TRANSFORMAÇÃO NO URBANO E PROBLEMAS AMBIENTAIS NO MUNICÍPIO DE ALTO GARÇAS.

Ana Paula Konrad

RESUMO.

Este artigo tem como objetivo discutir o crescimento populacional urbano e problemas ambientais, que ocorrem no município de Alto Garças através da intervenção do homem ao meio ambiente pela transformação da primeira natureza em segunda natureza, fato que vem ocorrendo com mais freqüência, quanto mais o mundo avança na era da tecnologia. Tem como área de estudo o município de Alto Garças, município que sua área urbana e pequena, este nasceu do garimpo e da pecuária, e se tornou um dos maiores produtores de soja para sementes do Estado de Mato Grosso. O município enfrenta sérios problemas ambientais, e urbanos, tais como, estradas com péssimas condições de uso, falta de áreas de lazer para a população, que não está livre da segregação sócio-espacial, onde, no espaço urbano vemos nitidamente desigualdades econômicas.

Palavra-Chave: Transformações no urbano, problemas ambientais.

INTRODUÇÃO

O Estado de Mato Grosso é o mais afetado pelo ato do desmatamento, o qual assume proporções preocupantes. Historicamente no Estado, após os anos de 1980, a produção no campo vai abrindo uma nova cultura, conhecida como a sojicultura, esta expande-se tomando o lugar do arroz e do gado existente na mesorregião sudeste, que antes já havia sido substituído pelo garimpo, que com o tempo foi ficando escasso.

No município de Alto Garças o soja começou a ser cultivada em 1978, segundo dados da SEPLAN MT (Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação Geral do Estado de Mato Grosso). Antes do soja o município produzia arroz, mandioca, cana de açúcar, hortaliças e garimpo, que contribuiu para a devastação do cerrado abrindo clareiras, notadamente na atividade garimpeira, atraindo levas de migrantes que, sem controle, derrubavam a vegetação ás margens dos rios. O cultivo da soja depende de grandes extensões de terra para as plantações, ocasionando a derrubada do cerrado mato-grossense.

Assim “abrem-se novas perspectivas de mudança no modelo de ocupação, podendo se intensificar o ritmo da degradação e acarretar impactos irreversíveis sobre um dos mais importantes biomas do país”. (MONTEIRO, 2006, p.11).

Segundo Araújo (2007), durante milhares de anos, antes da era tecnológica as atividades agropecuárias sobreviveram de forma extrativa, retirando apenas o que a natureza espontaneamente lhes oferecia. Não se utilizavam de altos avanços tecnológicos, fazendo assim somente uso das técnicas simples, como as adubações com materiais orgânicos (esterco e outros compostos), esta pratica era utilizada também no município de estudo.

Hoje a monocultura é uma atividade dominante no município, mas nem sempre foi assim. Há algumas décadas anteriores, predominava a policultura de subsistência. Como por exemplo a criação de: suínos, bovinos e aves; e o cultivo de: arroz, feijão, milho, café, cana-de-açúcar, mandioca, fumo, frutas e hortaliças.

De acordo com Monteiro (2006, p.122), uma das atividades mais impactante é a agricultura, como no cultivo do soja commodities, que rompe com a biodiversidade, convertendo o ecossistema em um agro ecossistema.

Este novo espaço que se configura no município, devido à produção do agronegócio, necessita de grandes extensões de terra para o cultivo, o que veio a ocasionar grandes derrubadas do cerrado, aumentando cada vez mais as áreas desmatadas. Portanto este artigo tem como objetivo discutir o crescimento da área urbana do município de Alto Garças ocasionado pelo novo modelo de produção, como as conseqüências ocorridas no ambiente urbano e rural, conseqüências, sendo desmatamento, crescimento das desigualdades sociais e implantação do modelo tecnológico cientifico. Deste modo a pesquisa foi efetuada através de revisão bibliográfica de dissertações de doutorado, mestrado e monografias de graduação e especialização, e demais obras sobre a temática urbana local e regional. Realizaram-se trabalhos de campo objetivando colher dados in loco nas áreas periféricas onde residem a população de baixa renda, organizou-se um arquivo fotográfico para demonstrar a realidade das moradias, estradas. Colheram-se dados na base estatística do IBGE, SEPLAN MT e utilizou-se para confecção do mapa da expansão da área urbana imagens de satélites LANDSAT 5 TM geoprocessadas no Arc Gis 9.2.

Portanto este trabalho é constituído de dois parágrafos, no primeiro e discutido uma previa do processo de urbanização em escala global ao local.

O segundo trata do desmatamento no município e os problemas ambientais no rural e no urbano, que foram se agravando com a expansão da fronteira agrícola, sendo esta expansão responsável pela derrubada do cerrado, e pela transferência dos moradores rurais para área urbana.