P ouco mais de duas décadas se passaram desde tempo em que uma pessoa ficava incomunicável se ela não estava em casa, no trabalho ou não tinha um telefone próximo até o dia de hoje quando é impensável não conseguir entrar em contato com alguém.

Tempo relativamente pequeno em relação a tantas outras mudanças ocorridas na sociedade e no comportamento humano. A transformação foi tão completa e intricada, que a juventude atual tem dificuldade extrema em imaginar um mundo onde a informação não cruzava oceanos em questão de segundos.  Aliás, sequer conseguem conceber a possibilidade de que muitas dessas informações eram inacessíveis, seja por estarem distantes fisicamente ou por estarem em outro idioma.

A culpa, ou talvez mérito, de tanta mudança é sem dúvida nenhuma da internet, a rede mundial que criou pontes e derrubou fronteiras tendo a velocidade e praticidade como aliados fundamentais. O resultado foi o que vemos hoje: a globalização, não só do conhecimento em todas as áreas, mas da economia, cultura e comportamento.

A facilidade com que a informação podia viajar acabou demandando ao longo do processo, equipamentos e acessórios que tornassem possível o acesso a esses dados em qualquer tempo e lugar, que é onde entra outro importante fator de mudança nos últimos tempos: o telefone celular.

Inicialmente aparelhos pesados e com pouca autonomia, os celulares já impressionavam pelo simples fato de serem portáteis. Logo, logo acumularam funções que traziam mais praticidade para a vida diária como relógio, calendário e agenda, além de diminuírem consideravelmente de tamanho, perdendo o caráter de item supérfluo e ganhando o status de item imprescindível.

Rapidamente a necessidade de um foi associada ao outro e a internet começou a andar junto com os celulares, levando aos extremos a idéia da portabilidade da informação.

Hoje os aparelhos são um pouco maiores do que já foram, é verdade, mas carregam em sim uma miríade de possibilidades. São intuitivos, rápidos e obedecem ao simples toque dos dedos em uma tela, que é cada vez mais colorida e vibrante. Trazem ao alcance das mãos em qualquer tempo e lugar aquele mundo sem fronteiras que a internet proporcionou.

Mais do que um simples meio de comunicação, os celulares atualmente são objeto de desejo, símbolos de status e uma enorme parcela da população já deseja um smartphone simplesmente para ter acesso aos milhares de programas disponíveis para uso em cada um, que variam de jogos, streamers de música, GPS e até preparadores físicos, além dos usuais navegadores de web e redes sociais.

Apesar do pouco tempo, um longo caminho foi trilhado na evolução vertiginosa da comunicação. Mídias centenárias morreram, tradições foram quebradas e dezenas de indústrias e negócios antes considerados como cerne da sociedade tiveram que ser reinventados. Quem pode dizer qual será o futuro do planeta e quais os próximos conceitos e valores serão desfeitos, reformulados ou criados? Se a velocidade da transformação continuar constante, é só esperar pra ver.