidade e utilizadas para fins potáveis ou não, de acordo com legislação vigente em cada cidade onde o sistema for implantado. Segundo Dornelles (2012), os impactos das fortes chuvas à rede de drenagem urbana são pouco investigados, porém a adoção de um sistema de aproveitamento de águas pluviais, pode contribuir para reduzir o pico de vazão causado pelas áreas não permeáveis das cidades, além de diversos beneficios economicos e ambientais. Mesmo não mensurados os benefícios, em regiões áridas, de dificil acesso ao abastecimento convencional e por vias de poluiçao nas fontes de água, o reaproveitamento de águas pluviais é, em muitas regiões, a única forma de abastecimento para consumo humano, de animais e irrigação. As inundações representam um dos principais problemas socioambientais ao longo da várzea do rio dos sinos, Segundo Bazzan (2011), em sua tese de doutorado sobre o mapeamento das áreas com risco de inundação do município de São Leopoldo constatou 11 que a cidade, situa-se na faixa de planície do rio dos Sinos e historicamente, as inundações trazem prejuízos financeiros e aspectos negativos a economia da região. No ano de 2007 a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), criou a norma regulamentadora, NBR 15527, que fornece os requisitos para o aproveitamento de água de chuva a fins não potáveis. Além disso, diversas cidades vêm desenvolvendo legislações próprias para retenção e aproveitamento de água de chuva. Tal medida objetiva minimizar impactos de escassez de água e controle da drenagem urbana nos municípios. A norma técnica NBR 15527 (2007), destaca para o território brasileiro que o aproveitamento das águas pluviais deve ser exclusivo para fins não potáveis, após tratamento adequado, pode ser utilizada em descargas em bacias sanitárias, irrigação de gramados e plantas ornamentais, limpeza de calçadas e ruas, lavagem de veículos, limpeza de pátios, espelhos d'água e usos industriais. Recentemente a prefeitura municipal de São Leopoldo, vigorou a LEI N° 8.665 de 16 de Agosto de 2017, que determina que em lotes com áreas impermeáveis iguais ou superiores a 300,00 m², devem obrigatoriamente possuir sistema de retardo de águas pluviais, edificações com áreas de cobertura superiores a 500,00 m², deverão possuir sistemas de reaproveitamento de águas pluviais, empreendimentos sujeitos ao Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), serão obrigados a instalar ambos os sistemas independentes da área. (LEI Nº 8.665, 2017). A reservação de uma parcela de águas pluviais nos lotes retém grandes volumes de água que são despejados atualmente as redes de drenagem. Eventos com volumes de pico elevados, faz com que a rede de drenagem não suporte a carga hidráulica, provocando assim os alagamentos. (Rupp et.al. 2011) A implantação de sistemas de aproveitamento de águas pluviais seguida de reuso para fins não nobres tende a reduzir o impacto das chuvas de elevado pico as redes de drenagem, bem como consumo de água potável para fins menos nobres, aliviando também, o sistema de abastecimento de água municipal. A fim de contribuir para o controle de alagamentos no sistema de drenagem urbana e ainda minimizar o consumo de água potável para fins não nobres, este trabalho propõe o dimensionamento de um sistema de aproveitamento de águas de chuva, com aplicação no município de São Leopoldo RS, visando o uso em descargas de bacias sanitárias de um determinado hotel. Tal sistema será dimensionado de acordo com a capacidade 12 pluviométrica da região, a demanda do empreendimento além de normas e legislação vigente. [...]