Este artigo visa exprimir o foco momentâneo que é dado a traços de nossa personalidade durante o cotidiano. Será explorado o conceito multifocal, explicitando as facetas que o tal possui e como, ao gerir de maneira benéfica tais talentos, as pessoas podem ser potencializadas por seus atributos e aptidões pessoais.

         Cotidianamente, somos deflagrados a assumir distintos papeis sociais frente a habilidades que possuímos. Seja em casa, no trabalho ou ao aprender um novo idioma, somos desafiados a assumir posturas distintas e isso utiliza cargas de energia pessoais nossa, para que o protagonismo de nossa existência seja dominado por uma de nossas “atuações pessoais”, chamado, por mim, de “personas”.

         Quando, pela manhã, você desperta e toma o caminho devido para seu trabalho, sua postura de descanso é automaticamente substituída por um modus operandi distinto a este – algo mais ativo e centrado – para que seja desempenhado um bom papel profissional. A “chave” principal muda, todavia ainda tratamos da mesma pessoa, ainda que dotada de uma postura diferente.

         De quantas “personas” distintas podemos ter “controle”? Como lidar com o acúmulo de diferentes e distintas “tonalidades” de um mesmo ser e achar o equilíbrio para isso? Ao se adquirir novas capacitações, nos tornamos detentores de um leque maior de possibilidades e quiçá de misturas. Tais atributos tornam-se “ferramentas pessoais” nossas que os “multifocais” são detentores.

         Para balancear tais “páginas” de nossa existência, devemos fazer a rotatividade constante para que “todas” venham para a vivência e possam ser saciadas à sua maneira. Conforme novos conteúdos sejam acrescidos à nossa existência pessoal, a rotatividade se torna mais dinâmica e ampla – assim como foi retratado em “Divertidamente”.

         O foco não deve recair somente em, essencialmente, uma porque esta ficará favorecida e as demais cobraram o devido espaço no cotidiano. A mescla, ou miscelânea, de mais de uma delas fará com que o bem-estar possa ser amplamente aproveitado e vivido de maneira ímpar, tendo o potencial pleno sido atingido.

         Ao direcionar a atenção de maneira diversificada, o rol de opções tende a se abrir e a existência a se abrilhantar. Arriscando sair da dita “zona de conforto”, descobrimos que somos mais do que imaginamos ser e podemos chegar mais longe em nossos “seres”. Ao abrir o leque de opções de nossa abrangência, abarcamos mais “personas” à nossa personalidade e teremos dominância do “ser” frente ao “não ser”.

         Proporcionando essa mudança de visão, e proporcional aos novos aprendizados e vivências, nos tornamos aptos a aprender cada vez mais e a conhecer novas possibilidades que não nos dotávamos capazes de absorver. As “personas” antigas podem até ficar chateadas por não terem a devida atenção, mas o aprendizado e a devida absorção desses novos modus operandis podem gerar fusões internas que serão úteis para transformações futuras.

         Assim sendo, podemos constatar que o “novo” pode atrair boas práticas e aprendizados valiosos. A fusão de novas “personas” com as ditas “antigas” pode realizar novas criações e servir de inspiração para novas percepções. Tais frutos, devidamente colhidos, podem ser de grande valia e impactantes para a plenitude de uma boa vida, além de abrirem novas perspectivas dela e serem bases de inspiração para criar novas habilidades e “zonas de conforto” mais amplas, desse modo flexibilizando a nossa convivência com o mundo e os seus prazeres.