RESUMO

Este artigo abordará a terapia do comportamento como uma das estratégias de apoio para facilitar o relacionamento e o convívio com os colegas, das crianças com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade – TDAH. Essas crianças têm uma rotina de idas e vindas à coordenação escolar devido os problemas que geram com os professores e os colegas fazendo enfrentamentos diários. Atualmente muitas alternativas estão surgindo para auxiliar no tratamento dessas crianças além do componente medicamentoso e da participação efetiva da família, que em sua maioria, tem resistência em aceitar as dificuldades apresentadas pela criança. 

1 INTRODUÇÃO

Sabe-se que a criança com hiperatividade tem grandes problemas de comportamento devido à frequência da sua agitação, falta de atenção e impulsividade. Em qualquer tentativa de ajudar a reduzir ou eliminar a hiperatividade nas crianças, é essencial que os princípios de modificação de comportamentos sejam aplicados adequadamente por pais e professores.


Uma dos problemas mais comuns vividos pelo educador é o que se torna rotineiro dizer ”tem que controle de disciplina”. Descrevendo desta forma, dá a sensação de que há uma chave milagrosa que o educador manuseia para sustentar a disciplina. A disciplina da sala de aula está inteiramente vinculada a maneira da atuação docente, ou seja, da autoridade do educador.

2 TERAPIA DO COMPORTAMENTO

A autoridade do professor se apresenta do domínio do conteúdo que ensina a metodologia que adota, no jeito em conviver com a sala de aula e com as especificidades individuais, na função de dominar e medir o trabalho dos alunos. 

De acordo com Libâneo (2001, p. 21), “[...] a autoridade moral é o conjunto das qualidades de personalidade do professor: sua dedicação profissional, sensibilidade, senso de justiça e traços de caráter”.
Crianças demasiadamente inquietas, agitadas, com predisposição à agressividade, que chamam a atenção das pessoas pela dificuldade de compreender e obedecer às normas, às vezes, não alcançam produzir o prometido para sua idade, concebem um desafio diário para suas famílias e a escola.


Um pouco de teimosia é natural em algumas crianças e faz parte do desenvolvimento evolutivo dela. Entretanto, quando essas crianças, teimam, enfrentam, e desafiam de forma exagerada no dia a dia, seguido de ações agressivas, isso revela um distúrbio, sinal de que algo não está indo bem no seu relacionamento com os pais, com ela própria e com o mundo que a cerca, e esses motivos são fatores para serem investigados. 

A primeira providência da família ou do professor seria observar se essas atitudes, comportamento agressivo ou hiperatividade se estabelece de forma constante ou se apresenta de forma temporária (circunstancial) e se a criança mostra, em casa, problemas na convivência, falar, demonstrar emoções, entre outras. Deve-se analisar como ela brinca, se insiste nas brincadeiras, se fica mais tempo sozinha ou acompanhada por outras crianças. É necessário analisar também, sobre o clima familiar, observando o que e como está sendo cobrado da criança e a respeito da habilidade dos adultos em aceitar as atitudes dela. 

Em muitos momentos, a criança apresenta um comportamento mal interpretado ou mal entendido, por adultos que desconhecem o TDAH acreditando que é uma atitude de teimosia. Entretanto, essa é a maneira dela demonstrar sua curiosidade, sua ansiedade para sentir emoções e viverem novas experiências, não conseguindo segurar sua curiosidade. Vale lembrar que cada criança tem suas características de personalidade e tem reações diferentes. 

Simone Cardoso (1998, p. 45) mostra que é importante observar se a criança está apresentando uma conduta permanente e frequente, buscando uma compreensão maior desse comportamento e também ouvir um especialista para investigar se essa “[...] conduta possui uma causa orgânica, de fundo físico, o que sugere um tratamento neurológico e ou/ psicológico, ou se é uma influência do meio em que a criança vive”. A criança teimosa e a ausência de limites podem mascarar um descontentamento da criança com o meio em que está inserida e um desejo de alterá-lo; pode ser uma reação em protesto contra os pais ou contra as relações de conflito entre ele e os outros, e assim, ocultar uma carência afetiva. 

Em vários momentos, o professor acaba sofrendo, por ver a criança descontrolada e sozinha, e porque muitos pais se negam a aceitar que há algo a ser investigado, algum motivo está interferindo na aprendizagem da criança, que não é apenas uma displicência ou preguiça. 

Ainda na colocação de Cardoso (1998, p. 46), nunca é exagero mostrar que não há resposta exata, uma receita mágica que se amolde as crianças, devido a ausência de limites, que é apenas um dos muitos sintomas que esconde a hiperatividade. 

É imprescindível conhecer a realidade da criança e seu contexto familiar, bem como sua realidade social, percebendo-a e ouvindo-a (linguagem verbal e não verbal) com um olhar e escuta de paciência e com afetividade. 

É respeitável que o adulto institua limites na hora certa e conforme a compreensão da criança, pois atitudes de extremo exagero e negativas são danosas à formação e ao desenvolvimento da criança, porque poderá impedir seu crescimento motor, sua habilidade criativa e o exercício de seu modo pessoal de suportar e enfrentar o mundo.

A criança necessita conhecer os limites da sua independência e saber o sentimento de segurança, e que os adultos (pais e professores) estarão sempre prontos para auxiliá-la a enfrentar situações, podendo ajudar com modelos. É de grande importância esclarecer que todas as pessoas em torno dessa criança, se tornam pessoas com as quais ela segue de modelo para sua convivência diária com o outro.


Nota-se, que vários educadores não podem ser exemplo de identificação para seus alunos: ou porque pensam que não estão preparados para educar, por não possuírem conhecimentos e habilidades suficientes, e dessa forma, não apresentam firmeza em seus propósitos, ou por terem medo de utilizar sua autoridade, ou porque não, adquirem novos conhecimentos e experiências à respeito da faixa etária da criança, revelando assim, que não têm compreensão sobre o desenvolvimento infantil, e exigem das crianças, alegando que não estão preparadas para aceitar os comando.

[...]