Resumo:

O presente trabalho artigo a dinâmica de uso de equipamento e a sua manutenção tendo em conta o seu ponto de equilíbrio. Pretendemos apresentar alguns conceitos que abrem espaços para uma reflexão minuciosa em relação a manutenção dos equipamos em locais de vasta circulação de indivíduos, para assim entender e manter o seu equilíbrio funcional e a durabilidade dos equipamentos.   

Da literatura analisada sobre o uso de equipamento identifiquei duas perspectivas. A primeira explica que o uso de equipamento faz aproximar as pessoas. A segunda explica que o uso de equipamento é regulado por normas de um determinado contexto.  

A referida literatura permitiu compreender como o uso de equipamento proporciona convivência e mobilidade social e ainda as condições de segurança do trabalho no seu uso. Da literatura analisada fica por compreender dinâmicas de uso do equipamento, incluindo como os usuários lidam com as normas que regulam o referido uso e o processo de manutenção dos mesmos. 

 

Palavras-Chave: Equipamentos, Manutenção e Ponto de Equilíbrio.


Introdução

No universo das relações sociais exestem trocas se ideias que corresponde a uma acção como sendo uma actividade exclusivamente humana, uma vez que é algo dotado de consciência, com propósitos explícitos que visam atingir determinados resultados, quer sejam de sobrevivência, quer sejam de ordem psíquica ou cultural e assim definindo certos comportamentos. Por isso, nos importa abordar sobre alguns factores que surgem destas convivenvias. Da literatura analisada identifiquei duas perspectivas. 

A primeira explica que o uso de equipamento faz aproximar as pessoas (John e Reis 2010); Guedes (2016); Nunes (2004) e Marcos (2001). A segunda explica que o uso de equipamento é regulado por normas de um determinado contexto, Mendes (2005); Magalhães (1996); Freitas (2002); Chiavenato (2004); John e Regina (2012); Guilherme (2014); Paulos (2002). 

 

Quanto a primeira perspectiva, John e Reis (2010) analisam a funcionalidade do uso de equipamentos no contexto urbano e mostram como as pessoas de várias classes sociais se relacionam num espaço-físico condicionado com o uso do equipamento. 

 

Segundo John e Reis (2010) a ideia de um espaço imaginário que afecta as pessoas está relacionado com a dinâmica e os significados que as pessoas dão ao uso de equipamento. Os autores defendem que a estrutura urbana é influenciada pelo uso de equipamento perdem de vista o significado simbólico de cada equipamento. 

 

Na mesma linha de pensamento de John e Reis, Guedes (2016) argumenta que o equipamento urbano constitui um património de reconhecimento, que deve ser analisada com base na perspectiva administrativa tornando elemento complementar para o espaço urbano. 

 

Guedes (2016) enfatiza que os equipamentos possuem características de maior mobilidade e são responsáveis pela imagem dos lugares. Ao descrever o uso de equipamentos relacionado a um espaço, não evidencia o pressuposto social ou cultural das imaginações que são representadas pelos indivíduos. 

 

Na mesma reflexão, Nunes (2004) faz a sua contribuição no debate sobre equipamento relacionado a um espaço, acrescenta que os mesmos são objectos destinados a equipar um determinado espaço. Segundo Nunes (2004), podemos aferir que o equipamento contribui para estética e funcionalidade de um espaço e torna o elo de ligação entre o espaço e a estética.  

Para Nunes (2004) não são objectos nos quais podem representar e explicar vários fenómenos relevantes para o entendimento de aspectos culturais e sociais. Mas sim podemos entender sobre o conforto e bem-estar associado com o que pretende vivenciar num determinado espaço. 

 

Numa realidade diferente dos autores acima discutidos, Marcos (2001) analisa o uso de equipamento num ambiente de dinâmica laboral que assenta na produtividade numa determinada empresa. Marcos (2001) Percebe que o uso de equipamento influencia no progresso do trabalho e o uso inadequado de equipamento na empresa é considerado uma barreira à utilização do espaço. 

 

Marcos (2001), ao mostrar o uso de equipamentos relacionado a actividade produtiva no espaço empresarial perde de vista o uso de equipamento que pode gerar outras dinâmicas como a estética olhando apenas para a produtividade. 

 

Na primeira perspectiva percebi, que o equipamento aproxima as pessoas num determinado espaço. A referida literatura perde de vista a dinâmica de como o equipamento é usado.   

Numa perspectiva diferente da primeira. A segunda defende que o uso de equipamento é regulado por normas. Nesta perspectiva, Mendes (2005) enfatiza que o uso do equipamento está direcionado para comodidade e ao conforto dos usuários, o equipamento compõe o ambiente no qual está inserido e faz parte das normas de uma determinada organização e lugar. 

Segundo Mendes (2005) o uso dos equipamentos ilustra a realidade intrínseca dos indivíduos através das normas de um determinado contexto. Se por um lado Mendes (2005) afirma que as normas são importantes para o uso de equipamento perde de vista as interações e as dinâmicas que o uso de equipamento dá fora das normas desse contexto.   

Na mesma perspectiva, Magalhães (1996) analisa e dá primazia as normas decorativas, observa que o uso de equipamento está associado a norma de decoração.  

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A ideia de decorar um determinado espaço-físico corresponde a mobilidade e dinâmicas de uso de equipamentos específicos para um determinado contexto. Segundo Magalhães (1996) estes equipamentos são dinâmicos na medida que se tornam utilitários para transformar um lugar desejado.   

A limitação do Magalhães (1996) é que as normas podem ser manipuladas com base nos objetivos e dinâmicas de uso de equipamento, sejam urbanos ou organizacionais.   

Numa análise diferente, virada a gestão de recursos humanos, Freitas (2002) traz o conceito de norma da ergonomia para analisar a dinâmica de uso de equipamentos mostrando através deste conceito como o risco está associado no processo de uso de equipamento, há equipamentos tóxicos que tem uma utilidade de vida curta e quando alongada prejudicam a saúde das pessoas. 

Segundo Freitas (2002) os equipamentos têm uma característica que indica como devem ser usados. O uso do mesmo está relacionado com o risco e integridade do bem-estar individual e coletivo.  

A limitação da ideia de Freitas (2002) é que as normas funcionam num determinado espaço laboral olhando para um caso específico e ignorando outros fatores que podem acontecer atrelados ao uso de equipamentos.   

Ainda na segunda perspectiva, mas numa outra análise, Chiavenato (2004) defende que o uso de equipamento num ambiente laboral está ligado a norma para execução de trabalho. O trabalho está intrinsecamente ligado com o uso de equipamentos, que por sua vez evidencia a produtividade e o desempenho dos indivíduos no trabalho.  

A limitação da ideia do Chiavenato (2004) é que as normas influenciam as dinâmicas de um espaço delimitado. 

Na mesma análise, mas com olhar diferente, John e Regina (2012) debruçam sobre a antropologia da performance, mostram como o uso de equipamentos está patente nas normas da prática. Ainda John e Regina (2012) descreveram como uma determinada comunidade indígena aprende a fazer bancos abatendo árvores, os indivíduos aprendem a fazer e a usar os itens mobiliários para o uso coletivo na comunidade.  


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Ao se preocupar em descrever como as pessoas constroem e usam os equipamentos num determinado contexto, limita-se em perceber a dimensão subjetiva sobre o uso de equipamentos por parte dos membros da comunidade.  

Por sua vez com uma ideia diferente, Guilherme (2014) trazendo posicionamento da antropologia do consumo faz uma análise sobre a dimensão que entende sobre dinâmicas do uso de equipamentos infantis, uma variável importante para analisar a segurança, saúde e bem-estar das crianças. 

Na mesma linha do Guilherme, Paulo (2002) defende também o uso do equipamento está atrelado ao bem-estar e segurança, usa os conceitos de dinâmica física para explicar o uso de equipamentos de uma habitação num grupo de moradores. Paulo (2002) verifica no estudo que a dimensão dos equipamentos está relacionada com o desenvolvimento das funções domésticas bem como possibilita o acesso conveniente do espaço da cozinha.  

Na segunda perspectiva percebi que o uso de equipamentos é regulado por normas de um determinado contexto. Se por outro lado, o uso de equipamento é regulado por normas, a referida literatura perde de vista a componente de manipulação das normas pelos usuários.  

Da literatura analisada entendi como o uso de equipamento proporciona convivência e mobilidade social e ainda as condições de segurança do trabalho no seu uso. Da literatura analisada fica por compreender dinâmicas de uso do equipamento, incluindo como os usuários lidam com as normas que regulam o referido uso e o processo de manutenção dos mesmos.  

 

A presente pesquisa está orientada pela teoria da prática social. Segundo Pedroso (2014), a teoria da prática social fundamenta os estudos sobre dinâmica entre as pessoas e as suas atividades

 

O estudo da prática social de acordo com Pedroso (2014) também fornece subsídios para entender a prática como um elemento fundamental na produção da realidade social, evidenciando respostas de onde e como acontecem as atividades do “fazer estratégia”, quem as realiza e quais as competências necessárias. 

Neste trabalho uso os conceitos básicos de equipamento, dinâmica, manipulação e manutenção que apresento a seguir. [...]