A Logística como diferencial competitivo
Publicado em 11 de novembro de 2009 por Giovani Esteves
1 INTRODUÇÃO
1.1 Importância do tema
O que os consumidores
esperam quando vão a uma loja é encontrar os produtos que necessitam naquele
instante e recém-fabricados, com isso se torna quase impossível pensar em
linhas de produção ou marketing sem a intervenção da logística. Pois o produto
para o cliente não terá valor algum se este não tiver disponível para ele no
momento em que ele precisa do mesmo, como por exemplo: uma pessoa ter o melhor computador no mundo e morar no
Brasil, porém no momento em que ela necessita de tal equipamento o mesmo está
na China, isso para o cliente não está agregando valor nenhum ao produto.
O que é importante na
“conscientização Logística” é que empresários, donos de empresa, presidentes de
organizações etc., saibam que a Logística não é algo que vem apenas para trazer
custo de implantação para sua respectiva organização, e sim adicionar um novo
valor ao produto frente ao cliente, que é o valor de ter o produto no momento
em que se necessita do mesmo, podendo assim a organização ter um diferencial
competitivo frente ao mercado consumidor.
1.2
Objetivo da pesquisa
A valorização das
estratégias, na busca por resultados, tem feito com que os estudos sobre
sistemas de alocação, transporte e abastecimento, seja de matéria-prima ou
produtos prontos para consumo, sejam aperfeiçoados dia-a-dia, as metodologias e
processos são atualizados constantemente
e a satisfação daqueles que deles se utilizam está se tornando uma preocupação
cada vez maior.
Sendo assim o objetivo
deste artigo é fazer com que se desenvolva maior conhecimento sobre a logística
como um todo, e desenvolver-se o raciocínio que “transporte é logística mas
logística não é apenas transporte”, algo que frequentemente pode ser constatado
por diversas empresas brasileiras que se denominam prestadoras de serviços
logísticos sendo que estas apenas realizam serviços de transportes ou então
armazenagem.
1.3
Metodologia
Baseado em uma análise
teórica, este artigo busca através de pesquisas bibliográficas falar sobre o
tema principal que são os aspectos da Logística e Cadeia de Distribuição, sendo
que o trabalho fica restrito apenas a dissertação do tema, sendo assim sem
maiores exemplificações.
Todos os dados e informações
trazidos aqui foram retirados de pesquisas bibliográficas e obras lidas
anteriormente que serviram para obter-se um maior embasamento teórico.
1.4
Resultados esperados
Almeja-se durante o
decorrer do trabalho informar sobre a importância que o Logística exerce sobre
as atividades empresariais como um todo, e consequentemente sobre seus custos,
falando de como a terceirização dos serviços Logísticos pode significar ganho
por parte de uma empresa que não possui as atividades Logísticas como foco de seu
engajo, também expor sobre como um maior conhecimento sobre os modais usados
para transporte de carga podem ser um diferencial quando se trata de transporte
de mercadorias por longas distâncias, o conceito de multimodalidade e como esta
pode ajudar as empresas brasileiras a disponibilizar seus produtos com maior
presteza para o mercado consumidor, assim também como as tecnologias, entre
outros aspectos, podem ajudar as empresas que se beneficiem da atividade de
transportes a alcançar maior diferencial frente a nova realidade do mercado
consumidor.
2.REFERENCIAL TEÓRICO
2.1
Logística
É de suma importância
definir como alguns autores definem a Logística, pois assim pode-se saber quais
os objetivos que este artigo pode trazer
Ballou (2006) faz uma definição
dicionarizada do termo Logística referente ao que diz: o ramo da ciência
militar que lida com a obtenção, manutenção e transporte de material, pessoal e
instalações.
Essa definição situa a logística apenas num contexto militar. Mas em
Segundo Bowersox (2001) a
Logística possui um significado mais dinamizado que pode ser entendido de uma
maneira mais simples e ser entendido tanto por profissionais que já atuam na
área há anos como por curiosos de qualquer idade, que diz que a Logística é
algo singular que nunca pára e ocorre no mundo todo 24 horas por dia, 7 dias
por semana, durante as 52 semanas do ano. Poucas áreas de operações envolvem a
complexidade ou abrangem o escopo geográfico característico da logística. O
objetivo da logística é tornar disponíveis produtos e serviços no local onde
são necessários, no momento em que são desejados.
O que pode ser destacado é
que a Logística pode ser dividida em três: Suprimento, Produção e Distribuição.
Sendo que a 1ª destas trata de como a matéria-prima chega até a linha de
produção, a 2ª de como o produto é tratado na linha de produção, já a 3ª pode
ser considerada a Logística mais importante e custosa de todas pois trata de
como o produto final chegará até as mãos do consumidor seja ele uma indústria
ou uma simples pessoa, o que se dá maior importância na Logística de
Distribuição é que um atraso ou falha no mesmo pode resultar em prejuízos para
o cliente na outra ponta do processo, pois pode se considerar que em algumas
vezes ao acabar a Logística de Distribuição de uma empresa a Logística de
Produção de outra começará.
2.2
Custos Logísticos
Pozo (2008) afirma um dos principais
desafios da Logística Empresarial é gerenciar adequadamente a relação entre
custos e nível de serviço. A função da Logística é a constante melhoria da
rentabilidade e da oferta de nível de serviço ao cliente como fator de
desempenho competitivo, e sua gestão tem com dever primordial solucionar os
problemas existentes entre nível de serviço e custos que consistem na falta de
sistemas adequados para a gestão dos custos logísticos.
Resumidamente pode-se
dizer que a Logística tem como sua função principal buscar o diferencial
oferecendo um serviço que agregue valor ao produto porém com um custo baixo.
2.3
Fluxo de materiais
Chiavenato (2004) diz que
em toda empresa, os materiais não podem ficar estáticos ou parados,
significando assim custos a mais devido sua alocação física. Manter esses
materiais sem uso representaria um custo desnecessário. Os materiais seguem um
movimento incessante que vai desde o recebimento do fornecedor, passando pelas
diversas etapas do processo produtivo até chegar ao depósito de produtos
acabados. Em outros termos, os materiais entram na empresa, fluem e transitam
por meio dela e saem pelo depósito com destino aos clientes como produtos
acabados.
Essa porém é a idéia
básica do que se pensa que deveria acontecer dentro de uma empresa produtiva, a
matéria-prima entra por um lado, e o produto acabado sai pelo outro, sem ter
que ficar o material parado em algum ponto desse processo, mas não é isso que
acontece pois em muitas empresas em algum ponto do processo acontecem gargalos,
seja ele logístico ou então de produção. E esse é um problema que a Logística
de Suprimentos e de Produção tenta sanar, fazer com que apenas a matéria-prima
necessária para fabricar determinada quantidade de um produto seja comprada de
acordo com a demanda da linha de produção evitando sempre os excessos.
2.4
Multimodalidade
Segundo Rodrigues (2002) o
conceito de Multimodalidade no Brasil foi introduzido pela lei nº 6.288, de
11/12/75, complementada pelo Decreto nº 80.145, de 15/08/77, ambos já revogados.
A regulamentação definitiva para o transporte multimodal no Brasil veio com a
lei 9.611/98 regulamentada pelo Decreto nº 3.411, de 12/04/2000, o qual cria a
figura do Operador de Transporte Multimodal. Ambas essas leis podem ser usadas
para destacas o conceito de como a Multimodalidade pode influenciar na maneira
como a carga é transportada facilitando a decisão de um fabricante que decida
levar seu produto a novos mercados, sendo mais distantes, tanto em território
nacional, como no exterior utilizando de apenas um único conhecimento de carga
e com menos burocracia para a realização do mesmo.
Para
Moreira (2003) a Multimodalidade representa para o Brasil, a exemplo do
ocorrido a nível mundial, um avanço importante na prática moderna do transporte
de cargas. As boas opções que a malha viária brasileira oferece para integração
das rodovias, hidrovias interiores, portos e terminais multimodais interiores,
se constituem na base física capaz de permitir a integração com êxito entre as
várias modalidades de transportes, em seus aspectos operacionais,
institucionais e comerciais, visando à implantação definitiva do transporte
multimodal no Brasil.
3 TERCEIRIZAÇÃO
3.1 Alianças e parcerias
É de importância
fundamental salientar que normalmente a segregação da logística dentro de uma
empresa ocorre principalmente quando a mesma não está dentro do escopo das
atividades produtivas da organização ou essa não possui recursos
suficientemente bons para que haja uma boa gestão. Sendo assim a empresa que
pretende terceirizar serviços logísticos, como por exemplo o transporte, deve
primeiro analisar se não seria mais econômico e eficaz ela mesmo realizar esse
serviço, tendo ela todo equipamento e pessoal capacitado para a realização de
tal atividade.
Atualmente as alianças ou
parcerias vêm aumentando substancialmente o índice de suas importâncias como
parte da cadeia. A percepção dos operadores logísticos levou à conclusão de que
os custos seriam reduzidos se os esforços fossem combinados para suprir as
dificuldades dos setores que são ausentes em suas atividades produtivas.
Para uma eficiência maior
nesta cooperação, existe a necessidade de uma análise de fatores que irão
determinar o aumento da probabilidade de sucesso destes relacionamentos.
Esses fatores variam de
acordo com o segmento da empresa envolvida, dentro destes segmentos, temos para
exemplificar, varejistas e fabricantes, como segue:
Varejistas |
Fabricantes |
Alto
nível de cooperação |
Compartilhamento
de informação |
Metas
/ objetivos semelhantes |
Reconhecimento
de vantagens mútuas |
Comunicações
claras |
Implementação
controlada |
Apoio
da alta gerência |
Força
tarefa conjunta |
Controle
de estoque |
Comprometimento
/ dedicação dos recursos |
|
Realização
das vantagens |
Tabela 1 – Vantagens na parceria para
varejistas e fabricantes
Caso a empresa opte por
terceirizar seus serviços logísticos ela deve procurar não só por empresas
prestadoras de serviços comuns, mas sim por aquela que pode oferecer um serviço
especializado de acordo com o seu ramo de atividade, como por exemplo uma
indústria de alimentos congelados que necessite de serviços de transporte e
armazenagem diferenciado para seus produtos.
Para que haja sucesso na
contratação do serviço é interessante que haja uma integração das informações
das empresas envolvidas (contratante e contratada) para que ambas possam
compartilhar de um objetivo comum: a contratante para disponibilizar seu
produto de acordo com as necessidades de demanda do mercado e a contratada
trata dos meios que serão utilizados para tal disponibilização.
Normalmente no início
dessa relação, empresas de todo tipo de segmento, produtivo ou não, costumam
enfrentar obstáculos comuns como os tratados a seguir através de exemplo:
Varejistas |
Fabricantes |
Itens de baixo giro |
Falta de comunicação |
Resistência de fabricantes
à mudança |
Nível de confiança |
Sistemas de informação |
Compreensão de
questões técnicas |
Formatos de dados
incompatíveis |
Resistência dos
clientes à mudança |
|
Presteza dos
varejistas |
Tabela 2 – Obstáculos na formação de
parcerias entre varejistas e fabricantes
A relação inicial entre as
empresas pode apresentar uma série de dúvidas em relação ao comprometimento do
desempenho pretendido, por causa do receio da troca de informações de seus
bancos de dados, como para a implantação do EDI por exemplo. Com o passar do
tempo, a fidelidade e o compartilhamento dos métodos de produção e
desenvolvimento fazem com as empresas envolvidas possam determinar com mais
facilidade os meios utilizados para atender os seus pedidos, a partir do
conhecimento de limitações umas das outras, agilizando a sua programação e
rapidez no resultado pretendido.
Um exemplo claro da
necessidade de contratação de prestadores de serviços se dá no sentido das
atividades relacionadas com o transporte, porque muitas empresas não
disponibilizam dos meios para sua realização, principalmente quando trata-se de
transporte internacional, que envolve diversos trâmites como por exemplo os
despachos aduaneiros por simplesmente esse segmento não fazer parte de suas
atividades. Desta maneira a integração dispensa a aquisição de veículos para o
transporte, podendo assim a empresa focar cima das necessidades de atendimento
da demanda.
4 NECESSIDADE DE ADEQUAÇÃO
4.1 O cenário atual
Atualmente a logística é
um segmento profissional que segue em grande evolução e atrai, cada vez mais,
os responsáveis pela administração das empresas.
Na primeira metade o
século XX, o desenvolvimento da prática logística era habitual e mecânico
simultaneamente, ou seja, o trabalho era executado, porém, não havia nenhum
conceito ou teoria a ser seguido ou estudado de maneira a se construir uma
metodologia para desempenhar as funções mercantis com eficiência, a ponto de
alcançar os resultados pretendidos. As atividades de processar pedidos,
produção e transporte eram fragmentadas entre diversos setores dentro das
empresas, gerando assim, um conflito administrativo no desenvolvimento da
empresa. Era comum, dentro das grandes companhias, deparar com o transporte
sendo controlado por produção, pedidos sendo administrados por finanças ou
vendas, estoques sendo gerenciados por finanças ou produção etc.
Os inícios dos estudos e
formações de conceitos vieram a partir da observação da atividade logística da
Segunda Guerra Mundial, que influenciaria essa prática alguns anos depois. Mas
por volta de 1945 era possível observar algumas empresas adotando a modalidade,
colocando transporte e armazenagem de produtos acabados sob um único gerente
sendo, as indústrias alimentícias, as primeiras a adotar tal prática.
A ausência de expectativa
sobre o sucesso do novo método esteve por trás de alguns fatores expostos pelo
comportamento social e profissional da época. Antes da evolução dos
computadores, como instrumental dentro das atividades empresariais, para
apresentar relatórios sobre os procedimentos e análises comparativas de
objetivos e resultados, os administradores não acreditavam ser a logística uma
atividade cuja integração pudesse aprimorar o desempenho das empresas. Dessa
forma os primeiros aplicativos de computador, resultaram em produtos destinados
a aperfeiçoar o desempenho de funções como: processamento de pedidos,
previsões, controle de estoque, transporte etc.
Nessa mesma década, a
forte pressão pelo aumento de lucratividade das empresas também serviu para
alçar o desenvolvimento logístico, juntamente com a instabilidade do mercado
econômico. A necessidade de evolução na nova modalidade combinava com o
desenvolvimento desta na concepção dos administradores. Porém, os estudiosos de
marketing e administração achavam que a prática não estava bem desenvolvida.
Paul Converse (professor de Marketing) escreveu em 1954, que as companhias
enfatizavam os sistemas de compra e venda e não observavam com intensidade a
distribuição física. Após a opinião de algumas autoridades no assunto na época,
os estudiosos reconheceram que o desenvolvimento da logística empresarial como
disciplina estava em um estudo conduzido para determinar o papel que o
transporte aéreo poderia desempenhar na distribuição física. Eles já entendiam
que a chave para elevação dos lucros seria a diminuição do custo do produto em
seu preço final. Com base nessa teoria, iniciaram um estudo sobre o impacto do
transporte no preço das mercadorias negociadas, neste caso especificamente o
modal utilizado era o transporte aéreo.
O fato era que os
administradores responsáveis por funções como transporte ou compras, das
empresas de uma forma geral, não confiavam nas mudanças apresentadas como forma
de melhorar o sistema e consideradas essenciais para o desenvolvimento dos processos
logísticos. Eles não acreditavam que para redução do custo total de um produto
poderia ser necessário um investimento em alguma área funcional específica, de
modo que permaneciam presos à idéia dos números apresentados pelas avaliações
de desempenho dos relatórios que já utilizavam. A idéia, embora ultrapassada,
era que elevar o gasto com transporte para obter um melhor resultado em relação
ao serviço para o cliente ou reduzir o custo total, poderia significar a
deterioração da gerência de transporte.
Outro ponto que gerou um
entrave em relação à implantação da logística integrada foi a dificuldade
encontrada pelos administradores de empresas em mensurar o retorno ou o lucro
que seria auferido sobre o investimento. Na realidade, o problema se originava
na dificuldade, por parte dos administradores em avaliar o custo de seus
estoques. Eles não conseguiam entender como haveria lucro no final das
negociações a partir da redução do custo na estocagem e argumentavam que se o
sistema estava funcionando daquela forma, não deveria ser modificado.
Nessa mesma época, o
estilo de vida e as mudanças ocorridas nas sociedades de consumo também
forçaram o desenvolvimento do processo logístico. A migração da grande parte da
população rural para os grandes centros urbanos fez com que amenizassem as
idéias sobre os estudos dos sistemas de distribuição. Porém, ao mesmo tempo,
outra parte da massa populacional começou a se transferir do centro das cidades
para o subúrbio. Isso forçou às empresas a criarem pontos de armazenagem e
distribuição adicionais para atender os locais mais distantes. Suportar uma
maior área metropolitana com um número maior de pontos de estoque incrementaram
o custo da distribuição.
De outra forma, as
mudanças não estavam sujeitas apenas às migrações populacionais ou aos pontos
de distribuição. Para atender à demanda e à captação de clientes, as empresas
multiplicaram os itens em relação a quantidade de produtos oferecidos. Uma
grande variedade de cores, formas, tamanhos e uma série de outros itens, apresentariam
um aumento significativo na quantidade apresentada de um mesmo produto. Esta
forma de variação seria adotada por todas as empresas, como forma de se manter
competitiva no mercado. O resultado desse aumento significaria um custo maior
para a manutenção dos estoques.
A partir da observação
dessas necessidades os padrões de distribuição começaram a se modificar e as
empresas de comércio varejista transferiram a manutenção dos estoques para seus
fornecedores ou para empresas de distribuição especializadas, onde o controle
de demanda passou a requerer um maior número de entregas para suprir as
necessidades de estoque.
Outro fator que se mostrou
fundamental na implementação dos sistemas de logística foi que o pós-guerra
provocou uma mudança no panorama mercantil na segunda metade do século XX. Após
um período de crescimento econômico, seguiu-se uma onda de recessão e com isso
uma pressão em busca de lucro por parte daqueles que movimentavam o mercado. Em
relação a baixa no mercado, os administradores são forçados a buscar
alternativas de melhorar o nível de produtividade. Os setores de produção e
vendas já haviam esgotado suas tentativas de aumento de produtividade e as
administrações passaram a ver na logística a alternativa para redução de custos
nos negócios empresariais.
A importância dada ao
transporte no sistema logístico se deu pelo fato que após estudos, detectaram
um percentual representativo grande no custo final do produto. Como citado
anteriormente, o aumento da migração populacional da área rural para área
urbana, seria o primeiro sinal de que a produção e o consumo se distanciam,
como nos sistemas dos países bem desenvolvidos e isto apresenta o primeiro
sinal da representação do transporte no custo. Segundo BALLOU, a tratarmos de
maneira mais direta vemos que o transporte influencia o custo da seguinte
forma: aumenta a competição no mercado, garante a economia de escala na
produção e reduz preços das mercadorias.
4.2
Aumento da competição no mercado
A ausência de um sistema
de transporte eficiente pode limitar o mercado da empresa muito próximo (ao
redor) do local de produção. Desta forma, para conseguir uma boa colocação no
mercado, o preço do transporte deveria ser muito menor do que seria caso
houvesse um segundo ponto de produção mais próximo á região de consumo, o que
atingiria diretamente o objetivo de lucro da empresa produtora. Sem contar que
a competição aumentaria pelo fato que seria colocado à disposição no mercado
bens e mercadorias que de outra forma não seriam apresentados em virtude do
preço onerado pelo transporte.
4.3
Economia em escala
O transporte mais barato
viabiliza um aumento no volume de negócios, assim, recursos de produção, em
grande escala podem ser aproveitados de uma maneira mais intensa e a
especialização do trabalho em determinados pontos da produção melhora a
qualidade do produto. Além disso, com barateamento do custo o produtor tem a
opção de escolha do melhor local para instalação da sua empresa.
4.4
Redução de preços
Além do aumento da
competição o transporte influenciará no preço do custo final ao se unir com os
outros custos: produção, vendas e outros que compõe o preço final na forma de
valor agregado. Dessa forma, a eficiência no transporte estará presente não
apenas nos preços, como também na melhoria do padrão de vida dos consumidores.
O que atualmente vem trazendo maiores reduções nos preços relativos ao
transporte é a variedade dos modais que podem ser utilizados para o transporte
da mercadoria de seu ponto de origem até seu destino, porém para cada trecho da
rota normalmente é necessário que se use um modal diferente, e é sobre isso que
será tratado a seguir, sobre as particularidades e vantagens desses modais.
4.5
Fatores para escolha do modal
Para
se tirar melhor proveito dos modais de transporte quanto a sua utilização deve
se ter em mente quais são os modais usados atualmente, quais são os principais
parâmetros de desempenho do modal, como eles são usados, qual o seu nível de
desempenho individual e qual o perfil de peso dos pedidos e da carga por eles
transportadas.
Quanto a classificação dos
modais podemos consideras cinco: rodoviário, aquaviário, ferroviário, aéreo e
dutoviário. Sendo que o modal aquaviário pode ser dividido em três classes
distintas: fluvial, marítimo e lacustre, sendo este último o menos usado.
Para se escolher qual tipo
de modal usar para transporte de determinado tipo de carga primeiro se deve
avaliar se é viável transportar a carga em determinado modal, como por exemplo,
transportar minério de ferro ou soja in natura por via aérea, ou uma carga de
frutas por vias marítimas. Também deve-se mensurar uma gama muito maior de
fatores como peso,volume, preço e em alguns caso também deve-se avaliar a
perecibilidade.
Para cargas de maior valor
agregado e perecibilidade pode ser usado modais mais rápidos, e por
conseqüência , mais caros, já para granéis, matérias-prima em geral, e produtos
in natura (por exemplo madeiras em geral) podemos usar modais mais lentos e
portanto mais baratos. O que deve ser avaliado é a característica da carga e
qual o seu tipo de necessidade.
Mas no entanto existem
algumas exceções, como por exemplo, uma indústria no Brasil teve uma peça de um
equipamento quebrado e necessita de reposição imediata pois sua linha de
produção está parada e a peça para reposição só se encontra na matriz
localizada na Alemanha, nesse caso não resta dúvidas que o modal aéreo será o
utilizado para efetuar o transporte da mercadoria.
Outro aspecto muito
interessante que todos afirmam e confirmam é que o transporte pelo modal aéreo de
todo é muito caro, porém sigamos a seguinte linha de raciocínio: quando se
compra um produto X de 200g se paga um preço Y por ele, mas quando eu compro o
mesmo produto X de 1000g eu não pago seu preço 5Y, isso se dá em conta porque o
preço tem de ser rateado, o mesmo ocorre com um avião, já que ele tem menor
capacidade de carga seu frete tende a ter um preço mais elevado, ao contrário
de um navio que pode carregar muito mais carga do que qualquer outro modal de
transporte e tem o preço de frete muito mais barato.
Uma característica pouco
abordada dos modais mais lentos como por exemplo o aquaviário e o ferroviário é
que a carga pode ficar mais tempo em trânsito, e portanto isso pode influenciar
em um aspecto de redução de outro custo: o custo de estocagem, pois caso a
programação da entrega sendo feita de maneira precisa, o tempo de percurso
desde a origem da carga até o destino final pode ser calculado com a exata
precisão de que quando essa mercadoria chegar ao seu destino final ela não
necessite mais ficar em armazém sendo assim disponibilizada no seu ponto de
venda final, ou então a mercadoria pode ser negociada enquanto está em
trânsito.
O fato que caracteriza
muitas empresas usarem diferentes modais para transportar suas cargas para
qualquer lugar no mundo não é necessariamente a redução do custo, e sim a
tentativa de usar melhores rotas poupando assim o tempo de trânsito de poder
disponibilizar a mercadoria no menor tempo e com a menor quantidade de avarias
possível. Porém ao usar mais modais de transporte existe um custo implícito que
poucas vezes é comentado, o custo de transbordo, que é um custo necessário pois
necessita pessoal e equipamento especializado só para essa atividade, além de
despender tempo.
Com
certeza o transporte não é algo que é importante apenas para a Logística,
outros ramos como Marketing e Comércio Exterior necessitam dele para poder
prover os seus serviços.
5 JUST-IN-TIME
Hoje em dia quando se fala
das modernas técnicas usadas para reduzir custos logísticos a primeira que vem
a mente de muitas pessoas é a palavra Just-in-Time, porém muitas pessoas
comentam sobre isso sem nem ao menos saber ou falam de maneira errada.
Alguns acreditam que
Just-in-Time é a filosofia na qual existe a eliminação total de estoques, o que
é totalmente errado, pois imagine uma empresa que não tenha estoques, ou uma
loja de roupas que não possui as peças de vestuário em tamanhos variados.
Resumidamente Just-in-Time é uma filosofia que realmente
prega a eliminação de estoques, porém não sua total eliminação, sua tradução
mais correta seria usar apenas aquilo que lhe é necessário em dado momento, ou
seja, ter uma cadeia de produção ou de abastecimento mais enxuta, sem excessos.
O que o Just-in-Time traz
de vantagens para o cliente não é muito visível, porém para a empresa a
vantagem se torna visível, pois existe em parte grande eliminação dos estoques
que podem ser considerados excessivos e aumentam o custo de estoque, por
exemplo uma estratégia para a empresa produtora eliminar grande parte de seu estoque
seria reduzir o número de cores de determinado produto em estoque.
Como? A resposta é ainda
mais fácil, basta simplesmente armazenar o produto com a sua cor base, e de
acordo com os pedidos que forem feitos por distribuidores ou varejistas, a
pintura pode ser feita.
6 MULTIMODALIDADE
Em conseqüência do uso de
muitos modais, os embarcadores têm de preocupar-se com algo a mais em relação
ao transporte de sua mercadoria: a documentação com as diferentes
transportadoras pela qual a carga será transportada. É nesse ponto que se chega
a questão, é melhor fazer uso da intermodalidade ou da multimodalidade?
Intermodalidade. Se
caracteriza pela emissão individual de documento de transporte para cada modal,
bem como pela divisão de responsabilidade entre os transportadores. Na
multimodalidade, ao contrário, existe a emissão de apenas um documento de
transporte, cobrindo o trajeto total da carga, do seu ponto de origem até o
ponto de destino. Este documento é emitido pelo OTM, que também toma para si a
responsabilidade total pela carga sob sua custodia.
Multimodalidade. É aquele
que, regido por um único contrato, utiliza duas ou mais modalidades de
transportes, desde a origem até o destino, e é executado sob a responsabilidade
única de um Operador de Transporte Multimodal. O Transporte Multimodal de
Cargas compreende, além do transporte em si, os serviços de coleta, unitização,
desunitização, movimentação, armazenagem e entrega de carga ao destinatário,
bem como a realização dos serviços correlatos que forem contratados entre a
origem e o destino, inclusive os de consolidação e desconsolidaçao documental
de cargas. O operador que pode ou não ser o dono dos meios envolvidos no
trâmite, caso ela não possua todos esses meios ele é considerado um OTM virtual
e sendo assim deve encarregar-se de providenciar o transporte devido para a
carga.
A multimodalidade vem
fortalecer o Comércio Exterior brasileiro, pois ela facilita o transporte para
empresas que não a tem como foco de sua atividade empresarial e assim tanto
para importação quanto para exportação o transporte acaba por ter valor
agregado. O quesito da multimodalidade ajuda muito ainda na integração de
blocos econômicos como por exemplo o MERCOSUL como é o caso do Brasil.
Porém para se fazer uso da
multimodalidade é necessário que haja forte investimentos do governo federal
pois deve-se haver grandes investimentos em infra-estrutura para se ter maior
integração das modalidades, e por parte da iniciativa privada, a implantação de
terminais multimodais interiores.
A multimodalidade se
tornou bem-vista no mercado por eliminar gargalos e limitações no atendimento a
clientes importantes e por seus reflexos nos custos serem positivos para o
embarcadores que utilizem este recurso.
7 INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS
Há no mercado atual
diversos tipos de inovações tecnológicas, as quais são implementadas nas
empresas que procuram uma melhor compreensão das informações geradas, conduzindo a
integração entre os fatores. Essas inovações podem atingir o processo -
disponibilizando equipamentos mais adequados, aumentando a produção e a
qualidade - , o produto – oferecendo bens/serviços de melhor magnitude,
crescendo a demanda - ou a organização de uma empresa – envolvendo a forma de
gestão e coordenação das áreas.
A tecnologia influencia cada
vez mais a gestão empresarial e está em constante aprimoramento. No aspecto
logístico esta tem sido um diferenciador importante para que haja uma maior
vantagem competitiva dentre as organizações.
Abordando o contexto de
inovação juntamente com a tecnologia se obtêm uma perspectiva de integração
entre as partes para compor o todo, âmago extremamente complexo, pois necessita
da informação adequada para a decisão correta.
O Sistema de Informação,
sob uma das muitas facetas, “é um sistema
integrado homem-máquina que fornece informações de suporte a operações,
gerenciamento, análise e funções de tomada de decisões em uma organização” (Schutzer
e Pereira). Trabalhando nesse conceito a Tecnologia de Informação está sendo
uma ferramenta importantíssima na atual Logística Estratégica. Um dos
principais tipos de sistemas de informação utilizado atualmente é o ERP (Enterprise Resources Planning), que
centraliza as informações de toda a organização e disponibiliza-as para quem
necessitar.
Outro
componente tecnológico de grande valor para gestão é o EDI (Electronic Data
Interchange), em português, Intercâmbio Eletrônico de Dados, usado para a
transferência de dados entre computadores e sistemas, sejam internamente ou
externamente do âmbito da empresa. Segundo Novaes, EDI “é
a transferência eletrônica de dados entre os computadores das empresas
participantes, dados esses estruturados dentro de padrões previamente acordados
entre as partes”.
O
EDI possui características indispensáveis para uma organização em busca de seu
diferencial, contém uma dinâmica eficiente, facilitando o gerenciamento,
principalmente da cadeia de suprimentos. Com o EDI a empresa está conectada com
todos seus colaboradores, sem ter a necessidade de, por exemplo, fazer o
inventário para poder fazer o pedido ao fornecedor, isso tudo é processado pelo
sistema e repassado automaticamente para o fornecedor quando necessário.
Os
benefícios que o EDI pode proporcionar a empresa vão além da redução de custos,
transmissão rápida das informações, diminuição de papel, redução de erros,
estoque e tempo para a organização, interferem também na perspectiva que o
cliente obtém da organização por esta se tornar mais ágil e consequentemente
diferenciando-se da concorrência.
Desenvolvendo
o tema para o foco em transporte, o Sistema de Gerenciamento de Transportes (Transportation
Management System – TMS) representa importante inovação na área. Segundo Mauro Gonçalves
Pinheiro, conselheiro do CTLI e gerente de produtos de TMS e WMS da Datasul,
"o TMS é uma ferramenta que atende o transporte com redução de custos de
abastecimento e distribuição, melhor controle das operações e elevação do nível
dos serviços". O sistema é composto por sistemas de Rastreamento,
Monitoração e Roteirização de Veículos.
O TMS
permite uma maior integração e facilidade das operações de transporte, podendo
ser utilizado em qualquer organização que tenha envolvida o transporte em seu
gerenciamento, como indústrias e operadores logísticos. O sistema trabalha com
todos os processos que envolvem o transporte, emitindo os documentos
necessários, agendando a data de entrega, rastreamento, fiscalização do nível
de serviço, entre outros.
No Brasil,
esse sistema é bastante útil no modal rodoviário, que representa a maior parte
do transporte e seus custos são os maiores entre os outros modais, além dos
demais modais já terem uma rota fixa.
As funções
básicas do TMS são: preparação, execução do transporte, controle de
carregamento do veículo, controle de distâncias e rotas percorridas e
pagamentos de fretes. O sistema também cuida da coleta e entrega da carga,
fazendo o roteiro de menos custo possível, com os menores caminhos e,
consequentemente, gastando menos combustível e manutenção.
Além de
tudo, o TMS opera com o sistema EDI obtendo um resultado ainda mais eficaz para
a organização, que possui as informações de onde a carga está localizada, se já
foi paga, se o prazo diferencial de cada cliente foi respeitado, podendo
disponibilizar essas informações para os clientes, ainda podendo contatar o
motorista do veículo caso alguma rota seja incluída/excluída.
8.CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Ainda hoje no Brasil ao
falar de Logística muitas pessoas fazem automaticamente uma associação com
transportes o que não é a logística como um todo.
Porém o que este artigo
visou trazer é que a Logística é muito mais do que simplesmente transporte e
armazenagem, e sim o modo pelo qual as empresas poderão ou não obter sucesso no
futuro em um mercado que está cada vez mais competitivo com novas técnicas que
estão cada vez mais buscando satisfazer as necessidades do cliente de acordo do
local em que ele necessita de referido produto
9.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BALLOU, R. H. Logística Empresarial - Administração de Materiais e distribuição
Física. São Paulo: Atlas, 1993.
BOWERSOX, Donald J., CLOSS, David J. Logística Empresarial - O Processo de
Integração da Cadeia de Suprimento. São Paulo: Atlas, 2001.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração da Produção – Uma Abordagem
Introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004
MOREIRA, P. R. Multimodalidade Facilita
Comercio Exterior. 2003. Disponível em:
http://www.novomilenio.inf.br. Acesso em: 14.abr.09
POZO, Hamilton. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais. São Paulo:
Editora Ática, 2008.
RODRIGUES,
Paulo Roberto Ambrosio. Introdução aos
Sistemas de Transporte no Brasil e à Logística Internacional.São Paulo:
Aduaneiras, 2002.