INTRODUÇÃO

Durante largos anos de experiência no ramo de educação, temos vindo a verificar grandes debilidades na selecção adequada dos métodos de ensino para a direcção perfeita do processo de ensino-aprendizagem. As investigações realizadas, provaram que a má alocação dos métodos de ensino, têm uma grande influência no insucesso escolar.

Entende-se que os métodos de ensino-aprendizagem são expressões educacionais e, ao mesmo tempo, uma resposta pedagógica às necessidades de apropriação sistematizada do conhecimento científico em um dado momento histórico representando um processo dialéctico de produção. A palavra Método vem do latim methodus, que significa caminho para chegar a um fim; conjunto de procedimentos técnicos e científicos; ordem pedagógica na educação; sistema educativo ou conjunto de processos didácticos. Comenius (2002)

Segundo Marcy (2001), método é o caminho, e a técnica é como "fazer", como percorrer esse caminho. A metodologia didáctica refere-se, então, ao conjunto de métodos e técnicas de ensino para a aprendizagem. A escolha da metodologia de ensino-aprendizagem é feita de acordo com o aluno, suas características cognitivas escolares, com o conteúdo, sua natureza, sua lógica e com o contexto, ou seja, as circunstâncias e condições do aluno, do professor, da escola e da comunidade.

Assim, ao abordar métodos de ensino-aprendizagem, trata-se de um caminho para se chegar ao objectivo proposto. No caso específico da educação escolarizada, o fim último seria a aprendizagem do aluno de maneira eficaz. Diante disso, os métodos deveriam propiciar ao aluno aprender de maneira eficiente os conteúdos culturais sistematizados pela humanidade, bem como a aprendizagem de valores, comportamentos e acções úteis à sociedade em cada momento histórico. Dewey (1953)

Portanto, os métodos de ensino-aprendizagem não devem ser lidos e compreendidos de maneira superficial, a partir de leituras descontextualizadas e aligeiradas, pois cada método procurou dar conta de promover aos educandos a apropriação do conhecimento necessário a cada momento histórico. Por isso, é Importante salientar que as posições pedagógicas nunca foram unânimes ou homogéneas. Duarte (2005)

Segundo Marcy (2001), a palavra técnica, tem sua origem justificada no como fazer o trabalho, como desenvolver seu processo de construção, seus procedimentos e seu encaminhamento. Etimologicamente, técnica significa: processo de fazer algo, ou como faze-lo, como realiza-lo.

Destacam-se, portanto, na escolha e na aplicação dos métodos e técnicas, as características do contexto, observando-se duas questões de fundo: o valor da autonomia docente e o propósito do ensino comprometido com a aprendizagem e aquisição do conhecimento, entendendo-o como direito da vida do cidadão. Rangel e Mary, (1990)

Actualmente muitos educadores procuram entender e responder aos desafios da educação considerando somente os elementos da contemporaneidade. Numa época de transformações não só nas esferas políticas e sociais como também nas científicas e pedagógicas, os processos de ensino objectivam viabilizar a aprendizagem para todos. Assim, a multiplicidade de sujeitos, saberes, espaços e tempos não pode ser secundarizada nas práticas escolares. No entanto, apesar de todas as questões que envolvem esta multiplicidade, ressaltaremos as contribuições da Didáctica no processo histórico.

 Pimenta (2001), aponta que entre essas contribuições está a necessidade de promover uma “revisão dos temas clássicos da Didáctica (ensino, aprendizagem, finalidades do ensino, objectivos, conteúdos, métodos, avaliação) concretamente considerados; revisão dos referenciais históricos e novos conceitos”.

Os processos educativos contemporâneos, numa sociedade capitalista, são produtos de transformações económicos, políticas, científicas e tecnológicas. Portanto, a educação, enquanto uma expressão e resposta a essas transformações, precisa ser analisada a partir de um movimento histórico, pois muito do que se faz hoje nas escolas tem origem em teorias pedagógicas clássicas, certas vezes desconhecidas pelos professores. Onde é fundamental ter em conta as dinâmicas dos métodos de ensino-aprendizagem. Comênio (1670) e Rousseau (1778)

Assim como Comênio, Rousseau (1778) também pode ser considerado um dos teóricos que influenciou a educação, principalmente a educação de crianças. Em sua obra “Emílio”, trata dos princípios para evitar que o aluno se torne má, já que o pressuposto básico é a crença na bondade natural do homem. A educação tem dois aspectos considerados essenciais: o desenvolvimento das potencialidades naturais do aluno e seu afastamento dos males sociais. Para Rousseau, a sensibilidade do aluno deveria ser educada. Na educação dos alunos, o ambiente propício para educar é o ambiente rural, para que pudessem desenvolver-se em contacto com a natureza. Para que isso se efective é necessário que o professor tenha habilidades para adequar os métodos exactos em cada situação educativa.

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