RESUMO

 

Este artigo tem como objetivo destacar o uso de alternativas pedagógicas no ensino, como o uso do cinema e da imagem, em especial na disciplina de História, mostrando o quanto se pode extrair em termos de pesquisa de uma produção de no máximo 10 minutos de vídeo, destacando a  eficácia do ensino de História usando curtas metragens, através de uma pesquisa significativa pela qual se desbrava  a origem do Estado-nação para melhor entendimento do curta metragem, e também mensurar o valor  da pesquisa associado ao uso da narrativa fílmica.

Palavras chaves: alternativa pedagógica; uso do cinema; curta – metragem; pesquisa; imagem.

 Leonardo do Carmo em seu artigo destaca: “O cinema como prática pedagógica pode fazer o aluno a se interessar pelo conhecimento, pela pesquisa, de modo mais vivo e interessante que o ensino tradicional, apoiado em aulas expositivas e seminários. O porquê do cinema na escola só se justifica se ele desperta o interesse pelo ensino no sentido tradicional, e, ao mesmo tempo, mostra novas possibilidades educacionais apoiadas na narrativa cinematográfica” (O cinema do feitiço contra o feiticeiro, L Carmo - Revista Iberoamericana de educación, 2003, página 2) Entre todos os meios de comunicação, tem sido o cinema o que mais tem despertado o interesse dos professores por sua utilização em sala de aula. Em tempos de youtube a expectativa dos alunos relacionada ao uso do vídeo não é algo tão especial como há décadas passadas. Como existe uma ampla variedade de opções à disposição dos estudantes, a exigência de um senso crítico mais apurado do docente se faz necessária, que não deve só pensar na qualidade das imagens, mas também no vídeo que irá escolher, pois este vídeo precisará ser relevante na aprendizagem do aluno, não apenas para realizar algum entretenimento. Sendo assim, é imperativo mencionar que o cinema pode e deve estar presente nas atividades curriculares porque a partir do cinema existe uma variedade de assuntos que podem ser discutidos de maneira coletiva, pois quando enxergamos o uso do vídeo como recurso, passamos a entender que esta linguagem é um pouco diferenciada da linguagem usual e se conseguimos integralizar este uso ao planejamento didático, iremos contribuir em muito na aprendizagem dos alunos. Kátia Maria Abud (2003) mencionou que educadores preconizam a utilização do cinema como importante recurso didático no ensino de História, alguns ancorados na ideia de reprodução fiel do acontecimento passado, habilitando a construção do conhecimento histórico escolar, mobilizando operações mentais que conduz o aluno a elaborar a consciência histórica, forma de consciência humana relacionada imediatamente com a vida humana prática, e que se constitui, em última instância, no objetivo maior do ensino de História. (A construção de uma Didática da História: algumas ideias sobre a utilização de filmes no ensino-Katia Maria ABUD- História, São Paulo,2003). É válido mencionar também que dentro deste raciocínio, poderemos adicionar a esta argumentação o uso da imagem, pois ele nos concede também a possibilidade no ensino da disciplina de História para o desenvolvimento do conhecimento escolar. E como esse potencial da imagem permite inseri-la no conjunto de mediadores culturais participantes do processo de construção do conhecimento escolar? Isso é feito quando consideramos várias situações de natureza abstrata, as quais necessitam de complemento, de conhecimento na tentativa de compreendermos que tipo de mensagens esta imagem deseja proporcionar. Em vista disso, se faz necessária a capacidade do historiador de fazer com que as pessoas consigam captar a mensagem real desta imagem. Ulpiano Menezes (Professor emérito da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da USP) enfatizou onde estão envolvidas as noções de cultura visual e História visual citando o exemplo de Michael Baxandall (historiador de arte) que demonstrou como os fatos sociais conduzem ao desenvolvimento de hábitos e mecanismos visuais que se convertem em elementos identificáveis no processo de produção e no consumo de imagens focalizando ação os efeitos provocados, a produção e a sustentação de formas de sociabilidade, a legitimação de propostas de organização e atuação de poder das imagens. Peter Burke (historiador inglês doutorado na Universidade de Oxford) afirmou que as imagens podem ser tomadas como evidências ou testemunhos do passado, nos permitindo reconstruir este passado vividamente. Por isso que se faz necessário que o historiador, através do uso da imagem, tenha a capacidade de abordar a questão do uso das imagens fazendo uma busca mais apurada, determinando o ciclo completo da produção, circulação, consumo e ações destas imagens. [...]