1 INTRODUÇÃO

 

1.1 Importância do tema

O que os consumidores esperam quando vão a uma loja é encontrar os produtos que necessitam naquele instante e recém-fabricados, com isso se torna quase impossível pensar em linhas de produção ou marketing sem a intervenção da logística. Pois o produto para o cliente não terá valor algum se este não tiver disponível para ele no momento em que ele precisa do mesmo, como por exemplo: uma pessoa  ter o melhor computador no mundo e morar no Brasil, porém no momento em que ela necessita de tal equipamento o mesmo está na China, isso para o cliente não está agregando valor nenhum ao produto.

O que é importante na “conscientização Logística” é que empresários, donos de empresa, presidentes de organizações etc., saibam que a Logística não é algo que vem apenas para trazer custo de implantação para sua respectiva organização, e sim adicionar um novo valor ao produto frente ao cliente, que é o valor de ter o produto no momento em que se necessita do mesmo, podendo assim a organização ter um diferencial competitivo frente ao mercado consumidor.

 

1.2 Objetivo da pesquisa

A valorização das estratégias, na busca por resultados, tem feito com que os estudos sobre sistemas de alocação, transporte e abastecimento, seja de matéria-prima ou produtos prontos para consumo, sejam aperfeiçoados dia-a-dia, as metodologias e processos  são atualizados constantemente e a satisfação daqueles que deles se utilizam está se tornando uma preocupação cada vez maior.

Sendo assim o objetivo deste artigo é fazer com que se desenvolva maior conhecimento sobre a logística como um todo, e desenvolver-se o raciocínio que “transporte é logística mas logística não é apenas transporte”, algo que frequentemente pode ser constatado por diversas empresas brasileiras que se denominam prestadoras de serviços logísticos sendo que estas apenas realizam serviços de transportes ou então armazenagem.

 

1.3 Metodologia

Baseado em uma análise teórica, este artigo busca através de pesquisas bibliográficas falar sobre o tema principal que são os aspectos da Logística e Cadeia de Distribuição, sendo que o trabalho fica restrito apenas a dissertação do tema, sendo assim sem maiores exemplificações.

Todos os dados e informações trazidos aqui foram retirados de pesquisas bibliográficas e obras lidas anteriormente que serviram para obter-se um maior embasamento teórico.

 

1.4 Resultados esperados

Almeja-se durante o decorrer do trabalho informar sobre a importância que o Logística exerce sobre as atividades empresariais como um todo, e consequentemente sobre seus custos, falando de como a terceirização dos serviços Logísticos pode significar ganho por parte de uma empresa que não possui as atividades Logísticas como foco de seu engajo, também expor sobre como um maior conhecimento sobre os modais usados para transporte de carga podem ser um diferencial quando se trata de transporte de mercadorias por longas distâncias, o conceito de multimodalidade e como esta pode ajudar as empresas brasileiras a disponibilizar seus produtos com maior presteza para o mercado consumidor, assim também como as tecnologias, entre outros aspectos, podem ajudar as empresas que se beneficiem da atividade de transportes a alcançar maior diferencial frente a nova realidade do mercado consumidor.

 

2.REFERENCIAL TEÓRICO

 

2.1 Logística

É de suma importância definir como alguns autores definem a Logística, pois assim pode-se saber quais os objetivos que este artigo pode trazer

Ballou (2006) faz uma definição dicionarizada do termo Logística referente ao que diz: o ramo da ciência militar que lida com a obtenção, manutenção e transporte de material, pessoal e instalações.
Essa definição situa a logística apenas num contexto militar. Mas em 1991 a Council Of Logistic Management (CLM), uma organização de gestores, educadores e profissionais da área Logística nos Estados Unidos, definiram a Logística como sendo o processo de planejamento, implantação e controle do fluxo eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e informações relativas desde o ponto de origem até o consumidor final, com o propósito de atender as exigências dos clientes”.

Segundo Bowersox (2001) a Logística possui um significado mais dinamizado que pode ser entendido de uma maneira mais simples e ser entendido tanto por profissionais que já atuam na área há anos como por curiosos de qualquer idade, que diz que a Logística é algo singular que nunca pára e ocorre no mundo todo 24 horas por dia, 7 dias por semana, durante as 52 semanas do ano. Poucas áreas de operações envolvem a complexidade ou abrangem o escopo geográfico característico da logística. O objetivo da logística é tornar disponíveis produtos e serviços no local onde são necessários, no momento em que são desejados.

O que pode ser destacado é que a Logística pode ser dividida em três: Suprimento, Produção e Distribuição. Sendo que a 1ª destas trata de como a matéria-prima chega até a linha de produção, a 2ª de como o produto é tratado na linha de produção, já a 3ª pode ser considerada a Logística mais importante e custosa de todas pois trata de como o produto final chegará até as mãos do consumidor seja ele uma indústria ou uma simples pessoa, o que se dá maior importância na Logística de Distribuição é que um atraso ou falha no mesmo pode resultar em prejuízos para o cliente na outra ponta do processo, pois pode se considerar que em algumas vezes ao acabar a Logística de Distribuição de uma empresa a Logística de Produção de outra começará.

 

2.2 Custos Logísticos

Pozo (2008) afirma um dos principais desafios da Logística Empresarial é gerenciar adequadamente a relação entre custos e nível de serviço. A função da Logística é a constante melhoria da rentabilidade e da oferta de nível de serviço ao cliente como fator de desempenho competitivo, e sua gestão tem com dever primordial solucionar os problemas existentes entre nível de serviço e custos que consistem na falta de sistemas adequados para a gestão dos custos logísticos.

Resumidamente pode-se dizer que a Logística tem como sua função principal buscar o diferencial oferecendo um serviço que agregue valor ao produto porém com um custo baixo.

 

2.3 Fluxo de materiais

Chiavenato (2004) diz que em toda empresa, os materiais não podem ficar estáticos ou parados, significando assim custos a mais devido sua alocação física. Manter esses materiais sem uso representaria um custo desnecessário. Os materiais seguem um movimento incessante que vai desde o recebimento do fornecedor, passando pelas diversas etapas do processo produtivo até chegar ao depósito de produtos acabados. Em outros termos, os materiais entram na empresa, fluem e transitam por meio dela e saem pelo depósito com destino aos clientes como produtos acabados.

Essa porém é a idéia básica do que se pensa que deveria acontecer dentro de uma empresa produtiva, a matéria-prima entra por um lado, e o produto acabado sai pelo outro, sem ter que ficar o material parado em algum ponto desse processo, mas não é isso que acontece pois em muitas empresas em algum ponto do processo acontecem gargalos, seja ele logístico ou então de produção. E esse é um problema que a Logística de Suprimentos e de Produção tenta sanar, fazer com que apenas a matéria-prima necessária para fabricar determinada quantidade de um produto seja comprada de acordo com a demanda da linha de produção evitando sempre os excessos.

 

2.4 Multimodalidade

Segundo Rodrigues (2002) o conceito de Multimodalidade no Brasil foi introduzido pela lei nº 6.288, de 11/12/75, complementada pelo Decreto nº 80.145, de 15/08/77, ambos já revogados. A regulamentação definitiva para o transporte multimodal no Brasil veio com a lei 9.611/98 regulamentada pelo Decreto nº 3.411, de 12/04/2000, o qual cria a figura do Operador de Transporte Multimodal. Ambas essas leis podem ser usadas para destacas o conceito de como a Multimodalidade pode influenciar na maneira como a carga é transportada facilitando a decisão de um fabricante que decida levar seu produto a novos mercados, sendo mais distantes, tanto em território nacional, como no exterior utilizando de apenas um único conhecimento de carga e com menos burocracia para a realização do mesmo.

Para Moreira (2003) a Multimodalidade representa para o Brasil, a exemplo do ocorrido a nível mundial, um avanço importante na prática moderna do transporte de cargas. As boas opções que a malha viária brasileira oferece para integração das rodovias, hidrovias interiores, portos e terminais multimodais interiores, se constituem na base física capaz de permitir a integração com êxito entre as várias modalidades de transportes, em seus aspectos operacionais, institucionais e comerciais, visando à implantação definitiva do transporte multimodal no Brasil.

 

3 TERCEIRIZAÇÃO

 

3.1 Alianças e parcerias

É de importância fundamental salientar que normalmente a segregação da logística dentro de uma empresa ocorre principalmente quando a mesma não está dentro do escopo das atividades produtivas da organização ou essa não possui recursos suficientemente bons para que haja uma boa gestão. Sendo assim a empresa que pretende terceirizar serviços logísticos, como por exemplo o transporte, deve primeiro analisar se não seria mais econômico e eficaz ela mesmo realizar esse serviço, tendo ela todo equipamento e pessoal capacitado para a realização de tal atividade.

Atualmente as alianças ou parcerias vêm aumentando substancialmente o índice de suas importâncias como parte da cadeia. A percepção dos operadores logísticos levou à conclusão de que os custos seriam reduzidos se os esforços fossem combinados para suprir as dificuldades dos setores que são ausentes em suas atividades produtivas.

Para uma eficiência maior nesta cooperação, existe a necessidade de uma análise de fatores que irão determinar o aumento da probabilidade de sucesso destes relacionamentos.

Esses fatores variam de acordo com o segmento da empresa envolvida, dentro destes segmentos, temos para exemplificar, varejistas e fabricantes, como segue:

 


Varejistas

Fabricantes

Alto nível de cooperação

Compartilhamento de informação

Metas / objetivos semelhantes

Reconhecimento de vantagens mútuas

Comunicações claras

Implementação controlada

Apoio da alta gerência

Força tarefa conjunta

Controle de estoque

Comprometimento / dedicação dos recursos

 

Realização das vantagens


Tabela 1 – Vantagens na parceria para varejistas e fabricantes


 

Caso a empresa opte por terceirizar seus serviços logísticos ela deve procurar não só por empresas prestadoras de serviços comuns, mas sim por aquela que pode oferecer um serviço especializado de acordo com o seu ramo de atividade, como por exemplo uma indústria de alimentos congelados que necessite de serviços de transporte e armazenagem diferenciado para seus produtos.

Para que haja sucesso na contratação do serviço é interessante que haja uma integração das informações das empresas envolvidas (contratante e contratada) para que ambas possam compartilhar de um objetivo comum: a contratante para disponibilizar seu produto de acordo com as necessidades de demanda do mercado e a contratada trata dos meios que serão utilizados para tal disponibilização.

Normalmente no início dessa relação, empresas de todo tipo de segmento, produtivo ou não, costumam enfrentar obstáculos comuns como os tratados a seguir através de exemplo:

 

Varejistas

Fabricantes

Itens de baixo giro

Falta de comunicação

Resistência de fabricantes à mudança

Nível de confiança

Sistemas de informação

Compreensão de questões técnicas

Formatos de dados incompatíveis

Resistência dos clientes à mudança

 

Presteza dos varejistas

 


 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

Tabela 2 – Obstáculos na formação de parcerias entre varejistas e fabricantes

 

A relação inicial entre as empresas pode apresentar uma série de dúvidas em relação ao comprometimento do desempenho pretendido, por causa do receio da troca de informações de seus bancos de dados, como para a implantação do EDI por exemplo. Com o passar do tempo, a fidelidade e o compartilhamento dos métodos de produção e desenvolvimento fazem com as empresas envolvidas possam determinar com mais facilidade os meios utilizados para atender os seus pedidos, a partir do conhecimento de limitações umas das outras, agilizando a sua programação e rapidez no resultado pretendido.

Um exemplo claro da necessidade de contratação de prestadores de serviços se dá no sentido das atividades relacionadas com o transporte, porque muitas empresas não disponibilizam dos meios para sua realização, principalmente quando trata-se de transporte internacional, que envolve diversos trâmites como por exemplo os despachos aduaneiros por simplesmente esse segmento não fazer parte de suas atividades. Desta maneira a integração dispensa a aquisição de veículos para o transporte, podendo assim a empresa focar cima das necessidades de atendimento da demanda.

 

4 NECESSIDADE DE ADEQUAÇÃO

 

4.1 O cenário atual

Atualmente a logística é um segmento profissional que segue em grande evolução e atrai, cada vez mais, os responsáveis pela administração das empresas.

Na primeira metade o século XX, o desenvolvimento da prática logística era habitual e mecânico simultaneamente, ou seja, o trabalho era executado, porém, não havia nenhum conceito ou teoria a ser seguido ou estudado de maneira a se construir uma metodologia para desempenhar as funções mercantis com eficiência, a ponto de alcançar os resultados pretendidos. As atividades de processar pedidos, produção e transporte eram fragmentadas entre diversos setores dentro das empresas, gerando assim, um conflito administrativo no desenvolvimento da empresa. Era comum, dentro das grandes companhias, deparar com o transporte sendo controlado por produção, pedidos sendo administrados por finanças ou vendas, estoques sendo gerenciados por finanças ou produção etc.

Os inícios dos estudos e formações de conceitos vieram a partir da observação da atividade logística da Segunda Guerra Mundial, que influenciaria essa prática alguns anos depois. Mas por volta de 1945 era possível observar algumas empresas adotando a modalidade, colocando transporte e armazenagem de produtos acabados sob um único gerente sendo, as indústrias alimentícias, as primeiras a adotar tal prática.

A ausência de expectativa sobre o sucesso do novo método esteve por trás de alguns fatores expostos pelo comportamento social e profissional da época. Antes da evolução dos computadores, como instrumental dentro das atividades empresariais, para apresentar relatórios sobre os procedimentos e análises comparativas de objetivos e resultados, os administradores não acreditavam ser a logística uma atividade cuja integração pudesse aprimorar o desempenho das empresas. Dessa forma os primeiros aplicativos de computador, resultaram em produtos destinados a aperfeiçoar o desempenho de funções como: processamento de pedidos, previsões, controle de estoque, transporte etc.

Nessa mesma década, a forte pressão pelo aumento de lucratividade das empresas também serviu para alçar o desenvolvimento logístico, juntamente com a instabilidade do mercado econômico. A necessidade de evolução na nova modalidade combinava com o desenvolvimento desta na concepção dos administradores. Porém, os estudiosos de marketing e administração achavam que a prática não estava bem desenvolvida. Paul Converse (professor de Marketing) escreveu em 1954, que as companhias enfatizavam os sistemas de compra e venda e não observavam com intensidade a distribuição física. Após a opinião de algumas autoridades no assunto na época, os estudiosos reconheceram que o desenvolvimento da logística empresarial como disciplina estava em um estudo conduzido para determinar o papel que o transporte aéreo poderia desempenhar na distribuição física. Eles já entendiam que a chave para elevação dos lucros seria a diminuição do custo do produto em seu preço final. Com base nessa teoria, iniciaram um estudo sobre o impacto do transporte no preço das mercadorias negociadas, neste caso especificamente o modal utilizado era o transporte aéreo.

O fato era que os administradores responsáveis por funções como transporte ou compras, das empresas de uma forma geral, não confiavam nas mudanças apresentadas como forma de melhorar o sistema e consideradas essenciais para o desenvolvimento dos processos logísticos. Eles não acreditavam que para redução do custo total de um produto poderia ser necessário um investimento em alguma área funcional específica, de modo que permaneciam presos à idéia dos números apresentados pelas avaliações de desempenho dos relatórios que já utilizavam. A idéia, embora ultrapassada, era que elevar o gasto com transporte para obter um melhor resultado em relação ao serviço para o cliente ou reduzir o custo total, poderia significar a deterioração da gerência de transporte.

Outro ponto que gerou um entrave em relação à implantação da logística integrada foi a dificuldade encontrada pelos administradores de empresas em mensurar o retorno ou o lucro que seria auferido sobre o investimento. Na realidade, o problema se originava na dificuldade, por parte dos administradores em avaliar o custo de seus estoques. Eles não conseguiam entender como haveria lucro no final das negociações a partir da redução do custo na estocagem e argumentavam que se o sistema estava funcionando daquela forma, não deveria ser modificado.

Nessa mesma época, o estilo de vida e as mudanças ocorridas nas sociedades de consumo também forçaram o desenvolvimento do processo logístico. A migração da grande parte da população rural para os grandes centros urbanos fez com que amenizassem as idéias sobre os estudos dos sistemas de distribuição. Porém, ao mesmo tempo, outra parte da massa populacional começou a se transferir do centro das cidades para o subúrbio. Isso forçou às empresas a criarem pontos de armazenagem e distribuição adicionais para atender os locais mais distantes. Suportar uma maior área metropolitana com um número maior de pontos de estoque incrementaram o custo da distribuição.

De outra forma, as mudanças não estavam sujeitas apenas às migrações populacionais ou aos pontos de distribuição. Para atender à demanda e à captação de clientes, as empresas multiplicaram os itens em relação a quantidade de produtos oferecidos. Uma grande variedade de cores, formas, tamanhos e uma série de outros itens, apresentariam um aumento significativo na quantidade apresentada de um mesmo produto. Esta forma de variação seria adotada por todas as empresas, como forma de se manter competitiva no mercado. O resultado desse aumento significaria um custo maior para a manutenção dos estoques.

A partir da observação dessas necessidades os padrões de distribuição começaram a se modificar e as empresas de comércio varejista transferiram a manutenção dos estoques para seus fornecedores ou para empresas de distribuição especializadas, onde o controle de demanda passou a requerer um maior número de entregas para suprir as necessidades de estoque.

Outro fator que se mostrou fundamental na implementação dos sistemas de logística foi que o pós-guerra provocou uma mudança no panorama mercantil na segunda metade do século XX. Após um período de crescimento econômico, seguiu-se uma onda de recessão e com isso uma pressão em busca de lucro por parte daqueles que movimentavam o mercado. Em relação a baixa no mercado, os administradores são forçados a buscar alternativas de melhorar o nível de produtividade. Os setores de produção e vendas já haviam esgotado suas tentativas de aumento de produtividade e as administrações passaram a ver na logística a alternativa para redução de custos nos negócios empresariais.

A importância dada ao transporte no sistema logístico se deu pelo fato que após estudos, detectaram um percentual representativo grande no custo final do produto. Como citado anteriormente, o aumento da migração populacional da área rural para área urbana, seria o primeiro sinal de que a produção e o consumo se distanciam, como nos sistemas dos países bem desenvolvidos e isto apresenta o primeiro sinal da representação do transporte no custo. Segundo BALLOU, a tratarmos de maneira mais direta vemos que o transporte influencia o custo da seguinte forma: aumenta a competição no mercado, garante a economia de escala na produção e reduz preços das mercadorias.

 

4.2 Aumento da competição no mercado

A ausência de um sistema de transporte eficiente pode limitar o mercado da empresa muito próximo (ao redor) do local de produção. Desta forma, para conseguir uma boa colocação no mercado, o preço do transporte deveria ser muito menor do que seria caso houvesse um segundo ponto de produção mais próximo á região de consumo, o que atingiria diretamente o objetivo de lucro da empresa produtora. Sem contar que a competição aumentaria pelo fato que seria colocado à disposição no mercado bens e mercadorias que de outra forma não seriam apresentados em virtude do preço onerado pelo transporte.

 

4.3 Economia em escala

O transporte mais barato viabiliza um aumento no volume de negócios, assim, recursos de produção, em grande escala podem ser aproveitados de uma maneira mais intensa e a especialização do trabalho em determinados pontos da produção melhora a qualidade do produto. Além disso, com barateamento do custo o produtor tem a opção de escolha do melhor local para instalação da sua empresa.

 

 

4.4 Redução de preços

Além do aumento da competição o transporte influenciará no preço do custo final ao se unir com os outros custos: produção, vendas e outros que compõe o preço final na forma de valor agregado. Dessa forma, a eficiência no transporte estará presente não apenas nos preços, como também na melhoria do padrão de vida dos consumidores. O que atualmente vem trazendo maiores reduções nos preços relativos ao transporte é a variedade dos modais que podem ser utilizados para o transporte da mercadoria de seu ponto de origem até seu destino, porém para cada trecho da rota normalmente é necessário que se use um modal diferente, e é sobre isso que será tratado a seguir, sobre as particularidades e vantagens desses modais.

 

4.5 Fatores para escolha do modal

            Para se tirar melhor proveito dos modais de transporte quanto a sua utilização deve se ter em mente quais são os modais usados atualmente, quais são os principais parâmetros de desempenho do modal, como eles são usados, qual o seu nível de desempenho individual e qual o perfil de peso dos pedidos e da carga por eles transportadas.

Quanto a classificação dos modais podemos consideras cinco: rodoviário, aquaviário, ferroviário, aéreo e dutoviário. Sendo que o modal aquaviário pode ser dividido em três classes distintas: fluvial, marítimo e lacustre, sendo este último o menos usado.

Para se escolher qual tipo de modal usar para transporte de determinado tipo de carga primeiro se deve avaliar se é viável transportar a carga em determinado modal, como por exemplo, transportar minério de ferro ou soja in natura por via aérea, ou uma carga de frutas por vias marítimas. Também deve-se mensurar uma gama muito maior de fatores como peso,volume, preço e em alguns caso também deve-se avaliar a perecibilidade.

Para cargas de maior valor agregado e perecibilidade pode ser usado modais mais rápidos, e por conseqüência , mais caros, já para granéis, matérias-prima em geral, e produtos in natura (por exemplo madeiras em geral) podemos usar modais mais lentos e portanto mais baratos. O que deve ser avaliado é a característica da carga e qual o seu tipo de necessidade.

Mas no entanto existem algumas exceções, como por exemplo, uma indústria no Brasil teve uma peça de um equipamento quebrado e necessita de reposição imediata pois sua linha de produção está parada e a peça para reposição só se encontra na matriz localizada na Alemanha, nesse caso não resta dúvidas que o modal aéreo será o utilizado para efetuar o transporte da mercadoria.

Outro aspecto muito interessante que todos afirmam e confirmam é que o transporte pelo modal aéreo de todo é muito caro, porém sigamos a seguinte linha de raciocínio: quando se compra um produto X de 200g se paga um preço Y por ele, mas quando eu compro o mesmo produto X de 1000g eu não pago seu preço 5Y, isso se dá em conta porque o preço tem de ser rateado, o mesmo ocorre com um avião, já que ele tem menor capacidade de carga seu frete tende a ter um preço mais elevado, ao contrário de um navio que pode carregar muito mais carga do que qualquer outro modal de transporte e tem o preço de frete muito mais barato.

Uma característica pouco abordada dos modais mais lentos como por exemplo o aquaviário e o ferroviário é que a carga pode ficar mais tempo em trânsito, e portanto isso pode influenciar em um aspecto de redução de outro custo: o custo de estocagem, pois caso a programação da entrega sendo feita de maneira precisa, o tempo de percurso desde a origem da carga até o destino final pode ser calculado com a exata precisão de que quando essa mercadoria chegar ao seu destino final ela não necessite mais ficar em armazém sendo assim disponibilizada no seu ponto de venda final, ou então a mercadoria pode ser negociada enquanto está em trânsito.

O fato que caracteriza muitas empresas usarem diferentes modais para transportar suas cargas para qualquer lugar no mundo não é necessariamente a redução do custo, e sim a tentativa de usar melhores rotas poupando assim o tempo de trânsito de poder disponibilizar a mercadoria no menor tempo e com a menor quantidade de avarias possível. Porém ao usar mais modais de transporte existe um custo implícito que poucas vezes é comentado, o custo de transbordo, que é um custo necessário pois necessita pessoal e equipamento especializado só para essa atividade, além de despender tempo.

            Com certeza o transporte não é algo que é importante apenas para a Logística, outros ramos como Marketing e Comércio Exterior necessitam dele para poder prover os seus serviços.

 

 

 

 

5 JUST-IN-TIME

 

Hoje em dia quando se fala das modernas técnicas usadas para reduzir custos logísticos a primeira que vem a mente de muitas pessoas é a palavra Just-in-Time, porém muitas pessoas comentam sobre isso sem nem ao menos saber ou falam de maneira errada.

Alguns acreditam que Just-in-Time é a filosofia na qual existe a eliminação total de estoques, o que é totalmente errado, pois imagine uma empresa que não tenha estoques, ou uma loja de roupas que não possui as peças de vestuário em tamanhos variados.

Resumidamente  Just-in-Time é uma filosofia que realmente prega a eliminação de estoques, porém não sua total eliminação, sua tradução mais correta seria usar apenas aquilo que lhe é necessário em dado momento, ou seja, ter uma cadeia de produção ou de abastecimento mais enxuta, sem excessos.

O que o Just-in-Time traz de vantagens para o cliente não é muito visível, porém para a empresa a vantagem se torna visível, pois existe em parte grande eliminação dos estoques que podem ser considerados excessivos e aumentam o custo de estoque, por exemplo uma estratégia para a empresa produtora eliminar grande parte de seu estoque seria reduzir o número de cores de determinado produto em estoque.

Como? A resposta é ainda mais fácil, basta simplesmente armazenar o produto com a sua cor base, e de acordo com os pedidos que forem feitos por distribuidores ou varejistas, a pintura pode ser feita.

 

6 MULTIMODALIDADE

 

Em conseqüência do uso de muitos modais, os embarcadores têm de preocupar-se com algo a mais em relação ao transporte de sua mercadoria: a documentação com as diferentes transportadoras pela qual a carga será transportada. É nesse ponto que se chega a questão, é melhor fazer uso da intermodalidade ou da multimodalidade?

Intermodalidade. Se caracteriza pela emissão individual de documento de transporte para cada modal, bem como pela divisão de responsabilidade entre os transportadores. Na multimodalidade, ao contrário, existe a emissão de apenas um documento de transporte, cobrindo o trajeto total da carga, do seu ponto de origem até o ponto de destino. Este documento é emitido pelo OTM, que também toma para si a responsabilidade total pela carga sob sua custodia.

Multimodalidade. É aquele que, regido por um único contrato, utiliza duas ou mais modalidades de transportes, desde a origem até o destino, e é executado sob a responsabilidade única de um Operador de Transporte Multimodal. O Transporte Multimodal de Cargas compreende, além do transporte em si, os serviços de coleta, unitização, desunitização, movimentação, armazenagem e entrega de carga ao destinatário, bem como a realização dos serviços correlatos que forem contratados entre a origem e o destino, inclusive os de consolidação e desconsolidaçao documental de cargas. O operador que pode ou não ser o dono dos meios envolvidos no trâmite, caso ela não possua todos esses meios ele é considerado um OTM virtual e sendo assim deve encarregar-se de providenciar o transporte devido para a carga.

A multimodalidade vem fortalecer o Comércio Exterior brasileiro, pois ela facilita o transporte para empresas que não a tem como foco de sua atividade empresarial e assim tanto para importação quanto para exportação o transporte acaba por ter valor agregado. O quesito da multimodalidade ajuda muito ainda na integração de blocos econômicos como por exemplo o MERCOSUL como é o caso do Brasil.

Porém para se fazer uso da multimodalidade é necessário que haja forte investimentos do governo federal pois deve-se haver grandes investimentos em infra-estrutura para se ter maior integração das modalidades, e por parte da iniciativa privada, a implantação de terminais multimodais interiores.

A multimodalidade se tornou bem-vista no mercado por eliminar gargalos e limitações no atendimento a clientes importantes e por seus reflexos nos custos serem positivos para o embarcadores que utilizem este recurso.

 

 

7 INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS

 

Há no mercado atual diversos tipos de inovações tecnológicas, as quais são implementadas nas empresas que procuram uma melhor compreensão  das informações geradas, conduzindo a integração entre os fatores. Essas inovações podem atingir o processo - disponibilizando equipamentos mais adequados, aumentando a produção e a qualidade - , o produto – oferecendo bens/serviços de melhor magnitude, crescendo a demanda - ou a organização de uma empresa – envolvendo a forma de gestão e coordenação das áreas.

A tecnologia influencia cada vez mais a gestão empresarial e está em constante aprimoramento. No aspecto logístico esta tem sido um diferenciador importante para que haja uma maior vantagem competitiva dentre as organizações.

Abordando o contexto de inovação juntamente com a tecnologia se obtêm uma perspectiva de integração entre as partes para compor o todo, âmago extremamente complexo, pois necessita da informação adequada para a decisão correta.

O Sistema de Informação, sob uma das muitas facetas, “é um sistema integrado homem-máquina que fornece informações de suporte a operações, gerenciamento, análise e funções de tomada de decisões em uma organização” (Schutzer e Pereira). Trabalhando nesse conceito a Tecnologia de Informação está sendo uma ferramenta importantíssima na atual Logística Estratégica. Um dos principais tipos de sistemas de informação utilizado atualmente é o ERP (Enterprise Resources Planning), que centraliza as informações de toda a organização e disponibiliza-as para quem necessitar.

Outro componente tecnológico de grande valor para gestão é o EDI (Electronic Data Interchange), em português, Intercâmbio Eletrônico de Dados, usado para a transferência de dados entre computadores e sistemas, sejam internamente ou externamente do âmbito da empresa. Segundo Novaes, EDI “é a transferência eletrônica de dados entre os computadores das empresas participantes, dados esses estruturados dentro de padrões previamente acordados entre as partes”.

O EDI possui características indispensáveis para uma organização em busca de seu diferencial, contém uma dinâmica eficiente, facilitando o gerenciamento, principalmente da cadeia de suprimentos. Com o EDI a empresa está conectada com todos seus colaboradores, sem ter a necessidade de, por exemplo, fazer o inventário para poder fazer o pedido ao fornecedor, isso tudo é processado pelo sistema e repassado automaticamente para o fornecedor quando necessário.

Os benefícios que o EDI pode proporcionar a empresa vão além da redução de custos, transmissão rápida das informações, diminuição de papel, redução de erros, estoque e tempo para a organização, interferem também na perspectiva que o cliente obtém da organização por esta se tornar mais ágil e consequentemente diferenciando-se da concorrência.

Desenvolvendo o tema para o foco em transporte, o Sistema de Gerenciamento de Transportes (Transportation Management System – TMS) representa importante inovação na área. Segundo Mauro Gonçalves Pinheiro, conselheiro do CTLI e gerente de produtos de TMS e WMS da Datasul, "o TMS é uma ferramenta que atende o transporte com redução de custos de abastecimento e distribuição, melhor controle das operações e elevação do nível dos serviços". O sistema é composto por sistemas de Rastreamento, Monitoração e Roteirização de Veículos.

O TMS permite uma maior integração e facilidade das operações de transporte, podendo ser utilizado em qualquer organização que tenha envolvida o transporte em seu gerenciamento, como indústrias e operadores logísticos. O sistema trabalha com todos os processos que envolvem o transporte, emitindo os documentos necessários, agendando a data de entrega, rastreamento, fiscalização do nível de serviço, entre outros.

No Brasil, esse sistema é bastante útil no modal rodoviário, que representa a maior parte do transporte e seus custos são os maiores entre os outros modais, além dos demais modais já terem uma rota fixa.

As funções básicas do TMS são: preparação, execução do transporte, controle de carregamento do veículo, controle de distâncias e rotas percorridas e pagamentos de fretes. O sistema também cuida da coleta e entrega da carga, fazendo o roteiro de menos custo possível, com os menores caminhos e, consequentemente, gastando menos combustível e manutenção.

Além de tudo, o TMS opera com o sistema EDI obtendo um resultado ainda mais eficaz para a organização, que possui as informações de onde a carga está localizada, se já foi paga, se o prazo diferencial de cada cliente foi respeitado, podendo disponibilizar essas informações para os clientes, ainda podendo contatar o motorista do veículo caso alguma rota seja incluída/excluída.

 

 

8.CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Ainda hoje no Brasil ao falar de Logística muitas pessoas fazem automaticamente uma associação com transportes o que não é a logística como um todo.

Porém o que este artigo visou trazer é que a Logística é muito mais do que simplesmente transporte e armazenagem, e sim o modo pelo qual as empresas poderão ou não obter sucesso no futuro em um mercado que está cada vez mais competitivo com novas técnicas que estão cada vez mais buscando satisfazer as necessidades do cliente de acordo do local em que ele necessita de referido produto

 

9.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

BALLOU, R. H. Logística Empresarial - Administração de Materiais e distribuição Física. São Paulo: Atlas, 1993.

 

BOWERSOX, Donald J., CLOSS, David J. Logística Empresarial - O Processo de Integração da Cadeia de Suprimento. São Paulo: Atlas, 2001.

 

CHIAVENATO, Idalberto. Administração da Produção – Uma Abordagem Introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004

 

MOREIRA, P. R. Multimodalidade Facilita Comercio Exterior. 2003. Disponível em: http://www.novomilenio.inf.br. Acesso em: 14.abr.09

 

POZO, Hamilton. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais. São Paulo: Editora Ática, 2008.

 

RODRIGUES, Paulo Roberto Ambrosio. Introdução aos Sistemas de Transporte no Brasil e à Logística Internacional.São Paulo: Aduaneiras, 2002.