INTRODUÇÃO 

Este relatório tem finalidade de apresentar as atividades desenvolvidas durante o Estágio Supervisionado I, no VII período do curso de História, da Faculdade de Itaituba-FAI, visando apontar a importância do Estágio Supervisionado para um acadêmico de licenciatura, possibilitando visão geral do curso, bem como, trazendo à tona a prática de toda teoria desenvolvida durante a faculdade, assimilando as metodologias aprendidas, utilizando de procedimentos baseados na real experiência.

Neste trabalho são expostas as leis que regem o Estágio Supervisionado, seu histórico e sua importância, os procedimentos para sua realização e os relatos e experiências da acadêmica dentro deste projeto.

Neste relato estará caracterizada como campo de estágio a Escola Municipal de Ensino Fundamental Engenheiro Fernando Guilhon, relatando toda sua estrutura organizacional e física, seguida de um pequeno histórico da escola, com toda sua evolução em pró à comunidade de Itaituba.

Logo em seguida, conterá os relatos da acadêmica com a pesquisa, seus primeiros momentos, deste o processo de observação, atravessando a corregência e despontando na prática da regência, mencionando os métodos utilizados tanto pelos professores observados, quanto pela acadêmica em si.

Concluindo o trabalho apresenta-se a análise dos resultados, expondo as dificuldades do professor dentro de sala de aula atualmente.

2 REFERÊNCIAL TEÓRICO 

Os programas curriculares de ensino de História elaborados no Brasil a partir da década de 1970 voltaram-se para a formação de cidadãos críticos, capazes de compreender, interagir e intervir na realidade social. A inovação pautou-se na insistência dos especialistas sobre a importância da produção do conhecimento histórico na escola e da orientação para a compreensão da cidadania no mundo contemporâneo. Nas décadas seguintes, os professores conscientizam acerca do repertório de um saber docente que lhes pertence por ofício. A experiência docente é percebida como elemento de formação capaz de valorizar a função dos saberes empíricos dentre outros saberes.

Assim, as propostas de estágio dos cursos de Licenciatura Plena em História deveriam priorizar a formação docente por meio da concepção de história do professor, da compreensão de ensino e aprendizagem, da escola, da disciplina de História e a interdisciplinaridade e do contexto sócio cultural dos alunos.

Nesse sentido, a prática docente se processa a partir de questões diversas e perguntas constantes, assim como questionou Fonseca (1997):

Quem é este indivíduo que estamos buscando conhecer?

Por que e como recuperar suas vivências e recordações?

O que faz o professor na sala de aula e na vida?

Para quem trabalha?

O que produz?

O que é esta profissão?

Como compreender a construção da vida e da experiência dos sujeitos que lidam com o ensino na educação brasileira?

Nessa perspectiva o professor ganha voz, valoriza-se seu mundo, sua vivência, a força do ambiente sociocultural em que se encontra, as suas representações e práticas. Na concepção de Nóvoa (2003), a produção de práticas educativas só surge a partir de uma reflexão da experiência partilhada entre os pares. A escola é vista como local privilegiado, onde acontece o processo de formação e autoafirmação do aluno. Com isso, algumas suposições apontam para a reflexão sobre a prática docente no Brasil e, especificamente, a formação docente na área de História. É oportuno aprender a distinção dos objetivos da História ensinada no ensino Fundamental, daqueles pretendidos no Ensino Superior. Este último visa formar profissionais, no caso historiadores ou professores de História, para atuarem nos demais níveis do ensino.

O ensino de História deve contribuir para a formação de um indivíduo que enfrenta um cotidiano contraditório, de violência, desemprego, greves, entre outras situações. Este indivíduo deve ter condições de refletir sobre os acontecimentos, localizá-los no tempo histórico, estabelecer relações entre os diversos fatos políticos, econômico, cultural e religioso. Assim, o ensino de História deverá propiciar ao indivíduo o desenvolver-se como cidadão capaz de intervir na realidade.

Na escola, a disciplina de História apresenta alguns desafios que implicam rever e aprofundar o conceito de conhecimento histórico escolar. Este não pode ser entendido como mera e simples transposição de um conhecimento, como alegou Paulo Freire, que ao transformar os alunos em objetos receptores é uma tentativa de controlar o pensamento e a ação, leva homens e mulheres a ajustarem-se ao mundo e inibe o seu poder criativo (FREIRE, 1970). Assim, representações sociais de professores e alunos devem ser definidas de forma dinâmica e contínua na sala de aula. Desse modo, o estudo de História apresenta-se como um campo aberto, uma vez que agrega novos conhecimentos e leituras que permitem confrontar diferentes posições na sua organização teórica, procedimentos metodológicos e propostas operativas.

Entende-se que uma proposta para o Estágio de Licenciatura em História deve considerar o professor como educador que domina um conjunto de saberes e aprendizagens. Na proposta atual, supera-se a ideia de que para ser um bom professor seria necessário apenas saber História. Busca-se extrapolar a forma, uma vez que não é possível conceber uma metodologia de ensino deslocada da produção do conhecimento. Deseja-se, assim, a compreensão da totalidade do ato de conhecer.

É preciso saber ensinar e construir condições concretas para o seu exercício. Acredita-se que a formação do professor ocorre num processo contínuo por meio da prática docente, pela troca de experiências que ultrapassem os limites e possibilidades dos cursos de graduação (FONSECA, 1997).

Nessa conjetura os estagiários apreendem a complexidade da prática docente ao desempenhar o papel de mediadores entre o sujeito (aluno) e o objeto (conteúdo escolar), as diferenças de aprendizagem e linguagem entre os alunos, as deficiências nos cursos de formação e na escola, bem como a enorme distância existente entre o ensino acadêmico e a realidade da sala de aula no ensino Fundamental.

2.1 O ESTÁGIO SUPERVISIONADO, ORIENTAÇÕES INICIAIS PARA O ESTAGIÁRIO 

O Estágio consiste em uma disciplina regular obrigatória, prevista na estrutura dos cursos de licenciatura, nesse resumo focarei no contexto especifico do curso de Licenciatura Plena em História.

Sob a orientação de um coordenador acadêmico, um Professor Supervisor e de um Orientador no campo de estágio escolhido, o acadêmico deve executar com especificações orientadas em organizações, instituições ou escolas devidamente credenciadas, conforme previsto na lei 6494/77 CFE decreto nº 87497/82, com o objetivo de promover esse acadêmico ao grau de licenciado.

Os objetivos desse projeto, visa proporcionar ao acadêmico as condições de aplicar o conhecimento adquirido durante o curso de História na faculdade de forma concisa e prática, adquirindo experiência necessária nas situações do cotidiano das instituições, além de oportunizar experiências profissionais ao estudante, compatibilizar teoria e prática e relacionar o conteúdo do curso à experiência.

Conforme informações obtidas no manual   do Estágio Supervisionado (FAI, 2006/2007), em junho de 1972, ocorreu o Encontro Nacional de Professores de Didática, na Universidade de Brasília, com o intuito de melhorar a legislação educacional, tornando-se obrigatório o estágio de estudantes, acreditando ser de grande importância para iniciar os educandos no mercado de trabalho, com um contato prévio destes na profissão desejada. Já em dezembro de 1996, realizou-se em Natal o Encontro Nacional do Estágio Supervisionado de Administração (ENASCAD), cuja proposta final foi que os trabalhos de estágios deverão ser desenvolvidos em função das exigências das organizações onde são direcionados.

Esses trabalhos e a orientação do estágio deverá ter um acompanhamento e avaliação sistemática da instituição. O estágio deverá ser interpretado como ponto convergente do curso, carecerá também de um banco de dados no qual estejam inseridos conhecimentos por parte do aluno.  Necessitará ser um elo facilitador no ajustamento natural do aluno no campo de trabalho.  As horas dedicadas ao estágio deverão ser distribuídas em atividades teóricas e de campo. As instituições deverão gerar um sistema de controle para acompanhar os acadêmicos.  O produto final do estágio será em forma de relatório, conforme a metodologia da instituição de ensino e nas normas da ABNT, sendo esse utilizado para conclusão da matéria pertinente e a instituição deverá respaldar os estagiários com um instrumento legal concedida pela mesma.

No Artigo 1º, parágrafo 2º da Lei nº 6.494 sancionada em 7 de dezembro de 1977 determina que os estágios devem propiciar a complementação do ensino, integrando um treinamento prático aos estudantes de faculdades. Na sequência, o decreto nº 87.497 no artigo 2º, de 18 de agosto de 1982, baseado na Lei nº 6.494, considera estágio curricular, uma aprendizagem prática, social, profissional e cultural, proporcionada e coordenada a estudantes pelas instituições de ensinos. O artigo 3º desta mesma cita que este procedimento é uma atividade de competência da instituição que decide sobre a matéria, participando pessoas jurídicas de direito público e privado, que oferecerão a oportunidade de campos de estágio, colaborando no processo educativo. (FAI, 2006/2007).

Em 1998, com a Nova LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e com o Boletim IOB, Informações Objetivas – 40/93, pode-se realizar o estágio em duas situações: remunerado (o estudante podendo o realizar nas dependências da instituição que já trabalha, mediante  comunicação prévia para formalizar o estágio junto ao ministério do trabalho), ou não remunerado (quando o estagiário apenas utiliza uma instituição como campo de aprendizado profissional, tendo este também documentações com os termos de responsabilidade e desvinculação trabalhista).

Portanto, a finalidade do estágio é proporcionar a complementação do ensino na forma prática, proporcionando a este treinamento experimentado e aperfeiçoamento metodológico dentro das condições e dificuldades diárias no campo de trabalho pretendidos pelo estudante. 

2.2 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 

O Estágio Supervisionado tem a carga horária total de 216 horas, sendo essas distribuídas em 72 horas produzindo em sala de aula, 44 horas de abatimento com certificados, 20 horas de elaboração de relatórios, 20 horas de Observação, 20 horas de corregência, 20 horas de regência e 20 horas de projeto.

A parte prática é difundida em três fases específicas. A primeira fase consiste na observação do acadêmico em tudo sobre a instituição, estrutura, forma de documentos utilizados, planejamentos, administração da escola, os planos pedagógicos e principalmente, a observação do professor regente dentro de sala de aula com os alunos daquele estabelecimento, inserindo-se apenas como observador de problemas, soluções e metodologias, buscados pelos funcionários no dia a dia escolar.

A segunda fase está na corregência que busca aliar o estagiário ao professor regente, auxiliando-o em todas as atividades dentro de sala de aula. A corregência busca introduzir o estagiário dentro do processo de regência aos poucos, trazendo a ele a experiência prática com diários de classe e documentos obrigatórios aos professores.

A terceira e última fase do estágio está na regência, a prática verdadeira de tudo que observou e que auxiliou. É o momento em que o estagiário encontrará para poder ministrar as aulas, utilizando as metodologias aprendidas ou iniciando novos métodos. Nesse estágio o acadêmico terá a responsabilidade das aulas ministradas, sendo o objetivo dessa fase inserir completamente o aluno dentro do âmbito escolar como influenciador de opiniões.

Cada uma dessas fases são um complemento uma da outra, trazendo a prática ao acadêmico dentro da diversidade, do confronto e das relações sociais obtidas somente em cunho experimentado dentro das instituições de ensino. 

2.3 RESUMO DOS PCN´S DE HISTÓRIA DO ENSINO FUNDAMENTAL. 

A Educação Básica visa garantir aos estudantes acesso a conhecimentos socialmente relevantes para a cognitividade e intelectualização, para o pleno exercício da cidadania e para o futuro profissional. Direciona-se à valorização da utilização crítica e criativa dos conhecimentos, de modo a não objetivar somente acúmulo de informações e conteúdo.

Para tanto foram criados o Parâmetros Curriculares Nacionais, no intuito de orientar a prática docente eficaz, que ao buscar e encontrar respostas a problemas e entraves identificados no processo ensino/aprendizagem, objetive-se e concretize-se na transformação que possa atender às demandas da sociedade brasileira atual. “Os parâmetros oferecem mais um instrumento de trabalho para o cotidiano da escola”. (BRASIL,1998).

Os PCN’s são de abrangência nacional, o que possibilita ao aluno, de qualquer lugar do Brasil, o direito assegurado pelo Estado de acesso ao conhecimento elaborado para que dele possa dele nutrir-se e usufruir de frutos.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais reconhecem a realidade brasileira como diversa, e as problemáticas educacionais das escolas, das localidades e das regiões como múltiplas. ... no dia-a-dia das escolas e das salas de aula, a partir das contradições das áreas e recursos inerentes, da realidade local e educacional, que são construídos os currículos reais. (BRASIL,1998, s/p.).  

Em sua estrutura organizacional os PCN’s se iniciam com a exposição da concepção da área, para o ensino fundamental, em seguida, definem os objetivos gerais da área, expressando as competências e habilidades que os alunos devem desenvolver ao longo da escolaridade obrigatória Fundamental, explicitando a contribuição específica dos diferentes âmbitos do conhecimento.

Seus objetivos e conteúdos estão organizados em quatro ciclos (6º,7º,8º e 9º), “o que evita a excessiva fragmentação de objetivos e conteúdos e torna possível uma abordagem menos parcelada dos conhecimentos, permitindo as aproximações sucessivas necessárias para que os alunos se apropriem deles” (BRASIL,1998, s/p.).

Por meio dos PCN’s, os professores devem guiar seus alunos para que estes possam compreender a cidadania como participação social, assim como exercício de direitos e deveres políticos e civis, adotando, no dia a dia, primando pelas atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito. “Os educadores devem deixar claro a seus educandos que o diálogo é a melhor forma de mediar conflitos e auxiliar nas decisões coletivas” (BRASIL,1998, s/p.).

Os referidos parâmetros se apresentam como um currículo mínimo comum, ou seja, com um conjunto de conteúdos obrigatórios de ensino. As grades curriculares se referem ao programa de conteúdo de cada disciplina, de maneira flexível para promover discussões e reelaborações quando realizados em sala de aula, já que é o professor que as concretiza (BRASIL,1998).

Portanto, os PCN’s orientam a docência das disciplinas da grade curricular do ensino do 6º ao 9º ano, de forma clara e objetiva, buscando a melhoria da qualidade do ensino nas escolas, respeitando as diversidades regionais, culturais e políticas, existentes no país e, dessa forma, professores podem guiar seus alunos para que estes compreendam a cidadania como participação social e política.

No ensino e aprendizagem de História, o PCN descreve como ocorre a concepção de ensino, onde os fatos históricos podem ser entendidos como ações humanas significativas, para análise de determinados momentos históricos, citando também, a importância de escolhas didáticas coerentes para facilitar a compreensão de tais fatos. 

Por ser um documento de‚ âmbito nacional, esta proposta contempla a pluralidade de posturas teórico-epistemológicas do campo do conhecimento histórico. Ao valorizar professor e aluno com suas respectivas inserções históricas, como sujeitos críticos da realidade social e como sujeitos ativos no processo de ensino e de aprendizagem, ela assume a objetividade metodológica de como ensinar História. (BRASIL,1998). 

A proposta de História para o Ensino Fundamental apresenta reflexões amplas para estimular o debate da área. Objetiva levar os educadores a refletirem sobre a presença da História no currículo e a debaterem a contribuição do estudo da História na formação dos estudantes.

Ainda segundo o PCN, os personagens que desenvolvem ações individuais ou de grande reconhecimento podem ser considerados os sujeitos da história e acabam por tornarem-se significativos para estudos históricos. Esses sujeitos históricos podem ser trabalhadores, patrões, escravos, reis, entre outros. (BRASIL,1998).

O conceito de tempo histórico pode estar limitado ao estudo do tempo cronológico, que se refere ao presente, passado e futuro, mais diretamente à calendários e datas e pode ser apreendido a partir de vivências pessoais, pela intuição, como no caso do tempo biológico e do tempo psicológico interno dos indivíduos. (BRASIL,1998).

Objetivos de História (6º ao 9ºanos) –O PCN de História estipula objetivos para que os alunos possam ser capacitados, ou seja, para que adquiriram as competências e habilidades à disciplina de História em seus conteúdos programáticos:

  • Identificar o próprio grupo de convívio e as relações que estabelecem com outros tempos e espaços;
  • Organizar alguns repertórios histórico-culturais que lhes permita localizar acontecimentos numa multiplicidade de tempo, de modo a formular explicações para algumas questões do presente e do passado;
  • Conhecer e respeitar o modo de vida de diferentes grupos sociais, em diversos tempos e espaços, em suas manifestações culturais, econômicas, políticas e sociais, reconhecendo semelhanças e diferenças entre eles;
  • Reconhecer mudanças e permanências nas vivências humanas, presentes na sua realidade e em outras comunidades, próximas ou distantes no tempo e no espaço;
  • Questionar sua realidade, identificando alguns de seus problemas e refletindo sobre algumas de suas possíveis soluções, reconhecendo formas de atuação política institucionais e organizações coletivas da sociedade civil, as vistas de seu compromisso ético;
  • Utilizar métodos de pesquisa e de produção de textos de conteúdo histórico, aprendendo a ler diferentes registros escritos, iconográficos, sonoro;
  • Valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a diversidade, reconhecendo-a como um direito dos povos e indivíduos e como um elemento de fortalecimento da democracia. ” (BRASIL,1998). 

Conteúdos de História - Para o PCN, os conteúdos são escolhidos a partir da ideia de que conhecer as muitas histórias, de outros tempos, relacionadas ao espaço em que vivem e de outros espaços, possibilita aos alunos compreenderem a si mesmos e a vida coletiva de que fazem parte.

Os conteúdos de maneira a favorecer o conhecimento de diversas sociedades historicamente constituídas, por meio de estudos que considerem múltiplas temporalidades, propiciando a compreensão de que as histórias individuais e coletivas se integram e fazem parte da História expressam três grandes áreas para contribuir para a formação intelectual e cultural dos estudantes; (BRASIL,1998).

A proposta dos PCN’s de História sugere que o professor problematize o mundo social em que ele e o estudante estão imersos e construa relações entre as problemáticas identificadas e questões sociais, políticas, econômicas e culturais de outros tempos e de outros espaços.

O PCN considera que diante da diversidade de conteúdos possíveis, os professores devem fazer as escolhas daqueles que são mais significativos para serem trabalhados em determinados momentos ou determinados grupos de alunos no decorrer da escolaridade. Esses conteúdos devem ser adaptados e recriados pelas escolas e professores de acordo com a realidade local e regional.

Critérios de avaliação - observa-se que no processo de avaliativo o quanto é importante considerar o conhecimento prévio, as hipóteses e os domínios dos alunos, bem como, a relação com as mudanças que ocorrem no processo de ensino e aprendizagem. (BRASIL,1998). Nesse sentido, quanto aos critérios de avaliação destaca-se:

  1. Reconhecer algumas semelhanças e diferenças no modo de viver dos indivíduos e dos grupos sociais que pertencem ao seu próprio tempo e ao seu espaço.
  2. Reconhecer a presença de alguns elementos do passado no presente, identificando a participação de diferentes sujeitos, obras e acontecimentos, de outros tempos, na dinâmica da vida atual.
  3. Reconhecer algumas semelhanças e diferenças que a sua localidade estabelece com outras coletividades de outros tempos e outros espaços, nos seus aspectos sociais, econômicos, políticos, administrativos e culturais.
  4. Reconhecer alguns laços de identidade ou diferenças entre os indivíduos e os grupos. 

O professor deve identificar a apreensão de conhecimentos como conquistas dos estudantes, comparando o antes, o durante e o depois. Deste modo, a avaliação não mensura simplesmente conteúdo ou conceitos assimilados, mas sim, representa caráter diagnóstico, possibilitando, inclusive, ao educador, avaliar o seu próprio desempenho como docente, levando-o a refletir sobre as intervenções didáticas metodológicas, fazendo com que verifique possibilidades de como atuar no processo de aprendizagem dos alunos.

3 O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO ENSINO FUNDAMENTAL 

O Estágio Supervisionado no Ensino Fundamental maior, abrange as séries de 6º ao 9º ano, tendo como principal objetivo colocar o acadêmico, futuro professor, dentro das dificuldades difundidas diariamente em sala de aula, fazendo com que este se encontre como principal formador de opiniões para crianças em estado de formação no período da adolescência, descobrindo o melhor método de ensino nessa etapa e, como tratar das relações professor x aluno da melhor forma possível.

Como cita Paulo freire, não existe um processo de educação neutra. A Educação ou funciona como um instrumento que é usado para facilitar a integração das gerações na lógica do atual sistema e trazer conformidade com ele, ou ela se torna a "prática da liberdade", o meio pelo qual homens e mulheres lidam de forma crítica com a realidade e descobrem como participar na transformação do seu mundo. (FREIRE, 1970). Dentro desse pressuposto, a História entra como uma formadora crítica de opinião, não podendo, nós professores, apenas utilizar da conformidade em nossas aulas sabendo que nossos alunos estão em fase de descobrimento crítico do mundo e de si próprio.

Selva Guimarães Fonseca cita em seu livro Didática e práticas do Ensino de História que essa relação ensino aprendizagem deve ser um convite e um “desafio para os alunos e professores cruzarem e mesmo subverterem as fronteiras impostas” entre as diferentes culturas, grupos sociais e entre a teoria e a prática observadas ao longo do estágio e da vida (FONSECA, 2003).

Com isso, percebemos a importância como acadêmicos de termos a chance de conhecer a prática juntamente com a fase teórica que estamos completando na faculdade e com essa junção, poder aprender novos métodos de ensino, unindo o universo, tempo e espaço ao seu descobridor, o aluno.

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