Ludimilla Neres Costa

Resumo: Este artigo tem por objetivo a reflexão dos professores que trabalham na escola Ricieri Berté no município de Santa Cruz do Xingu. O trabalho aponta o valor atribuído às atividades lúdicas, neste contexto educacional, aos símbolos em conexão a linguagem não verbal. Neste artigo, abordar-se-ão os conceitos deste instrumento educativo de forma a auxiliar os educadores a reconhecer a diferença entre eles e sua importância no desenvolvimento das crianças que freqüentam a educação infantil. Utilizou-se como fundamentação estudos de Piaget, Vygotsky, Luria, Emilia Ferreiro e outros autores que revelam em suas obras a acuidade da utilização da atividade lúdica e simbólica como recurso pedagógico. Ao considerar as informações coletadas, percebe-se a necessidade de refletir sobre uma reformulação desse paradigma, no intuito de que haja uma maior e melhor utilização do lúdico para que ocorra um verdadeiro crescimento e desenvolvimento da criança no cotidiano da pré-escola no que se refere ao ato de aprender brincando.

Palavras-chaves: educador, lúdico, simbólico, linguagem não-verbal.

Introdução

Esta produção apresenta uma analise a respeito das atividades que envolvem os símbolos, o lúdico em relação á linguagem não verbal no processo da educação infantil na pré - escola. Percebe-se, historicamente que a ludicidade não era vista como suporte pedagógico na contribuição do desenvolvimento da criança, no entanto a educação era algo restrita a classe dominante.

Nessa linha de pensamento, verifica-se que a simbologia teve uma vasta resistência com relação a sua inserção no âmbito escolar.

O simbólico articulado ao lúdico na linguagem não verbal da criança é uma maneira eficaz de perpassar pelo universo infantil para imprimir-lhe o universo adulto, nossos conhecimentos e principalmente a forma de interagirmos. A atividade com símbolos utilizando a ludicidade na linguagem não verbal é de suma importância para o desenvolvimento infantil, na qual, concebe uma maneira inconsciente de aprender.

A publicação do Referencial Curricular Nacional para a educação infantil, documento composto de três volumes, O volume1- introdução; volume2- Formação pessoal e social; e volume 3- conhecimento de mundo. Este documento deve orientar a ação educativa dos professores, no que se refere aos objetivos, conteúdos e procedimentos de ensino para crianças de 0 a 3 anos e de 4 a 6 ano.

Estudos de Piaget e Vygotsky levam-nos a refletir sobre o significado das contribuições e os benefícios do simbólico, do lúdico e da linguagem não verbal, no qual os mesmos estimulem na criança o gosto pela aprendizagem.

A educação infantil é a primeira etapa da educação básica, estabelece as bases da personalidade humana, da inteligência, da vida emocional e da socialização. As primeiras experiências da vida são as que marcam mais profundamente a pessoa.

Por meio das atividades lúdicas, a criança age ativamente, questiona, reflete, descobre, torna-se social, cria e respeita regras. Com isso, ela está implícita ou explicitamente buscando novos conhecimentos.

Contudo, as mensagens silenciosas que uma criança pequena recebe são frequentemente mais importantes do que as palavras que ela ouve. Expressões faciais, atitudes e palavras que signifiquem alarme, insegurança, medo, parece ser entendida, de modo particularmente fácil, e as crianças tendem a reagir acompanhando tais sentimentos.

A cada dia, a aprendizagem com o lúdico ganha novas conotações e aos poucos, evolui no sentido de significar um importante mediador no desenvolvimento do ser humano, ao qual possibilita torná-lo mais político, transformador e libertador.

Vygotsky (1991) nos evidencia as características infantis, ao apontar a importância da linguagem e da percepção, que envolvem sentidos e significados, o mundo visto pela criança. A mágica, o sonho e a fantasia eclodem no imaginário infantil e são traduzidos pelos movimentos, pelos gestos espontaneamente revelados em ações ingênuas e até involuntárias.

A elaboração deste artigo permitiu perceber a importância de o educador conhecer e fundamentar suas atividades simbólicas e lúdicas co-relacionadas com a linguagem não verbal, em que o educador poderá alcançar resultados positivos para todos os envolvidos no processo ensino/aprendizagem.

O presente trabalho de pesquisa justifica-se na contribuição do lúdico e do simbólico na linguagem não verbal na pré-escola verificando aspectos que estimula o desenvolvimento e a aprendizagem da criança e sua espontaneidade.

- Um breve histórico sobre as transformações ocorridas nas instituições de educação infantil com o passar dos séculos.

Este artigo visa registrar a contribuição do lúdico e do simbólico na linguagem não verbal.A partir deste pressuposto verifica-se que foi no início do século XVII que surgiram as primeiras preocupações com a educação das crianças. Essas preocupações resultaram do reconhecimento e da valorização que elas passaram ter no meio em que viviam.

Ainda no século XVII, Comênio reconhecido como um dos maiores educadores e pedagogista da época ressaltaram que a educação era o caminho para atingir a salvação e a felicidade, a pedagogia de Comênio objetivava universalizar o direito de todos à educação.

A partir do século XVIII, na busca por uma sistematização definitiva do saber Rousseau realizou novas ações para transmitir às crianças a “moderna instrução”. Ainda no século XVIII, no auge da revolução francesa, destacamos a figura de Pestalozzi, considerado o “educador da humanidade”. Influenciado por Rousseau, preocupou-se com a formação do ser humano natural.No século XIX, surgiram as primeiras instituições educativas onde as mesmas não faziam parte do sistema estatal, eram de iniciativas privada. Dentre os pioneiros podemos citar OBERLIN, na França e OWEN, industrial escocês, que criou a “Infants Scool”, considerada o embrião da instituição educativa moderna voltada para a infância, pois seu propósito era superar a concepção assistencialista, já usual naquela época, a partir de uma verdadeira ação educativa.Essas iniciativas acabaram por estimular e difundir a criação de instituições educativas infantis em outros países da Europa, tais como Inglaterra e Itália. Algumas delas voltadas para crianças de famílias abastadas, mas havia o propósito de estendê-las as crianças menos favorecidas.

Considerado o clássico da primeira infância, Froebel, foi o grande criador dos jardins de infância, ambientes especialmente criados para a educação da criança. Foi o primeiro educador a destacar a importância do brinquedo e da atividade lúdica na educação das crianças.Porém no século XX ocorreu um grande movimento de renovação pedagogista denominado “movimento das instituições educativas novas”. A partir de então surgirão às primeiras propostas educacionais progressistas que visavam ao desenvolvimento humano, oportunizando experiências diversificadas no decorrer da aprendizagem. [...]