CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE ITAITUBA-LTDA

FACULDADE DE ITAITUBA - FAI

CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM LETRAS

 

AMANDA GONÇALVES BENTO

WEBQUEST: software Educacional de autoria para Professores de Língua Portuguesa

2017

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Itaituba, para obtenção do título de Licenciatura Plena em Língua Portuguesa.

Orientadora: Prof.ª Especialista Raquel Batista Silva.

BANCA EXAMINADORA 

 

Presidenta: ______________________________________________ Nota________

Prof.ª Djalmira de Sá Almeida, Dra.  

Orientadora: _____________________________________________ Nota________

Prof.ª Raquel Batista Silva, Especialista. 

 

Avaliadora: ______________________________________________ Nota________

Prof.ª Maria Danielle Lobato Paes, Especialista.

  

Resultado: ______________________________________ Média_______

 

Data: 13 de março de 2017. 

A Deus, que me deu sabedoria suficiente para ingressar em uma faculdade, me deu forças para permanecer, desenvolver meus talentos e como resultado, o registro deste trabalho que comprova o aperfeiçoamento adquirido, o qual é direcionado a minha família como gesto de agradecimento por me acompanhar até aqui.

AGRADECIMENTOS

 

Meu primeiro reconhecimento direciono à Deus, por ter me conduzido, dado forças para vencer as dificuldades no ano de 2013 que foi o início da minha história na FAI. Sou grata pela sabedoria e capacidade para entender e aceitar os desafios diários que um professor enfrenta no exercício de sua profissão.

Sou feliz pela graça e compreensão que meu pais Antonia e Manoel Bento tiveram, pois são a minha base. Ao meu irmão Amersom Gonçalves Bento que sempre foi um exemplo de estudante dedicado, minha cunhada Fabiana Gonçalves Bento, ao meu sobrinho Nicolas Emanuel Pereira Bento, e irmão Antonio Manoel Gonçalves Bento que de alguma forma contribuíram.

Meus sentimentos de ternura e gratificação é estendida aos meus professores / orientadores da Instituição, a Dra. Djalmira de Sá Almeida. Uma grande escritora sábia, alguém que transmite inspiração na arte da leitura, me apoiou na concretização deste trabalho e auxiliou na condução das aulas, é impossível dizer a ela o quanto sou grata durante esses 7 anos (IFPA + FAI).

Retribuo minha gratidão a “Magistra” (codinome que batizei ela, porque ela é ótima professora de Latim) Raquel Batista Silva por fazer parte da minha história. Desde as primeiras aulas tem acompanhando meus passos, me guiando sempre no melhor caminho para avançar. Aprendi a dar muito valor à nossa amizade, primeiro, porque é fruto de uma longa construção, e segundo, por adquiri muitos conhecimentos sobre pesquisa e através da mesma obtive as primeiras oportunidades em participar diretamente dos eventos na FAI.

Encaminho meu carinho, respeito, admiração a Prof.ª Maria Danielle Lobato Paes, pelas orientações recebidas desde o I período, pela motivação na execução dos projetos em escolas, atividades, monitoria, organização e comprometimento em todo e qualquer local em que estivemos presentes. Espero que a vida ainda nos dê a oportunidade de muitos reencontros, repletos de novidades, planos e descobertas.

Dirijo enormes agradecimentos a gestão, através da coordenação que apoiou às atividades da turma e da Monitoria Acadêmica, aos amigos que conheci e manterei amizade fora da instituição e a todos que acompanharam a turma por pouco ou longo tempo nesses quatro anos, por nos desafiarem nas atividades e a todos que conviveram comigo, pois seguirei com a certeza de que me tornarei uma grande profissional.O Professor é chamado para exercer o papel de estimulador de potencialidades, em vez de executar meras funções de um especialista em disciplinas.

“Amanda Gonçalves Bento”

RESUMO 

Este estudo tem como desígnio avaliar a virtualidade da metodologia WebQuest para o ensino e aprendizagem de Língua Portuguesa, especificamente no exercício da Produção Textual. WebQuest é um software educacional de autoria para a realização de pesquisas orientadas, em que o aluno faz uso de recursos (links) que provém da internet e pré-selecionados. A pesquisa é de natureza exploratória e descritiva, com abordagem qualitativa, com três procedimentos: pesquisa bibliográfica, documental e estudo de campo. Este terceiro, foi realizado com 146 alunos do 1º ao 3º ano do Ensino Médio, totalizando 8 turmas dos Cursos Técnico em Edificações, Informática e Saneamento Ambiental do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – Campus Itaituba (IFPA). A base teórica deste material está fundamentada em obras dos autores criadores da metodologia Bernie Dodge (1995) e Tom March (1998), com a complementação de documentos oficiais que guiam o sistema de ensino no Brasil e autores como Xavier (2010), Guimarães (2003), Abreu (2008) e outros que propõem estratégias de como escrever um bom texto. No desenvolvimento, foi apresentado o projeto de pesquisa, a metodologia WebQuest e a estrutura do texto dissertativo-argumentativo proposto nos 13 temas prováveis para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Houve a demonstração de uma redação modelo e um esclarecimento sobre os fragmentos que compõe a estrutura de um texto (introdução, desenvolvimento e conclusão) e a sugestão de uma estrutura moderna, clara e objetiva. Na etapa tarefa, foi solicitado uma redação sobre cada tema divulgado, em seguida, todos os textos foram corrigidos e alguns selecionados para serem publicados na revista intitulada TEED - Tecnologia Educativa, elaborada pela autora deste trabalho. Para o levantamento de dados foi utilizado instrumentos como, ficha de observação, questionário avaliativo para alunos e entrevista semiestruturada para três docentes do IFPA – Campus Itaituba. Através dos dados foi contatado que a metodologia WebQuest é uma estratégia eficaz no desenvolvimento da escrita e outras habilidades úteis, porque estimula a curiosidade, a autoria, a criatividade dos alunos e o interesse pelos temas da atualidade, que é uma prioridade no ENEM. 

Palavras-chave: WebQuest. Pesquisa Orientada. Estratégia Eficaz. Redação. ENEM. 

 ABSTRACT

 

This study aims to evaluate the virtuality of the WebQuest methodology for teaching and learning Portuguese Language, specifically in the exercise of Textual Production. WebQuest is an educational software authoring to conduct guided research, in which the student makes use of resources (links) that comes from the internet and pre-selected. The research is exploratory and descriptive, with a qualitative approach, with three procedures: bibliographical research, documentary and field study. This third one was carried out with 146 students from the 1st to the 3rd year of High School, totaling 8 classes of the Technical Courses in Building, Computing and Environmental Sanitation of the Federal Institute of Education, Science and Technology of Pará - Campus Itaituba (IFPA). The theoretical basis of this material is based on works by Bernie Dodge (1995) and Tom March (1998), with the complementation of official documents that guide the education system in Brazil and authors such as Xavier (2010), Guimarães 2003), Abreu (2008) and others who propose strategies on how to write a good text. In the development, we presented the research project, the WebQuest methodology and the structure of the argumentative essay text proposed in the 13 probable subjects for the National High School Examination (ENEM). There was a demonstration of a model writing and a clarification on the fragments that make up the text structure (introduction, development and conclusion) and the suggestion of a modern, clear and objective structure. In the task step, a written essay was requested on each topic, then all the texts were corrected and some selected to be published in the journal titled TEED - Educational Technology, elaborated by the author of this work. For the data collection instruments were used, such as an observation form, an evaluation questionnaire for students and a semi - structured interview for three teachers from IFPA - Campus Itaituba. Through the data was contacted that the WebQuest methodology is an effective strategy in the development of writing and other useful skills, because it stimulates the curiosity, the authorship, the creativity of the students and the interest in the current topics, which is a priority in ENEM.

 

Key words: WebQuest. Guided Search. Effective Strategy. Wording. ENEM.

LISTA DE FIGURAS 

Figura 1 – Relação da WebQuest com os níveis do domínio cognitivo de Bloom.....   25

Figura 2 – Fluxograma do percurso metodológico....................................................   66

Figura 3 – Estrutura do Texto Dissertativo-Argumentativo......................................... 69

Figura 4 – Acrônico FOCUS....................................................................................... 76  

LISTA DE IMAGENS 

Imagem 1 – Bernie Dodge e Tom March............................................................
Imagem 2 – Tom March. Fonte:http://tommarch.com/strategies/webquests/......
Imagem 3 – Modelo de WebQuest - Etapa Introdução sobre o tema Into-lerância Religiosa, para disciplina Redação e Expressão.............................
Imagem 4 – Etapa Tarefa - WebQuest “Intolerância Religiosa” para a disciplina Redação e Expressão.........................................................................................
Imagem 5 – Etapa Processo - WebQuest “Intolerância Religiosa” para a disciplina Redação e Expressão.........................................................................
Imagem 6 – Etapa Processo - WebQuest “Intolerância Religiosa” para a disciplina Redação e Expressão.........................................................................
Imagem 7 – Etapa Processo – Software PHP WEBQUEST................................
Imagem 8 – Etapa Avaliação- WebQuest “Intolerância Religiosa” para a disciplina Redação e Expressão.........................................................................
Imagem 9 – Etapa Conclusão- WebQuest “Intolerância Religiosa” para a disciplina Redação e Expressão.........................................................................
Imagem 10 – Etapa Créditos (página do professor) - WebQuest “Intolerância Religiosa” para a disciplina Redação e Expressão.............................................
Imagem 11 – Imagem 10: Modelo de uma Matriz de Valorização de uma WebQuest...........................................................................................................
Imagem 12 – IFPA – Campus Itaituba ................................................................
Imagem 13 – Passos para elaboração de um questionário................................
Imagem 14 – Questionário avaliativo para o aluno..............................................
Imagem 15 – Ficha de Observação....................................................................
Imagem 16 – Roteiro da Entrevista Semiestruturada.........................................
Imagem 17 – Portal WebQuest Fácil e a lista com WebQuests para a pesquisa.
Imagem 18 – Execução da pesquisa nos Laboratórios de Informática II e III, no IFPA – Campus Itaituba, período de 7 a 17 de dezembro de 2016.................
29
30

41

45

46

47
48

49

50

51

59
67
70
71
72
73
77

92

 

LISTA DE QUADROS 

Quadro 1 – Aprendizagem tradicional e aprendizagem colaborativa....................
Quadro 2 – Aspectos a serem revigorados no aluno.............................................
Quadro 3 – Exemplos de WebQuests Interdisciplinar para nível Fundamental I............................................................................................................................
Quadro 4 – Exemplos de WebQuests Interdisciplinar para nível Fundamental II e Ensino Médio.....................................................................................................
Quadro 5 – Exemplos de WebQuests Interdisciplinar para nível Ensino Superior................................................................................................................
Quadro 6 – Websites Nacionais para construção de WebQuest...........................
Quadro 7 – Websites Internacionais para construção de WebQuest....................
27
27

36

36

38
54
54

 

 LISTA DE GRÁFICOS 

Gráfico 1 – Você já conhecia antes o software WebQuest?........................................84

Gráfico 2 – Você já conhecia a estrutura do texto dissertativo-argumentativo apre-

sentado pela acadêmica?...........................................................................................84

 

LISTA DE TABELAS 

Tabela 1 – Evolução dos componentes da WebQuest............................................... 39

Tabela 2 – Dimensões para avaliar a tarefa............................................................... 44

Tabela 3 – A Rubrica para Avaliação de WebQuest. Tradução SENAC-SP do origi-

nal “A Rubric for Evaluating WebQuests” de Bernie Dodge........................................ 5

LISTA DE SIGLAS

 

EDUCOM – Educação com Computador.

ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio

IFPA – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará.

MEC – Ministério da Educação

MWQ – Metodologia WebQuest

PROINFO – Programa Nacional de Informática na Educação.

TIC – Tecnologias da Informação e Comunicação

WQ – WebQuest 

SUMÁRIO 

1 INTRODUÇÃO................................................................................................
2 WEBQUEST: SOFTWARE EDUCACIONAL DE AUTORIA PARA PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA.................................................
2.1 NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO..................................................
2.2 FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA O USO PEDAGÓGICO DO COMPUTADOR.................................................................................................
2.3 CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE WEBQUEST..........................................
2.3.1 Por que a WebQuest?.............................................................................
2.3.2 Sobre Bernie Dodge e Tom March................................................,........
2.3.3 Alguns Estudos sobre WebQuests........................................................
2.4 WEBQUEST: CONSTRUTIVISMO E INTERDISCIPLINARIDADE..............
2.4.1 Construtivismo........................................................................................
2.4.2 Interdisciplinaridade...............................................................................
2.4.3 Exemplos de WebQuests Interdisciplinar.............................................
2.5 PRINCIPAIS ETAPAS QUE CONSTITUI UMA WEBQUEST.......................
2.5.1 Características gerais da WebQuest.....................................................
2.5.2 Introdução................................................................................................
2.5.3 Tarefa........................................................................................................
2.5.4 Processo..................................................................................................
2.5.5 Recursos..................................................................................................
2.5.6 Avaliação..................................................................................................
2.5.7 Conclusão................................................................................................
2.5.8 Página do Professor................................................................................
2.5.9 Critérios para a Auto Avaliação de uma WebQuest.............................
2.5.10 Editores de WebQuests Online Nacional e Internacional..................
2.5.11 Galerias Virtuais para consultas de WebQuests................................
2.6 MATRIZ DE VALORIZAÇÃO INDICADO POR ANTONIO TEMPRANO......
2.6.1 Erros comuns e sugestões....................................................................
2.7 WEBQUEST: OBJETO DE APRENDIZAGEM ACESSÍVEL NAS AULAS E LÍNGUA PORTUGUESA...................................................................................
3 A METODOLOGIA WEBQUEST NA PRODUÇÃO TEXTUAL NO ENSINO MÉDIO...............................................................................................................
3.1 NATUREZA DA PESQUISA, ABORDAGEM E PROCEDIMENTOS...........
3.2 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL, AMOSTRA E CONTEXTO DA PESQUISA.........................................................................................................
3.3 INSTRUMENTOS PARA GERAÇÃO DE DADOS.......................................
3.3.1 Questionário............................................................................................
3.3.2 Ficha de observação...............................................................................
3.3.3 Entrevista.................................................................................................
3.4 PERFIL DOS DOCENTES ENTREVISTADOS............................................
3.5 TÉCNICAS DE ANÁLISE DOS DADOS.......................................................
3.6 ESBOÇO PREPARATÓRIO DA DIDÁTICA TECNOLÓGICA......................
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES...................................................................
4.1 DEMONSTRAÇÃO DE TEXTOS COM PARECER TEÓRICO.....................
4.2. ANÁLISES DO QUESTIONÁRIO AVALIATIVO...........................................
4.3 RELATÓRIO AVALIATIVO DE OBSERVAÇÃO...........................................
4.4 ANÁLISES DA ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA..................................
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................
REFERÊNCIAS.................................................................................................
APÊNDICES......................................................................................................
REGISTROS DA PESQUISA.............................................................................
QUESTIONÁRIO AVALIATIVO..........................................................................
ROTEIRO DA ENTREVISTA..............................................................................
FICHA DE OBSERVAÇÃO.................................................................................
TUTORIAL PARA CONSTRUÇÃO DE WEBQUESTS NO PORTAL WEBQUEST FÁCIL............................................................................................
FREQUÊNCIA DOS PARTICIPANTES..............................................................
16

18
18

20
22
27
29
31
33
33
34
36
39
39
40
41
46
47
48
49
50
51
54
55
57
61

63

65
65

67
69
70
71
73
74
75
76
79
79
83
90
93
100
101
110
110
111
112
113

114
121
   

 

  1 INTRODUÇÃO 

Este tema “WebQuest: software Educacional de autoria para Professores de Língua Portuguesa” nasceu de uma nova perspectiva e de um novo significado na postura do professor, este que obrigatoriamente deve apropriar-se da personalidade de pesquisador, que busca novas metodologias marcados pelo uso de materiais que não estão fixados apenas nos espaços de ensino (sala de aula).

O estudo expõe uma técnica (WebQuest) que trabalha habilidades para produção textual e que atualmente, tem exigido do aluno: o domínio da modalidade escrita formal, organização, interpretação de informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista, conhecimento dos mecanismos linguísticos para persuadir o leitor e a elaboração de uma proposta que interfira nos problemas sociais.

Diante destes critérios avaliativos, os questionamentos que impulsionaram a pesquisa foram: como o software pode favorecer os alunos no exercício da Redação? A técnica permite o professor criar um guia de apoio simples, claro, objetivo e com temas atualizados? Possibilita a ampliação da leitura em sites confiáveis? Gera motivação e habilidades na escrita? Ajuda na otimização do tempo de estudo ao direcionar o aluno para uma pesquisa orientada? Conscientizá-los de que pesquisa não é fazer o uso de atalhos como Crtl+C e Crtl+V?

A escolha desta metodologia autoral é justificada pela importância da tecnologia na educação, que têm sido o foco de muitas pesquisas, pois essas ferramentas tem colocado o professor em outros posicionamentos, onde o aluno toma a iniciativa de pesquisar, de adquirir conhecimentos, de construí-los e transformá-los de acordo com as orientações do professor, ou seja o sistema ultrapassado, conhecido popularmente como “decoreba” deixa de existir e aponta o professor  como principal responsável em mediar esse processo de ensino através das tarefas que ele propõe em cada WebQuest.

Além disso, o software auxilia no desenvolvimento de cinco habilidades úteis no aluno e que são exigidos pelo Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM): (1) domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa, (2) compreensão da proposta de redação e aplicação de conceitos em áreas de conhecimento, para desenvolvimento do tema, (3) seleção, relação, organização, interpretação de fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista, (4) demonstração do conhecimento dos mecanismos linguísticos que constroem os argumentos e (5) a elaboração de proposta que venha interferir positivamente nos problemas sociais.

Objetiva-se, por meio deste estudo, indicar aos professores, em especial aos que ministram as disciplinas Língua Portuguesa e Redação e Expressão, o uso de uma metodologia e da importância de acoplar a tecnologia às práticas educativas, demonstrando a eficiência que o software garante nos processos de ensino-aprendizagem.

A pesquisa está respaldada em documentos oficiais que regem a educação no Brasil, conceitos e orientações do principal criador da metodologia Bernie Dodge (1995) e de seu aluno Tom March (1998) que desenvolveu o primeiro software na Unive e Temprano (2011) idealizador da Matrix de valorização. Além destes, outros autores como Xavier (2010), Guimarães (2003), Abreu (2008), Faulstich (2014), Val (2006), Platão e Fiorin (2003) que sugerem estratégias para elaborar textos dissertativo-argumentativo.

Este material está estruturado em cinco sessões: Introdução, Referencial Teórico, Metodologia, Resultados e Discussões e Conclusão. A primeira sessão, apresenta a pesquisa como um todo através da introdução, problemáticas, justificativas sobre a realização deste estudo, seus objetivos e os termos centrais utilizados que demonstra a proposta detalhada ao leitor.

A segunda sessão, trata-se da abordagem teórica que traça o histórico da inclusão da Tecnologia de Informação e Comunicação no ambiente escolar, com acréscimo de conceitos sobre o Software, sua estrutura de funcionamento, avaliação e contribuição no ensino da Língua Portuguesa.

Na terceira sessão, estão descritos os procedimentos metodológicos exploratórios e descritivos com abordagem qualitativa, o delineamento para a realização de pesquisa-ação, com a caracterização dos sujeitos participantes (professores e alunos) e dos instrumentos de coleta de dados: questionário avaliativo, ficha de observação e entrevista semiestruturada.

            As análises do questionário avaliativo, entrevista semiestruturada e o relatório avaliativo de observação estão presentes na quarta sessão, e por último, têm se a quinta sessão que finaliza com a constatação das hipóteses de que a metodologia WebQuest mediada pelo computador, contribuíram favoravelmente na construção do conhecimento, possibilitando aos alunos a proficiência contínua na escrita.

 

2 WEBQUEST: SOFTWARE EDUCACIONAL DE AUTORIA PARA PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE WEBQUEST 

2.1 NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO 

No Brasil, a iniciativa para o uso de tecnologias na educação ocorreu na década de 70 com as primeiras experiencias observadas em algumas Universidades Federais. Valente (1997) revela, por exemplo, que a Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ o Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde (NUTES) e o Centro Latino-Americano de Tecnologia Educacional (CLATES), fizeram o uso de computador no ensino de Química, no desempenho de algumas simulações.

 Outro exemplo histórico, ocorreu na UFRGS, em que professores criaram poucas experiências para testar alguns fenômenos da Física no Ensino Superior. Em 1974, UNICAMP desenvolveu o seu primeiro software educacional denominado CAI para trabalhar fundamentos da linguagem BASIC na pós-graduação na área da educação, narra o mesmo autor (idem).

O Programa de Reformulação do Ensino (PREMEN) do Ministério da Educação (MEC), elaborou um documento oficial intitulado "Introdução de Computadores no Ensino do 2° Grau", e no mesmo período, os pesquisadores do Instituto de Tecnologia M.I.T de Massachussets, localizado em Boston E.U.A, chamado Seymour Papert e Marvin Minsky estreiaram uma nova linguagem de programação (Logo), narra o próprio Papert (1980).

A expressão “Logo” (linguagem de programação para instruir o uso de programa de computador), e esta linguagem está voltada para metodologias que promovem a aprendizagem com auxílio de computadores. Cardoso, Azevedo e Martins (2013) relatam que o termo Logo tem como base duas noções.

A primeira é a computacional, que contribui para uma linguagem técnica fácil de ser aprendido e que explora atividades espaciais, nomeia novos termos ou procedimentos. A segunda, trata-se de estratégias que facilitem o processo de ensino e aprendizagem nas disciplinas comum do ensino básico e avançado.

Porém, a fixação do programa no Brasil iniciou através do primeiro Seminário Nacional de Informática em Educação, que se realizou 1981 na Universidade de Brasília e no segundo seminário no ano seguinte na Universidade Federal da Bahia. Cardoso, Azevedo e Martins (2013) informam que ambos eventos constituíram o projeto Educação com Computador EDUCOM.

            Moraes (1997) conta que o programa implicava em um sistema de trabalho diferente de todos os programas anteriores criados pelo MEC. O projeto tinha como finalidade direcionar uma nova ideologia para a conexão do uso do computador com diversas áreas do conhecimento como Letras (Língua Portuguesa), Biologia, Química, Matemática e Física.

Além disso, uma das propostas era de transformar o conceito de máquina de ensinar em ferramenta para aprendizagem. Nesta visão, a construção do conhecimento passa a decorrer da descoberta e ter como personagem principal investigador: o aluno. Em consideração aos novos resultados do EDUCOM, o MEC complementou essa evolução com a criação do Programa Ação Imediata em Informática na Educação de 1º e 2º grau, não mas apontado para o aluno, mas para a capacitação profissional (Projeto FORMAR), somado com a implantação de: 

 

[..] infra-estruturas de suporte nas secretarias estaduais de educação (Centros de Informática Aplicada à Educação de 1º e 2º grau - CIED), escolas técnicas federais (Centros de Informática an Educação Tecnológica - CIET) e universidades (Centro de Informática na Educação Superior - CIES) (CARDOSO, AZEVEDO e MARTINS, 2013, p. 3). 

 

Em torno dessa trajetória, até o ano de 1989, a Portaria Ministerial de nº 549/89, gerenciado pelo MEC, instituiu o Programa Nacional de Informática na Educação (PRONINFE). O mesmo autor (idem) afirma que o principal objetivo era o desenvolvimento da informática educativa no Brasil, por meio de projeto, fundamentação pedagógica sólida e atualizada, que pudesse certificar uma unidade política, técnica e científica proveniente de esforços dos envolvidos.

Novamente, o MEC em concordância com a inclusão da Tecnologia de Informática na Educação, nas redes públicas de ensino proposto pelo governo, iniciou a primeira versão do Programa Nacional de Informática (PROINFO) em 1997. Quartiero (2007) argumenta que a intenção era de criar centros de pesquisas locais e a capacitação na área, e que seguiria com a introdução do computador no ambiente escolar.

O PROINFO está presente em muitas regiões do Brasil, e que mesmo passando por diversas fases, mudanças na administração do governo, permanece com as suas atividades. Isso demonstra que o estabelecimento desses programas já existe há muitos anos, e que o contexto histórico outorga a utilização do computador como ferramenta de ensino-aprendizagem com eixo distintos, que precisam ser analisados e reconsiderados para a legítima e crescente atuação proficiente do professor nas aulas.

Após o surgimento da informática, as investigações sobre as possíveis aplicações dos computadores na educação tornaram-se objeto de muitas pesquisas, principalmente em ambientes acadêmicos. A partir da inserção das chamadas novas TIC na educação, uma nova visão de mundo está sendo criada.

A escola, aparentemente, tem manifestado a escolha de manter-se às proximidades das significativas inovações tecnológicas no decorrer do tempo. A prova disso, é que nas escalas das pesquisas o quadro de giz e o livro didático continuam a ser o sustentáculo do maior número de profissionais que tem dificuldades em manusear aparelhos tecnológicos no cotidiano, afirma Rocha (2007).

Diante dessas condições, é importante que haja a formação de pessoas que consigam lidar com as dificuldades a respeito daquilo que ainda não se tem ideia, lidar com o inesperado, adverte Morin (2000). Entretanto, há alguns problemas que Macedo (1997) ressalta no uso da internet durante a pesquisa escolar.

Os principais que a autora destaca são: as dificuldades da escola em obter e o emprego dessa tecnologia, o perigo do processo de pesquisa se tornar apenas uma ação de busca ou procura de informações e o repasse delas, além da consideração de quaisquer dados como verdades absolutas.

Mesmo estando cientes destes impasses que merecem atenção e reflexão na prática, a mesma autora (idem) reporta-se as inúmeras vantagens para o professor que pensa em utilizar a internet. A facilidade e o acesso a diferentes materiais de cunho científico têm valorizado o computador por ser um material ideal para se realizar pesquisas. 

2.2 FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA O USO PEDAGÓGICO DO COMPUTADOR

É importante considerar que a formação não é um arranjo provisório e que acontece em qualquer momento preciso, mas que está e acontece na ação, afirma Almeida (1996). Ou seja, tudo o que está relacionado a formação do professor e que envolve recursos pedagógicos como computadores está voltado para a perspectiva crítico-reflexivo, reveladas nos lócus educacionais.

Contextualizar não significa realizar algo no espaço escolar, mas trata-se de um processo de formação contínuo, uma troca de experiência na relação professor -aluno, e que resulta na ação coletiva e desenvolvimento de projetos cooperativos. A partir deste momento é estabelecido práxis contextualizadas, cujas interações e comunicação indicam mudanças na gestão.

Quanto maior a participação do corpo de educadores da escola nessa formação contínua, compreendendo tanto o envolvimento dos professores quanto das lideranças educacionais; e quanto maior o nível de colaboração, participação e articulação entre todos os envolvidos nas decisões sobre o currículo e a gestão da formação, maior será a possibilidade de sucesso da integração do computador na prática pedagógica, segundo uma perspectiva de transformação do processo educacional. (ALMEIDA, 1996)

Brito (2006) comenta que para manter-se atualizado, o professor deverá usar as tecnologias as quais poderão ajudá-lo na elaboração de materiais de apoio, bem como ser valiosos recursos para o ensino de diversas disciplinas do currículo, seja em sala de aula, num trabalho coletivo, seja na dinâmica do trabalho desenvolvido em ambientes informatizados.

O professor não caminha à frente do aluno, mas junto com ele, promovendo sua aprendizagem, fazendo intervenções segundo o seu estilo de pensamento, questionando-o para desestabilizar as certezas inadequadas, incitando-o a buscar informações em diferentes fontes ou, quando necessário, fornecendo-lhe as informações demandadas pela situação, ajudando-o a encontrar por si próprio a resposta para sua questão ou situação-problema.

O professor precisa ser capacitado para dominar os recursos tecnológicos, elaborar atividades de aplicação desses recursos escolhendo os mais adequados aos objetivos pedagógicos, analisar os fundamentos dessa prática e as respectivas consequências produzidas em seus alunos, como esclarece Almeida (1996).

Candau (2000) destaca em sua obra que uma Didática para a Educação com o auxílio do computador deve basear-se em:

  • Ênfase na autonomia do aluno, quanto a sua própria aprendizagem;
  • Exploração de todas as possibilidades do material didático;
  • Domínio das ferramentas de interação e das várias modalidades tecnológicas de informação e comunicação;
  • Conhecimento dos vários processos de interação e mediação;
  • Disponibilidade para a comunicação diferenciada no espaço e no tempo.

Almeida (1996) reconhece as dificuldades de se trabalhar com tecnologia, pois para dominá-la, temos de desenvolver no aluno habilidades precisas que são:

  • Influência nos conteúdos específicos das áreas do saber;
  • Clareza dos problemas que estamos resolvendo;
  • A prudência no trabalho em equipe;
  • Desenvolvimento de uma prática pedagógica reflexiva;
  • Trabalho articulado e cooperativo com as diferentes áreas do conhecimento, como as Ciências, as Artes, a Filosofia, as Matemáticas, a História.

Zimmer (2002) menciona que quando há a capacitação eficiente do docente, espera-se que:

  • Os professores se sintam à vontade diante de um computador;
  • Dominem um conjunto de programas essenciais para o ele desenvolva seus projetos;
  • Que as atividades desenvolvidas previstas a serem realizadas no Laboratório de Informática não fuja daquilo que propõe o Projeto Político-Pedagógico (PPP) da Escola;
  • Busquem no decorrer da profissão ferramentas que o auxiliem no processo ensino-aprendizagem;
  • Desenvolvimento de projetos interdisciplinares com os estudantes;
  • A relação professor-aluno resulte na apropriação dos recursos tecnológicos para melhor exercício em conjunto.
  • Que a escola esteja envolvida nas programações externas envolvendo a Informática Educativa. 

2.3 CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE WEBQUEST

Bernie Dodge, professor de Tecnologia Educacional na Universidade Estadual San Diego (San Diego State University – SDSU), idealizou a criação de uma nova metodologia de pesquisa orientada. Com a colaboração do seu aluno Thomas March, concretizou essa ideia, criou e a nomeou de WebQuest em 1995, informa Silva (2008).

“Web” significa rede e remete à World Wide Web (rede de alcance mundial – sistema de documentos em hipermídia), um dos fragmentos da internet. “Quest” significa explorar, buscar, descobrir. Por incrível que pareça, a WebQuest surgiu de uma necessidade momentânea.

Em um curso de especialização para professores, Dodge precisava fornecer informações sobre um software chamado “Archeotype” para seus alunos-docentes, reconta Silva (2005). No momento, não estava sendo viável uma exposição ou ilustração do material, além disso o software não estava disponível para um exame em laboratório da instituição. A solução encontrada por ele foi organizar uma sessão de trabalho avaliativo e sequencial.

Os trabalhos foram caracterizados, como relata Barato (2002), em cinco etapas:

  1. Após a conclusão de todas as atividades, os alunos deveriam elaborar relatórios para serem encaminhados a um diretor de escola, afim de recomendar ou não o software Archeotype, ficando a critério deles esta escolha;
  2. Os recursos informativos sobre o software seriam obtidos por meio da Internet (artigos publicados, livros ou entrevistas online com outros usuários ativos do software em San Diego e New York);
  3. Com os recursos já encontrados, aos alunos foram disponíveis apenas aqueles selecionados previamente por Bernie;
  4. As informações selecionadas foram separadas em três conjuntos para serem desenvolvidos e estudados por equipes de alunos diferente.
  5. Cada relatório, apresentado pelos docentes/alunos, seria resultado de uma conjunção de diferentes perspectivas de estudos selecionados pelo educador do SDSU.

O período de 2 horas voltados para conceitos e funções do programa Archeotype seria um detalhe sem importância para o professor, comparado aos conteúdos específicos do curso, caso Bernie não constatasse valores que nasceram do arranjo de suas atividades inesperadas na mesma aula. A partir deste momento, a situação marcava um caminho interessante, a de incluir ferramentas da internet na educação.

Freire e Junior (2009) contam que Dodge percebeu que criara uma dinâmica e os alunos construíram seu próprio conhecimento, o que antes seria uma estratégia de especialização preparado por ele, tornou-se um estudo aprofundado pelos alunos, originando um novo perfil, o de orientador de estudos. Diante disso, Dodge resolveu criar um quadro prescritivo para universalização da Internet para fins educacionais.

A criação do modelo WebQuest no início era simples e discreto, não passava de um interesse local, em que Dodge e March eram os únicos que utilizavam a metodologia. Mas, não foi preciso muito tempo para que o interesse fosse expandido e sobreveio a divulgação da primeira WebQuest, Searching for China.

A proposta de Bernie Dodge conquistou profissionais de diversas regiões no mundo. Após três anos, o número de WebQuests publicadas na rede mundial de computadores ascendeu a escala de milhares. Em suas entrevistas ele costuma mencionar que suas expectativas em relação as suas invenções em tecnologia educacional costumam durar no máximo cinco anos, porque possui uma mente inquietante, em querer sempre inovar.

Silva (2005) discorre que o portal de notícias eSchool News elegeu Bernie como um dos 30 melhores inovadores de tecnologia educacional do país. Mas para emoção do professor, a metodologia está próxima de completar 20 anos e continua a ser uma novidade interessante e promissora. 

A partir dessa experiência próspera, Bernie compartilhou com outros educadores, publicou um artigo intitulado “WebQuests: A Technique for Internet”, que tem auxiliado muitos pesquisadores no uso desta metodologia. A WebQuest é então definida como uma didática para pesquisa orientada, cujas informações são oriundas apenas da internet e o professor pode mesclar materiais como livros, impressos, revistas ou outros materiais da Web.

Abar e Barbosa (2008) conceituam a WebQuest como:  

[...] técnica de aprendizagem em que atividade proposta aos alunos deve envolvê-los (preferencialmente) em uma pesquisa na internet, participando de um trabalho colaborativo cujo resultado é uma produção concreta. Na atividade, os alunos são estimulados a ativar níveis de pensamento mais elevados do que a simples memorização (ABAR; BARBOSA, 2008, p. 76).  

Outros autores como Costa e Carvalho (2006), caracterizam a metodologia como atividades desafiantes e autênticas e que facilitam na aquisição de conhecimento, quer seja individual ou coletivo, motiva os alunos e os mantêm ativos em todo o processo estabelecido.

A “WebQuest é uma actividade didáctica, estruturada de forma que os alunos se envolvam na evolução de tarefas de investigação, utilizando os recursos da Internet” (BOTTENTUIT JUNIOR, 2010, p. 182). Barato (2002) admite não ter encontrado antes um recurso que permitisse a organizar dados (links), em uma série

lógica e progressiva, a partir de processos investigativos.

March (2003), aluno de Dodge e pesquisador, compara a técnica como um “andaime”, formada por um conjunto de links essenciais na World Wide Web, que provoca no aluno o desejo e ansiedade de investigar, resolver as tarefas, e essa experiência individual e participativa os faz transformar informações adquiridas em um entendimento mais sofisticado.

Bernie Dodge adverte que a WebQuest por ser uma investigação orientada, não deve ser confundida como uma simples lista de exercícios fáceis de serem resolvidas por ter como apoio a Web. Neste caso, foge da essência que a técnica propõe (construção do conhecimento) e as tarefas indicadas pelo professor se torna o que Bernie Dodge e Tom March chamam de WebExercises

Figura 1 – Relação da WebQuest com os níveis do domínio cognitivo de Bloom. Fonte: Rocha (2007, apud Bottentuit Junior, 2010, p. 190).

 Rocha (2007, apud Bottentuit Junior, 2010) mostra por meio de uma pirâmide (Figura 1) a diferença vantajosa de domínios cognitivos mais elevados que se possa adquirir pela metodologia WebQuest (MWQ), quando o seu uso respeita os fundamentos a que ela é destinada. Não sendo desta forma, os resultados continuam a ser os mesmos presenciados no ensino comum.

Dodge (1995) estabeleceu atributos para que o educador consiga alcançar os objetivos:  

Uma introdução que prepare o "palco" e forneça algumas informações de fundo; uma tarefa factível e interessante; um conjunto de fontes de informações necessárias à execução da tarefa; uma descrição do processo que os aprendizes devem utilizar para efetuar a tarefa. O processo deve estar dividido em passos claramente organizados e descritos; alguma orientação sobre como organizar as informações adquiridas, que pode ser em forma de questões orientadoras ou como direções para completar as metas estabelecidas no prazo; uma conclusão que encerre a investigação, demonstre aos alunos o que eles aprenderam e [...], os encoraje a levar a experiência para outros campos [...] (DODGE, 1995, p. 1-2). 

Compreende-se pela pirâmide que a WebQuest não se trata apenas de uma lista de exercícios divulgada na Web. Mas, sua construção segue etapas criteriosas e que se torna desafiador tanto para o docente, como para o discente.

A metodologia surgiu para: variar os modos de fazer educação; garantir pesquisa autênticas; promover a aprendizagem cooperativa; desenvolver habilidades cognitivas; incentivar a criatividade, favorecer o trabalho de autoria e no compartilhamento de saberes pedagógicos.

É necessário esclarecer que o estudo aqui presente não aborda uma tecnologia computacional que exige de um professor habilidades profissionais em informática, mas de uma estratégia para ensinar e aprender a utilizar os recursos da internet para o avanço em pesquisas.

Dodge (1995) revela que a preferência seja o desenvolvimento em equipes, pois com base em sua experiência, a aprendizagem é mais significativa se houver cooperação e que o indivíduo aprende mais com outros do que sozinho. O aluno estando acompanhado de outros, aprendem a seguir juntos, a ouvir os colegas, identificar e corrigir erros, entre acordos serenos, afirma Dodge (2009) em um documentário com o título “What is a WebQuest?”.

Esta nova técnica para ensino-aprendizagem tem como fundamento o alcance de conhecimento a partir da contribuição, logo o papel do professor e do aluno expõe um novo significado a acontecimentos através da mudança de sua visão de mundo, no qual o conhecimento é construído e partilhado a partir da interação entre os aprendizes, oposto do que é o ensino tradicional, como mostra Kenski (2004) no quadro a seguir: 

Quadro 1 – Aprendizagem tradicional e aprendizagem colaborativa. Fonte: (KENSKI, 2004, p. 190)

Máximas sobre aprendizagem Máximas sobre aprendizagem
Tradicional Colaborativa
   
Sala de aula Ambiente de aprendizagem
Professor – autoridade Professor – orientador
Centrada no professor Centrada no aluno
Aluno – “Uma garrafa a encher” Aluno – “Uma lâmpada a iluminar”
Reativa, passiva Proativa, investigativa
Ênfase no produto Ênfase no processo
Aprendizagem solitária Aprendizagem em grupo
Memorização Transformação

 

Mesmo sabendo que quadro não especifica nada sobre o molde do software, as “Máximas sobre aprendizagem Colaborativa”, se enquadram perfeitamente com as novas condições proposta pelo método de Dodge. De qualquer modo, isso quebra a ideologia que Freire (1981) criticava, o aluno como um paciente que recebe injeções de informação.

Guimarães (2005) é plausível em reconhecer a eficiência da WebQuest interligado à Web, por tornar os estudantes perspicaz, responsáveis e não mais serão aqueles que todos os dias estão passivamente a espera da ação, das lições preparadas. É notório que o status de professor-emissor já não se faz presente em lugares marcados pela facilidade de acesso. 

2.3.1 Por que a WebQuest? 

A justificativa primordial que March (1998), aluno de Bernie Dodge defende é a WebQuest como recurso didático, eficiente na integração de todas as práticas pedagógicas em uma só atividade e, paralelamente a isso, potencializar o aluno nos seguintes aspectos: 

Quadro 2 – Aspectos a serem revigorados no aluno Fonte: March (1988).

 
 
Motivação
O aluno é posicionado diante de um problema que deverá ser solucionado por ele, com uso de fontes de conteúdo autêntico. Para que de fato aconteça, ele precisará levantar questionamentos, argumentar e chegar a uma conclusão. Esta ação vai muito além de uma aula convencional o que para ele se torna atrativo. Em seguida, todos os resultados são publicados, encaminhados a outros leitores, pois o produto final não está sujeito apenas a avaliação e contato do professor titular.
Habilidades para pensamento crítico As estratégias de ordem cognitiva são impostas pelo aluno, afim de que ele faça o desfecho do problema, o mesmo não só deve coletar dados da Web, porque a metodologia o encoraja a elaborar pensamentos e conclusões mais refinado.

 

Para o discente compreender tópicos bem elaborado proposto em uma WebQuest, March (1998) alega que ele não deve ser exposto a receitas de como resolver a problemática passo a passo, mas ser passo-a-passo de como solucionar um problema. Mas, ser exibido a diferentes pontos de vista, informações ou opiniões sobre um mesmo tema, porque desta forma ele levantará um pensamento sobre tudo o que leu e ouviu.

Dodge (1995, apud ROCHA, 2007, p.76-77) ditou diversas vantagens para a docência, e destacou as mais relevantes:

  1. A WebQuest permite o uso efetivo da internet nos processos de ensino-aprendizagem;
  2. Uso de material autêntico, atualizado e que faz parte do contexto vivido pelos alunos no mundo real;
  3. A aprendizagem é mais significativa, pois é baseada em trabalhos cooperativos;
  4. Os itens “Tarefa” e “Processo” de uma WebQuest fornecem subsídios para que o aluno se afaste do seu conhecimento já adquirido e vá em busca de um novo conhecimento, através de reflexão e análise do que está sendo proposto;
  5. Ao contrário das práticas pedagógicas tradicionais, onde o aluno recebe e armazena informações, a WebQuest foca na “interação, compreensão e transformação das informações existentes, tendo em vista uma necessidade, um problema ou uma meta significativa” (ROCHA, 2007, p.76);
  6. Uma tarefa bem planejada promove a criatividade do aluno para a resolução do trabalho;
  7. O professor é o autor da WebQuest, pois é uma metodologia que não depende de um técnico em informática para a sua elaboração;
  8. Como uma WebQuest pode ser publicada na internet, ela pode ser compartilhada tanto por docentes como por discentes, de qualquer parte do mundo.

Em concordância, Costa e Carvalho (2006) caracteriza a metodologia como uma rica oportunidade para o desenvolvimento de todos os profissionais da educação. A medida que o professor integra recursos da Web em suas práticas pedagógicas, exercita a manifestação de novos talentos através da autoria e o seu aperfeiçoamento será perceptível. 

2.3.2 Sobre Bernie Dodge e Tom March 

Bernie Dodge, possui formação em PhD e continua exercendo sua profissão de docência em Tecnologia educacional em San Diego State University (DODGE, 2001a, p. 58). Ele centra-se na concepção, implementação Avaliação e avaliação de Aprendizagem computadorizada e ensina uma variedade de cursos sobre tema.

O mesmo já desenvolveu diversos softwares que estão no mercado, incluindo PLANalyst, uma ferramenta para a criação de lições. Seu projeto mais recente é Irrawady, um ambiente de escrita que capacita desde crianças até estudantes de pós-graduação a criar histórias interativas e simulações na World Wide Web. 

Imagem 1 – Bernie Dodge. Fonte: http://tommarch.com/strategies/webq-uests/.

 

Oliveira (2004) relata que o professor criou um dos primeiros BBS's (Bulletin Board System - Sistema de Quadro de Mensagens), em 1982. Um sistema para troca de mensagens entre indivíduos ou grupos e para o compartilhamento de publicações eletrônicas, dedicadas aos professores e que se tornou mais tarde parte da rede FrEdMail (Ed Mail).

A autora (idem) complementa e exalta Bernie Dodge por ser um educador excepcional, por ser um profissional que sabe como explorar os melhores recursos que a tecnologia possa ofertar, com o objetivo de aprimorar e elevar a qualidade de ensino. O portal do SENAC informa que Dodge recebe com muito prazer comentários e contribuições diariamente no endereço: [email protected] (OLIVEIRA, 2004, p.10).

 

Imagem 2 – Tom March. Fonte:http://tommarch.com/strategies/-

webquests/.

 

Tom March é mestre em Tecnologia Educacional pela SDSU, possui certificação para docência (MARCK, [n.d.], p. 2). É Bacharel em Artes em Inglês pela Universidade de Wisconsin, EUA. Recebeu muitas premiações e bolsas, como por exemplo, foi premiado por desenvolver sites que ficaram entre os 101 Melhores Sites da ISTE para Professores de Ensino Fundamental em 2005, Prêmio Golden ROM, San Diego Computer-Using Educators em 1997, Prêmio de Acadêmico Universitário, San Diego State University em 1991, Professor do Ano, Poway Unified School District, em 1991-92, Prêmio Phil Halfaker, Professor Sênior de Estudantes, SDSU em 1986 e outros.

Publicou recentemente artigos nos portais: http://ozline.com/writings/ e na MultiMedia Schools Magazine, e na educação (MARCH, 2000, p. 1) possui experiência em:

  • Publicar artigos sobre estratégias para educadores usando a Web com os alunos;
  • Conceber e desenvolver ferramentas interativas para educadores que utilizam a Web;
  • Web sites geridos para clientes como o UNICEF e o INEE;
  • Criar atividades online através do Knowledge Network Explorer da AT & T;
  • Realizar workshops internacionais em pessoa;
  • Trabalhar com as escolas para a transição para a próxima era da educação;
  • Consultar com empresas de software.

Desde 2001, tem como foco principal o desenvolvimento de um modelo para uma nova forma de educação, que ele chama de Next Era Ed. Ele está trabalhando em um livro que argumenta que podemos afastar nossas escolas da abordagem mecanicista de produção em massa do século XX para uma que possa acomodar a alegria de aprender de cada indivíduo. O livro estabelece claramente onde nossas escolas estão "quebradas" e oferece um modelo abrangente e baseado em evidências para começar a correção (MARCH, 2000, p. 3-4).

 

2.3.3 Alguns Estudos sobre WebQuests

 

            Como comprovação de que a WebQuest tem superado as expectativas de Bernie Dodge ao longo dos anos, neste tópico são apresentados alguns estudos sobre a utilização da metodologia e Software WebQuest em outras disciplinas da Educação Básica.

            Silva (2010) elaborou um projeto e desenvolveu com o objetivo de identificar quais potencialidades que a técnica possa garantir no ensino de Química. A investigadora criou uma WebQuest “WebQuest Bicombustível”, e acompanhou a evolução da metodologia com 23 alunos de uma escola estadual do município de Várzea Grande, em Mato Grosso.

            Ela utilizou como instrumentos de dados: questionários, registros no caderno de campo e duas entrevistas semiestruturadas, direcionada para professora titular e a outra para os alunos participantes. Os resultados da pesquisa revelaram a silva (2010) que a método contribui de forma efetiva para o ensino, porque houve maior interesse dos alunos nas aulas, durante a aplicação da WebQuest, o que gerou na aprendizagem significativa.

            Com objetivo de analisar a influência da metodologia no ensino do Inglês, a investigadora Santos (2012), elaborou uma WebQuest com o título “WQ World of music”. Executou em uma turma do 8º ano do ensino fundamental, que continha trinta e dois alunos, de uma escola particular localizada na cidade Pelotas, no Rio Grande do Sul.

            A pesquisadora fez uso de ficha de observação, questionário, e entrevistas para conhecer a opinião dos alunos e do professor sobre a experiência. A mesma concluiu que o método enriqueceu as aulas, as técnicas de diálogo ou conversação e observou que os alunos se sentiram motivados e engajados na tarefa proposta. A professora titular reconheceu a virtualidade do software, pois desafiou os alunos com assuntos condizentes à realidade.

            A pesquisadora Fernandes (2013), elaborou duas WebQuest com a finalidade de analisar a importância da técnica na aprendizagem de História e Geografia, ambas aplicada em uma escola na região de Braga, Portugal. A primeira a ser executada foi a WebQuest “A União Europeia”, na disciplina de Geografia e que contou com a participação de 30 alunos, do 7° ano. A segunda “O Gótico “Deus-Luz”, foi desenvolvida na disciplina de História da Cultura e das Artes, para 31 alunos do 1º ano - Ensino Secundário, do Curso de Ensino Profissional de Turismo.

            Fernandes (2013) utilizou questionários e grelha de observação para o recolhimento de dados e demonstrou, através dos resultados, que o software enquanto for destinado a aprendizagem, despertará e motivará os alunos, e o aluno retribuirá com seu empenho, curiosidade, organização e interesse na realização de toda e qualquer atividade organizada pelo professor.

            Para avaliar o grau de eficiência da MWQ para o ensino e a aprendizagem de Literatura, o pesquisador Silva (2015) desenvolveu um estudo de natureza qualitativa, com 31 alunos do 3º ano do Ensino Médio, em uma escola pública federal, localizada na cidade de São Luís/MA-BR. Ele analisou o interesse dos alunos pelo debate da obra “Perto do Coração Selvagem”, de Clarice Lispector.

            Após a finalização da WebQuest “Aventura na Web com Clarice Lispector”, constatou, por meio de questionários e entrevistas com os alunos, que o software é uma boa estratégia pedagógica e que ao ser interligada os conteúdos selecionados pelo docente, resulta no estimulo da curiosidade, autoria, criatividade e o interesse pela discussão de obras literárias.

            De modo geral, estes exemplos demonstram que a metodologia criada por Bernie Dodge é um recurso muito eficaz para o ensino de quaisquer disciplinas e níveis de formação escolar, promove uma ação mais objetiva do professor. Uma vez que, o incentivo, a dedicação, a coragem, desenvolvimento de talentos são elementos que qualificam a educação nas escolas. 

2.4 WEBQUEST: CONSTRUTIVISMO E INTERDISCIPLINARIDADE 

O software Educacional de autoria, proposta por Bernie Dodge é destinada a uma educação presencial, com a constante participação do professor e expandida pela pesquisa guiada na internet. Além da facilidade no emprego, os dados viabilizados na Web são organizados com simplicidade, discorre Abar e Barbosa (2008).

            Pode-se constatar que a utilização de um laboratório de informática não é permitir que o aluno fique disperso, desorientado, ou navegando em sites aleatórios sem algum grau de interesse pedagógico. As autoras Rodrigues e David (2008) especificam que o texto digital (hipertexto) permite absorção maior de conhecimentos, porque este gênero agrega-se à outras fontes (links), referências, que refletem na pesquisa contínua. 

2.4.1 Construtivismo 

Incentivar o aluno a ser protagonista do seu próprio aprendizado, mediante a experimentação, a pesquisa com a equipe, o desenvolvimento do raciocínio, a busca de respostas para as dúvidas frequentes e outros procedimentos é o que propõe a teoria do Construtivismo, segundo Abar e Barbosa (2008). 

 

“[...], construtivismo é uma teoria que explica como a inteligência humana se desenvolve. Baseia-se no princípio de que o conhecimento é construído pelo indivíduo em conseqüência das interações com o meio, ou seja, é resultado de reflexões que o indivíduo realiza sobre ações”. (ABAR e BARBOSA, 2008, p. 76) 

Metodologias com uso do software WebQuest, em quaisquer disciplinas ou níveis de formação, é fundamentada na teoria de aprendizagem construtivista, esta que é alicerçada nos conceitos de Piaget e a pesquisa sócio histórica de Vygotsky, retratam Niemam e Brandoli (2012).

Abar e Barbosa (2008) explana conceitos de Vygotsky, um psicólogo que estudou a construção do conhecimento como um processo social de consonância entre indivíduos, compartilhando significados. Ou seja, não havia o reconhecimento de pessoas dotadas de inteligência e outras menos, porque para ele todos ocupam o lugar que deve nas relações sociais.

Para Piaget, uma criança adquiri aprendizagem de acordo com o nível de desenvolvimento cognitivo ao longo do tempo, mas para Vygotsky a aprendizagem dá condições para que a criança desenvolva, disserta Savedra (2007). Transferindo essas concepções para o ensino, a tecnologia de informação e comunicação favorecem o trabalho do professor, e consequentemente, obtém-se bons resultados, ressaltam Moura, Azevedo e Mehlecke (2005).

O aluno deve ter autonomia para participar dos processos de ensino e construir conhecimentos, cabendo ao professor apenas orientá-lo, estimulá-lo a continuar as atividades por meio de técnicas que atraiam a atenção do estudante para o conteúdo que está sendo trabalhado.

Autonomia e responsabilidade são aspectos indispensáveis no uso do Software pelos alunos, justificam Rodrigues e David (2008).  É possível interligar um assunto de uma WebQuest com outros temas e disciplinas, possibilitando uma abordagem de vários conteúdos de uma forma sintetizada, sem fragmentações, ocasionando a interdisciplinaridade. 

2.4.2 Interdisciplinaridade 

No início do século XX surge os primeiros estudos sobre a interdisciplinaridade devido à necessidade de uma resposta para a desintegração das disciplinas. Havia uma enorme preocupação em manter um vínculo de saberes entre elas. Segundo Padoan (2007) os estudos sobre este fenômeno marcaram a história através da obra de Hilton Japiassu intitulada “Interdisciplinaridade e Patologia do Saber”.

O autor da obra faz uma análise sobre a desagregação das ciências que passaram a corresponder de forma isolada entre si. Mas Abar e Barbosa (2008) atestam que a interdisciplinaridade pode romper com este bloqueio, interligar as ciências mesmo se for em um prazo curto de tempo.

Em vista disso, a pesquisa é uma forma de descobrir novos conhecimentos, de compartilhar experiências, teorias entre especialistas. Japiassu (1976) caracteriza a interdisciplinaridade pelo grau de integração real entre as disciplinas, no interior de um mesmo planejamento ou projeto de pesquisa.

Esta prática é quase inexistente nas escolas, o que comumente se ver são projetos multidisciplinares que por poucas vezes ocorrem em todo o ano letivo. Japiassu (2006) em seu artigo “O espírito interdisciplinar” relata que esses projetos não passam de uma criação imaginária de profissionais que sabem desempenhar conceitos e métodos diversos, algo que é totalmente institucionalizado. São práticas de indivíduos abertos e curiosos, com uma essência de aventura e sem medo de errar.

Pinheiro (2008) é seguro em suas observações e manifesta sobre os problemas e dificuldades que o aluno tem em compreender a utilidade dos conhecimentos alcançados nas aulas para a sua vida. O aluno conclui o Ensino Médio e se sente desnorteado, sem saber porque esteve anos frequentando uma escola, e ressalta na sua crítica que tais consequências é devido o ensino compartimentado em disciplinas e distante da realidade do aluno.

A interdisciplinaridade permite a construção de um conhecimento que abraça várias disciplinas, ela permite o aluno se desenvolver de forma autônoma e global, porque a interação entre diferentes ciências por meio da WebQuest realça a sala de aula, tanto o professor quanto o aluno saem do convencional e gera resultados da investigação com a pesquisa.

As Orientações Curriculares para o Ensino Médio (Brasil, 2006) comunica que executar uma atividade interdisciplinar:  

Não basta uma justaposição de várias disciplinas para atingir a competência crítico - analítica. Trata-se da construção de um novo saber a respeito da realidade, recorrendo-se aos saberes disciplinar e explorando ao máximo os limites e as potencialidades de cada área do conhecimento. O quanto será ultrapassado do limite de cada disciplina dependerá do projeto inicialmente elaborado (BRASIL, 2006, p.52).  

Mesmo se tratando de um tema complexo, esta didática é de grande importância para as aulas. Stamberg, Piovesan e Becher (2011) garantem que a troca de conceitos e dados entre as ciências podem fazer com que o aluno reconheça a qualidade no que eles aprendem e o professor no que ele leciona, principalmente quando se trata de ferramentas inovadoras que são as tecnologias de informação e comunicação.

2.4.3 Exemplos de WebQuests Interdisciplinar 

Quadro 3 – Exemplos de WebQuests Interdisciplinar para nível Fundamental I

NÍVEL
DISCIPLINAS
CONTEÚDO WEBQUEST ENDEREÇO COMENTÁRIOS
Fundamental I

PORTUGUÊS
ARTES
Romeu e Julieta Webquest de Português para 1º ano. http://slideplayer.com.br/slide/7302263/ Leitura do Livro Romeu e Julieta de Ruth Rocha com novas adaptações dos alunos.
Fundamental I

PORTUGUÊS
ARTES
HISTÓRIA
O menino maluquinho Webquest de conhecimento para 3º ano. http://slideplayer.com.br/slide/3538138/ Leitura da história, em seguida a confecção da história em quadrinhos com ênfase na parte do texto que fala sobre a pipa.

Quadro 4 – Exemplos de WebQuests Interdisciplinar para nível Fundamental II e Ensino Médio. Fonte: (PEREIRA, 2008, p. 52-54).
NÍVEL
DISCIPLINAS
CONTEÚDO WEBQUEST ENDEREÇO COMENTÁRIOS
Fundamental II

CIÊNCIAS
MATEMÁTICA
HISTÓRIA
Astronomia Jornada nas estrelas http://www.emack.com.br/sao/webquest/sp/2004/jornadas/index.htm Viagem através do continuum, espaço tempo usando como pano de fundo os
bastidores da série Jornada nas Estrelas


Fundamental II

CIÊNCIAS
ARTES
HISTÓRIA
GEOGRAFIA
Colonização
Holandesa
História, arte e ciência no
Brasil holandês
http://www.emack.com.br/sao/webquest/2003/Webquest4/tarefas.htm Retrata o século XVII, quando Pernambuco está sob a administração de João Maurício de Nassau. Os alunos assumirão diversos papéis: Nassau, strônomos, naturalistas estudiosos da fauna e da flora e artistas como Franz Post e Albert Eckhout, que registrarão com detalhes as paisagens, os habitantes e os produtos desta terra.

Fundamental II

MATEMÁTICA
GEOGRAFIA
Planilhas de
Cálculo e
Regiões
Brasileiras
Pescando e Aprendendo http://www.colegiodante.com.br/interfaces/WebQuest/pescaria/pescaria.htm#intro
 
Além dos objetivos pedagógicos, aborda objetivos técnicos, a saber: conhecer uma ferramenta que elabore planilhas de cálculo e fazer uma experiência em aprendizagem cooperativa. fazer uma experiência em aprendizagem cooperativa.



Fundamental II

HISTÓRIA
CIÊNCIAS
Organização
Dos Ministérios – Educação Ambiental
Mil e uma folhas http://www.saa.com.br/WEBQUEST/plantas/index.htm A educação ambiental prepara as pessoas para preservar a natureza. Os alunos vivenciam a experiência de um ministro de estado da Terra das Mil e Uma Folhas, onde devem estar conscientes da importância das plantas em nossa sociedade e como as pessoas podem estar ajudando para evitar a destruição do meio ambiente.
O conhecimento adquirido deve ser usado para garantir a sobrevivência do planeta e das gerações futuras.

Fundamental II

EDUCAÇÃO
FÍSICA
HISTÓRIA
História dos
Jogos Olímpicos
Grécia
De volta ao Olimpo http://www.saa.com.br/webquest/olimpiadas/index.htm Ao participar como membro do Comitê Olímpico da era Futura os alunos conhecem um pouco melhor a importância e os mais diversos benefícios que os Jogos Olímpicos trazem para uma comunidade, para
uma Nação e para todos os povos.


Fundamental II

QUÍMICA
GEOGRAFIA
MATEMÁTICA
FÍSICA
HISTÓRIA
BIOLOGIA
PORTUGUÊS
Energia Webquest – A energia
move o mundo
http://www.dombosco.g12.br/webquests/webEnergia Construir conhecimentos sobre os temas: desperdício de energia; a concentração de renda; a perda do patrimônio cultural; e a desmaterialização do consumo e da produção.
O intuito maior é que além da apropriação dos conceitos acerca de ENERGIA o aluno desenvolva inúmeras habilidades como: analisar dados; produzir textos argumentativos; produção de pesquisa e representações; organização e sistematização de informações e elaboração de hipóteses e argumentação. E que em especial desenvolva atitudes em favor da vida!


Médio

ARTES
PORTUGUÊS
Introdução a
poesia –  aspecto
emocional e
imagem visual
Poesia de Guerra http://209.85.171.104/translate_c?hl=ptBR&sl=en&u=http://www.elco.k12.pa.us/online_homework/O%2527Neill/webquest/Home.html&prev=/search%3Fq%3Dwebquest%2Bde%2Bwebquest%26hl%3DptBR&usg=ALkJrhhX1AwdPcV1sgALKkU7aLMb1CSLiA Esta WebQuest foi criada para atuar como uma introdução a unidade de poesia. O aspecto da guerra é somente usado para capturar a atenção do aluno. As intenções são para que os estudantes entendam que poesia é realmente utilizada para expressar os sentimentos e as experiências de alguém.

Médio

INGLÊS
ARTES
Leitura e
compreensão de textos produção de um vídeo clipe
Publicidade em ação http://www.colegiodante.com.br/institucional/interfaces/WebQuest/wq_formatura/index.htm O aluno vivencia ser o funcionário de uma agência de publicidade que foi contratada pelo colégio para criar um clipe.

Médio

ARTES
FÍSICA
Teatro
Galileu Galilei
Galileu Galilei – uma proposta de Física e Arte http://www.colegiodante.com.br/interfaces/WebQuest/galileu/index.htm Com o intuito de unir Ciência e Arte, e imbuído tanto do espírito mágico do Teatro como do vigor investigativa da Física, o aluno é convidado para criar e encenar uma peça teatral que aborde a vida e as descobertas do italiano GALILEU GALILEI.
 
Quadro 5 – Exemplos de WebQuests Interdisciplinar para nível Ensino Superior
NÍVEL
DISCIPLINAS
CONTEÚDO WEBQUEST ENDEREÇO COMENTÁRIOS



Ensino Superior
 
Cooperativas e Empresas A Didática das Ciências Sociais e  humanas numa Perspectiva Interdisciplinar http://slideplayer.com.br/slide/1660277/ Caracterização da empresa pública, Enumeração de um conjunto de empresas que se enquadram neste conceito. Justificar a importância desta forma jurídica. Noção de cooperativa. Apresentar as características (finalidade, grau, responsabilidade, cooperadores e capital).
Ensino Superior

Pedagogia,
Gestão,
Tecnologia Educacional
 
Saberes e Desafios em EAD Introdução ao EAD http://slideplayer.com.br/slide/5640716/ Levantamento histórico e analise de conceitos para sanar as dúvidas e questionamentos sobre essa modalidade de ensino, que não é tão nova como aparenta ser.

 

Entender como se desenvolve este processo ensino-aprendizagem, a preservação do contato com as demais disciplinas e quais os artistas (alunos) responsáveis por esse desenvolvimento, torna a educação mais relevante, pois a WebQuest oferece subsídios para que se possa pôr em prática exercícios e constituição de conhecimentos mais amplos.

Padoan (2007) firma a concepção de que as práticas interdisciplinares podem favorecer e propagar um ensino desenvolvido de forma integrada, capacitando o professor para que ele consiga ter mais agilidade e controle sobre a complexidade de conceitos que se faz presente no cenário atual e exigente que é a sala de aula. 

2.5 PRINCIPAIS ETAPAS QUE CONSTITUI O SOFTWARE WEBQUEST 

2.5.1 Características gerais da WebQuest 

Dodge (1995) destaca que existem dois níveis de WebQuest: as de curto prazo e as de longo prazo. Quando o professor constrói uma WebQuest para ser desenvolvida em curto prazo, ele fornece o máximo de informações possíveis para que os conteúdos e atividades tenham sentido para o aluno. Nas propostas e orientações, a execução e finalização deste método, ocorre no período de um a três aulas, porque o aluno tem como apoio o acesso às informações direcionadas.

WebQuest de longo prazo é projetada para um período extenso de cinco semanas de aulas e no término dela, os alunos ampliam e refinam o conhecimento sobre um tema específico, apresentando um entendimento maior e global do material que foi estudado. Logo, este tipo de WebQuest apresentam propostas maiores, complexas e profundos, e pode ser direcionado a atividades que exigirá muito do aluno.

Alguns atributos descritos por Dodge (1995) são chamados de explícitos ou implícitos. Ele os considera necessário para elaboração de uma WebQuest, pois ela deve ser bem projetada, para que o aluno faça o melhor uso do tempo nas aulas, naveguem na rede mundial de computadores com objetivos claros. Por estes motivos é que o professor precisa planejar rigorosamente as suas ações.

Os atributos chamados pelo autor (idem) de implícitos não são visíveis, por esta explicação é que ele reforça a concepção de que se o docente propor atividades em equipe com o uso do software, a probabilidade do aluno aprender melhor uns com os outros é maior, porque existe elementos de incentivos, como por exemplo, a organização de uma missão, onde há simulações e desafios a serem descobertos, o que pode levar até uma atuação com cenários e que envolve não só uma disciplina, mas várias.

Desde a época da criação desta metodologia, o software passou por adaptações em relação a estrutura. Carvalho (2007) apresenta essa evolução no quadro “Evolução dos componentes da WebQuest”, e através deste, é visível a conservação das etapas de desenvolvimento da metodologia. As adaptações foram para otimizar o tempo gasto pelo professor, propiciar melhorias de acesso e a divulgação para outros profissionais que queiram utilizar o programa. 

Tabela 1 – Evolução dos componentes da WebQuest. Fonte: Carvalho (2007)

  Dodge (1995) Dodge (1997; 1998)    Dodge (1999a)
       
  Introdução Introdução Introdução
  Tarefas Tarefas Tarefas
  Fontes de informação Processo Processo
  Processo Recursos Avaliação
  Orientação Avaliação Conclusão
  Conclusão Conclusão Página do professor

 

Apesar de que, o propósito deste estudo não seja a inclusão ou exclusão dos elementos que estruturam a WebQuest, o quadro acima apresenta o aperfeiçoamento dos componentes de uma WebQuest ao logo do tempo, implementado por Carvalho (2007).

Os elementos básicos e indispensáveis para preparar uma WebQuest são os atributos denominados explícitos. Dodge (1995) formulou um template (modelo) e as definiu em etapas que são: introdução, tarefa, processo, recursos, avaliação, conclusão, créditos e página do professor. Estas serão abordadas a seguir com mais clareza e objetividade. 

2.5.2 Introdução 

Semelhantemente a um odontólogo que mentaliza em seu paciente a importância de manter o sorriso saudável por ser um “cartão de visita” e por atrai a atenção dos que estão por perto, não é diferente das orientações de Dodge (1997). O autor afirma que toda WebQuest deve ter uma boa introdução, pois é o elemento mais importante, atrativo e que motivação o usuário.

No seu projeto intitulado “Building Blocks of a WebQuest” Dodge (1997) explica que primeiramente, a introdução insere e orienta o aluno sobre o tema a ser aprendido e atividades a serem desempenhadas nas próximas horas. Ela é quem direciona o visitante a uma visão geral e o que se espera do conteúdo. “Fornece as informações iniciais que podem cativar os alunos, definindo claramente o que se pretende e apresenta alguma informação preliminar de base” diz Pereira (2008, p. 8).

Além disso, tem por intenção atrair o leitor ao projeto, de forma que ele se sinta motivado e instigado a avançar e concluir com êxito, ou seja a introdução possui essa “dupla função”. Nesta etapa, o assunto tem aparência relevante não só pelo conhecimento prévio do aluno, mas pelo o que pressentimento que ele possui de que irá aprender muito mais. Têm-se um visual atraente, divertido para envolver e motivar o utilizador. Bottentuit, Junior e Coutinho (2011) nomeiam a introdução como “cartão de visitas” e ressalta que o texto deve ser claro, objetivo e curto.

É importante evitar textos extensos neste primeiro momento, pois a curiosidade é um elemento motivacional. Na apresentação - caso o software não possua dados informativos antes da visualização do conteúdo, o professor deverá especificar o público alvo, nome e contato dos autores, curso e séries, área da ciência, data de atualização, finalidade, entre outras.

Este modelo de WebQuest (imagem a seguir) de curto prazo, foi criado no portal nacional WebQuest Fácil (www.webquestfacil.com.br) com a temática Intolerância Religiosa, um dos assuntos previstos para a Redação do ENEM 2016. 

Imagem 3 – Modelo de WebQuest - Etapa Introdução sobre o tema Intolerância Religiosa, para disciplina Redação e Expressão. Fonte: Portal Nacional WebQuest Fácil, 2016. 

Na etapa introdutória, a escolha da imagem engloba todos os tipos de religiões para um único emblema: o respeito a diversidade religiosa. A fotografia de início permite o usuário estar à vontade para construir pensamentos com base no tema.

Seguindo as orientações de Dodge (1995), o texto inicial informa o caso de um ataque terrorista ocorrido no dia 7 de janeiro de 2015, contra a revista satírica Charlie Hebdo, em Paris, em que homens portavam fuzis AK-47 e gritavam palavras de apoio ao islã, como "Alá é o maior" e "vingamos o profeta". O pequeno texto informativo é intencional, e impulsiona o aluno a conhecer mais os fatos que chocam uma nação. 

2.5.3 Tarefa 

O ponto chave da WebQuest é a tarefa, porque é através dela que o aluno irá adquirir conhecimento que seja realmente satisfatório. March (2003) cogita do mesmo conceito e complementa que se o método está bem construído é porque apresenta tarefas interessantes que motivam a pesquisa, a investigação.

Para tanto, as atividades não são impostas aleatoriamente, frisa o autor (idem). Elas constituem um delineamento de pesquisa que surgem de questão em aberto e que através de estudos são delimitados os pontos a serem traçados, e referências a serem consultados. Em seguida, os alunos transformam as informações em um pensamento mais concreto e conclui com um material de autoria (produção) por meio da pesquisa orientada.

De acordo com Dodge (2002) a tarefa é o foco principal dos alunos, pois é ela que oportuniza a realização dos exercícios e efetivação de todos os objetivos traçados pelo docente. Quando mais elaborada esta etapa for, mais estímulo, determinação terá o discente e demonstração de resultados esperados. Existem diversas maneiras de elaborar uma tarefa, dependendo das circunstâncias, propostas da disciplina e especificamente do conteúdo.

Desenvolver a capacidade de compreensão do mundo pelas informações disponíveis no ciberespaço é que dá significação ao software. Barros (2005) confirma que, as WebQuests através dos diversos tipos de tarefa, possibilitam aos alunos, encontrar e desenvolver novas formas de aprender, de forma individual ou colaborativamente, através dos tipos de tarefas, pois são eles os principais responsáveis pelas descobertas, busca de respostas e aprendizagens.

Para esta etapa, Dodge (2002) expõe a taxionomia de tarefas com doze categorias de classificação. Por meio delas, o professor escolherá o tipo de tarefa a ser incluída na WebQuest, na qual poderá ser: recontada, compilação, mistério, jornalístico, design, produtos criativos, consensual, persuasão, autoconhecimento, analítica, julgamento ou científico.

Tarefas recontadas (Retelling Tasks) diz respeito a exercícios de releitura, em que o aluno busca um aprofundamento maior nas informações e faz a exposição delas de acordo com a sua interpretação, ou seja, um mesmo tema é argumentado em pontos de vistas diferenciados, porque ele escolherá um modo prático para expor, seja por cartazes, slides, apresentação oral, relatórios e outros.

Oposto a esta exibição, as tarefas de compilação (Compilation Tasks), propõe apenas a organização de dados para que o estudante aos poucos se familiarize com o tema, com o objetivo de usá-lo futuramente para uma nova construção de conhecimento. Do contrário, este tipo de tarefa deixa de ser adequada para uma WebQuest, uma vez que o ato de reunir informações não se enquadra com os objetivos reais do software educacional de autoria.

Na categoria mistério (Mystery Tasks), a atividade propõe o aluno a assumir um papel fictício para que ele desvenda um mistério ou desafio policial. Nisto, o professor coordena os alunos em cada fase como sendo um quebra cabeça, difícil de ser resolvido com simples resposta, mas que precisará da junção de várias delas que surgirão com o tempo de diversas fontes organizadas pelo professor.

Assumir um papel irreal não é a única opção, pode ser solicitado do discente o desafio de assumir outra postura em eventos importantes, como repórteres, o que compõe uma tarefa de cunho jornalístico (Journalistic Tasks) . Nesta escolha, efetua-se uma coleta e organização de dados para produção de gêneros textuais de notícias.

Na sequência, Dodge (2002) cita a tarefa de design (Design Tasks) que requer do aluno o desenvolvimento de um projeto para fabricar um produto necessário, com recursos e planos de ação definidos. Ele será avaliado pela criatividade de acordo com os moldes estabelecido. No mesmo viés criativo está a categoria tarefa de produtos criativos (Creative Product Tasks) que ocasiona na criação de jogos, pinturas, pôsteres, músicas e outros.

Na criação consensual (Consensus Building Tasks), a tarefa tem por finalidade moldar o aluno para que o mesmo tenha um posicionamento crítico com relação a temas polêmicos, que descreva ações ou medidas no debate ou textos escritos com opiniões distintas e diferentes vertentes, e será avaliado pelo seu acondicionamento, articulação de diferentes perspectivas e conjuntos de informações. É divergente da tarefa de persuasão (Persuasion Tasks), porque prever o uso de argumentos convincentes baseado nos conteúdos, exemplos: anúncio e propaganda, audiência simuladas, editoriais de imprensa e alguns gêneros textuais.

Nas tarefas de autoconhecimento (Self-Knowledge Tasks), os alunos são convencidos a responderem perguntas reflexivas sobre seus desejos, vontades, sonhos e a vida. Este tipo de atividade está ligado a conteúdos sobre ética, apreciação de artes, ou metas em longo prazo. Nesta mesma esfera está a tarefa analítica (Analytical Tasks), que gera interpretação sobre as coisas que existem e como se organizam dentro de um contexto estabelecido pelo professor.

O resultado será o relato dos aspectos semelhantes ou não de todas as situações, implicações e soluções que serão sugeridas durante a análise. Porém, o docente pode disponibilizar aos alunos itens e informações suficientes para que eles mesmos organizem, classifiquem (julgue) entre as opções entregues. Esta ação transfigura-se na tarefa de julgamento (Judgment Tasks).

Na tarefa científica (Scientific Tasks), os estudantes são guiados a ter postura de investigação. Na WebQuest o professor prepara hipóteses, determina o método de estudo que visa comprovar os resultados previstos e deverá sugerir alguns modelos para a descrição dos resultados a serem encontrados pelos alunos. Percebe-se, que através desta classificação a tarefa é “o coração da WebQuest” como associa Dodge (2002).

Tabela 2 – Dimensões para avaliar a tarefa. Fonte: Bellofatto et al (2001b).

Se a tarefa tiver os seguintes elementos... Então considere as seguintes dimensões:      
Apresentação oral Colocação da voz;   linguagem corporal; gramática e pronúncia; organização.    
Apresentação em PowerPoint Qualidade técnica; estética; Gramática e correção ortográfica
Produtos escritos Gramática e correção ortográfica; organização; formatação
Produtos criativos Surpresa; novidade; qualidade técnica; adesão às convenções do tipo de trabalho
Colaboração Cooperação; ter responsabilidade; resolver o conflito
Design Solução efetiva; solução criativa; Justificação da solução
Persuasão Qualidade do argumento; capacidade de atrair a audiência; organização e sequência
Análise (científica ou outra) Recolha de dados e análise; inferências feitas
Julgamento Adequação dos elementos considerados; articulação dos critérios
Compilação Critérios de seleção; organização
Jornalismo Exatidão; organização; integralidade

 

Barato (2004, apud SILVA, 2005, p. 44-45) argumenta ser muito mais vantajoso o professor trabalhar com rubricas no processo avaliativo, porque:

  • Permitem que a avaliação se torne mais objetiva e consistente;
  • Obrigam o professor a clarear seus critérios em termos específicos;
  • Apresentam ao aluno como o seu trabalho será avaliado e o que é esperado dele em termos de resultado;
  • Desenvolvem a clareza sobre os critérios a serem avaliados no desempenho do aluno entre pares;
  • Oferecem feedback (retorno) produtivo a respeito da eficiência do ensino;
  • Oferecem benchmarks (conjunto de indicadores que revelam níveis de desempenho) com as quais é possível fazer comparações e medir o progresso do aluno. 

Imagem 4 – Etapa Tarefa - WebQuest “Intolerância Religiosa” –para a disciplina Redação e Expres-são. Fonte: Portal Nacional WebQuest Fácil, 2016. 

A imagem acima descreve atividade classificada como consensual e persuasão, porque a temática da WebQuest envolve opiniões de várias crenças, o que não deixa de ser um assunto polêmico, e por se tratar do gênero textual dissertativo-argumentativo, espera-se que o aluno defenda um ponto de vista, utilize argumentos claros para fazer com que o leitor ou ouvinte seja convencido em relação à sua ideia (possíveis soluções) que será exposta, explicada para minimizar a agressão religiosa.

Usar a tecnologia para aprender exige mais do que conhecer um software. É primordial estarmos conscientes do impacto que essa forma de aprendizagem tem no próprio processo de aprendizagem. É uma ideia que Palloff e Pratt (2002) constataram nas análises dos trabalhos do início ao término das tarefas.

Portanto, é fundamental reforçar ao professor, que esta etapa precisa ser elaborada com dedicação, com um planejamento claro e objetivo, identificando o ponto de partida dos alunos e onde eles deverão chegar em níveis de conhecimento construtivo, pois a função da WebQuest é servir de suporte para que o aluno produza de fato um material no final. 

2.5.4 Processo 

Nesta terceira etapa, o professor descreve detalhadamente todos os passos a serem percorridos pelos alunos, ou seja, é onde eles encontram todas as orientações necessárias, claras e objetivas, referente a tarefa. Dodge (1997) afirma que deve haver bastante clareza, simplicidade na escrita e que o texto não deve ser longo.

Desse modo, os alunos seguirão as indicações, visitarão links que constam no planejamento do professor para buscar informações precisas. É neste processo que são determinadas as formas ou alternativas para resolver as tarefas, e todas elas são apresentadas em uma sequência lógica. (Barros, 2005) 

Imagem 5 – Etapa Processo - WebQuest “Intolerância Religiosa” para a disciplina Redação e Expres-são. Fonte: Portal Nacional WebQuest Fácil, 2016. 

            Na WebQuest demonstrada na imagem, a tarefa principal é a elaboração de um texto dissertativo argumentativo. Os três fragmentos que estrutura um texto básico (introdução, desenvolvimento e conclusão) apresentam termos a serem questionados e respondidos pelos alunos e, em seguida, as ideias são organizadas na mesma sequência, e durantes as aulas o professor observa o andamento das atividades avaliando as etapas avançadas.

A confecção do processo, pelo professor, é de suma importância para que os limites da tarefa fiquem completamente estabelecidos. De acordo com Dodge (2012), é nessa etapa que o professor esclarece os papeis individuais ou de todos os indivíduos de um grupo, adequando-os à tarefa solicitada. Neste caso, torna-se mais prático o aluno compreender, preencher as informações, como sendo uma fórmula. 

2.5.5 Recursos 

A opção recursos é uma listagem locais (fontes de informações) da internet que obrigatoriamente deverão ser consultados. Cada link (sites) devem estar organizados no próprio Software WebQuest. Em grande parte, essas fontes são encontradas na forma de hiperligação – conteúdo encontrado em uma página possui ligação entre texto, imagens e que permite acessar outras páginas que abordam o mesmo conteúdo.

Essas hiperligações (PEREIRA, 2008, p.10) informa:

  • documentos colocados na Web;
  • peritos num determinado assunto;
  • bases de dados pesquisáveis na própria Internet;
  • livros ou outras fontes a que os alunos possam ter um fácil acesso.

Desta forma, o aluno não desvia sua atenção para redes sociais, jogos online, lojas virtuais, eróticos, musicais ou quaisquer sites que não está integrado na seleção que o professor determinou na WebQuest e consequentemente, ele não haverá perda de tempo nas aulas.   

Imagem 6 – Etapa Processo - WebQuest “Intolerância Religiosa” para a disciplina Redação e Expres-são. Fonte: Portal Nacional WebQuest Fácil, 2016. 

Muitas versões do software ou sites próprios para elaboração de WebQuest como o Portal WebQuest Fácil (www.webquestfacil.com.br) a etapa “recursos” já é incluída no “processo” como mostra a imagem 5. Essa junção, Dodge (1997) considera importante, porque se torna mais prático para o aluno associar o link a cada orientação do processo e evita transtorno e a perda da concentração. 

Imagem 7 – Etapa Processo – Software PHP WEBQUEST. Fonte: MELLO, 2008, p. 13-14. 

            Diferentemente do portal (imagem 6), o software PHP WebQuest é instalável em diferentes sistemas operacionais (Microsoft Windows, Mac OS X, Ubunto, Linux e outros) para computadores em geral. Nele o item recursos está incorporado ao processo. Dodge (1997) ressalta que a escolha destes recursos deve ocorre com muita cautela, em consonância com a tarefa.

Outro aspecto importante a se observar é a estabilidade dos links disponibilizados na WebQuest. A internet é dinâmica e muitos sites podem sair do ar ou os conteúdos dos mesmos podem ser substituídos. Assim, antes de aplicar a WebQuest em um grupo, o professor deve conferir todos os links e, caso necessário, realizar as referidas adequações. 

2.5.6 Avaliação 

É nesta etapa “avaliação” que o professor informa pela WebQuest quais critérios serão utilizados para avaliar o desempenho dos alunos durante as aulas que poderá ser individual ou coletiva, discorre Pereira (2008). Nesta seção, os critérios devem estar claros e de acordo com todas as etapas anteriores.

Dodge (1997) deixa claro que avaliar um estudante não é somente atribuir uma nota para o material que ele produziu, mas valorizar todo o processo que ele acompanhou durante a aplicação da metodologia escolhida. Sendo assim, não é possível avaliar os estudantes com testes ou avaliações do tipo múltipla escolha. “Por não se tratar de uma avaliação unicamente objetiva, o autor sugere o uso de rubricas ou matriz de valorização (imagem 7) de acordo com os critérios estabelecidos” (SANTOS, 2014, p. 45).

Imagem 8 – Etapa Avaliação- WebQuest “Intolerância Religiosa” para a disciplina Redação e Expres-são. Fonte: Portal Nacional WebQuest Fácil, 2016. 

Essa matriz tem por finalidade a descrição de competências ou habilidades a serem adquiridas pelo estudante durante o desenvolvimento da MWQ (Dodge, 2002). Através dela o aluno verifica se está avançando ou não. Se ele perceber que não consegue atingir gradativamente estas competências, ele pedirá apoio com urgência do professor.

            A rubrica é um utensílio em que o professor registra por quantidade todas as observações do aluno (avaliação qualitativa). Essas observações se tornam padrões o que restringe as subjetividades, como esclarece Biagiotti (2005). O aluno passa pelo parecer do professor e efetua um auto avaliação e consegue identificar seu rendimento, busca corrigir os erros, afim de maximizar a sua aprendizagem. 

2.5.7 Conclusão 

Esta seção encerra a WebQuest e lembra os alunos o que aprenderam. Além disto, Pereira (2008) comenta que o professor faz uma reafirmação dos interesses que forma mencionados na introdução, realça a importância do conhecimento adquirido pelos alunos e aponta outros caminhos que podem fornecer subsídios que eles continuem a manter o mesmo foco e interesse pela pesquisa.

Segundo Dodge (1997) o professor pode utilizar esta etapa para escrever um texto conclusivo (resumo) do que foi aprendido, experiências dos momentos fáceis ou difíceis enfrentados (é opcional). 

Imagem 9 – Etapa Conclusão- WebQuest “Intolerância Religiosa” para a disciplina Redação e Expres-são. Fonte: Portal Nacional WebQuest Fácil, 2016. 

 O autor (idem) sugere ao professor fazer uso deste espaço para lançar questionamentos a serem discutidos pelos usuários, sinalizar como o aluno pode aprender mais sobre o assunto. “No geral, deve ser um convite a aprender mais” (ABAR e BARBOSA, 2008, p.32). 

2.5.8 Página do Professor 

 Neste último item do software WebQuest, o professor acrescenta informações extras, direcionado para outros profissionais. Pode informar os meios de contato (telefone, e-mail, fax), divulgar Websites Educativos (caso administre algum), Redes Sociais, Page e outros.

Geralmente são colocados os créditos aos sites pesquisados, (DODGE, 1997) informa que tais informações não são obrigatórias, mas pode facilitar outros educadores que tem interesse pela WebQuest. Mas, fica a critério do professor informar os mesmos dados após o texto introdutório na primeira etapa. 

Imagem 10 – Etapa Créditos (página do professor) - WebQuest “Intolerância Religiosa” para a dis-ciplina Redação e Expressão. Fonte: Portal Nacional WebQuest Fácil, 2016. 

De acordo com as concepções de Dodge (2002), a WebQuest é uma metodologia que desperta o interesse de um educador, por apresentar uma estrutura bem delimitada, com tarefas que foram cuidadosamente sugeridas que colaboram para um processo de ensino-aprendizagem. 

2.5.9 Critérios para a Auto Avaliação de uma WebQuest 

De acordo com as notícias no site oficial do SENAC São Paulo/SP em 2005, a Instituição promoveu uma palestra com vídeo conferência, estendida até o SENAC Bauru, com o criador do modelo WebQuest e professor de Tecnologia Educacional de San Diego State University (SDSU) Bernie Dodge, no dia 18 de maio do mesmo ano. O tema do evento era “Internet na Educação e Aprendizagem Colaborativa”, que contou com a presença de 280 profissionais.

Em uma de suas falas, Dodge informou sobre os avanços que a metodologia tem alcançado diversos países e como ocupou o segundo lugar entre as expressões educacionais. Pelas pesquisas registradas no Google, até o dia 27 de abril de 2005, o software já alcançava 843.000 entradas, estando atrás de Lesson Plan, citada 2.200.000 vezes. O professor concluiu que esses dados demonstrara o sucesso da WebQuest.

Dodge (2005), abordou que uma WebQuest, preferencialmente, deve ser elaborada por um professor e resolvido pelos alunos, porque ao ser concluído o professor descreve um relatório avaliativo. O professor continuou a informar que existem mais de dez mil páginas, com propostas de educadores de diversas partes do mundo, como EUA, Canadá, Islândia, Austrália, Portugal, Brasil e Holanda, entre outros países.

            Para o visitante (usuário), a WebQuest tem a aparência de Web Page (página ou WWW - World Wide Web), e tem função de sugerir proposta educacional que dá vida a alguns princípios importantes: aprendizagem cooperativa, educação autêntica, espírito crítico e desenvolvimento de habilidades sócio cognitivas. Porém, cada WebQuest precisa ser bem-feita, ter aparência atrativa, linguagem adequada às séries e ter atividades planejadas, ou seja, não pode ser elaborada de qualquer jeito, como declarou Dodge (2005).

Os organizadores do evento elaboraram uma tabela traduzida de Auto Avaliação de WebQuest (Rubric for Evaluating WebQuest) para convidados e leitores em geral, de acordo com os conceitos apresentados no evento, materiais didáticos publicados pelo Professor Palestrante. Através dessa tabela, o professor avaliar o material (WebQuest) que ele produziu e utilizou nas aulas.

Dodge afirmou em sua palestra que o software pode ser aplicado a uma variedade de situações de ensino. Se o professor consegue utilizar todas as possibilidades inerentes ao formato, seus alunos terão uma experiência rica e poderosa, ou seja, o aspecto visível e a diversificação que o professor escolhe na criação de suas WebQuests, contribui no interesse e importância que o aluno dá a metodologia. Não se trata da seleção de link informativo, mas da estética.

 

Tabela 3 – A Rubrica para Avaliação de WebQuest. Tradução SENAC-SP do original “A Rubric for Evaluating WebQuests”. Fonte: Bernie Dodge, Updated 2001.

A Rubrica para Avaliação de WebQuest (A Rubric for Evaluating WebQuest)
  INICIANTE PROFISSIONAL MESTRE Pontos
Estética (Isso se refere à própria página da sua WebQuest, não aos recursos (linkados) selecionados de fontes externas).

Apelo Visual
Geral
 
0 ponto
Fundo é cinza. Há poucos ou nenhum elemento gráfico. Não há variação no lay-out
ou nos tipos de letras.
Ou cores são berrantes e/ou variações gráficas são exageradas e legibilidade é prejudicada.
1 ponto
Há poucos elementos gráficos. Há alguma variação no tipo e tamanho das letras.
 
2 pontos
Grafismos bem elaborados são utilizados. Diferenças em tamanho de tipos e/ou cores são bem utilizadas.
 
Introdução

Efetividade Motivacional da Introdução
0 ponto
A Introdução é puramente factual, sem apelo ou relevância social significativa.
 
1 ponto
A Introdução relaciona-se de algum modo com o interesse dos alunos e/ou descreve questão ou problema instigante.
2 pontos
A Introdução apresenta o tema para os alunos, relacionando-o com o interesse ou meta dos aprendizes, e/ou descrevendo de modo envolvente uma questão ou problema instigante.
 

Efetividade Cognitiva da Introdução
 
0 ponto
A Introdução não prepara o leitor para aquilo que virá à frente, ou não se funda naquilo que o aprendiz já sabe.
 
1 ponto
A Introdução faz alguma referência ao conhecimento prévio dos alunos e mostra de alguma forma o que virá à frente.
 
2 pontos
A Introdução funda-se no conhecimento prévio dos alunos, mencionando explicitamente conceitos ou princípios importantes; e efetivamente prepara os aprendizes para o tema, prenunciando novos conceitos e princípios.
 
Tarefa (A tarefa é o resultado final dos esforços dos alunos... não passos necessários para se chegar ao resultado). Na parte técnica da tarefa, o Professor Bernie não considerava, na época em que elaborou este material, formas alternativas de expressão tais como teatro, música, gravação para rádio etc.

Nível
Cognitivo da Tarefa
 
0 ponto
A Tarefa requer simples compreensão de páginas web e respostas a questões.
 
3 pontos
A Tarefa requer análise de informações e/ou articulação de informações vindas de diferentes fontes.
6 pontos
A Tarefa requer síntese de múltiplas fontes de informação, e/ou assumir posição, e/ou ir além dos dados originais e fazer uma generalização ou produto criativo.
 

Sofisticação Técnica da Tarefa
0 ponto
A Tarefa requer resposta escrita ou oral simples.
 
1 ponto
A Tarefa requer uso de processador de texto ou software simples de apresentação.
2 pontos
A Tarefa requer uso de software multimídia, vídeo simples, ou vídeo conferência.
 
Processo (O Processo é uma descrição passo a passo de como o aluno irá desenvolver a tarefa).

Clareza do Processo
 
0 ponto
O Processo não está descrito claramente. Os alunos não saberão exatamente o que quer que eles façam a partir da simples leitura das instruções.
1 ponto
Algumas orientações estão dadas, mas outras não. Os estudantes podem ficar confusos.
 
2 pontos
Cada passo está claramente descrito. Muitos estudantes saberão claramente onde estão no processo e o que fazer no próximo passo.
 

Riqueza do Processo
 
0 ponto
Poucos passos; não há papéis diferenciados.
 
3 pontos
Algumas tarefas ou papéis diferenciados. Mais atividades complexas são requeridas.
6 pontos
Muitas atividades diferenciadas são requeridas. Papéis e perspectivas diferenciadas devem ocorrer.
 
Recursos (Nota: você deve avaliar todos os recursos ligados (linked) à página, mesmo que sejam links sugeridos em outras seções que não Recursos. Observe também que livros, vídeos e outros recursos off-line podem e devem ser usados quando for apropriado).

Quantidade de Recursos
0 ponto
Poucos recursos online são usados.
1 ponto
Número moderado de recursos online.
2 pontos
Presença de muitos recursos, incluindo os off-line.
 

Qualidade dos Recursos
0 ponto
Os links são comuns.  Eles levam a informações que podem ser encontradas em uma enciclopédia escolar.
2 pontos
Alguns links apresentam informações que não são encontráveis em materiais escolares.
4 pontos
Os links fazem uso excelentes da atualização e beleza da Web.
 
Avaliação

Clareza dos Critérios Avaliativos
0 ponto
Os alunos não têm qualquer idéia de como serão julgados.
 
1 ponto
Critérios para o sucesso são descritos pelo menos parcialmente.
 
2 pontos
Critérios para nota ou indicação de sucesso estão claramente estabelecidos, talvez na forma de rubrica para uso em auto avaliação, avaliação entre pares, ou avaliação do professor.
 
 
PONTUAÇÃO TOTAL
 

2.5.10 Editores de WebQuests Online Nacional e Internacional

Utilizar a WebQuest como metodologia de autoria têm se tornado algo bastante prático, porque não há exigência de outros programas de difíceis manuseios. O professor necessita apenas de um editor de texto simples para organizar as informações e depois transferi-las para o software online. É importante conhecer mais os sites que utilizam desta plataforma de criação de WebQuest:

 

Quadro 6 – Websites Nacionais para construção de WebQuest.

 

Websites Nacionais que disponibilizam ferramentas
para construção de WebQuest
 
COLÉGIO DANTE ALIGHIERI
São uma proposta de pesquisa e investigação conduzida a partir dos recursos da inernet. Constituem-se uma metodologia de ensino e aprendizagem criada em 1995 pelo professsor Bernie Dodge, da San Diego State University.  O colégio Dante Alighieri foi, no Brasil, um dos pioneiros no uso dessa metodologia para educação básica. Disponível em: http://www.colegiodante.com.br/dante-em-acao/webquest/.
 
WEBQUEST FÁCIL
Disponibiliza ao professor um cadastro grátis para construção de WebQuest em todas as disciplinas do Ensino Básico e superior. O professor precisará especificar a disciplina, nível escolar e área da ciência. Disponível em: www.webquestfacil.com.br.
 
ESCOLA DO FUTURO
 No Brasil, em 2001, foi lançado, pela Escola do Futuro da Universidade de São Paulo (USP), um site disponível em http://www.webquest.futuro.usp.br/, que faz parte do seu portal educacional, sobre a metodologia WebQuest. Site de referência, até os dias atuais, para a comunidade de língua portuguesa, traz informações e orientações para a elaboração de WebQuests.
AEFFL - Agrupamento de Escolas Dr. Francisco Fernandes Lopes Esta plataforma dispõe o software PHP WebQuest para que o professor crie sua conta pessoal. É necessário um e-mail válido, preenchimento de dados (formação, público alvo, disciplina e etc.). Disponível em: http://www.projectos.esffl.pt/phpwebquest/.
Fonte: Bento (2017)

Quadro 7 – Websites Internacionais para construção de WebQuest. Fonte: (CUNHA, 2006, p.41-50).
Websites Internacionais que disponibilizam ferramentas
para construção de WebQuest
 
 
 
QUESTGARDEN
Disponibilizada em 2005 e produzida pela equipe de tecnologia educacional da SDSU (San Diego State University) é uma ferramenta de autoria para a Web, construída com a linguagem de programação PHP, que permite a elaboração online de uma página Web, seguindo a estrutura proposta por Dodge (1995) para elaboração de uma WQ. As páginas Web podem ser excluídas, editadas ou incluídas pelos educadores-autores para uma ou mais de uma atividade elaborada nas mais diversas áreas e conteúdo utilizando essa metodologia. Disponível em http://WQ.org/questgarden/author/
 
FILAMENTALITY
 Em 1996, March inicia o projeto, junto com a empresa AT&T Education/Pacific Bell. uma ferramenta de autoria para desenvolver na Web projetos educacionais, incluindo a WebQuest. Disponível em http://www.kn.pacbell.com/wired/fil/index.html
 
1, 2, 3 TU WQ ONLINE
Sistema disponibilizado por educadores da Espanha com o objetivo de auxiliar na construção de página Web utilizando a linguagem HTML. Permite que se elabore passo-a-passo uma WQ permitindo a versão impressa ou publicação da mesma em página na Internet, ensinando aos educadores como proceder nesse sentido, desde a inclusão de imagens à inserção de links. Disponível em http://www.aula21.net/Wqfacil/WQ.htm
 
INSTANT WQ
Produzida pela InstantProjects.Org é outra ferramenta on-line de autoria para Web, em inglês, nos moldes do QuestGarden 1.0. Construída com a linguagem de programação PHP, sua utilização é gratuita e disponibiliza um banco de páginas WQ inclusive em Língua Portuguesa. Disponível em http://www.instantprojects.org/WQ/main.php
 
REUNIÓN
SOBRE WEBQUEST
Universidade do Minho e a Universidade de Évora que apresentam uma série de WebQuests desenvolvidas por estas instituições, bem como encontros para a divulgação e treinamento para a desenvolvimento dessa metodologia, em Portugal. “Encontro sobre WebQuest”, disponível em http://www.iep.uminho.pt/encontro.webquest/
PORTAL DE LA COMUNITAT CATALANA DE WEBQUEST
o
EDUTEKA
Na Espanha, os trabalhos realizados com WebQuests têm se tornado relevantes para a área de Tecnologia Educacional, destacando-se o portal educacional da comunidade catalã de WebQuest, disponível em http://www.webquestcat.org/, que propõe discussões, encontros e trabalhos realizados com essa metodologia e no portal educacional Eduteka, disponível em http://www.eduteka.org/webquest.php3.
WEBQUESTS
KENNISNET
络主题探究
(WEBQUEST
França, Holanda, disponível em http://webquest.kennisnet.nl/info
Na Ásia, a China, disponível em http://www.being.org.cn/webquest/, voltam a sua atenção para essa metodologia, ainda de forma tímida, mas significativa. No entanto, o destaque maior em trabalhos e pesquisas ainda está em seu país de origem, os EUA, e também no Canadá.

 2.5.11 Galerias Virtuais para consultas de WebQuests

Cada WebQuest produzida pelo professor não está sujeito apenas a consulta pelo aluno, ao ser oficialmente publicada, outros educadores podem fazer uso desse método que está disponibilizado no conjunto de redes mundial (internet). Nos sites descritos a seguir, o docente encontrará WebQuests distribuídas por temas, autor, conteúdo, etc.

WEBQUEST FÁCIL: disponibiliza WebQuests prontos para todas as disciplinas do Ensino Fundamental, Médio e Superior. Na tela inicial (home) lista automaticamente as 10 últimas que foram publicadas, e apresenta o quantitativo de usuários ativos, WebQuests montadas e publicadas. Disponível em: http://www.webquestfacil.com.br/.

CENTRO DE FORMAÇÃO EDUFOR: desde 2009 busca promover a partilha de informação e não ser simples consumidores. O Site não é só apenas informativo, oferta atividades ligadas à Formação Contínua – um ponto de referência para as escolas associadas e não só. Além disso, o portal apresenta no menu o ícone Recursos com a opção WebQuests, onde está incluso o software PHP WebQuest para consultas gratuitas. Disponível em: http://www.edufor.pt/.

CFPA WEBQUESTS: Este sistema de criação de WebQuests está à disposição dos Professores que queiram consultar materiais prontos, com o compromisso de aceitarem as condições constantes no regulamento de utilização. Disponível em: http://www.inovar.pt/cre/phpwebquest/index.php.

EMEF GABRIEL OBINO: é um site administrado pela gestão da E.M.E.F. Gabriel Obino de Porto Alegre, que se fundamenta na formação do ser na sua integralidade, na compreensão e respeito a seus valores, a sua cultura; na valorização do conviver solidário e responsável, através de uma aprendizagem significativa e prazerosa, na qual o ser humano constrói seu conhecimento, desenvolve o seu pensamento crítico, a fim de atuar e transformar o meio social, cultural e político em que vive. Oferta aos usuários WebQuests prontas através do link: http://websmed.portoalegre.rs.gov.br/escolas/obino/index.html.

            AEFFL – Agrupamento de Escolas Dr. Francisco Fernandes Lopes: é resultante da junção de escolas de diferentes níveis e ciclos de ensino: Escola Secundária Dr. Francisco Fernandes Lopes, EB1/JI da Fuseta e Escola Básica dos 2.º e 3.º ciclos Dr. João Lúcio, unidades orgânicas que integravam o extinto Agrupamento de Escolas Dr. João Lúcio, e EB1/JI de Moncarapacho e Escola Básica dos 2.º e 3.º ciclos Dr. António João Eusébio, unidades orgânicas que integravam o extinto Agrupamento de Escolas de Moncarapacho.

Das 5 unidades que o constituem, uma localiza-se na sede do concelho de Olhão (Escola Dr. Francisco Fernandes Lopes) e as restantes na freguesia de Moncarapacho-Fuseta. A plataforma do portal dispõe aos usuários o Software PHP WebQuest para consultas gratuitas de materiais prontos no item Recursos, disponível em: www.aeffl.pt.

VIVÊNCIA PEDAGÓGICA: Espaço dedicado a publicar reflexões, experiências e exemplos de WebQuests, indicando outras referências sobre o assunto. Aborda não apenas aspectos técnicos, mas alternativas que possam servir para que os alunos aprendam mais, produzam e divulguem conhecimentos. Disponível em: http://vivenciapepedagogica.com.br/galeria_webquests

GALERIA CIÊNCIAS E BIOLOGIA. Projeto da Universidade PUC Minas, disponibiliza WebQuests criadas por estudantes do curso de Ciências Biológicas da PUC Campus Coração Eucarístico, como tarefa específica de produção de recursos para a aprendizagem na disciplina "Tecnologias e Práticas Educativas em Ciências Biológicas", anteriormente "informática no Ensino de Ciências e Biologia", sob a responsabilidade do professor Simão Pedro P. Marinho. Disponível em: http://www.ich.pucminas.br/pged/bibliotec/wq/wq_ecb.html.

2.6 MATRIX DE VALORIZAÇÃO INDICADA POR ANTONIO TEMPRANO

 

Comumente, professores associam o ato de “avaliar” com a atribuição da média geral (nota) ou classificação divulgada pela própria instituição. A avaliação não se constitui apenas dos questionários de uma prova, mas tem função mais ampla, que é averiguar o desempenho dos estudantes nos períodos letivos, tendo em vista maiores rendimentos com a intervenção do professor.

Luckesi (2011) aborda que a média mínima é um valor numérico enganoso, do ponto de vista perceptível daquilo que o aluno possa ter adquirido nas aulas. Simboliza o aproveitamento escolar descrito no documento oficial do professor (diário escolar). Porém, as atividades não passam de uma quantidade de elementos somativo, que resulta no valor (nota geral) que não coincide com os níveis de aprendizagem na realidade.

O autor (idem) desconsidera a funcionalidade de se atribuir pontuações, porque na sua concepção, as médias continuam a ser números em uma escala e não expressa de fato um ensino proveitoso ou não: 

 

De fato, o ideal seria a inexistência do sistema de notas. A aprovação ou a reprovação do educando deveria dar-se pela efetiva aprendizagem dos conhecimentos mínimos necessários, com o consequente desenvolvimento de habilidades, hábitos e convicções. [...], não há como, de imediato, eliminar as notas e conceitos da vida escolar. [...], é possível pedagogicamente [...] sanar esta dificuldade pelo estabelecimento de conhecimentos, habilidades e hábitos mínimos a serem adquiridos pelos educandos e pelo encaminhamento do ensino a partir dessa definição. (LUCKESI, 2011, p. 56) 

 

A questão da avaliação é igualmente interpelada pela doutora Saul (1994) como um conjunto das mudanças pelas quais a escola deve passar. A avaliação precisa deixar de ser o grande vilão da escola brasileira para ser pensada como uma grande janela, diz ela, através da qual se entra para alterar as ações e relações da escola, ou seja, o projeto pedagógico.

Isso leva a admissão de que qualquer situação didática proposta ou imposta de maneira uniforme a todos os alunos se torna inadequada para o grupo. A justificativa que Perrenoud (1995) utiliza é que para uns será fácil compreender o conteúdo e concluir as atividades, mas para outros se torna difícil atingir o esperado.

Mesmo que a circunstância esteja adequada em relação ao nível de desenvolvimento cognitivo dos alunos, ela pode parecer sem sentido para uns, sem valor ou sem interesse para outros, a ponto de não engendrar nenhuma atividade intelectual notável e, portanto, não promover construção de conhecimentos novos. Muitas das vezes, os alunos questionam ao professor qual a utilidade de determinado conteúdo para a sua vida em sociedade. Daí a importância do ensino diferenciado.

“Organizar as interações e atividades de modo que cada aluno se defronte constantemente com situações didáticas que Ihe sejam as mais fecundas” é o que torna o ensino diferenciado, afirma Perrenoud (1995 p.28). Não quer dizer que o docente deva condenar a uniformidade de conteúdos, mas fazer uso de criatividade para atingir objetivos por caminhos distintos, esclarece o autor.

Individualização não é sinônimo de Diferenciação rebate Perrenoud (1995). A avaliação por meio de uma WebQuest é interpretada como um artifício diferente para Temprano (2011), por englobar diversos critérios e por ser parte do que é chamado de Avaliação Formativa.

Este método avaliativo é proposital e compreende trajetórias específicas da formação do aluno, além disso, serve de espelho para as práticas pedagógicas do professor. Exercer este tipo de análise é entender que cada aluno avança em ritmo de aprendizagem que é só seu e, consequentemente, ele acaba por possuir cargas de conhecimentos diferentes entre si (TEMPRANO, 2011).

Nesta característica da avaliação formativa, o formador a utiliza para os seguintes interesses: aperfeiçoamento de sua praxe docente, diagnóstico de suas metodologias insatisfatórias (auto avaliação), e associação da teoria com a prática social na condição do aprendiz. Desta forma, ele conseguirá prover a recuperação integral do aluno, fazer com que os que estão para trás, acompanhe com proficiência toda a classe.

Para verificar o desempenho e avanço dos alunos na sala de aula, Temprano (2011) propõe o uso de uma “matriz de valorização”. Essa matriz é uma descrição dos resultados, acompanhado de dados numéricos que servirá para a formulação da média alcançado pelo aluno, na etapa “avaliação”. Resultados estes que serão provenientes das atividades preestabelecidas na etapa “tarefa” de uma WebQuest, e se torna uma espécie de monitoramento constante de seu processo que se centra a aprendizagem.

O mesmo autor justifica esta proposta por 3 motivos importantes: ser útil para observar outras áreas que influenciam no desempenho do aluno (demonstração de interesse, o tamanho do esforço que ele se submeteu na execução das atividades, o nível de compreensão dos problemas e quais estratégias ele utilizou para resolver os problemas e aprender o conteúdo da disciplina); a oportunidade para o professor de mudar ou implementar para melhorar o ensino/aprendizagem, pois o professor poderá fornecer o feedback a cada aluno em todas as etapas que compõem a WebQuest, e não ficará apenas na espera do trabalho final, no prazo estabelecido.

O terceiro motivo é a clareza das metas, dos propósitos de aprendizagem sobre um determinado tema divulgadas na etapa “avaliação” pelo professor. Se as metas estão estabelecidas como critérios avaliativos, o aluno estará consciente do que se espera dele, pois frequentemente eles dizem não saber a função, ou utilidade dos conteúdos para sua vida.

A matriz de valorização nada mais é que uma lista de aspectos específicos e básico que definem competências ou habilidade a serem adquiridas pelo aluno durante o desenvolvimento de uma WebQuest em quaisquer disciplinas ou níveis de formação. Ela varia de acordo com o grau escolar, é clara, coerente e deve estar disponível na WebQuest, para que o aluno possa verificar se o seu processo de aprendizagem está no caminho certo, como mostra o modelo a seguir: 

Imagem 11 – Modelo de uma Matriz de Valorização de uma WebQuest. Fonte: Temprano

(2011, p. 222) 

Na primeira coluna “Classificação” (Calificación) o professor indica os critérios de aprendizagem mais importantes a serem atingidos na etapa “avaliação” de uma WebQuest, os quais podem ser os mesmos que ele especifica no seu plano de aula. Dependendo da atividade, o aluno no desenvolver das atividades estará atento às habilidades que ele irá adquirir com o tempo.

O aluno ao ser qualificado como excelente (Excelente), se dispôs a selecionar e organizar as informações necessárias; incluir fotografias ou gráficos para melhor compreensão de suas atividades; manter clareza do início ao fim de sua apresentação por elaborar introdução desenvolvimento e conclusão e fazer uso de recursos fundamentais para a construção de um texto (coesão e coerência) sem identificação de erros gramaticais.

A qualificação descrita na coluna bom (bien), demonstra que o aluno possui apenas uma parte de suas informações organizadas, pôde fazer uso de muitas imagens ou gráficos para melhor compreensão do seu trabalho, não utilizou em todas as etapas uma introdução, desenvolvimento e conclusão, e poucos erros gramaticais foram identificados no seu texto após a sua revisão.

Porém, se o aluno obteve a classificação Suficiente (Suficiente) foi devido a pouca busca e organização das informações, incluiu poucas imagens ou gráficos para melhor compreensão visual do exercício, na maior parte das etapas utilizou a introdução, desenvolvimento e conclusão para manter clareza e há identificação de erros gramaticais mesmo após a revisão.

Por fim, para o aluno no final ter mostrado Insuficiência (Insuficiente) será pela falta de esforço em não buscar e organizar as informações que foram solicitadas pelo professor, não fazer uso de materiais gráficos, em menos da metade das seções ser encontrado uma introdução, desenvolvimento ou conclusão dá e, por haver muitos erros gramaticais em todo o seu trabalho mesmo após ter feito uma revisão.

No acompanhamento pela matriz, o professor após a classificação deverá modificar as tarefas futuras na WebQuest, para fazer com que os alunos que não atingiram as qualificações pretendidas, compreendam os conteúdos através do feedback (retorno) do professor.

Isso trará como resultado, o rompimento dos medos e dificuldades desses alunos que mesmo estando desapontados consigo mesmos, aos poucos acompanharão a turma e gradativamente perceberão que a dedicação e o esforço podem mantê-los na qualidade de excelência, principalmente nas disciplinas que acreditam ser mais difíceis.

Além disto, Temprano (2011, p. 222-223), especifica alguns aspectos que devem estar incluídos na Matriz de Valorização, de forma clara para a compreensão do aluno:

  • Desenvolvimento próprio do conhecimento com relação tema a ser trabalhado pela WebQuest. O aluno saberá que construirá conhecimento e não ser apenas um receptor de informações entregues pelo professor;
  • Desenvolvimento de competências e habilidades necessárias para a utilização correta das informações disponíveis na Internet;
  • Uso de TIC (Tecnologias da Informação e comunicação) são ferramentas que ajudam a construir conhecimentos e que facilitam no processo e na sintetização de informações;
  • Qualidade e relevância do produto final solicitada na Tarefa. O aluno estará consciente de que deverá concluir um trabalho interessante, ou considerável. 
  • Erros comuns e sugestões 

Além das vantagens e critérios avaliativos que se expandem com o uso do Software Educacional, Temprano (2011, p. 223) chama a atenção para erros comuns que podem acontecer e que devem ser evitados:

  • Muitas WebQuest não têm pequenas informações ou uma rubrica ou critérios de desempenho estabelecidos pelo professor;
  • Têm-se critérios de desempenho estabelecidos, mas em muitos casos não estão suficientemente claros para o aluno;
  • Há situações que tem a WebQuest dispõe a informar os critérios de desempenho estabelecidos pelo professor, mas a maior parte delas não correspondem à objetivos gerais a serem alcançados através do desenvolvimento de uma WebQuest. E consequentemente, o aluno não entendera qual a finalidade da aula e não terá interesse em participar das atividades;
  • A escala de classificação dos critérios de desempenho a serem utilizados para avaliar o desenvolvimento não deve diferentes aspectos de uma WebQuest não tem uma lógica gradação para ir de excelente para pobres.

Para que haja uma avaliação mais abrangente e relevante, Temprano (2011, p. 223-224) traz as seguintes sugestões:

  • Determine os aspectos para avaliar e verificar se eles correspondem ao que é abordado na WebQuest (objetivos gerais e os objetivos de aprendizagem) através do que eles desenvolvem. Só então será possível determinar se a atividade foi realmente eficaz;
  • Descrever detalhadamente os critérios de desempenho específicos decorrentes, e verificar se eles são claros e compreensíveis para o aluno;
  • Verifique se os critérios de desempenho da escala de classificação são de acordo com o grau em que está a desenvolver o WebQuest;
  • Leia com os alunos os aspectos a serem avaliados e os critérios qualificação que vai ser avaliada;
  • Considere a importância de avaliar o trabalho colaborativo. Esta gera dinâmica de grupo em que os alunos coordenam os esforços. Eles aprendem uns com os outros, compartilham informações, discutem pontos de vista. É uma maneira de desenvolver habilidades de comunicação, reflexão, tolerância e promover o debate construtivo para novos conhecimentos;
  • Promover a auto avaliação. Esta é importante porque ajuda a gerar os critérios necessários para observar criticamente o seu processo de aprendizagem e determinar por si mesmo como aprende melhor (metacognição), se como educador se encontra no caminho certo ou precisará melhorar alguns aspectos.

Portanto, o professor poderá concluir o nível de eficiência nas disciplinas que ministra, por verificar pontos que precisara modificar e corrigir falhas no processo de ensino e aprendizagem. Acompanhar, observar como momento vivido pelo aluno seja dentro ou fora da sala e aula é o que representa uma avaliação formativa, pois esta possui teorias que fortalece a concepção de que o homem aprende em cada instante e, é a soma desses instantes que todas as “microavaliações se tornarão um todo através do somatório de suas partes”, como declara André (1996).

Antonio Temprano Sánchez é Doutor em Ciências da Educação, possui Mestrado em Informática Educativa, é especialista universitário em Internet e suas aplicações. Além dito, é Professor de Música com habilidade maior no instrumento piano. Alcançou diversas premiações em concursos tecnológicos (Temprano, 2016, p. 1).

Atualmente é Membro do Grupo de Trabalho para a Educação Artística (preliminar) no projeto Info XXI, situado entre o CCAA e a MECD para o desenvolvimento de materiais curriculares e suporte de informática. Atuou como docente durante 4 no CICA-Thales Company, Curso "Conceitos de Educação Computer e sua implementação com Software Livre" e por 6 anos como professor de Ciência da Computação Aplicada da IES Cavaleri (Mairena del Alcor, Sevilla) (Temprano, 2016, p. 2-3)

Publicou 11 literaturas impressas, 5 materiais divulgado em mídia (CD), 7 artigos seus estão expostos em Revistas, 2 estão disponíveis gratuitamente na internet (O design, desenvolvimento e implementação de um software livre para criação WebQuest e [Web] em "Primartis" -. Participou diretamente de Congressos com palestras e comunicações e domina os idiomas Inglês, Português e Russo (Temprano, 2016, p. 3-6). 

2.7 WEBQUEST: OBJETO DE APRENDIZAGEM ACESSÍVEL NAS AULAS E LÍNGUA PORTUGUESA 

Os documentos oficiais orientam que o ensino de Língua Portuguesa deve ser mediado pelos diversos textos presentes tanto na linguagem oral, quanto na escrita. Porém, em muitas situações, é presenciado um ensino de gramática descontextualizado. Caso haja a intenção do professor ensinar sobre a categoria gramatical substantivos, por exemplo, ele inicialmente, repassa o conceito aos alunos, apresenta frases “soltas” para ilustrar/exemplificar o conteúdo, e só depois (em alguns casos), escolhe um texto em que apareçam substantivos, para que o aluno identifique cada uma das ocorrências, conforme o que fora aprendido com a Gramática Normativa, aborda Antunes (2003).

A autora (idem) coloca que o texto é o objeto de estudo, o movimento vai ser ao contrário: primeiro se estuda, se analisa, se tenta compreender o texto (no todo e em cada uma de suas partes – sempre em função do todo) e, para que se chegue a essa compreensão, vão-se ativando as noções, os saberes gramaticais e lexicais que são necessários. Ou seja, o texto é quem vai conduzindo a análise e em função dele é que vamos recorrendo às determinações gramaticais, aos sentidos das palavras, ao conhecimento que temos da experiência, enfim. (ANTUNES, 2003, p. 110)

A utilização das TICs quando aliadas a objetivos educacionais, já começam a ser ferramentas incessantemente procuradas pelos educadores. Nos dias atuais, a procura por mecanismos computacionais que consintam a evolução da tecnologia, não para de crescer. Os objetos de aprendizagem são um exemplo real destes novos recursos que promovem uma melhor organização das informações disponíveis na internet, tornando-as aptas ao uso em sala de aula.

Segundo Neto (2012), os objetos de aprendizagem são tipos de unidades de ensino ou de instrução que podem ser reutilizáveis no aprendizado suportado por tecnologias. Estes são tipos de recursos educativos que incluem conteúdos multimídia, objetivos de aprendizagem e conteúdos de instrução focados no processo de ensino-aprendizagem.

Objetos de aprendizagem são definidos como uma entidade, digital ou não digital, que pode ser usada e reutilizada ou referenciada durante um processo de suporte tecnológico ao ensino e aprendizagem. Exemplos de tecnologia de suporte ao ensino incluem: aprendizagem interativa, sistemas instrucionais assistidos por computadores inteligentes, sistemas de educação à distância, e ambientes de aprendizagem colaborativa. (Idem, 2012, p. 6)

No entanto, devido à mudança de enfoque e de necessidade, o conceito de objeto de aprendizagem, passou a ampliar seu foco. Se antes o objetivo era apenas o de localizar conteúdos educacionais na Web, que seriam reutilizados em diversos cursos, para que houvesse uma redução com os gastos da produção dos materiais, hoje, ele começa a atuar como mais uma possibilidade metodológica para os professores que desejam utilizar as tecnologias em suas aulas.

Inúmeros objetos de aprendizagem estão disponíveis na internet. Porém, a relevância é maior quando o professor toma outro apenas como e cria seus próprios objetos de aprendizagem, levando em consideração os objetivos que desejam alcançar. A facilidade de acesso é uma das vantagens, pois, qualquer tipo de mídia que sirva como material pedagógico e que esteja disponível eletronicamente através da internet, pode ser considerado um objeto de aprendizagem.

Ancorados nas perspectivas atuais do ensino de Língua Portuguesa no Ensino Médio, e nas necessidades de acoplar novas tecnologias à educação, será apresentado na próxima sessão uma proposta metodológica um objeto de aprendizagem que embora já esteja em uso há algum tempo, ainda é muito pouco conhecido, a WebQuest.

3 A METODOLOGIA WEBQUEST NA PRODUÇÃO TEXTUAL NO ENSINO MÉDIO 

3.1 NATUREZA DA PESQUISA, ABORDAGEM E PROCEDIMENTOS.

 

A pesquisa é de natureza exploratória e descritiva, com explanação qualitativa, no qual o aperfeiçoamento da leitura e escrita na disciplina de Língua Portuguesa é avaliada, nos dias em que as WebQuests foram desenrolados pelos alunos.

Para Marconi e Lakatos (1990), pesquisas dessa natureza é intencional, porque o pesquisador busca descrever detalhadamente um determinado fenômeno. Por exemplo, este tipo de pesquisa ocorre para análises empírica e teóricas, cujos materiais podem ser encontrados tanto em descrições quantitativas ou qualitativas, quanto para acumulação de informações obtidas por intermédio de um observador participante.

Três procedimentos marcam este material: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e pesquisa de campo. A primeira, segundo Fonseca (2002), trata-se de um levantamento de referências teóricas já avaliadas e publicadas por impressos por livros ou artigos, presentes em biblioteca ou mídias eletrônicas (livros, artigos científicos, sites e outros).

A segunda é similar a primeira, porém o mesmo autor (idem) especifica que neste procedimento a consulta se expande a fontes mais diversificadas e dispersas, sem tratamento analítico (tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais, cartas, filmes, fotografias, pinturas, tapeçarias, relatórios de empresas, vídeos de programas de televisão, etc.)

E a pesquisa de campo é caracterizada como uma investigação, que além de conferir referencias (bibliográfica) ou outras variedades de gêneros textuais (documental), esta se firma na coleta de dados junto as pessoas, com diferentes tipos de pesquisa, como ação, participante, post-facto e outros, discorre Fonseca (2002).

Esta escolha dar-se por interesse da pesquisadora em compreender e acompanhar de perto este evento específico. Neste caso, pela receptividade dos alunos, durante a apresentação da metodologia como suporte para produção de texto dissertativo-argumentativo, até então era desconhecido por eles e alguns professores participantes.

Verificar o modo em que os alunos realizaram a atividade solicitada, de como o Software WebQuest favoreceu nas aulas de Língua Portuguesa, se os motivou, dificultou ou facilitou na organização de suas ideias, foram observados durante duas semanas, com planejamento para que a pesquisa ao ser iniciada, fosse concluída com êxito.

Este material não propõe, impõe ou apresenta interesses para criação de normas ou leis gerais para o ensino básico ou quaisquer tipos de formação em instituições, mas tem por fundamento “compreender em profundidade” o “como” e os seus “porquês”, evidenciando a sua unidade e a sua identidade próprias” (PONTE, 2006, p. 2). Ou seja:  

O estudo realizado tem a finalidade de: organizar um relatório ordenado e crítico de uma experiência, ou avaliá-la analiticamente, objetivando tomar decisões a seu respeito ou propor uma ação transformadora. (CHIZZOTTI, 2005, p. 102).  

No estudo nada mais é que uma investigação empírica, que procura conhecer a funcionalidade de um fenômeno contemporâneo, em sua profundidade e influências no contexto real da vida, afirma Yin (2010). O contexto real escolhido, foram as aulas de Língua Portuguesa, coordenada e vivenciada pela pesquisadora, a partir da aplicação de WebQuest com 13 temas da atualidade, e que foram previstas para o ENEM 2016.

A investigação iniciou com apresentação teórica, do projeto aqui descrito. Em seguida, demonstração de soluções anteriores como amostra, com ênfase aos resultados esperados desta experiência, a solicitação dos textos a serem produzidos, com base na estrutura do gênero textual, e que contou com o empenho dos alunos do1º ao 3º ano Ensino Médio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – Campus Itaituba (IFPA). A autora deste trabalho fez uso do que Marconi e Lakatos (1990) chamam de observação participante natural. A ação da mesma engloba a formulação do problema até a apresentação dos resultados impresso e que demonstra o percurso da pesquisa na figura 2:

Figura 2 – Fluxograma do percurso metodológico.

A definição de um roteiro costuma sofrer alterações, porém Marconi e Lakatos (1990) reconhece a importância deste no auxílio e orientação do pesquisador, pois se torna mais prático conseguir um resultado mais objetivo por seguir uma ordem lógica ao trabalho. O quinto item do fluxograma foi planejado e elaborado para avaliar a produção textual na disciplina Língua Portuguesa. Portanto, o foco principal deste estudo. 

3.2 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL, AMOSTRA E CONTEXTO DA PESQUISA

A descrição do local, participantes, etapas e o contexto, são elementos importantes na apresentação de uma metodologia. Segundo Minayo (2004) são características do caminho e instrumento próprios para abordagem da realidade. E é neste caminho que toda a descrição valida a pesquisa e fortalece os resultados como sendo confiáveis, porque o leitor perceberá que os tudo está relacionado com as circunstâncias presenciadas ou vividas.

            A caracterização da amostra é produto de um questionário presente nos anexos e que foi aplicado a cada finalização e recebimento das tarefas por turmas. Estiveram presentes 146 alunos do 1º ao 3º ano do Ensino Médio, no IFPA – Campus Itaituba, centro de ensino onde professores lecionam no Ensino Médio e Superior.

            Os alunos participantes na maioria são do sexo feminino (45,2%) cuja faixa etária está entre 15 e 27 anos. Um pouco mais de (54,8) constituem do sexo masculino em que se encontram na faixa etária entre 15 e 22 anos. A instituição escolhida, o IFPA - Campus Itaituba, está localizado na região do Tapajós e sua área de abrangência integra os municípios de Itaituba, Jacareacanga, Novo Progresso, Rurópolis, Aveiro e Trairão, informa Figueira (2016). 

Imagem 12 – IFPA – Campus Itaituba. Fonte: http://itaituba.ifpa.edu.br/ (Site oficial). 

Os cursos técnicos ofertados no Campus pelo E-tec Brasil são Pesca, Aquicultura, Informática, Saneamento, Secretaria Escolar e Alimentação Escolar. Na modalidade regular, oferta os cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio em Edificações, Informática e Saneamento. Dispõe a comunidade os cursos de graduação em Tecnologia em Saneamento Ambiental e Análise e Desenvolvimento de Sistemas.

Além destes, oferta os cursos Superiores de Pedagogia e Licenciatura em Informática através do PARFOR; além de ofertar diversos cursos na modalidade FIC através do PRONATEC e o Programa Mulheres Mil. A partir desse cenário, o Campus Itaituba tem papel de fundamental importância, através do Diretor Geral Raimundo Lucivaldo Cruz Figueira, conquistar o sucesso em sua base prioritária que é a Educação.

O instituto disponibiliza aos alunos três laboratórios equipados, climatizados, com instrumentos para o professor (Data Show, Quadro de vidro, Pincéis e apagadores). A portaria 176/2016, divulgada no site da instituição em 9 de dezembro de 2016, descreve todo o regulamento interno do uso dos laboratórios. O documento dita as normas e procedimentos, horário de funcionamento, políticas de atualização e manutenção, boas práticas do uso, deveres e direitos do usuário e as penalidades caso haja manuseios indevidos no espaço.

Os alunos demonstraram respeito entre si, com a pesquisadora e professores titulares. Na primeira semana de execução da pesquisa eles foram informados de uma atividade escolar e de uma avaliação feita por eles mesmos, a ser destinado a uma pesquisa científica, especificamente de conclusão do curso de Letras. Mais da metade colaboraram com a sua avaliação individual e criteriosa sobre o Software Educacional de autoria WebQuest.

Todas as atividades de pesquisa foram realizadas nos laboratórios de informática II e III, nos períodos de 11 a 28 de dezembro de 2016. Cada espaço ocupado contém 40 computadores com acesso à internet, posicionados sobre as mesas em alinhamentos, comportando de 5 a 6 computadores, com cadeiras giratórias operacionais.

Durante a explanação da metodologia e o contato com a página www.webquestfacil.com.br, endereço principal em que os alunos navegavam para encontrar as WebQuests referente ao tema que lhes eram entregues individualmente, iniciou-se a resolução da tarefa: produção de um texto dissertativo argumentativo, tendo como “fórmula de referência” a estrutura na imagem (nº) abaixo: 

Figura 3 – Estrutura do Texto Dissertativo-Argumentativo. Fonte: Bento (2017). 

A estrutura acima foi formada nas teorias da obra “Como se faz um texto: a construção da dissertação argumentativa” de Xavier (2010). A introdução apresenta o tema a ser discutido, criando condições para que o leitor acompanhe a evolução do texto de maneira gradual e ordenada.

O desenvolvimento expõe de forma progressiva o tema através de dados, fatos que vão alimentar os argumentos usados para defender o ponto de vista do autor da dissertação e, a conclusão fecha a sequência de ideias e opiniões desenvolvidas no corpo do texto, apresentando proposta que visa a solução do problema que foi discutido.

A WebQuest entrou com a sua utilidade no estímulo a pesquisa e o pensamento crítico, pois parte da definição de um tema e objetivos por parte do professor, que em seguida, oferece uma variedade de links selecionados acerca do assunto, para consulta orientada dos alunos e tanto o material inicial como os resultados devem ser publicados na Web. 

3.3 INSTRUMENTOS PARA GERAÇÃO DE DADOS 

Os instrumentos para coleta de dados foram um questionário, ficha de observação e entrevistas com os três professores titulares que ministram a disciplina

de Língua Portuguesa, no IFPA –Campus Itaituba. 

3.3.1 Questionário 

O questionário foi preparado em um editor de texto, contendo 10 questões, 3 delas de caráter objetivo com 4 opções para escolha e 7 subjetivas. Minayo (2004) esclarece que este utensílio adequa perguntas fechadas (ou estruturadas) e abertas, em que o participante opina sobre o que está sendo tratado, sugerir algum tipo de mudança sem nenhuma condição pelo aplicador (pesquisador), material que requer cuidado e atenção do aplicador.

Aaker et al. (2001) consideram alguns procedimentos essenciais (imagem 12) que possam garantir que os objetivos de mediação sejam alcançados com boa qualidade. O autor ressalta que aspectos como “bom senso” e “experiência do pesquisador” ajuda-o a esquivar-se de erros como perguntas equivocadas, repetitivas, ou que possam ferir a personalidade do participante. 

Imagem 13 – Passos para elaboração de um questionário. Fonte: Aaker et al. (2001). 

O propósito desta escolha foi para entender os impactos positivos ou negativos sobre o estudante, captar algo que não foi percebido em algum momento. Após a entrega dos textos via correio eletrônico, alguns alunos receberam o questionário impresso, e para outros que possuem computador com internet em casa, foi encaminhado como resposta ao endereço individual, com objetivo de conhecer as percepções quanto ao ensino da Redação com uso de TICs. 

Imagem 14 – Questionário avaliativo para o aluno. 

No questionário foi especificado uma observação sobre a que finalidade será empregado, com ênfase de que os dados e informações pessoais são mantidos como oculto e secreto, concedendo-lhes a liberdade de expressão, como mostra a imagem 13 e, consequentemente, levantar dados que possam responder questionamentos levantados na problematização da pesquisa.

Nas questões de 1 a 3, os alunos escolheram a melhor opção para informar se conheciam ou não o Software WebQuest e a Estrutura do Texto Dissertativo proposto nas aulas. Das questões de 7 a 10, os alunos relataram a sua experiência, com ênfase no método de pesquisa pré-selecionado, o contato com o Software, o desenvolvimento textual apoiado na estrutura e o interesse da metodologia em outras disciplinas. 

3.3.2 Ficha de observação 

Neste tipo de registro, deve envolver, segundo Chizzotti (2005), considerações das situações vividas (ideias, dificuldades, ação, conflitos, empatias e etc.). Com relação a esta pesquisa, o objeto considera a análise presencial da pesquisadora. Os requisitos foram: estruturais (o espaço) e física (alunos) quanto à pontualidade, motivação, atenção, comportamento e participação nas aulas como mostra na imagem (14): 

Imagem 15 – Ficha de Observação. 

Junior (2014) define que este instrumento permite verificar diretamente um fenômeno que se deseja estudar, através da observação de como o indivíduo e as variáveis controladas se comportam durante um determinado tempo de espaço e que o observador deve-se valer de uma ficha de observação (imagem 14).

A melhor oportunidade para se fazer uso deste registro, é o exato momento em que o evento ocorre, afirmam Marconi e Lakatos (1990), porque restringe as “tendências seletivas e a deturpação da recolocação”. A importância está voltada para as condições do local, quanto o virtual, por este motivo foi designado estes dois aspectos.

O relato da ficha, segundo Júnior (2014), deve estar claro a ponto de ser identificado os itens: data de observação, identificação do observador, local, descrição dos instrumentos utilizados, comentários sobre as ocorrências durante a pesquisa, registro das impressões pessoais, indicar a forma de treinamento com auxiliares (quando houver outros auxiliares) e uso de imagens, esboços ou desenhos informando a data e hora. 

3.2.3 Entrevista 

Apesar do estudo ter como foco o desempenho dos estudantes na produção textual, efetuou-se além de um questionário e observação, uma entrevista semiestruturada, com roteiro previamente elaborado para os professores titulares da disciplina Língua Portuguesa, dirigentes no ensino de Língua Portuguesa na instituição federal, para complementação aos outros dados obtidos.

 A validade deste instrumento é reconhecida por diversos autores, como Yin (2010) que a considera como uma das fontes mais relevantes no estudo de um caso. Com concordância, “a entrevista – tomada no sentido amplo de comunicação verbal, e no sentido restrito de colheita de informações sobre determinado tema científico – é a técnica mais usada no processo de trabalho de campo” (Minayo, 2004, p.107).

Manzini (1990/1991) especifica três questões referentes a ação de coletar informações: planejamento da coleta de informações, variáveis que afetam os dados de coleta e futura análise e, questões que se referem ao tratamento e análise de informações advindas de entrevistas. Nela há necessidade de delinear questões que atinjam os objetivos, a sequência lógica das perguntas e adequação da linguagem. 

Imagem 16 – Roteiro da Entrevista Semiestruturada.

Apesar que Gilbert (1980) salienta sobre os pontos desfavoráveis, que é a possível ocorrência do entrevistador influenciar no discurso do entrevistado, nos processos de raciocínios ou de memória, ou até mesmo questões com sentidos complexos, os quais dificultam a interpretação, causando interferência nas respostas, Triviños (1987) amplia a importância da entrevista semiestruturada que favorece não só a descrição de fenômenos sociais, como permite a compreensão delas na sua totalidade sem afetar a imagem do entrevistador.

Emergir informações de forma mais livre sem estabelecer alternativas para o entrevistado é o propósito que rege esta modalidade da entrevista na visão de Manzini (1990/1991). Assim, formular perguntas básicas e principais para atingir o objetivo da pesquisa, compreender de forma detalhada as atitudes e motivações, em relação ao comportamento do professor ao fazer o uso da WebQuest em suas aulas, constitui em um dos pontos que legitima esse material.

As perguntas reveladas na imagem acima, foram feitas pela pesquisadora e respondida pelos docentes de maneira informal, em tom de conversação, nos locais e horários fora do expediente, os entrevistados estiveram à vontade para discorrer sobre a experiência. Foi utilizado um aplicativo incluso em um aparelho celular digital para captação das respostas e transcrição. A finalidade foi garantir um levantamento de informações equivalentes às questões de investigação. 

3.4 PERFIL DOS DOCENTES ENTREVISTADOS 

Participaram da entrevista 3 professores concursados e que ministram uma das disciplinas: Língua Portuguesa, Língua Inglesa e outras no IFPA - Campus Itaituba. Foram nomeados simbolicamente como: D1, D2 e D3, para apresentação por meio da resposta relativo a primeira pergunta: “Professor (a), conte-nos um pouquinho do seu percurso profissional, onde você estudou, qual seu nível de formação, onde você já trabalhou e a quanto tempo você leciona aqui no IFPA Campus Itaituba, obtendo as seguintes declarações: 

 

(D1) Sou [...], graduada em Letras Português pela UFPA (2004), graduada em Letras Inglês -Ulbra (2010), especialista em Estudos Culturais da Amazônia- (UFPA) e especialista em Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa e Estrangeira (FACINTER). Em Itaituba trabalhei em escolas municipais, estaduais, particulares (fundamental I e II e Ensino Médio).  Ministrei aulas nos cursos de Pedagogia, Letras (FAI) e Administração (FAT). Atualmente sou professora concursada de Ensino Básico Técnico e Tecnológico   pelo Instituto Federal do Pará- Campus Itaituba desde 2012. 

(D2) Comecei como professora do Mobral em Pernambuco antes de terminar o Magistério. Fui uma das alunas de Paulo Freire, quando ele fez os cadernos de alfabetização. Mudamos pro Paraná e lá conclui o magistério. Passei no primeiro concurso e alfabetizei crianças por 6 anos. Passei no concurso da prefeitura e depois do Estado. Muitos elogiavam que as crianças aprendiam a ler rápido, fiz Letras em Cascavel no Paraná. Um irmão meu informou sobre os projetos de pós-graduação, fez minha inscrição e fui para Londrinas. Lá moramos juntos, fiz a pós em Metodologia de Língua Portuguesa e ocupei função de inspetora de Ensino. Sofri por falta de experiências, fui diretora de escola, delegada de ensino e superintendente do regional de ensino no Paraná. Fiz curso de história, e ministrei inglês em outro concurso na Corbélia. Depois disso, fui aprovada para o Mestrado, escrevia livros, mas não tinha o apoio do marido para concluir, mas finalizei. Ao cursar o Doutorado, com função de inspetora, trabalhei em uma faculdade particular que hoje é a Universidade de Filadélfia. Vim para Itaituba, já aposentada pelos 25 anos de serviços, a pedido do meu irmão Abel que para abrir uma faculdade precisava de alguém com Stricto sensu para diretoria acadêmica, montar os cursos e projetos. Foram 2 anos para a estruturação interna da FAI.  Concursada desde 2009 pelo IFPA, falta apenas 3 anos para mais uma aposentadoria e a instituição já tem avançado com a nova administração. Já estou com 13 livros publicados, 2 são particulares (sobre Itaituba e Parnamirim), os outros foram com alunos e professores. Pretendo organizar coletâneas dos cursos Letras e História na FAI e, em breve, ministrarei aulas na pós-graduação no IFPA. 

(D3) Sou [...], estudei meu primário e ginásio científico naquela época com os farisianos de Dom Bosco e Ananindeua, era interno, seminarista, adquiri muita cultura dos padres italianos, e isso me ajudou muito. Segui, na área de Letras, comecei em São João Del Rei-MG. Letras Clássicas, Latim, Francês, Italiano, Inglês, todas essas línguas me encaminharam para o mundo das Letras. Foi sempre a minha grande paixão, minha tendência: a comunicação. Me graduei pela UFPA em 1975, segui com o mestrado na APUC de Campinas, optei por linguagens, culturas da região do Pará. Fui descobrindo uma poesia autodidata com o mestre pescador Lucindo Rebelo da Costa. Durante a minha pescaria eu estudava a natureza, o banco da minha canoa foi a minha escola. Essa visão do poeta, de ler a natureza e pensar a natureza foi o que me fez educador. Na pós-graduação, fui aluno de Paulo Freire e de Rubem Alves em 1980, a visão de Paulo Freire criou, passou a ser o meu norteamento desde Lucindo e isso me fez um professor diferente, eu não me apego a livros. Fiz o doutorado na Unicamp, e depois passei para USP. Toda essa minha formação vem de lá, com os mestres da linguística. Fiquei ausente há quase 30 anos e voltei em 2014 como professor substituto no IFPA campus Belém, agora concursado estou aqui tentando implantar o que eu pensei ao longo da minha vida, toda essa bagagem estou trazendo para cá, para começarmos um trabalho e entrei em 2016 no IFPA. 

3.5 TÉCNICAS DE ANÁLISE DOS DADOS 

Para a análise das respostas de caráter objetiva do questionário, empregou-se estatísticas descritivas, classificando as respostas em porcentagem, com ferramentas do editor de texto, o software Word. A análise das respostas de cunho subjetivo do questionário, os registros na ficha de observação, bem como para as respostas da entrevista, amparam-se na análise do conteúdo, os quais são complementados com a visão teórica e científica dos autores: Xavier (2010), Guimarães (2003), Abreu (2008), Faulstich (2014), Val (2006) e Platão e Fiorin (2003).

Esta etapa se se organiza como uma operação que classifica elementos constitutivos de um conjunto por diferenciação e, em seguida, são reagrupados por um segundo gênero chamado analogia, com critérios que foram previamente definidos, como informa Bardin (2011). 

3.6 ESBOÇO PREPARATÓRIO DA DIDÁTICA TECNOLÓGICA 

Após a revisão literária e o aprofundamento sobre a metodologia, foram produzidas 13 WebQuests no portal “WebQuest Fácil”, cada uma com prováveis temas propostos para o ENEM 2016. Foi necessário a criação de uma conta pessoal para administração e atualização de todas elas, e a disponibilização de um correio eletrônico para o recebimento do texto autoral (dissertativo-argumentativo) de cada aluno.

O processo de elaboração foi pautado nas orientações que Dodge (2001a) indica minuciosamente no seu artigo “Five Rules for Writing a Great WebQuest” (Cinco regras para escrever uma grande WebQuest), publicado pela revista Aprendizagem e Liderança com Tecnologia, e que relata 5 princípios que norteiam o professor na construção de uma WebQuest, denominados pelo acrônimo FOCUS, como mostra o fluxograma: 

Figura 4 – Acrônico FOCUS. 

Por mais simples que possa parecer, encontrar bons sites pode se tornar o momento mais difícil, porque o diretor geral do Website pode e tem a liberdade de adaptar o software em diferentes configurações, mesmo mantendo a sessão de todas as etapas, o que não deixa de ser preocupante, pois a estética influencia no quesito visual e no uso de múltiplas linguagens (escrita, pictórica e audiovisual).

A organização dos alunos e recursos pode ser de forma individual como foi neste estudo ou coletivo em que os alunos se integram uns com os outros e resolvem a tarefa com acordos entre si. Quanto aos recursos (links), foi posto uma modelo de estrutura sobre gênero textual dissertativo-argumentativo, e sugestão de links para cada fragmento que compõem o texto.

Historicamente, é comum as aulas de Língua Portuguesa cair na rotina de abordagem tradicional, principalmente ao avaliar o aluno quando a exigência sempre está na entrega de resumos, resolução de provas e outros. Nesta pesquisa, os alunos foram desafiados a pensar e se adequar a uma estrutura (que para eles era algo inédito e diferente), com objetivo de que eles se aperfeiçoem na leitura, escrita e estejam preparados para o ENEM.

A prioridade foi a pesquisa e uso de informações somente da Web, para a produção do gênero textual solicitado na etapa tarefa. Por fim, foi posto em prática um dos propósitos da WebQuest: aplicação de uma metodologia diferenciada e que garante uma avaliação mais valorizada de todo o esforço do estudante. Como resultado, as expectativas foram elevadas pela motivação a leitura e escrita. 

Imagem 17 – Portal WebQuest Fácil e a lista com WebQuests para a pesquisa. Fonte: Portal WebQuest Fácil. 

A escolha dos 13 possíveis temas para a Redação 2016 (imagem 14) não foi aleatório, mas do acompanhamento de notícias que veiculam no portal Hora do ENEM. O site diariamente orienta e transmiti informações aos usuários e leitores, dispõe de vídeos aula, sugestões de links sobre materiais didáticos e importantes para os estudantes em geral. É de característica informativo e tem como pretensão ajudar a divulgar mais sobre o Enem.

Os assuntos previstos foram: a falta de água; falta de recursos hídricos; as manifestações políticas; a mobilidade urbana; corrupção na Petrobras; o conceito da família; Dengue, Zica e Chikungunya; as campanhas de vacinação; o limite da estética e da saúde; a sustentabilidade de empresas e o aquecimento global; justiça com as próprias mãos; intolerância religiosa (tema da 1ª avaliação) e preconceito racial (Tema da 2ª avaliação).

  1. RESULTADOS E DISCUSSÕES 

4.1 DEMONSTRAÇÃO DE TEXTOS COM PARECER TEÓRICO 

Entre todas as atividades recebidas via correio eletrônico ou impressa, 3  foram selecionadas para a análise da: organização, estrutura proposta (pág. 71) na WebQuest, interpretação do tema, conteúdo, exposição de argumentos e uso de elementos coesivos com parecer teórico dos autores Xavier (2010), Guimarães (2003), Abreu (2008), Faulstich (2014), Val (2006) e Platão e Fiorin (2003).

Em cada redação foi analisado um dos fragmentos (Introdução, Desenvolvimento ou Conclusão) que compõe este gênero textual. A primeira redação exposta, é da estudante nomeada por A1, cursa o 3º ano do Ensino Médio integrado ao Curso Técnico em Saneamento Ambiental e dissertou sobre o tema geral “Dengue, Zica e Chikungunya”: 

O GRANDE DESAFIO DE COMBATER O MOSQUITO
TRANSMISSOR DA DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA

        Embora o governo esteja criando métodos, campanhas para combater estas doenças, alertando a população da necessidade de eliminar o mosquito da dengue, após a descoberta dos casos de microcefalia. Casos como estes tem aumentado e se tornou um sinal de alerta. O Ministério da saúde confirmou a relação entre o Zika vírus e o surto dos casos de microcefalia no nordeste do pais em 2015. O Brasil registra neste ano 739 casos suspeitos de recém-nascidos com microcefalia, doença que causa durante a gestação a má formação do crânio.
          A vinculação dessa doença a partir da transmissão do vírus Zika pelo Aedes aegypti é uma novidade surgida no Brasil, de acordo com o diretor do Departamento de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch. As investigações sobre a microcefalia e o Zika vírus devem continuar, para que possa esclarecer de fato, questões de como a transmissão desse agente se dar e sua atuação no organismo humano. Porém, apesar de tudo isso, ainda a população não se importa, por crer que isso nunca irá trazer sérias consequências.
          Dessa forma, é responsabilidade do governo, criar campanhas de conscientização, desenvolver métodos, para que a população abra os olhos e venha ajudar nessa batalha que não será fácil, mas com ajuda de todos, com certeza iremos conseguir ter total controle sobre o mosquito.

Texto I - Redação da Aluna A1.

 

A aluna reconstruiu o tema principal, porque soube interpretar e expôs a origem das doenças. Guimarães (2003) afirma que a formulação do título é um fator estratégico da articulação do texto. Neste caso, ela utilizou a expressão “grande desafio” para despertar no leitor a curiosidade de acompanhar o que estará escrito logo abaixo e entender a gravidade desse desafio.

Na etapa introdução, foi proposto na estrutura três dados importantes: tema, dois problemas e a tese. Xavier (2010) conceitua que esses dados criam condições para que o leitor acompanhe a evolução do texto, como foi organizado pela aluna de maneira gradual. No início ela reforça o assunto principal quando utiliza a expressão “necessidade de eliminar o mosquito da dengue”.

            Em seguida, ela expõe dois problemas, o aumento dos casos e a relação do vírus com os casos de microcefalia na região nordeste do pais, e finaliza com a tese, no qual ela menciona como e em que período ocorre a microcefalia: “doença que causa durante a gestação a má formação do crânio”. O título está coerente a proposta e ao que ela produziu.

É recomendável que a titulação seja feita após a produção. A mesma também fez uso de recursos coesivos em todo o texto para uma boa articulação de ideias: de acordo com, embora, estes, dessa forma, com certeza. Isso demonstra recursos linguísticos necessários à construção, clareza e objetividade do texto.

            O segundo texto, é do estudante nomeado por A2, cursa o 3º ano do Ensino Médio integrado ao Curso Técnico em Informática e dissertou sobre o tema geral Preconceito Racial com ênfase no esporte futebol:

 

PRECONCEITO RACIAL NO ESPORTE: UMA DECORRÊNCIA HISTÓRICA

          O preconceito racial consiste na discriminação com relação a diferenças biológicas entre as pessoas, no uso de palavras inadequadas, em que muitos bombardeiam outros pela diferença de cor, classe e outros fatores. Nos campos de futebol que é dominado por uma elite branca, ocorre o preconceito contra os próprios jogadores, geralmente com xingamentos e apelidos que os desqualificam no meio social.
        Pelo fato do futebol ser originado pelos ingleses e no Brasil, anteriormente ser praticado apenas pela elite branca, aos poucos jogadores negros começaram a ser visados e agregados ao futebol e isso tem gerado incomodo para minorias. Um exemplo histórico de discriminação no campo, foram as cenas do jogador Carlos Alberto do Fluminense no século XX, que antes de entrar em campo, cobria o rosto com pó de arroz tentando disfarçar sua cor, por conta dos xingamentos efetuados pelos jogadores do time adversário e torcedores.
        Hoje em dia os tempos são outros, infelizmente em algumas pessoas os hábitos são os mesmos, os xingamentos racistas continuam afetando os jogadores que se sentem totalmente desrespeitados, as autoridades usam campanhas para a sensibilização social, mas não parece fazer efeito e quem sofre com os impactos são as famílias que estão sujeitas a violência por não haver segurança.
          O preconceito de forma sorrateira está em nossa sociedade, pessoas praticando esse crime de forma silenciosa. Enquanto houver tais práticas, as campanhas e mobilizações devem continuar. Pessoas com este ato ilícito, devem ser denunciadas, para a lei 7.716/89 criada por Afonso Arinos de Melo Franco, continue fortalecendo as ações das autoridades competentes, e fazer com que tais medidas sejam divulgadas constantemente nas mídias. Desta forma, o cidadão pensará duas vezes antes de tratar de forma injusta ou desigual uma pessoa ou um grupo de pessoas.

Texto II - Redação do Aluno A2.

 

Verifica-se que nesta segunda redação, o aluno demonstra ter domínio da modalidade escrita formal e não apresenta problemas linguísticos, mas alguns pequenos erros de acentuação que foram corrigidos. Pela escolha do tema, ele deixa claro que se trata de uma questão histórica: “Preconceito racial no esporte: uma decorrência histórica”.

Sobre a etapa desenvolvimento em destaque, Faulstich (2014) esclarece que é um fragmento importante onde o aluno comporta as ideias que irão fundamentar o ponto de vista dele. Neste caso, observa-se que o aluno A2 seguiu a proposta da estrutura contido na WebQuest e desenvolveu dois argumentos, o primeiro que é o esporte surgiu em outro país, Inglaterra e exemplificou com o caso do jogador Carlos Alberto do Fluminense no século XX

O segundo argumento, o aluno discorre que o problema continua da mesma forma mesmo havendo campanhas para sensibilização social: “as autoridades usam campanhas para a sensibilização social, mas não parece fazer efeito”. Xavier (2010) relata que o aluno deve relacionar acontecimentos históricos e buscar dados registrados seja, por mídias ou impressas, para embasar aquilo que ele expõe e defende, como fez o aluno A2.

Identifica-se na redação que além o uso de estratégias cronológica em sequenciação cronológica: “no século XX” e “Hoje em dia”, e para manter a coerência entre os dados informativos e as propostas, fez uso de alguns elementos coesivos: onde, pelo fato, geralmente, em que, pelo fato, anteriormente, aos poucos, por conta, enquanto e desta forma. Isso demonstra recursos linguísticos necessários à construção da argumentação, como informa Val (2006).

O terceiro texto, é do estudante nomeado por A3, cursa o 3º ano do Ensino Médio integrado ao Curso Técnico em Edificações e dissertou sobre o tema geral Manifestações Públicas:

 

AS MANIFESTAÇÕES PÚBLICAS
          Atualmente no Brasil vem acontecendo várias manifestações públicas, pelo fato do país estar em crise e sendo aprovada várias leis que não agradam o povo brasileiro, com isso várias pessoas estão protestando em suas cidades, e em diversos lugares públicos.
          As manifestações pacíficas são geralmente organizadas por meio de cartazes publicitários que são compartilhados em redes sociais e transmitidos por emissoras de comunicação, ou seja, a vista da sociedade. Está sempre com a maioria e reivindica por melhoria nas condições de vida. Porém, há aqueles agressivos que utilizam dos meios de comunicação e se organizam discretamente.
          Este segundo grupo sem compostura, comentem vandalismos, injúrias contra as pessoas ou objetos de domínio público, causando mortes de inocentes e atrapalha na legitimidade do manifesto. Alguns que fazem estas barbaridades são estrangeiros, que são proibidos de estar em situações de protestos no território brasileiro de acordo com a lei 6.815/80, artigo 107.
       Diante disso, necessitamos da ação de um governo orgânico e que políticos possam ouvir a população, investir nas áreas carentes. Quanto a manifestação, torna-se interessante que os jovens, adultos e idosos insatisfeitos criem estratégias junto aos representantes da Câmara Municipal. Além disso, seria importante que o governo em conjunto com o Ministério da Educação gerasse na grade educacional, uma disciplina para o Ensino Fundamental especializada na história política do Brasil e ao Ensino Médio, especializada na organização e funcionamento da política brasileira, para que conheçam os direitos e saibam desenvolver a cidadania, sem impor violências nos protestos.
 
Texto III - Redação do Aluno A3.

 

Constata-se, que A3 possui um grau de domínio da modalidade escrita formal considerável e não externa problemas linguísticos. O texto está organizado 4 parágrafos como propõe a estrutura na WebQuest, o mesmo fez uso apenas do tema geral, pois na regulamentação do ENEM, o título é opcional.

O aluno desenvolve a tese com conceitos e características que formam uma Manifestação Popular, em seguida, descreve os meios de divulgações (são compartilhados em redes sociais e transmitidos por emissoras de comunicação) e objetos de uso (cartazes publicitários). Sua visão não é positiva com relação ao posicionamento de grupos, mas está voltado às ações de governantes.

A3 destaca a lei 6.815/80, artigo 107 por afirmar que na maioria dos casos, os vandalismos são de estrangeiros. Xavier (2010) esclarece que no desenvolvimento o autor expõe juízos, raciocínios, provas, exemplos, testemunhos históricos, e justificativas que argumentem a ideia central. Com relação à última etapa em destaque, o aluno utilizou os dados: retomada ao tema ou problema, proposta de intervenção e reafirmação da tese, proposto na WebQuest.

Como conclusão, o aluno retoma ao tema e problema ao expressar sobre a necessidade de um governo orgânico que possa ouvir a população insatisfeita e apresenta proposta de intervenção das ideias: “necessitamos da ação de um governo orgânico”, “torna-se interessante que os jovens, adultos e idosos insatisfeitos criem estratégias junto aos representantes da Câmara Municipal”, “governo [...] com o Ministério da Educação gerasse na grade educacional, uma disciplina para o Ensino Fundamental especializada na história política do Brasil e ao Ensino Médio, especializada na organização e funcionamento da política brasileira”.

O aluno finalizou com a retomada da tese de sua proposta: para que conheçam os direitos e saibam desenvolver a cidadania, sem impor violências nos protestos. A redação apresenta um encadeamento de ideias e um posicionamento claro em defesa do ponto de vista, pois “quem o produz está interessado em convencer o leitor de alguma coisa” (PLATÃO e FIORIN, 2003, p. 173).

No texto foi identificado o uso de termos coesivos como: “atualmente, por meio de, porém, diante disso, quanto a e além disso. São expressões como estas que Val (2006) afirma serem responsáveis pela unidade formal do texto, construída através de mecanismos gramaticais e lexicais, sendo necessários na construção da dissertação, afirma Abreu (2008). 

4.2 ANÁLISES DO QUESTIONÁRIO AVALIATIVO 

Tendo como base as respostas dos alunos que espontaneamente, responderam o questionário avaliativo (pág.73), foi possível analisar os dados obtidos. A resposta da questão 1 faz referência ao gênero e idade já foi apresentada na sessão “caracterização do local, amostra e contexto da pesquisa” (pág.69). As questões 2 e 3 são de caráter objetivo e os dados foram analisados em forma de gráfico.

Para as 7 questões subjetivas, realizou-se uma análise em forma de citação com comentários dos alunos, justificados com parecer teórico. O questionário envolveu 8 turmas do 1º ao 3º ano do Ensino Médio, totalizando 87 voluntários nomeados de E1 a E87.

Ao perguntar se conheciam Software WebQuest antes de ser trabalhado na instituição, obtivemos as seguintes respostas projetada no gráfico 1: 

Gráfico 1 – Você já conhecia antes o software WebQuest? 

É nítido que 99% dos alunos ainda não conheciam a metodologia. Porém, o valor 1% faz referência a um único aluno nomeado E35, afirmou conhecer antes da realização da pesquisa de campo no IFPA – Campus Itaituba. Dodge (1995) descreve que a metodologia como um novo fazer pedagógico, para o uso efetivamente das diversas mídias e, em especial a Internet e seu potencial educativo.

Na terceira pergunta, questionamos se os alunos conheciam a estrutura do texto dissertativo-argumentativo apresentado, obtivemos as seguintes respostas projetada: 

Gráfico 2 – Você já conhecia a estrutura do texto dissertativo-argumentativo apresentado pela acadêmica?

Considerando o gráfico acima, pode-se afirmar que 45% dos alunos já conheciam a estrutura proposta na WebQuest, 42% não conheciam. Além destes, apenas 9% ouviram falar desta proposta estrutural de texto, 2% leram alguns livros que continham as mesmas informações ou conceitos. Porém 2%, referente aos estudantes E19 e E53 deram outras respostas “bom, eu só conhecia introdução, desenvolvimento e conclusão” e “Sim, mas não utilizando alguns pontos como tese e a conclusão da forma em que foi ensinado”.

Xavier (2010), especifica que elaborar uma proposta didática que visa criar condições para o aluno desenvolva a competência comunicativa do usuário da linguagem está longe de ser um manual para truques, mas é buscar acompanhar as tendências atuais para o ensino da língua materna, especificamente no que se refere à produção textual, pois os níveis de qualidade têm sido exigidos pelas bancas responsáveis pela correção de textos nos concursos em geral no Brasil, o que de fato acontece.

Na terceira pergunta, foi questionado se houve facilidade ou não para escrever a redação de acordo com a estrutura proposta e por quê. Obteve-se as seguintes respostas:

 

(E1) Mais fácil, pois temos em mente o que podemos ou não por no texto.

(E77) Sim, porque com a estrutura do texto fica mais fácil organizar a redação.

(E23) Fácil, pois já aprendemos um pouco em sala de aula.

(E33) Ficou mais fácil, pois não precisamos pesquisar em qualquer outro site para redigir um texto adequado conforme a estrutura do texto apresentado pela metodologia WebQuest.

(E24) Fácil, porque fica bem explicativo.

 

Com base na resposta do E33, a WebQuest deve atribuir ao aluno um “conjunto de fontes de informações necessárias à execução da tarefa” (DODGE, 1995, p. 2). Através desta técnica, o aluno recebe motivação como afirmou E23, além disso, facilita a integração da tecnologia, numa perspectiva construtivista da aprendizagem, como reconhece E24. E consequentemente, os alunos transforma as informações importantes em conhecimento, como declarou E1 ao estar mais ciente do que pode ou não colocar no texto através do software.

Com relação a quinta pergunta, foi questionado a consideração em escrever a redação acompanhando os links da WebQuest. Obteve-se as seguintes respostas: 

(E55) Interessante, pude aprender mais.

(E86) Achei meio complexo, pois o tema que eu abordei foi bastante amplo em conhecimento.

(E44) Muito bom, se ajudou bastante.

(E70) bom, porque me auxiliou no meu envolvimento com o texto.

(E14) Muito interessante porque os tema escolhido retrato as coisas muitos comum no dia a dia.

            Em um ambiente de aprendizagem construtivista, Oliveira (2004) aborda que o objetivo está voltado para a resolução de problemas, no desenvolvimento do raciocínio, ativação do conhecimento e construção de um pensamento crítico. O estudante E86 afirmou ser complexo, pois um tema em que a maioria dos alunos acreditam ser fácil e conhece, pode se tornar um problema, pois na pesquisa ele percebeu que precisaria conhecer mais o assunto, pois estava longe daquilo que ele imaginava ser, mesmo quando retrata coisas do dia a dia como afirmou o E14.

            Quanto as respostas de E70, E44 e E55, os alunos demonstram estar satisfeitos por sentir uma segurança mais concreta durante as pesquisas, porque houve um planejamento para a organização dos recursos (links) para que houvesse leitura coerente e progressiva pelos estudantes. Dodge (1995) aconselha o professor a seguir os passos de planejamento, para dominar o “conhecimento do que há lá fora (lá na Internet)” (DODGE, 1995, p.3) e evitar desordens na WebQuest.

            Na sexta pergunta, foi questionado se os alunos pretendem utilizar a estrutura do texto dissertativo-argumentativo como seu guia pessoal a partir daquele momento e por quê. Obteve-se as seguintes respostas: 

(E51) Sim, porque achei adequado.

(E3) Sim, lá inclusive possui outros exemplos de textos escritos por outras pessoas, textos que posso usar para me espelhar e melhorar meu desempenho.

(E42) Sim, por que ele é um site que possui vários temas que nos ajudam a ganhar tempo.

(E2) Sim, porque é um ponto de referência para a prática nos textos, onde poderei ter sucesso em quaisquer prova que eu possa fazer.

(E11) Sim, porque nele contém a forma de produzir uma redação simples e organizada adequadamente.

 

            Verificou-se que o aluno E3 destacou a etapa processos e recursos, nela se disponibiliza textos pré-selecionados pelo professor, no qual constitui a pesquisa orientada e favorável nas aulas (E42). Pelo fato do professor organizar um planejamento, o software para o aluno se torna uma referência, como ocorreu com E2.

            O autor Xavier (2010) ressalta a importância de o aluno ter um guia pessoal, porque quando ele obedece a um procedimento para um texto sugerido, ele realizará exercícios constantes, e com o tempo irá garantir boas chances de produzir uma dissertação quer seja informativa, consistente, eficiente e, sobretudo, que mostre “indícios de autoria” o que faz o software ser um método adequado (E51) para esse desenvolvimento.

            Logo, o aluno precisa ter em mãos o projeto de texto proposto durante a pesquisa, pois o mesmo autor (idem) compara as etapas do texto com a construção de uma casa, que necessita de uma planta arquitetônica que instrui os responsáveis pelo o início e conclusão da obra e, a mesma coisa acontece com o aluno em relação ao texto, que precisa projetar o que será escrito com o seu guia e determinar o que constará no início, durante e no término da dissertação.

O sétimo questionamento foi a importância do professor titular ter o hábito de usar a WebQuest para trabalhar os temas da atualidade na disciplina Língua Portuguesa / Redação e Expressão e por quê. As respostas foram:

 

(E6) Sim, porque ele se torna mais fácil e os alunos aprenderão mais.

(E19) Sim, porque assim ele já vai se acostumando e ensinando os alunos a ter esse respeito pelas leis ortográficas.

(E7) Sim, e muito, porque é um conteúdo exemplificado e de fácil aprendizado.

(E59) Sim, pois é uma forma mais ampla e divertida de se criar uma redação.

(E80) Sim, pois tornará a aula mais atrativa e com rendimento pois esse programa torna a aula mais interessante e o aluno fica mais curioso.

 

Os alunos E6, E19, E7, E59 e E80, aprovam o professor utilizar a MWQ. Vale ressaltar as afirmações de Pereira (2009) que esclarece o lugar do professor, que não é na frente do aluno, mas está ao lado, junto à ele para promover a aprendizagem, fazendo as intervenções necessárias, motivando o aluno a buscar informações e cumprir as tarefas

A autora Candau (2000) destaca que uma didática com o uso do computador, deverá favorecer na: autonomia do aluno, exploração de todas as possibilidades do material didático, o domínio das ferramentas interativas, noção de processos de mediação e disponibilidade para uma comunicação diferenciada.

Logo, dependerá do professor saber lidar com os materiais disponíveis nas páginas eletrônicas, conduzir as aulas em ambientes diferentes do que ele diariamente frequenta, acompanhar o ritmo pessoal de evolução do aluno e ampliar os critérios de avaliação quanto ao desempenho desses alunos.

Na oitava pergunta, foi questionado se a nova metodologia (WebQuest) motiva os alunos a escrever melhor um texto dissertativo e por quê. As respostas obtidas são: 

(E9) Sim, por que nos trás facilidade de compreensão

(E32) Sim, porque antes eu fazia as redações por fazer, sem um método.

(E47) Sim, [...] é muito prática acessar e se conectar com informações atualizadas.

(E38) Sim, por mostrar regras passo a passo.

(E41) Sim, porque nos ajuda a elaborar uma redação corretamente. 

 

Verifica-se que estes participantes responderam sim, pois eles seguiram em uma tarefa autêntica, que transcendeu os limites de uma aula tradicional, o que tornou atrativo nas afirmações dos E9, E47 e E38. Despertar o interesse é uma das características primordiais para o ensino-aprendizagem, afirma Dodge (1995).

É do conhecimento de muitos que o aluno aprende um conteúdo quando o docente ensina algo do seu interesse, ou faz uso de ferramentas que lhes chamam a atenção, como é identificado na fala da aluna E32, a qual afirmou que fazia os textos por fazer, por que até o momento não havia um método.

Na maioria dos casos, os alunos realizam as atividades não por estarem motivados, mas porque sabem que precisam atingir a média geral para aprovação. March (2003-2004) defende a capacidade da WebQuest de motivar o aluno e permitir que o mesmo procure informações necessárias para iniciar a atividade e concluí-la, de forma a desafiar sua mente, evitando que o mesmo realize pesquisas sozinho.

Na penúltima pergunta, foi questionado se com a WebQuest os alunos conseguiram organizar os três componentes (Introdução, Desenvolvimento e Conclusão) da Redação com mais coerência e por quê. As respostas obtidas foram: 

(E4) Sim, porque na minha opinião tive um bom desempenho.

(E77) Sim, com mais informações e muito mais coerência.

(E39) Acho que sim, criei uma tese, dois argumentos, debati os dois e defendi no final.

(E27) Sim, porque soube entender cada estrutura de uma dissertação.

(E66) Sim, porque é isso que tá pedindo e está influenciando você a se corrigir e ter um bom êxito no que tá escrevendo.

(E40) Sim, pois no WebQuest te explica como fazer passo a passo e ainda lhe dar links diferentes do assunto.

(E62) Sim, porque fica explícito e com isso podemos adequar a produção textual.

(E8) Sim, porque tinha passo a passo de como fazer direito.

(E70) Não e sim, porque eu escrevia e depois percebia com ajuda que estava ficando errado. 

Xavier (2010), explica que uma das dificuldades dos estudantes é a organização do texto de modo a apresentar as argumentações com êxito. É muito provável desenvolver um texto dissertativo a partir de um conjunto de esquemas. Ao ter contato com a estrutura, por exemplo, a aluna E70 afirmou que nas aulas ela escrevia, mas ao consultar os links percebia de imediato vários erros.

A aluna E39 afirmou ter seguido os passos da estrutura, o que para ela indica ter desenvolvido um bom texto. Porém, os outros alunos foram firmes na afirmação, pois no primeiro dia de aula, a pergunta foi “qual a estrutura de um texto” e em unidade responderam introdução, desenvolvimento e conclusão. Em seguida, foi lançado a pergunta novamente para quem conseguisse responder o que de fato contém em cada “partes” que configuram uma redação.

De fato, ninguém soube responder e com esse retorno da avaliação, as respostas mostram que houve um aumento na compreensão de textos, interpretação de temas para construção e defesa da tese e fez com que eles entrassem em uma nova rota, repleta de suporte informativos que os ajudem a construir efeitos de sentidos mais eficazes em seus textos. (Xavier 2010)

Na última pergunta, foi indagado se os alunos desejam que a WebQuest seja utilizada por outros professores e em outras disciplinas e por quê. Obteve-se as seguintes respostas: 

(E85) Sim, por que eu quero me acostumar a escrever certo.

(E10) Sim, para que todos possam ter a fluidez e facilidade que ele possibilita.

(E37) Sim, menos em matemática, matemática é melhor na prática mesmo.

(E81) Sim, pois facilita o manuseio do conteúdo, e também por se tratar de algo diferente.

(E73) Sim, quanto mais estudos melhor o raciocínio.

(E26) Sim, em todas, menos em matemática, porém aprendemos muitos conceitos importantes em outras matéria que devem ser aprendidos em forma de texto explicativo

(E25) Sim, pois é uma forma mais criativa de aprender.

(E83) Sim, porque seria uma aula muito proveitosa e comserteza aprenderíamos mais.

(E79) Sim , para ter um aprendizado, com maior teor de conhecimento.

 

Diferentemente das práticas pedagógicas tradicionais, o estudante armazena mais informações. Da mesma forma, os alunos E79 e E73 reconhecem a importância que foi em alcançar um maior entendimento dos fatos. A WebQuest foca na interação, compreensão e reconstrução das informações existentes, e isso faz com que as aulas se tornem significativas, como a aluna E85 afirma querer escrever certo, porque as aulas foram significativas a ponto de ela mencionar essa necessidade sua.

Quando o professor trabalha esta metodologia, deixa claro para o aluno que se trata de uma prática a ser aceita e que se propaga na qualidade do processo de ensino e aprendizagem, adequadamente planejado pelo docente. Por isso, os alunos E10, E81 e E25 reconhecem a facilidade e a criatividade que decorre do método que para eles é algo diferente.

Quantos as respostas de E37 e E26, a metodologia também está sendo incluída na disciplina de matemática. Guimarães (2005) desenvolveu um estudo da WebQuest no ensino da Matemática e demonstrou nos resultados que a técnica auxilia os alunos nos desafios mais críticos que é a fixação e uso de fórmulas, e que os alunos envolvidos resolveram os exercícios práticos. Portanto, “as WebQuests têm a virtude da simplicidade e podem ser desenvolvidas para alunos da escola elementar à pós-graduação” (DODGE, 1995, p.4). 

4.3 RELATÓRIO AVALIATIVO DE OBSERVAÇÃO 

No dia 7 de dezembro de 2016 foi iniciado a execução da pesquisa intitulada “WebQuest: Software Educacional de Autoria para Professores de Língua Portuguesa”, nas dependências do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Pará Campus-Itaituba, tendo como foco a aplicação da metodologia com os alunos do 1º ao 3º ano do Ensino Médio, integrado aos cursos técnicos em Edificações, Informática e Saneamento Ambiental e, a observação dos espaços (Laboratórios de Informática II e III) pela acadêmica Amanda Gonçalves Bento, graduanda do Curso Licenciatura Plena em Letras na Faculdade de Itaituba-FAI.

Na primeira semana de exercício, junto aos professores titulares da disciplina Língua Portuguesa, foi apresentado o projeto e sua finalidade para os estudantes ali presentes, com ênfase no desenvolvimento de habilidades na escrita. A acadêmica fez uso dos instrumentos: câmera fotográfica e filmadora. Além disto, utilizou outros recursos (Quadro, Data Show, Pincéis, Bloco de anotações, textos modelos impressos e em mídia, e outros) e registrou a presença de 146 alunos através de assinatura.

De início, foi exposto no quadro a estrutura do texto dissertativo-argumentativo proposto nas WebQuests. Ela juntamente com alunos, exercitaram a construção dos fragmentos que compõem a estrutura (introdução, desenvolvimento e conclusão) durante a conversação, para que os estudantes compreendessem cada etapa da escrita, e no decorrer da aula responder as dúvidas ali persistentes.

O primeiro horário de aula (45 min), a acadêmica utilizava o quadro, na segunda aula fazia o uso do computador e os alunos a acompanhavam utilizando a mesma ferramenta. Os alunos foram orientados a acessar o portal nacional “WebQuest Fácil (www.webquestfacil.com.br)” construtor da metodologia. Após o acesso, todas as etapas foram conceituadas, em seguida, nas etapas tarefa e recursos, a desenvolvedora do projeto solicitou de cada aluno um texto dissertativo que retratasse um dos 13 temas propostos para o ENEM 2016:

  1. A falta de água;
  2. A falta de recursos hídricos;
  3. As manifestações públicas;
  4. A mobilidade urbana;
  5. Preconceito Racial no esporte;
  6. O conceito da família;
  7. Dengue, Zica e Chikungunya;
  8. As campanhas de vacinação;
  9. O limite da estética e da saúde;
  10. A sustentabilidade de empresas e o aquecimento global;
  11. Intolerância Religiosa;
  12. Justiça com as próprias mãos;
  13. Corrupção da Petrobrás.

Os alunos estavam conscientes que além da oportunidade de ampliar conhecimentos e habilidades na escrita, estavam participando de uma pesquisa acadêmica e após a entrega das redações eles responderiam ao questionário. Na segunda semana, foi o momento da leitura, orientação e recebimento dos textos de cada aluno através de impressão, correio eletrônicos ou redes sociais.

Nessa etapa transcorreu de forma bastante ordeira, com a entrega dos questionários avaliativos que foram respondidos na mesma ocasião. A acadêmica acompanhou o desenvolvimento das tarefas e auxiliou os alunos no acesso aos links selecionados pela mesma. Durante os 9 dias letivos, os alunos continuaram as atividades não só nos laboratórios da instituição, mas em casa, pois é um dos aspectos do software.

Na ficha de observação, foi descrito os aspectos: interesse, esforço, postura, habilidade, espirito esportivo e conclusão da tarefa, sendo avaliados e assinalado no como excelente, bom, suficiente ou insuficiente. Com relação as ocorrências, no primeiro aspecto (interesse), os alunos foram avaliados como excelentes, porque durante os diálogos, nenhuma turma deixou de responder, opinar ou participar, alguns até criticaram os professores por não ensinar essa metodologia antes.

No segundo aspecto (esforço), os alunos foram avaliados como Bom, pois o esforço na visão da acadêmica, não está relacionado apenas ao ato da escrita, mas no comprometimento em estender o software e a estrutura proposta. No terceiro aspecto (postura), os estudantes foram avaliados como bom, porque foram atenciosos e respeitosos e por acompanhar atentamente cada detalhe do que estava sendo dito.

No quarto aspecto (habilidade), os discentes foram avaliados como bom, pois foram poucos que possuem dificuldades no acesso à internet, é comum frequentarem os laboratórios com os mesmos professores participantes desta pesquisa, e como o software é de fácil compreensão para o leitor, todos conseguiam ter contato com as WebQuests, dentro ou fora da instituição. 

Imagem 18 – Execução da pesquisa nos Laboratórios de Informática II e III, no IFPA –

Campus Itaituba, período de 7 a 17 de dezembro de 2016. 

Sobre o quinto aspecto (espirito esportivo), os alunos foram avaliados como bom, pois como foi apresentado na sessão teórica deste trabalho, que aborda a importância da inclusão de TICs na sala de aula, uma das características que qualifica essa inclusão, é a mudança de espirito transparente na face dos alunos, que tem afeição pelo espaço devido a facilidade que a tecnologia fornece nos processos de ensino e aprendizagem.

No último aspecto (conclusão da tarefa), os alunos foram avaliados como bom, porque no resultado (textos entregues) é perceptível que os alunos acessaram os links, buscaram organizar as informações de acordo com a estrutura, o que demonstrou segurança ao produzir o texto e com base nas respostas do questionário, mais de 98% dos participantes alegaram que o método facilitou na seleção de informações e organização e que os mesmos utilizaram os guias a partir daquele instante em diante.

Neste registro eventual, contou com colaboração da auxiliar e acadêmica Yslane Nayara Vieira Cardoso, que foi instruída a avaliar segundo as orientações da Matriz de Valorização e a assinalar as fichas de observação durante as aulas e a mesma fez uso do documento impresso e câmeras digitais. 

4.4 ANÁLISES DA ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA 

Além da aplicação do questionário avaliativo com os alunos e ficha de observação, foi realizado uma entrevista individual e semiestruturada com 3 professores titulares da disciplina, nomeados D1, D2 e D3, com a intenção de constatar a eficácia da metodologia WebQuest na produção textual (dissertação), que iniciou com a apresentação informal, descrito no perfil no profissional participante (pág.76).

Foi questionado se a ausência de um profissional para auxiliar, a falta de controle ou acompanhamento de todos os alunos, ter pouco conhecimento de informática, uso de dados não verdadeiros, ou alunos não terem computador em casa, são fatos existentes as escolas e quais destes problemas são encontrado diariamente. As respostas obtidas foram: 

(D1) É realmente difícil trabalhar sozinha no laboratório de informática. Quando as turmas são grandes então, não tem como saber se eles desviam da atividade proposta. Muitas vezes me deparei com aluno jogando ou fazendo outras coisas na hora da atividade. Além disso, a maioria deles não tem internet em casa, e quando querem fazer pesquisa precisam do laboratório e necessitam de professor para acompanhá-los e muitas o professor não está disponível naquele horário. Por essas e outras razões, é extremamente necessário um professional para auxiliar o professor e o aluno. 

(D2) O problema maior é não ter um auxiliar de informática para cuidar do equipamento, não tenho problema para controlar turmas, e organizo a turma para realizar pesquisar nos sites já selecionado. O problema existe em relação ao equipamento, porque muitas vezes o aluno não consegue acessar. É preciso ter alguém da informática para organizar e preparar o laboratório, antes e depois das aulas. Um dia o professor tem todos os computadores funcionando, outro dia metade apenas. Sempre vou com três planos: A, B e C. O plano A é a expectativa de que tudo está funcionando, o B é metade funcionando e outra metade utilizando o quadro e o C é o Livro Didático. Sempre vou com esses planos, porque as aulas têm que sair e não posso parar por algo que não deu certo. 

(D3) A primeira dificuldade é a minha, pessoal mesmo. Sou formado dentro daquela linha antiga, tradicional, naquele modelo de mestre, o mestre fala e os alunos ouvem. Trabalho muito a oralidade, sou um pouco da Grécia antiga, da acrópole, em que o mestre falava e os alunos ouviam e refletiam sobre a vida. Foi difícil eu entrar no mundo da internet, do computador, porque primeiro eu tenho muito pouca habilidade e segundo eu não tive formação nenhuma, de repente me vi no mundo da informática e a gente é inteligente e aprende logo, mas eu não conheço a fundo a máquina,  quero conhecer mais, o quê que é isso, como funciona essa linguagem, como entender a máquina como ser pensante, como transformar isso me material pedagógico e a outra dificuldade é do próprio aluno que não tem o equipamento em casa, e a terceira é que há 3 laboratórios, mas não funciona adequadamente por falta de orientação, mas logo será suprido essa lacuna.

 

Com base nas respostas, é importante que a escola mantenha um instrutor ou técnico nos laboratórios antes, durante e depois dos horários de funcionamento, porque com a supervisão evita o uso incorreto das ferramentas, além de contribuir com as dúvidas que os alunos tenham com relação aos softwares em geral.

 Almeida (1996) reconhece que trabalhar com tecnologia não é algo fácil, pois ter o domínio, é necessário desenvolver de início cinco habilidades básicas: o domínio dos conteúdos específicos de nossas áreas do saber; a clareza dos problemas que estamos resolvendo; a sabedoria para trabalhar em grupo; desenvolvimento de uma prática pedagógica reflexiva e o  trabalho articulado e cooperativo com as diferentes áreas do conhecimento, como as Ciências, Arte, Filosofia, Matemática, a História e outras.

Em continuidade a entrevista, foi questionado quais dos métodos que são presenciados na prática em algumas escolas públicas como: leitura e discussão de textos, realização de pesquisas em biblioteca, aplicação e correção de exercícios, aulas práticas / saídas em campo / ou uso de Laboratório de informática, são utilizados para trabalhar a produção textual na sala de aula, obteve-se as respostas seguintes:

 

(D1) Geralmente faço junto com os alunos leitura de textos incentivadores antes de pedir a produção de texto, mas confesso que geralmente demoro bastante tempo para corrigir todos os textos dos alunos. Se não fosse isso, eu trabalharia mais essa atividade. 

(D2) Para a sala de aula, utilizo métodos como leitura de gêneros textuais, interpretação textual, pautado em questionamentos, finalizando com o que o aluno pensa em relação ao texto. Há outras técnicas para produção de textos como das questões, palavras-chave, esquemas para descrição/dissertação, e com um programa do portal revista Escola para disciplina literatura. 

(D3) Trabalho muito contando histórias e passo uma reflexão na sala de aula., trabalho a oralidade para que eles prestem atenção, aprendam a ouvir e a discernir. Conto a história do universo, a origem do planeta, desde os primeiros passos seguindo o modelo evolutivo de Charles Darwin. Trazendo a história da construção de 5 disciplinas:  geografia, biologia, história, matemática, linguagens. Contando história, eles ouvindo, depois eu peço pra eles escreverem a sua história, de onde vem, como vai o seu caminhar no planeta e no mundo, desde a infância, em que as disciplinas vai entrando em suas vidas, em contato com as disciplinas. Sempre trabalho a política, o momento presente, e mesmo quando eu trabalho um tema antigo eu trago para cá para eles refletirem, mostrando como produto histórico, como por exemplo a violência não nasceu hoje, nasceu em 1500 com a chegada dos primeiros colonizadores. Dos primeiros sem-terra, sem tetos. Todo tipo de violência que se tem hoje é um produto histórico, trabalho muitos temas ligado ao jovem, seus valores, princípios superiores da ética, da moral dos bons costumes e da consciência ativa, análise do discurso ideológico, religioso, político, de como se manipula a mente, as estratégias da neurolinguística que está em todos os nossos comportamentos, ditando regras e a desconstrução através da análise do discurso, no mesmo nível que se trabalha em universidade. 

            De acordo com as informações acima, é possível identificar que a professora D2 possui didáticas diferente do professor D3, este que costuma manter o grau de integração real entre as disciplinas, no interior de um mesmo planejamento ou projeto de pesquisa, envolvendo outras ciências, sendo características do fenômeno interdisciplinaridade, como afirma Japiassu (1976).

            A professora D1 afirma ter como preferência a leitura antes da produção textual. Kleiman (1997) ressalta que é importante o aluno estar ciente da importância do ato de ler e perceber que esta ação continua a ser ferramenta para se ter uma boa escrita, ou seja, é o caso de ler constantemente. A leitura e a escrita são indispensáveis par ao estímulo do raciocínio, construção do senso crítico e o enriquecimento do vocabulário.

Foi questionado se existe algum método que o professor evita utilizar nas disciplinas de Língua Portuguesa / Redação e Expressão e Por quê. As respostas foram:  

(D1) Atividades em grupo na sala de aula porque geralmente há muita conversa, principalmente com turmas grandes. 

(D2) Não utilizo daquele em que o professor escolhe um modelo para o aluno seguir. O aluno acaba se preocupando em iniciar a redação como viu no modelo (conceito, provas e a terminação com recomendações). Eu evito muito levar modelos e deixo para mostrar depois. Você fez de uma forma interessante lá, mostrou toda a explicação da estrutura, depois apresentou o modelo feito por outros alunos. Nos livros tem muito isso, modelo de redação e depois é explicado como a redação foi construída, isso é ruim porque o aluno utiliza como muleta, não é capaz de ter criatividade e o texto fica sempre do mesmo jeito. Se você tenta o primeiro método, não deu certo, passa para o segundo e depois para o terceiro e continua a não dar certo, utilizo um modelo para que eles acompanhem. 

(D3) Não suporto métodos, métodos fecham, amarram, prendem, ... não suporto livro didático, quando olho... não consigo entender aquilo, eu posso até usar algumas coisinhas pra dizer assim “olhem, tem um parâmetro aqui”, mas eu sou totalmente avesso a livro didático, agora matemática, física, geografia tudo bem por que são coisas fechadas, seguem uma estrutura, agora língua portuguesa, língua inglesa ficar preso a livro didático, comunicação? Impossível, a gente constrói o material didático de apoio.  

            Com bases nas declarações, a professora D1 afirma ter preferência em realizar atividades individuais devido a falta de atenção dos alunos e o atrapalho com conversas paralelas. Diferentemente da professora D2 que evita fazer uso de textos modelos ou recursos que impendem o aluno de ter liberdade em criar o texto.

            Dodge (1995) afirma que o software não assume função de instrumento protótipo, porque o aluno é o principal responsável em tomar decisões para resolver a tarefa, tem autonomia para participar dos processos de ensino e construir conhecimentos, cabendo ao professor apenas orientá-lo, estimulá-lo a continuar as atividades por meio de técnicas que atraiam a atenção do estudante para o conteúdo que está sendo trabalhado.

            O professor D3 não reconhece o livro didático como principal recurso básico para o aluno e compara como uma prisão. Porém, o fato de não descartar totalmente o uso do livro, o docente seleciona alguns textos necessários para embasar conceitos gramaticais, o que torna um ato similar na etapa recursos, em que o professor deve opta nos materiais virtuais a serem consultados.

Foi questionado se o software educacional de autoria “WebQuest” era um assunto desconhecido, se não, em quais registros documentais ou programas de TV os professores leram ou ouviram falar a respeito. Obteve-se estas respostas: 

(D1) Sim. 

(D2) Era desconhecido em relação ao ensino da redação. conhecia para o ensino de Língua Portuguesa no 1º Grau (...), mas nunca tinha utilizado, achei interessante ter para redação, porque a dissertação que é complexa e os alunos acham que tem que começar do mesmo jeito: “ah, fulano tá começando assim professora, e eu não posso?...” Daí eles ficam querendo criar um rótulo. 

(D3) Total, total, para mim foi uma aprendizagem. 

Para surpresa da acadêmica, apenas a professora D2 afirmou conhecer a metodologia para o ensino infantil. No geral, os professores viveram uma nova experiência, pois fazer o uso de TICs possibilita na construção de novas modalidades de produção, como discorre Barros (2006).

Foi questionado na sexta pergunta, a reação que o professor identificou nos alunos, a partir do momento em que foi realizado a apresentação teórica da estrutura do texto dissertativo-argumentativo cobrado no ENEM incluso no software WebQuest, realizado pela Acadêmica? 

(D1) Houve um interesse maior na execução da atividade. 

(D2) Me cobraram muito, “porque professora você não deu isso aqui primeiro pra nós? ”, Eu disse que não conhecia com a redação. “Professora você fez a gente sofrer tanto [...]” Eu fazia assim: uma semana introdução, segunda só desenvolvimento e a outra semana só conclusão e, quando eu ia pedir um texto ninguém conseguia juntar nada porque é só duas aulas por semana. Quando se tem 5 aulas dar para realizar um trabalho melhor, e com eles eu não conseguia. Eles disseram “Professora você sacrificou a gente, a gente sofreu tanto, a menina em uma aula só conseguiu explicar direitinho”. Simplesmente não conhecia o programa e também o número de aulas para trabalhar com aquele método que eu conhecia tinha que ser com mais aulas. 

(D3) muito positivo, eu acho que funciona com uma aula que você deu, duas no máximo, eles produziram e então a gente avançou. 

            De acordo com a fala da professora D2, os alunos cobraram dela o guia que foi proposto nas WebQuests, logo ela esclareceu que não conhecia a metodologia incorporado a produção textual, o que é uma das características da tecnologia: a inovação.

            Soares (2010) relata que o uso da WebQuest, por efetivar aprendizagem com o apoio de tecnologias digitais, faz com que o interesse dos alunos se eleve, tornando-os mais críticos e reflexivos. O resultado é a motivação quando algo novo urge em sua frente, além de colocar aluno como personagem principal e construtor do seu próprio conhecimento.

Em seguida, foi perguntado qual a avaliação que o professor faz em relação ao software WebQuest e se acredita que a ferramenta estimula a pesquisa e desenvolve o pensamento crítico do aluno. As respostas adquiridas foram: 

(D1) É uma ferramenta excelente sim e estimula o pensamento crítico do aluno. 

(D2) Estimula e vou tentar criar e planejar umas aulas e colocar para facilitar para os próximos alunos que vier. Quero utilizar com a redação, gramática, literatura. 

(D3) Com certeza, estimula a fazer uma pesquisa dirigida, isso é importante e não solta, o mundo está muito disperso, a propaganda, os apelos da mídia dispersam muito você, e esse programa leva você a ir, dirigindo, buscando na fonte certa, como construir o pensamento. 

Os professores reconheceram que a WebQuest é uma metodologia de pesquisa voltada para o processo educacional, que estimula a pesquisa e o pensamento crítico. Navegar na internet, é um processo de busca importante no ensino, porque resulta na formação de um novo espaço interativo, facilitador e motivador na aprendizagem.

Além disso, foi questionado se o professor pretende utilizar este software educacional de autoria a partir de hoje em suas aulas e por quê. As respostas foram: 

(D1) Com certeza. Achei bem prático encontrar aulas prontas bem estruturadas e ainda poder publicar também minhas aulas. 

(D2) Sim, quero expandir para gramática, ortografia, literatura, além de redação. Quero ampliar para outros gêneros como descrição, narração, texto técnico e outros. 

(D3) Com certeza, já está no meu programa, já vou colocar no meu plano de curso a utilização. 

Na teoria do construtivismo, esta metodologia tem permitido o aluno ser autônomo em suas escolhas, mesmo cada um tendo o seu ritmo de aprendizagem diversificado, através de simulações de situações da vida real, colocando-o em experiências de aplicação e/ou nos testes de conhecimentos. Por este motivo, Barata (2004) conceitua a WebQuest como uma ferramenta intelectual aliada à computacional. É importante ter conhecimento do interesse que os professores afirmaram ter e de seguir com a metodologia e expandi-la para outras disciplinas.

Na penúltima pergunta, foi pedido uma avaliação do professor sobre o desempenho da acadêmica desenvolvedora da pesquisa e quais sugestões dá a ela. As respostas foram: 

 (D1) Boa oralidade, apresentou muita afinidade com o programa, expôs com bastante clareza suas ideias e também soube administrar bem o tempo. Foi excelente. 

(D2) Gostaria que ela utilizasse esse programa para planejar algo relacionado ao projeto de monografia, e eu gostaria que no ano que vem trabalhássemos juntos no IFPA ou pela FAI. Eu gostei muito, achei que você foi muito bem, muito clara na explicação, na verdade você escreve bem e entende bem dissertação. 

(D3) ela tem uma didática muito boa, tem uma didática muito clara, você é bem objetiva, passa muito bem os fundamentos da WebQuest, de uma maneira muito clara, é tanto que deu resultado imediato, porque depende muito dessa habilidade e você tem, a única coisa que eu chamo a atenção é que ela precisa ser mais solta, tornar isso mais leve, mais light, linguagem gostosa, rir mais, pois não deve ser fácil pra você, deixar a garotada mais a vontade, menos tenso, pra eles encararem como um jogo, um vídeo game, encarar isso como uma prática, não ficar retraída com medo da reação do aluno, no mais nota 10, parabéns pela sua eficiência, responsabilidade, os alunos gostaram e isso é muito importante.

Com a experiência e o acompanhamento dos professores, tornou-se claro que usar a WebQuest é prático e qualquer educador pode fazer uso da mesma, pois não exige conhecimentos ou formação elevados sobre TICs. Basta ter contato, afinidade com o programa, organizar a metodologia naquilo que é orientado nas referências que embasam esta pesquisa.

Na última questão, foi pedido uma mensagem final para que o leitor entenda a importância da informática educativa nos dias atuais. 

(D1) Diante de tantos avanços tecnológicos e tantas inovações, tantos programas para facilitar a vida de professor e aluno é preciso que possamos usar todas essas tecnologias como ferramenta a nosso favor. 

(D2) Hoje quem não sabe informática e principalmente a informática educativa e nem trabalha com laboratório principalmente na área da comunicação, pode se considerar analfabeto tanto o aluno quanto o professor, ele tem que se adequar, tem que se capacitar, tem que procurar outras formas. Eu me animei bastante esse ano, porque até mesmo pra editar os livros os alunos mesmo que digitaram os textos, porque antes era uma loucura, ficava pedindo, pedindo e o aluno entregava o texto escrito à mão, tinha que interpretar, muitos não digitava, o pouco tempo que tinha era pra organizar todos os materiais. Tem alunos que se prontificam a ajudar o outro, já teve caso de alunos desistir do curso de informática por não saber digitar nada, todas as notas eram avaliadas pelo caderno. Eu acho que sem informática hoje não dar, a gente tem que usar esses recursos, [...], se analisar bem, essas ferramentas temos que utilizar, ainda por ser mais econômica, mais prática e todo mundo tem acesso [...] 

(D3) Como pensar no mundo sem pensar em informática?, Está na nossa essência , no nosso DNA, é a linguagem do momento, tudo está na internet, o educador que se alienar, se excluir desse novo movimento vai ficar como diz Henri Wallon “totalmente ultrapassado, porque o homem fechado em si, nos labirintos do seu eu, o homem que não compartilha, que não interage ao seu tempo, o homem imune às mudanças da história, esse homem não existe”, se você não pensar integrado ao mundo da tecnologia, não vai acompanhar o ritmo da história, da dinâmica do mundo, não há mais como pensar no universo sem a informática. 

A partir dos resultados aqui apresentados sobre o software WebQuest, é nítido a importância do uso de tecnologias na educação, porque promove a interação entre os autores (docentes), impulsionado os aprendizes a querer sempre realizar novas atividades. Além disso, concebe um ensino dinâmico, e automaticamente o ensino se afasta do tradicionalismo e valoriza mais as ações do aluno. 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 

O software educacional de autoria “WebQuest”, revela-se uma ferramenta de ensino inovadora e cada vez mais útil considerada ao alcance de qualquer professor como meio de promover o interesse pelo conteúdo e uma aprendizagem mais eficaz, porque o instrui na organização de informações autênticas e atualizadas, favorecendo o seu trabalho pedagógico. O docente se torna um idealizador de desafios e os alunos assumem o papel de pesquisadores e construtores do conhecimento.

O profissional do ensino pode ter em suas mãos um grande facilitador para a transmissão do conhecimento e que revoluciona o modo com que são trabalhados os conteúdos, porque faz com que professores e alunos reciclem seus conhecimentos, aprendam coisas novas, a ter iniciativa em liderar e tomar decisões nas resoluções das tarefas.

Durante o andamento da pesquisa, ficou evidente que as escolas públicas no município de Itaituba não estão preparadas para receber esta metodologia, porque as instituições não oferecem o espaço próprio, que são os laboratórios informatizados. Além disso, foi possível observar que o professor precisa capacitar-se e adequar-se às novas propostas, pois precisa sentir-se à vontade diante de um computador; dominar um conjunto de programas úteis para desenvolver seus projetos; buscar recursos da informática como ferramentas auxiliares no processo ensino-aprendizagem.

Constatou-se que os resultados da pesquisa corresponderam as questões de investigação descritas no início deste material. Muitos sentiam dificuldades na escrita, e a metodologia elevou o interesse e motivação pela leitura e escrita, facilitou na seleção e organização de ideias através do guia proposto nas WebQuests e conscientizou os alunos de que a Redação do ENEM requer de si e, a otimização do tempo (hora-aula) é outra identificação de que a metodologia é proficiente, pois o professor determinar se a duração é curta ou longa.

Tais resultados adquiridos no período de 14 dias na instituição IFPA – Campus Itaituba, colaborou para atestar a importância de se utilizar as TIC, neste caso a WebQuest no ensino da Língua Portuguesa, com destaque a produção textual. Com base nas declarações dos professores participantes, a metodologia é uma alternativa que fará o aluno avançar, ter autonomia em suas produções. Logo, é importante que os professores-pesquisadores continuem a fazer uso de recursos interligados à Web.

REFERENCIAS 

AAKER, et al. Marketing Research. (7th Ed.), New York: John Wiley & Sons, Inc. 2001. Disponível em:. Acesso em: 27 dez. 2016.

ABAR, Celina A. A.P; BARBOSA, Lisbete M. Webquest um desafio para o professor: uma solução inteligente para o uso da internet. São Paulo: Avercamp, 2008.

ABREU, Antonio Suárez. Curso de Redação. 12. ed. São Paulo: Ática, 2008.

ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini Trindade Morato Pinto de. Informática e Educação - Diretrizes para uma Formação Reflexiva de Professores. (Tese) Mestrado em Educação. São Paulo: Departamento de Supervisão e Currículo da PUC. 1996.

ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo Afonso de. Avaliação Escolar: Além da Meritocracia e do Fracasso. CP - Cadernos de Pesquisa., São Paulo, n.99, p.16-20, nov. 1996. Disponível em: < http://publicacoes.fcc.org.br/ojs/index.php/cp/article/view/781> Acesso em: 18 set. 2015.

ANTUNES, Irandé. Aula de Português: encontro & interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003.

BARATO. Jarbas Novelino. A alma da WebQuest. 2002. Disponível em: . Acesso em: 21 de abril de 2014.

BARATO. Jarbas Novelino. Avaliação Autêntica. 2004. In: SILVA, Nataniel Mendes da. A Metodologia WebQuest na aula de Literatura: um estudo de caso com alunos do 3° ano do ensino médio do IFMA. (Dissertação) Mestrado Interdisciplinar - Programa de Pós-Graduação   Cultura   e   Sociedade. Universidade Federal do Maranhão. São Luis/MA, 2005.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.

BARROS, Gílian Cristina. Webquest: ações e descobertas em escolas públicas no estado do Paraná. In: Encontro sobre Webquest – Universidade do Minho, Braga – Portugal, 2006.

BARROS, Gílian Cristina. Webquest: Metodologia que Ultrapassa os Limites do Ciberespaço. Paraná - Brasil, 2005. Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2016.

BELLOFATTO, Laura. et al. Creating a Rubric. 2001b. Disponível em:. Acesso em 14 out. 2014.

BIAGIOTTI, L. C. M. Conhecendo e Aplicando rubricas em avaliações. In: 28ª Reunião anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação. Caxambu: 2005.

BOTTENTUIT JUNIOR, J. B; COUTINHO, C. P. Um Estudo com autores de WebQuests em língua portuguesa: avaliação do processo de concepção, utilização e resultados obtidos. In: IX Congresso Iberoamericano de Informática Educativa. Anais. Caracas: Rede Iberoamericana de Informática Educativa, 2008.

BOTTENTUIT JUNIOR, João Batista. Concepção, Avaliação e Dinamização de um Portal Educacional de WebQuests em Língua Portuguesa. Tese de Doutoramento em Ciências da Educação, Área de Conhecimento em Tecnologia Educativa. Universidade do Minho, 2010.

BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Orientações Curriculares para o Ensino Médio: Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília, v.2, p. 15-42, 2006.

BRITO, Glaucia da Silva. Inclusão digital do profissional professor: entendendo o conceito de tecnologia. ANPOCS, 30º reunião anual. Tecnologias de informação e comunicação: controle e descontrole. Caxambu – MG, 2006.

CANDAU, Vera Maria Ferrão. Reinventar a escola. Vozes. Ed. 1. Petrópolis. 2000.

CARDOSO, Amanda Mayra; AZEVEDO, Juliana de Freitas; MARTINS, Ronei Ximenes Martins. Histórico e Tendências de Aplicação das Tecnologias no Sistema Educacional Brasileiro. Revista Digital da CVA - Ricesu, vol. 8, nº 30, 2013. Disponível em:. Acesso em: 4 set. 2016.

CHIZZOTTI, Antônio. Pesquisa em ciências humanas e sociais. 7 ed. São Paulo: Cortez, 2005
 

CARVALHO, Ana Amélia. A WebQuest: evolução e reflexo na formação e na investigação em Portugal. In: COSTA, Albuquerque; PERALTA, Helena; VISEU, Sofia (org.). As TIC na educação em Portugal, Concepções e práticas. Porto Editora, 2007.

COSTA, Fernando A.; CARVALHO, Ana A. A. WebQuests: Oportunidades para Alunos e Professores. In A. A. CARVALHO (org.), Atas do Encontro sobre WebQuest. Braga: Edições CIEd. 2006. Disponível em: Acesso em: 03 out. 2014.

CUNHA, Aura Celeste Santana. Pensamento sistêmico e tecnologia educacional: a metodologia WebQuest. Dissertação (Mestre em Computação). Mestrado Profissionalizante em Computação. Universidade Estadual do Ceará. Fortaleza. 131f. 2006.

Demo, Pedro. Tecnofilia e Tecnofobia. 2008. Disponível em:. Acesso em: 13 ago. 2014

DODGE, Bernie. Building Blocks of a WebQuest. EdTech: 1997. Disponível em: . Acesso em: 15 jul 2014.

_______. WebQuests: A Technique for Internet – Based Learning. Tradução Jarbas Novelino Barato. The Distance Educator. v.1, n. 2, 1995.

_______. FOCUS: Five rules for writing a great WebQuest. Learning & Leading with Technology. 2001a. Disponível em:. Acesso em: 19 ago. 2014.

_______. WebQuest Taskonomy: A Taxonomy of Tasks. EdWeb: 2002. Disponível em: . Acesso em: 02 ago. 2014.

_______. Some Thoughts About WebQuests. San Diego: 1995. Disponível em < http://webquest.org/sdsu/about_webquests.html>. Acesso em: 05 dez. 2015.

_______. Meet Bernie Dodge: The Frank Lloyd Wright of Learning Environments. Educatiom Word: Updated 2012. Disponível em: http://www.edu-cationworld.com/a_issues/ch at/chat015.shtml. Acesso em: 3 de ago de 2016.

FAULSTICH, Enilde Leite de Jesus. Como ler, entender e redigir um texto. 27ª ed. Petrópolis: Vozes, 2014.

FERNANDES, Adélia Sofia Campelo. O contributo da WebQuest no aprendizado da História e da Geografia, 2013, 94 f. (Dissertação) Mestrado em Ensino de História e de Geografia no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário. Universidade do Minho. Braga/ Portugal, 2013

FIGUEIRA, Raimundo Lucivaldo Cruz. Plano de Gestão 2016-2019: Integrar para conquistar, 2016. Disponível em: http://www.ifpa.edu.br/documentos-institucionais/dcom/eleicoes-2016/2462-campus-itaituba-proposta-de-gestao-raimundo-lucivaldo-cruz-figueira/file>. Acesso em: 23 dez. 2016.

FONSECA, João José Saraiva. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002.

FREIRE, Karine Xavier; JUNIOR, José Florêncio Rodrigues. WebQuest: uma pesquisa ação de seu emprego no Ensino Fundamental. 2009. In: IX Congresso Nacional de Educação – Anais EDUCERE e III Encontro Sul Brasileiro de Psicopedagogia, 2009 – PUCPR. Disponível em: < www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/2633_1139.pdf>. Acesso 15 out. 2016.

FREIRE, Paulo. A Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981

GILBERT, Geoffrey Nigel. Being interview: a role analysis. Social Science Information, London, Beverly Hills, v. 19, n. 2, p. 227-236, 1980.

GUIMARÃES, Daniela Eduarda da Silva. A Utilização da WebQuest no Ensino da Matemática: aprendizagem e reacções dos alunos do 8° ano de escolaridade. 2005, 175 f. (Tese) – Mestrado em Educação - Área de Especialização em Tecnologia Educativa. Universidade do Minho, Braga/ Portugal, 2005.

GUIMARÃES, Elisa. A articulação do texto. 8ª ed. São Paulo: Editora Ática, 2003.

HILTON, Japiassu. O espírito interdisciplinar. Cadernos EBAPE.BR – Volume IV – nº 3 out. 2006. Disponível em:. Acesso em: 19 set. 2016.

JAPIASSU, Hilton. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Série Logoteca. Universidade do Texas. Editora, Imago Editora, 1976.

JUNIOR, Joaquim Martins. Como escrever trabalhos de conclusão de curso: instruções para planejar e montar, desenvolver, concluir, redigir e apresentar trabalhos monográficos e artigos. 8ª Ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a distância. 2.ed., São Paulo: Papirus, 2004.

KLEIMAN, Ângela. Texto & leitor: aspectos cognitivos da leitura. 5.ed. São Paulo: Pontes, 1997.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22ª edição. São Paulo: Cortez Editora, 2011.

MACEDO, E. F. Novas tecnologias e currículo. In: MOREIRA, A. F. B. (Org). Currículo: questões atuais. 3. Ed. Campinas: Papirus, 1997.

MANZINI, Eduardo José. A entrevista na pesquisa social. Didática, São Paulo, v.  26/27, p. 149-158, 1990/1991.

MARCH, Tom. The Learning Power of WebQuests. In: Educational Leadership. December January 2003-2004. Vol.61 n°4. Disponível em: < http://tommarch.com/writings/ascdwebquests/ >. Acesso em 01 jul. 2014.

________. What WebQuests (Really) Are. 2003. Disponível em: < http://tom-march.com/writings/what-webquests-are/>. Acesso em: 03 out. 2014.

________. Why Webquests? an introduction. 1998. Disponível em: . Acesso em: 03 out. 2014.

_________. A little about Tom, 2000. Disponível em:< http://tommarch.com/about-2/tom-march/>. Acesso em 28 dez. 2016.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, Eva M. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução .... 2.ed. São Paulo: Atlas, 1990.

MELLO, Rosangela Menta. Tutorial para criar e editar Webquest: recursos básicos. PDE - 2008. Disponível em: < http://rosangelamentapde.pbworks.com/f/tutorial_wq_escolabr1.pdf>. Acesso em: 7 jun. 2016.

MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: Pesquisa Qualitativa em Saúde. 8. ed. São Paulo; Rio de Janeiro: HUCITEC-ABRASCO, 2004.

MORAES, Maria. Cândida. Informática Educativa no Brasil: Uma história vivida, algumas lições aprendidas. Revista Brasileira de Informática na Educação. (SBC-IE, UFSC), n. 01, setembro 1997. Disponível em:< http://www.br-ie.org/pub/index.php/rbie/article/view/2320>. Acesso em: 30 set. 2016.

________. Informática educativa no Brasil: um pouco de história, 1993. In: Pontos de vista: o que pensam outros especialistas? Aberto, Brasília, ano, 1993. Disponível em:< http://ltc-ead.nutes.ufrj.br/constructore/objetos/mariacandda-ead-1993.pdf>. Acesso em: 30 set. 2016.

MOURA, Ana Maria M.; AZEVEDO, Ana Maria P.; MEHLECKE, Querte. As teorias da aprendizagem e os recursos da Internet auxiliando o professor na construção do conhecimento, 2005. Disponível em: < http://www.abed.org.br/site/pt/midiateca/textos_ead/633/as_teorias_de_aprendizagem_e_os_recursos_da_internet_auxiliando_o_professor_na_construcao_do_conhecimento_>. Acesso em: 19 set. 2016.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Brasília: Cortez; UNESCO, 2000.

NETO, Hildebrando Esteves. Tecnologia: Objetos de Aprendizagem. Disponível em:. Acesso em: 22 de abr. de 2016.

NIEMAM, Flávia de Andrade; BRANDOLI, Fernanda. Jean Piaget: um suporte teórico para o construtivismo e suas contribuições para o processo de ensino e aprendizagem da Língua Portuguesa e da Matemática. In: Anais do IX ANPED SUL – Seminário de Pesquisa em Educação da Região Sul, UCS – Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul/RS, 2012. Disponível em:< http://www.ucs.br/-etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/770/71>. Aceso em: 14 set. 2016.

OLIVEIRA, Silvely de Almeida. WebQuest uma técnica de aprendizagem na internet. 2004, 60 f. (Monografia) Especialização em Informática da Educação. Universidade Estadual de Londrina. Londrina – PR, 2004.

PADOAN, Fátima Aparecida da Cruz. A Interdisciplinaridade no Ensino da Contabilidade Gerencial em Instituições Públicas de Ensino Superior do Estado do Paraná. (Dissertação) - Mestrado em Contabilidade – Área de Concentração: Contabilidade e Finanças. Universidade Federal do Paraná, Curitiba/PR, 2007.

PALLOFF, Rena M; PRATT, Keith. Construindo Comunidades de Aprendizagem no Ciberespaço: estratégias eficientes para salas de aula online. Porto Alegre: Artmed, 2002.

Papert Seymour. Construcionismo vs Instructionism. Parte 2: Projetos LEGO / LOGO, 1980. Discurso por vídeo para uma conferência de educadores no Japão. Disponível em:< http://www.papert.org/articles/const_inst/const_inst1.html>. Acesso em: 28 jul. 2016.

PEREIRA, Rosmary Wagner. Webquest: ferramenta pedagógica para o professor. Secretaria do Estado de Educação Superintendência da Educação Diretoria de Políticas e Programas Educacionais. Programa de Desenvolvimento Educacional, 2008. Disponível em:. Acesso em: 25 abr. 2016.

PERRENOUD, Phillipe. La Pedagogie a I’ecole des differences. Paris: ESF, 1995. In: ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo Afonso de. Avaliação Escolar: Além da Meritocracia e do Fracasso. CP - Cadernos de Pesquisa., São Paulo, n.99, p.16-20, nov. 1996. Disponível em: < http://publicacoes.fcc.org.br/ojs/index.php/cp/article/view/781> Acesso em: 18 set. 2015.

PINHEIRO, Thais Cristine. As contribuições da geografia para a abordagem interdisciplinar no ensino médio. (Dissertação) Programa de Pós-graduação em Educação Científica e Tecnológica. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis/SC, 2006.

PLATÃO, José Luiz; FIORIN, Francisco. Para entender o texto: leitura e redação. 16ª ed. Editora Ática, 2003.

PONTE, João Pedro. Estudos de caso em educação matemática. Bolema, 25, 105-132, 2006. Este artigo é uma versão revista e atualizada de um artigo anterior: Ponte, J. P. O estudo de caso na investigação em educação matemática, 1994.

PORTARIA nº 170/2016 – Campus Itaituba de 09 de dezembro de 2016. Disponível em: Acesso em: 23 dez. 2016.

QUARTIERO, Elisa Maria. Da máquina de ensinar à máquina de aprender: pesquisas em tecnologia educacional. 2007. Disponível em: Acesso em: 10 dez. 2015.

QUARTIERO, Elisa Maria. Análise das dificuldades das tecnologias da informação e comunicação pelos professores do ensino fundamental e médio. Centro de ciências da educação da Universidade do Estado de Santa Catarina. Florianópolis. Disponível em: .Acesso em: 14 set. 2016.

ROCHA, Luciano Roberto. A concepção de pesquisa no cotidiano escolar: possibilidades de utilização da metodologia WebQuest na educação pela pesquisa. 2007. 200 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2007.

ROCHA, Luciano Roberto.; BRITO, Gláucia da Silva. Professor e internet: a concepção de pesquisa escolar em ambientes informatizados. Revista Teias, América do Sul, 8 5 10 2007. Disponível em:< http://www.revistateias.proped.pro.br/>.  Acesso em: 15 mai. 2016.

RODRIGUES, Rejane Silvia; David, Denise Elizabeth Hey. A promoção da Interdisciplinaridade no Ensino Médio por meio da ferramenta educacional WebQuest. In: Cadernos PDE - O Professor PDE e os desafios da escola pública Paranaense. Secretaria da Educação – Governo do Estado Paraná, vol. 1, 2008. Disponível em:

SANTAELLA, Lucia. Da cultura das mídias à cibercultura: o advento do pós-humano. Revista FAMECOS, nº 22. Porto Alegre, 2003.

SANTOS, Camila Gonçalves. Webquest no ensino e aprendizagem do inglês. 2012, 116 f. (Dissertação) Mestrado em Letras. Programa de Pós-Graduação em Letras, Universidade Católica de Pelotas., Pelotas/RS, 2012.

SANTOS, Larissa Pereira. Ludicidade e TIC: caracterização da WebQuest como uma metodologia lúdica no ensino das ciências. 91 f. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências e Matemática). Universidade Federal de Goiás. Goiânia/GO, 2014.

SAUL, Ana Maria Avela. Avaliação Educacional. Ideias: Sao Paulo: FDE, n.22, p.61-8, 1994. Disponível em: < http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/-ideias_22_p061-068_c.pdf> Acesso em: 25 set. 2015.

SAVEDRA, Vera lucí Alves, Difusão da perspectiva construtiva na FaE-EFPel (Décadas 80 - 90). 2007, 123 f. (Dissertação) Mestrado em Educação - Programa de Pós-graduação em Educação, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas/RS.

SILVA, Ana Carolina Araújo da. O ensino de química via internet: uma experiência com a metodologia da Webquest. 2010, 171 f. Dissertação (Mestrado em Educação). Instituto de Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação Universidade Federal de Mato Grosso. Cuiabá/MT, 2010.

SILVA, Edna Marta Oliveira da. A WebQuest na internet: o novo material didático. Revista da FAE, Curitiba, v.11, n.2, p.79-86, jul./dez. 2008. Disponível em:< www.fae.edu/publicacoes/fae_v11_2/08_edna_marta.pdf>. Acesso em 07 dez, 2016.

SILVA, Nataniel Mendes da. A Metodologia WebQuest na aula de Literatura: um estudo de caso com alunos do 3° ano do ensino médio do IFMA, 2005, 133 f. (Dissertação) Mestrado Interdisciplinar - Programa de Pós-Graduação Cultura e Sociedade. Universidade Federal do Maranhão. São Luis/MA, 2005.

SILVA, Simone da Costa; SILVA, Danielle da Costa. Avaliação Escolar: para além de uma nota. In: “VI Colóquio Internacional: Educação e Contemporaneidade”. São Cristovão SE/Brasil. 2012.

SOARES, Elaine Pierin Gotardo. WebQuest: metodologia de pesquisa orientada apoiada pelas tecnologias digitais que favorece o processo de ensino aprendizagem. Ver Olhares e Trilhas, v. 12, n.12, jul 2010.

STAMBERG, Cristiane da Silva; PIOVESAN, Márcia Regina; BECHER, Ednei Luis. Interdisciplinaridade com o uso de WebQuest, 2011. In: II CNEM – Congresso Nacional de Educação Matemática e o IX EREM – Encontro Regional de Educação Matemática. DeFEM - Departamento de Física, Estatística e Matemática da UNIJUÍ - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí/RS. 2011. Disponível em: . Acesso em: 19 set. 2016.

TEMPRANO, Antonio. Problemática metodológica en la Elaboración de WebQuest. In: GIL, Domingo J. Gallego; GARCÍA Catalina M. Alonso; GONZÁLEZ, Maria Luz acheiro (coordinadores). Educación, Sociedad y Tecnología. Coleção Manuales. Editorial Universitaria Ramón Areces; Edición: 1, 2011.

_______. Currículum Vitae - Antonio Temprano. Actualizado en 2016. Disponível em:. Acesso em: 11 set. 2016.

a/producoes_pde/2008_utfpr_mat_artigo_rejane_silvia_rodrigues.pdf>. Acesso em: 7 set. 2016.

TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo, Atlas, 1987. 175p.

VAL, Maria da Graça Costa. Redação e Textualidade. 3ª ed. São Paulo. Martins Fontes, 2006 (Texto e Linguagem)

VALENTE, José Armando. Informática na educação: instrucionismo x construcionismo. NIED: UNICAMP, 1997. Disponível em:< http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/tecnologia/0003.html>. Acesso em 11 out. 2015.

WHAT is a WebQuest? – Bernie Dodge. Direção: San Diego State University. Produção: ITS - Instructional Technology Services. Documentário, 7’51”, 2009. Disponível em:< https://youtu.be/v7UynehA_l0>. Aceso em: 27 dez. 2016.

XAVIER, Antonio Carlos, Como se faz um texto: a construção da dissertação argumentativa. Catanduva /SP: Editora Respel, 2010.

YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010.

ZIMMER, Josete Maria. Superação das barreiras para o uso da informática por educadores. (Monografia) Curso de Pós-Graduação em Informática Aplicada à Educação. Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2002.

APÊNDICES

REGISTROS DA PESQUISA    

Estrutura do IFPA-Campus Itaituba.                       Entrada/saída da Instituição.  

Laboratório de Informática II.                                    Laboratório da Informática III.  

Registro da aula com a presença da Prof.ª titu-       Atividade prática com o software WebQuest.

lar da disciplina Língua Portuguesa.  

Registro da aula com a presença da Prof. titular    Abordagem teórica do software nas aulas

da disciplina Língua Portuguesa                        

 

QUESTIONÁRIO AVALIATIVO 

WEBQUEST: SOFTWARE EDUCACIONAL DE AUTORIA PARA PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA

Desenvolvedora: Amanda Gonçalves Bento.
Professora Orientadora: Esp. Raquel Batista Silva.
Instituição Superior: Faculdade de Itaituba – FAI.
Escola de Intervenção: IFPA – Campus Itaituba/PA.

Obs.: Prezado aluno, o questionário abaixo visa coletar dados sobre a metodologia WebQuest que foi apresentada e aplicada na disciplina Redação e Expressão na referida instituição federal. Todas as respostas aqui descritas serão de caráter sigiloso. Ficaremos agradecidos pela sua valiosa colaboração.

1. Sexo e Idade:   (  ) Feminino      (  ) Masculino        Idade:_________________

2. Você já conhecia antes o software WebQuest?
(   ) Sim             (   ) Não        (   ) Apenas ouvi falar    
(   ) Já li materiais a respeito do software
(   ) Outra resposta:________________

3. Você já conhecia a estrutura do texto dissertativo-argumentativo apresentado pela acadêmica?
(   ) Sim             (   ) Não        (   ) Apenas ouvi falar a respeito
(   ) Li alguns livros que continham as mesmas informações
(   ) Outra resposta: ____________________

4. Na sua opinião ficou mais difícil ou fácil escrever a redação de acordo com a estrutura do texto dissertativo? Por quê?

5. O que você achou ao escrever sua redação acompanhando os links da WebQuest? Por quê?

6. Em relação à estrutura do texto dissertativo-argumentativo presente no guia de acesso “processo” da WebQuest, você pretende utilizá-la como seu guia pessoal a partir de hoje? Por quê?

7. Você acredita que é importante a partir de hoje o seu professor usar a WebQuest para trabalhar os temas das atualidades na disciplina de Redação e Expressão? Por quê?

8. Essa nova metodologia (WebQuest) motiva você a escrever melhor um texto dissertativo? Por quê?

9. Com a WebQuest, você conseguiu organizar os 3 componentes (INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E CONCLUSÃO) da redação com mais coerência? Por quê?
10. Você gostaria que a WebQuest fosse utilizada por outros professores e em outras disciplinas? Por quê?
 

ROTEIRO DA ENTREVISTA

WebQuest: Software educacional de autoria para professores de língua portuguesa

Desenvolvedora: Amanda G. Bento. Professora Orientadora: Esp. Raquel Batista Silva. Instituição Superior: FAI.      Escola de Intervenção: IFPA – Campus Itaituba/PA.

Roteiro da entrevista para Professores

1. Professor (a), conte-nos um pouquinho do seu percurso profissional, onde você estudou, qual seu nível de formação, onde você já trabalhou e a quanto tempo você leciona aqui no IFPA Campus Itaituba.
2. Sobre a falta de um profissional para auxiliar, a falta de controle e acompanhar todos os alunos, ter pouco conhecimento de informática, uso de dados não verdadeiros, ou alunos não terem computador em casa, são fatos existentes as escolas? Na sua opinião, quais destes ou outros problemas o (a) senhor (a) encontra diariamente quando o assunto é internet para a pesquisa escolar?
3. Leitura e discussão de textos, Realização de pesquisas em biblioteca, Aplicação e correção de exercícios, Aulas práticas / saídas em campo / visitas, uso de Laboratório de informática, são métodos e recursos que conseguimos presenciar na prática do professor.  Quais métodos e recursos o (a) senhora (a) utiliza normalmente para trabalhar a produção textual na sala de aula?
4. Existe algum método que você evita utilizar nas disciplinas de Língua Portuguesa / Redação e Expressão? Por quê?
5. WebQuest software educacional de autoria para você era um assunto desconhecido? Se não, em quais registros documentais ou programas você leu ou ouviu falar sobre esta metodologia?
6. Qual a reação que você identificou nos alunos, a partir do momento em que foi realizado a apresentação teórica da estrutura do texto dissertativo-argumentativo cobrado no ENEM incluso no software WebQuest, realizado pela Acadêmica Amanda?
7. Qual a sua reação ao avaliar o resultado final, os textos que foram entregues pelos alunos?
8. Qual a avaliação que o você faz em relação ao software WebQuest, acredita que a ferramenta estimula a pesquisa e desenvolve o pensamento crítico do aluno?
9. O (a) senhor (a) pretende utilizar este software educacional de autoria a partir de hoje em suas aulas? Por quê?
10. O senhor acredita que vai haver algum tipo de dificuldade que vai lhe impedir de utilizar o software?
11. A acadêmica ainda está no início do seu percurso profissional, que avaliação você faz quanto ao desempenho dela nos quesitos: oralidade, conhecimento sobre o software, exposição de ideias com clareza, administração do tempo de forma produtiva, atenção ao grau de compreensão das turmas. E que sugestões você dá a ela sobre este trabalho que foi realizado?
12. Deixe uma mensagem final para que o leitor entenda a importância da informática educativa nos dias atuais.

 

FICHA DE OBSERVAÇÃO

FICHA DE OBSERVAÇÃO
Assunto: visita de estudo Turmas
Excelente (R) Bom (B) Suficiente (O) Insuficiente (I)
Dias:
__________________________________
 
 
 
VARIÁVEL OBSERVADA
INTERESSE                
ESFORÇO                
POSTURA                
HABILIDADE                
ESPÍRITO ESPORTIVO                
CONCLUSÃO DA TAREFA                
Desenvolvedora:
Amanda G. Bento
Orientadora:
Prof.ª Esp. Raquel B. Silva

Local: IFPA-Campus Itaituba.

 

TUTORIAL PARA CONSTRUÇÃO DE WEBQUESTS NO PORTAL WEBQUEST FÁCIL

A introdução deve ser motivadora e desafiante para os alunos, levando-os a empenharem-se na WebQuest. A motivação deve ser temática e cognitiva. A motivação temática desperta o aluno para o assunto a abordar, enquanto que a motivação cognitiva atenta nos conhecimentos prévios do sujeito e sugere aspectos que vão ser focados.

Explicita-se a tarefa ou tarefas a realizar. Pode ser responder a uma pergunta, comparar opiniões, realizar gráficos com os dados recolhidos, etc. No texto de Dodge sobre as tarefas (taskonomy) sugere 12 tipos de tarefas: redigir o que se leu, compilação de dados, mistério, jornalismo, criar um produto, planear uma ação, produtos criativos, criar consenso, persuasão, reflexão sobre o que ele é; tarefas analíticas, Julgar/avaliar e tarefas científicas. 

Indicam-se as fases ou etapas a seguir e os recursos a consultar. Devem ser dadas orientações pormenorizadas (passo a passo) de como os alunos realizam a tarefa. 

Deve indicar como o desempenho dos alunos será avaliado. Referir se a avaliação é para o grupo ou se também é individual. Convém incluir os indicadores qualitativos e quantitativos de avaliação. Através da Matriz de valorização.  

É disponibilizado um resumo da experiência proporcionada pela WebQuest, salientando as vantagens de realizar este trabalho. Deve-se também despertar curiosidade para pesquisas futuras. Pode-se colocar uma pergunta, um problema para resolver, um site para explorar, entre outros. 

Crédito ou página do professor, inclui informações para ajudar outros professores a programarem a WebQuest, incluindo: público alvo, padrões, observações do instituto de ensino e, em alguns casos, exemplos de trabalhos estudantis.



BENTO, Amanda Gonçalves.
WebQuest: software Educacional de autoria para Professores de Língua Portuguesa / Amanda Gonçalves Bento. Itaituba. FAI, 2017.
128 f.: 34 il.

Orientadora: Prof.ª Especialista Raquel Batista Silva.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Faculdade de Itaituba 2017.

1. Tecnologia.  2. Educação. 3. Tipologia Textual I. SILVA, Raquel Batista. II. Faculdade de Itaituba. Itaituba, BR – PA, 2017.