Winnie contra e Mandela a favor da paz.
Por JOÃO BOSCO DA SILVA | 17/01/2019 | CrônicasWinnie Madikizela-Mandela nasceu em 26 de setembro de 1936, na província de Cabo Oriental (sul). Obteve diploma universitário em Serviço Social, uma vitória para uma mulher negra da época.
Nelson Rolihlahla Mandela também é natural da mesma província da esposa Winnie, nasceu em 18 de julho de 1918, foi advogado e presidente da África do Sul, de 1994 a 1999, considerado como o mais importante líder da África Negra, vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1993.
Aos 21 anos Winnie se casou com Mandela já com quase 40 anos, em junho de 1958, sendo ele divorciado. Viveram por 38 anos, incluindo os 27 (se considerarmos a prisão inicial de 1952 que depois foi transformada em prisão perpétua, são 29 anos) que ele esteve na cadeia na Ilha de Robben África do Sul, durante a luta contra o Apartheid, mas depois ela seria acusada de apoiar procedimentos de tortura, sendo contrária ao engajamento político do marido, reclamando que nunca tiveram uma vida familiar, porque Mandela vivia para o seu povo, lutando contra o regime de vidas separadas, que negava aos negros da África do Sul direitos sociais, políticos e econômicos, que ele tinha como maior prioridade resolver.
Poucos anos depois do casamento, Nelson Mandela passou a viver quase que de forma clandestina, deixando-a sozinha com suas filhas, já após do seu primeiro período da longa prisão, em agosto de 1962.
Naquele tempo, ela foi alvo de intimidações e pressões, forçada a ficar em casa. Em 1976, convocou os estudantes de Soweto revoltados a lutar até o fim, recebendo proteção desse grupo de jovens chamado Mandela United Football Club (MUFC), que usavam de métodos desumanos e brutais.
Em 1990 Mandela foi libertado pelo então homem branco, chefe de governo, Frederik Willem de Klerk.
Em 1991 Winnie foi considerada culpada no sequestro do jovem ativista Stompie Seipei e condenada a seis anos de prisão, e mais tarde solta e aplicada apenas uma multa simples.
Nomeada vice-ministra da Cultura após as primeiras eleições multirraciais de 1994, Winnie foi demitida por insubordinação pelo governo de seu marido um ano depois.
Deputada em 1994 e reeleita, sua ausência no Parlamento chamava atenção, pois ela criticava abertamente o acordo histórico assinado por seu marido com os brancos, que pôs fim à segregação.
Eles se divorciaram em 1996 após um processo que revelou infidelidades.
A animosidade continuou mesmo após a morte de Nelson Mandela em 2013, pois ele, magoado, não deixou nenhuma herança para a ex-mulher.
Furiosa, Winnie iniciou uma batalha para recuperar a casa da família em Qunu (sul), mas a Justiça rejeitou seus pedidos.
Nelson Mandela faleceu em 5 de dezembro de 2013 aos 95 anos: Eu sou o capitão da minha alma.
Winnie Mandela faleceu em 02 de abril de 2018 aos 81 anos e dizia: Mandela nos abandonou.
Um universo de pesquisa ainda a ser buscado, de uma passagem a ser contada em versos e prosas ao longa da história. Aqui, somente passamos um mínimo de informações, sem julgamento desse grande universo de luta pela paz na África do Sui, e que nunca poderá ser apagado.
Esse homem que pregava a paz não acumulou riquezas materiais e nem se envolvia com a corrupção, por isso é um exemplo para a humanidade.
Quem luta pela paz às vezes encontra resistência até dentro da sua própria casa, mas quem busca melhorar a humanidade, dando a sua vida como exemplo, nunca deve desistir.
Nelson Mandela, ou Madiba ou Tata, não desistiu.
Conhecido também como:
Rolihlahla
Quando criança foi chamado Rolihlahla Mandela pelo pai (Nkosi Mphakanyiswa Gadla Henry). Em Xhosa, Rolihlahla significa «que traz problemas».
Nelson
O nome Nelson foi dado na Escola Primária, segundo a Fundação Nelson Mandela, pela professora no primeiro dia de aulas em Qunu. Apenas era um nome popular no local.
Dalibhunga
Nome dado aos 16 anos, quando foi iniciado na vida adulta numa cerimónia tradicional Xhosa. Significa «criador ou fundador da conciliação, do diálogo».
Madiba
É o nome do clã Thembu a que Mandela pertenceu. E também era o nome de um chefe Thembu no século XIX. Madiba é sinal de carinho e respeito.
Tata
Significa «pai» em Xhosa, por ser considerado o pai da democracia na África do Sul.
Khulu
Em Xhosa, Khulu é uma abreviatura de «uBawomkhulu», que significa «avô». É sinónimo de grande, supremo.
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