Teoria de reminiscência em Platão
Por Daniel Alexandre Ngovene | 28/04/2020 | Filosofia- Conceito do conhecimento em Platão
“Conhecer é lembrar […] reactivar um saber total que se encontra em estado latente na razão, reencontrar um saber já adquirido que esta esquecido” (CHUI, 1995: 266). Na perspectiva de Platão os homens nasce com o conhecimento, conhecer é recordar de tudo aquilo que a alma viveu antes de ser aprisionado no carpo, o conhecimento ou a verdade, é a captação e a apreensão do mundo das Idéias, através de um progressivo e reminiscente aprendizado.
No entanto o conhecimento não é algo que se aprende na escola, com ajuda dos docentes os alunos consegue recoradar-se de todo o conhecimento que têm, mas não são todos os que chega a recordar de tudo, só e somente aqueles que chega a ser filosofos, estes têm a capacidade de contemplar o conhecimento verdadeiro.
A reminiscencia, entendida como estado mental da rememoracao, permite saber aquilo de que nos lembramos no momento em que nos lembramos disso. Nesse sentido, ela é um processo com duas faces: ao mesmo tempo reativacao de um conteudo latente ou recordacao (anamnesis) e verdadeira aprendizagem quando referimos essa lembranca a consciencia de ignorancia queo precedeu…” (Sperber apud idem, p.267).
Segundo Antiseri e Reale (1990: 148), na reminiscência a mente apenas recorde de tudo aquilo que viveu do outro mundo, não precisa de experiencia para relembrar tudo, podemos falar de que o conhecimento é a prior [1] A existência humana, nada se pode ensinar a um homem, porque o homem ao nascer trás consigo todo o conhecimento só pode-se ajudar o homem a recordar através das perguntas. A alma é imortal não morre com o corpo:
“… Á alma, reflecte assim: quando ela se fixa num objecto iluminado pela verdade pelo ser, compreende-o, conheci-o e parece inteligente, porem, quando se fixa num objecto ao qual se mistura as trevas, o que nas morre, só sabe ter opiniões, vê mal, alterando o seu parecer de alto a baixo, e parece já não ter inteligência” (PLATÃO, 1949: 308).
1.2 Crítica de John Lock
Segundo Lock (apud Biriante e Geque 2010: 99), o conhecimento é a posterior [2]A existência humana, o Homem não nasce com o conhecimento é ao longo da vida que vai aprender, que vai se adaptar, ao nascer o Homem é como um papel em branco que nada esta escrito, de acordo com este principio o Homem não nasce com o conhecimento é através da experiencia que ele vai conhecendo durante a vida.
- Imortalidade da alma
“… A alma imortal e tendo nascido muitas vezes e tendo visto tanto as coisas […] rememorar aquelas coisas justamente que já antes conhecia” (PLATÃO, [2005?]: 53). A alma ao se separar do corpo, vai passeando até se reencarnar aos animais ante se purificar para voltar a reencarnar-se aos homens, vai passar de corpo em corpo, não se reencarna uma vez mais por várias vezes. A alma é eterna, imutável, não sofre transformação mesmo passando de vários corpos, os corpos sofre transformações porque não são eternas. Ora, a alma de um filósofo só alcançara a verdade quando estiver separado do corpo, este é o obstáculo para a alma chegar a verdade, cada ser humano é composto de um corpo físico e de alma não física. A alma pensa muito melhor quando não tiver nada para acomoda-lo que seria as partes que constituem o corpo.
O verdadeiro filósofo não é aquele que se preocupa com bens matérias, é aquele que luta para ajudar a alma para se libertar ao mais rápido possível do corpo. Existem dois tipos de almas aquelas que são dominadas pelas riquezas e aquelas que não são dominada pelas riquezas. Só aquelas que não dominadas pelas riquezas que chega ao conhecimento puro. Os homens podiam purificar-se as suas almas, para melhor se preparar para a morte, a morte não é o fim da vida, é o início de outra vida.
Segundo Platão ([2003?]: 15), a morte é a separação do corpo e a alma, mas está sai do corpo não esta purificada, mas sim contaminada com as paixões individuais, com agressividade com sensível e com o que contribui com para acção e violência contra o próximo, valorizando os prazeres do corpo. A alma ainda compartilha com o meio corpóreo tendo como o verdadeiro somente as coisas sensíveis que podem ser trocadas assim não conseguindo realizar a separação, vagando pelo estado visível pegando pelo seu modo de viver até que o corpóreo que está empregado nela, ligue-a, um corpo que esteja acostumada a viver com o seu modo de vida no passado irracional. A ignorância é a característica da alma que se apega ao corpo, sendo a filosofia a virtude das almas que alcançam a liberdade.
CONCLUSÃO
Este trabalho teve como objectivo de investigar a relevância da teoria de reminiscência, durante a pesquisa falara-se do conhecimento e a imortalidade da alma. Ao terminar o trabalho conclui-se que, o Homem ao nascer traz consigo as ideias, mais cabe a ele adaptar-se a uma determinada sociedade para que haja entendimentos entre os homens por essa razão, ele deve ser educado para que saiba conviver com as outras pessoas enquanto guarda aquele conhecimento que nasceu com ele, só depois de ter aprendido as regras da sociedade ou da comunidade é que pode aplicar ou usar aquele conhecimento que nasceu com ele. Se for assim teremos um estado bem organizado, embora que cada um possua um determinado conhecimento podemos, sim partilhar de acordo com o ponto de cada um.
Referências bibliográficas
ANTISERI, D e REALE, G. (1990). História da Filosofia: antiguidade e idade média. São Paulo, Paulinas, V.1.
BIRIATE, Manuel e GEQUE, Eduardo. (2010). Pré-universitário: Filosofia 11. Maputo, Longman.
CHUI, Marilena. (1995). Introdução á Historia de Filosofia: dos pré-socraticos a Aristóteles. 2.ed., São Paulo, Brasiliense, V.1.
PLATAO. [2003?]. Fédon. Trad. Carlos Albertos Nunes. [s.l, s.n]
. [2005?]. Menon. Trad. Maura Iglesia. [s.l,s.n]
. (1949). A Republica. Trad. Maria Helena da Rocha Pereira, 7.ed., Lisboa, Colouste Glbenkian.