Este artigo tem por objetivo ressaltar e propor o estudo prático de eletrônica básica dos cursos técnicos e de ensino médio como introdução às disciplinas de informática.

Placa mãe: Importância da eletrônica para informática.

Normalmente no aprendizado básico da informática ou de áreas correlacionadas com tecnologia em geral, seja em cursos vinculados ao ensino médios, técnicos e profissionalizantes, normalmente não há a cultura pedagógica de incentivo para que o aluno vivenciar a tecnologia no sentido do entendimento e descobrimento do funcionamento dos circuitos eletrônicos ao ponto de realizar montagens práticas relacionadas com a eletrônica analógica e até mesmo digital.

Penso que aprender e vivenciar a tecnologia envolve tanto a questão do software como a do hardware e no que diz respeito ao hardware, atualmente de maneira muito “mal acostumada” sequer pensamos em como realmente funciona os circuitos de maneira que mecanicamente manipula-se memórias, HDs e placas mães, para o caso de um computador pessoal, sem se importar em entender e visualizar na prática um circuito digital.

Raramente ensina-se como criar um circuito que realize algum procedimento, por mais simples que seja, que exemplifique a teoria da “lógica de Boole” (que é a base da lógica digital) ou mesmo que acenda um simples LED (diodo emissor de luz).

Nos primórdios da própria história da informática o próprio Steve Jobs e também Bill Gates interagiam com a tecnologia (ou informática da época) iniciando da construção e manipulação de circuitos, ou melhor dizendo, de “kits” que viriam a se tornar o computador pessoal.

Atualmente a questão de “kits” está muito mais popular, acessível e barata. Para citar um exemplo contamos com uma plataforma livre de hardware para montagens diversas onde chamado “Arduino”, com maiores especificações no site https://www.arduino.cc/.

Basicamente Arduino é um microcontrolador ou um simples microcomputador em miniatura. Com o uso da linguagem de programação “C” e de alguns componentes externos tais como LEDs, motores pequenos, interruptores e sensores diversos é possível construir diversos projetos que auxiliarão em muito o aprendizado tanto da lógica de programação na informática quanto do aspecto da eletrônica na tecnologia no que tange à construção de pequenos circuitos. Aprende-se a dimensionar resistores, ação esta que utiliza de competências de outras áreas tais como a matemática para realizar cálculos e física para entendimento de conceitos eletrônicos tais como a Amparagem.

Penso que trabalhar e aprender informática não se resume apenas no estudo dos sistemas operacionais e dos softwares aplicativos, mas sim desenvolver a prática de circuitos eletrônicos, do entendimento da teoria e da prática que existem por detrás do hardware. Desta forma certamente estaremos também incentivando os jovens a seguir estudos em áreas relacionadas com a engenharia, eletrônica, ou pelo menos incentivar e aplicar as bases da eletrônica no sentido de descobrir o mundo da tecnologia da informação como um todo e não apenas no uso do computador como uma ferramenta ou fim, tendo como foco apenas a questão do software.

Uma proposta que seria interessante aos colégios de ensino médio seria a aquisição de kits educativos de montagens eletrônicas (ou mesmo de robótica) para aulas práticas em laboratório, de maneira a estimular a criatividade e prática nas montagens dos projetos.

Para realizar um paralelo ressalto a questão de no ensino médio, nas aulas de química, biologia entre outras, utilizam-se laboratórios para que os alunos juntamente com a orientação dos professores possam colocar em prática os conhecimentos teóricos adquiridos. De maneira semelhante em determinadas disciplinas de física ou informática seria uma inovação que despertaria a curiosidade e interesse dos alunos se houvesse um “laboratório de eletrônica” no qual disponibilizassem kits ao alunos para que a exemplo do sistema “Protoboard”, que é  uma placa utilizada por estudantes para realizar montagens de projetos eletrônicos de maneira temporária, poder realizar projetos e pequenos circuitos de maneira que o aluno possa realmente “aprender brincando”, sendo que esta na minha opinião é uma das melhores pedagogias.

Com o uso do Protoboard os componentes eletrônicos podem ser facilmente conectados e desmontados quantas vezes forem necessárias, o que torna um  equipamento interessante nos meios acadêmicos.

Concluo este artigo citando um exemplo hipotético onde os alunos, após aulas de física relacionadas a eletromagnetismo e ondas eletromagnéticas poderem montar um simples transmissor de FM e colocar em prática além dos conceitos exposto em aula a utilizar da tecnologia para criar um projeto prático que inspirará o aluno a buscar novos conhecimentos através da interdisciplinaridade entre disciplinas de eletrônica e física.