Kennedy Lucas de Paulo Sousa*; Márcia Skibick***

*Graduando em Psicologia (Faculdade Luciano Feijão – (FLF).

*** Graduada em Psicologia (Universidade Federal do Ceará-UFC). Master em Cooperação e Desenvolvimento (Universidade de Barcelona). Doutorado em Psicologia (Universidade Autônoma de Barcelona). Coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Luciano Feijão-FLF

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RESUMO

A proposta do artigo é tentar compreender as concepções acerca da diversidade sexual no espaço escolar e incentivar os profissionais da educação a adotar medidas didáticas para acolher a diversidade sexual na escola e combater a homofobia. È notório que a homossexualidade está embasada em uma visão cultural e histórica, construída e justificada por visões morais/éticas, biológicas e até psicológicas para justificar e reforçar idéias padronizadas sobre a homossexualidade que dão margem para atos discriminatórios e violentos. A escola deve ser um espaço para a formação em que a pessoa possa desenvolver um senso crítico e o respeito entre as diferenças que formam cada um e também estimular a construção de um diálogo para melhor compreensão da diversidade de gênero, quebrando algumas barreiras que impedem a construção de uma nova visão acerca da homossexualidade.

Palavras- chaves: Homofobia, Homosexualidade, Escola.

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INTRODUÇÃO

A Homofobia é caracterizada por uma forma ofensiva de tratar que tem uma orientação sexual que se difere da visão de sexualidade que está enraizado na sociedade. Está nos atos de violência, dentro dos discursos enviesados por um pensamento reducionista do sujeito, encontra-se nas ofensas verbais que humilham e denigrem a pessoa, está na imposição de um modelo que seja aceito por todos e no silêncio de tanto que se calam diante da violência que encontra-se escancara e encara como da ordem do normal.

Partindo dessa perspectiva, esse estudo tem por objetivo compreender as concepções acerca da diversidade sexual no espaço escolar e incentivar os profissionais da educação a adotar medidas didáticas para acolher a diversidade sexual na escola e combater a homofobia.

A escolha da temática está intrinsecamente relacionada à nossa trajetória enquanto ex-alunos da rede pública, onde ausência e discussões no âmbito escolar sobre as questões inerentes a diversidade, direitos humanos e cidadania eram escassas.

A problemática do presente trabalho vem dissertar sobre quais são as ações educativas queos professores vêm executando em sua prática pedagógica para combater a homofobia em sua instituição escolar.

 HOMOFOBIA, UMA VIOLÊNCIA SILENCIOSA.

A Homofobiaé a aversão ou rejeição aos sujeitos de orientação homoafetiva seja de maneira direta ou velada em atitudes ou em discursos que reforçam estereótipos sobre a homossexualidade e as figuras de gênero. Lionço e Diniz (2008) falam que a homofobia pode ser definida como uma manifestação arbitrária da discriminação de práticas ou expressões de gênero que são contrários aos padrões dominantes de sexualidade, ou seja, a heterossexualidade. Borrillo (2009) menciona que a homofobia é uma atitude de hostilidade contra os homossexuais, embora seja considerado como uma aversão irracional ou mesmo uma relação de ódio, a homofobia não deve ser reduzida a esse único sentido, semelhante ao racismo, o antissemitismo e a xenofobia, a homofobia é uma forma de qualificar o sujeito como contrário, inferior, fora do padrão.

 São várias os noticiários sobre violência e intolerância contra homossexuais que exibem o quanto esse preconceito ainda está enraizado na visão de mundo de algumas pessoas. É necessário um trabalho educativo para que possam ser descontruídos os antigos paradigmas sobre a questão da homossexualidade para que seja evitada e combatida qualquer forma de violência e o grande desafio é como a educação pode ser usada para a conscientização e o respeito a diversidade sexual, sem ficar presa a modelos normativos que apenas reforçam os valores preconceituosos. Ainda existe uma grande barreira em relação às questões da homossexualidade e da diversidade de gênero, pois, essa visão é estruturada em um pensamento normativo que se utiliza justificativas dentro do campo do campo da moral, da doença e da religião.

A homossexualidade está embasada em uma visão cultural e histórica, construída e justificada por visões morais/éticas, biológicas e até psicológicas para justificar e reforçar ideias padronizadas sobre a homossexualidade que dão margem para atos discriminatórios e violentos. [...]