RESUMO

O presente elemento, um resumo de segurança, diz respeito ao nosso trabalho voltado para a promoção para titular na Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE. O trabalho da tese foi dividido em duas partes. A primeira diz respeito ao tratamento que nós, seguidores de Duval, e o próprio, damos a alguns dos seus elementos e que aqui serão abordados: registro, representação e sistema semiótico. Estamos apresentando que tal questão tem impacto negativo na aprendizagem. Os principais elementos referidos possuem uma hierarquia a qual mostramos através de inúmeras citações, ao final propomos uma representação não semiótica para melhor entendimento. Desenvolvemos a questão discursiva apresentando como cada um dos citados elementos são percebidos por nós, em virtude dos trabalhos de Duval e de nós, seus seguidores. Fazemos um “debate” onde são apresentadas as inúmeras complicações dificultando compreender a teoria, de onde advém estes fatos e propomos, como já oposto, um quadro hierárquico. Para dá conta desta parte, trabalhamos com alunos de graduação e pós-graduação. Vários artigos, escolhidos de modo pertinente foram estudados por estes alunos. O universo total da pesquisa conta com 292 alunos assim distribuídos, envolvendo a Escola José Glicério, da rede estadual de Pernambuco; a Escola Professora Helena Pugó, referência da rede estadual de ensino do mesmo estado; o Curso de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); o Curso de Mestrado Profissionalizante do Centro de Sistemas e Estudos Avançados do Recife (CESAR). Metodologia: cento e vinte (120) artigos analisados; a tese de Duval observada por outro ângulo.

Palavras chave: Registro. Representação. Sistema Semiótico. Transformação. Conversão.

Introdução.

            A introdução de uma tese visa, em primeiro lugar, de modo mais extensivo que o resumo, despertar no leitor o interesse pela leitura pelo ponto de vista que este ou aquele trabalho pode contribuir com ideias a ser desenvolvidas. Sabemos, também, que a introdução de uma tese tem a função de descrever aquilo que se pretende fazer, alguns elementos abordados, mas sem ultrapassar o limite das informações. Mesmo porque eles deverão ser aprofundados durante o trabalho.

            É, portanto, fundamental observar que uma introdução não pode ser contraditória. Afirmar que X é um objeto e, depois, que X não é um objeto, somente faz sentido se ficar claro para o leitor que este é o problema da pesquisa. Há, portanto, em uma introdução, a necessidade de ser fiel ao trabalho que no momento se desenvolver e, por este motivo, estaremos tratando, inicialmente, da introdução de Duval (2004) para a tese Semioses e pensamento humano, registro semiótico e aprendizagem intelectual.

            Este trabalho é o primeiro fruto de nossa tese para promoção a titular na Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE. A tese tem o sugestivo título: Registros de Representação Semiótica: Propositura de Classificação Didática para melhor Cognição dos Elementos Base e investimento em Linha de Pesquisa proposta por Raymond Duval.

            Nele apresentamos que os elementos registro, representação e sistema semiótico vem disso usados como se fossem o mesmo ou, de uma forma ininteligível. Os elementos são distintos, tem ações distintas e obedecem a uma hierarquia.

1.1 – O Tratamento muito próximo entre os elementos base da teoria.

           

A primeira questão que pomos é um recorte neste texto. Nele não iremos abordar a linha de pesquisa proposta por Duval. A segunda é descrevermos a que elementos nos referimos e o que vem a ser tratamento muito próximo. Dizemos elementos base da teoria, aqueles referidos por Duval como:

  1. Registro de representação semiótica;
  2. Registro de Representação
  3. Sistema de representação semiótica;
  4. Sistema semiótico;
  5. Representação semiótica.

         Tais elementos aparecem na tese assim como estão aqui denominados.  Chamamos de tratamento muito próximo entre os elementos da teoria, ao uso de elementos, indistintamente, como responsável por uma dada e mesma atividade. De igual modo ao apresentado, ao dizermos o que não poderia está contido na introdução de uma tese, dizemos que o tratamento muito próximo é tomar que o elemento X é responsável pela atividade “A” e, mais tarde, tomarmos que o responsável pela atividade “A” é o elemento Y sendo X e Y elementos distintos.

            Vejamos exemplos genéricos de tal tratamento muito próximo.  O autor “fulano” nos diz: “necessidade de duas representações semióticas para a atividade da conversão”. O autor “sicrano” diz “necessidade de dois registros semióticos para a atividade da conversão”. O autor “beltrano” diz “necessidade de dois sistemas semióticos para a atividade da conversão” e, ainda, temos os elementos dispostos em “a” e “c” com este tipo de ocorrência.

            Poderíamos aqui considerar que isso está correto uma vez que na atividade de conversão os três elementos estão presentes. Ocorre que não é esta a forma que se considera ao chamamento dos elementos. Veremos que os três tipos de citações querem dizer que os elementos são os mesmos, tem a mesma função na atividade. Porém isso é uma impossibilidade descrita por Duval (2004).

 

1.2 – Hipótese.

            Existe um tratamento muito próximo entre os elementos da teoria proposta por Duval. Tal tratamento deriva, inclusive, da própria forma como Duval (2004) propõe seu principal trabalho.

 

1.3 – Objetivos.

Através de um trabalho bibliográfico:

  1. Apresentar as dificuldades de entendimento da teoria;
  2. Discutir possíveis soluções para depurar (a);
  3. Propor conceitos/definições que elimine o tratamento muito próximo;

 

 2 – A introdução de Duval (2004)

            2.1 – Distinção entre os elementos e o tratamento muito próximo.

Na deveria haver a necessidade de tanto esforço físico e mental, de dois anos de mensagens com Duval, de tanta investigação, para mostrar aos meus contrários que os elementos base da teoria de Duval, registro semiótico, representação semiótica, sistema semiótico e linguagens:

  1. Veem sendo tratados de forma muito próxima;
  2. São distintos;
  3. Têm funções distintas nos processos matemáticos.

Para tal basta observar Duval (2004) na introdução! Duval (2004, p. 13) diz: “A particularidade da aprendizagem das matemáticas faz com que estas atividades cognitivas requeiram a utilização de sistema de expressão (sistema semiótico – nota nossa) e de representação (representação semiótica – nota nossa) distintas ao da linguagem natural e das imagens”.

Ora, observamos no grifo que as atividades (matemáticas) requerem sistemas e representações sendo, estas ultimas, distintas; bem como sistemas e linguagens distintas e, imagem que se distinguem de todos eles. Assim temos a necessidade de:

 

1 – Sistemas semióticos;

2 - Representações semióticas;

3 – Linguagens;

4 – Imagens.

 

Desta forma não paira dúvida que os elementos são distintos. O que devemos entender sobre as imagens se estas não são aquelas usadas para nos reportar a um objeto uma vez que, para Duval, são as representações semióticas que nos reportam? Estas imagens são traços, sinal próprios da linguagem matemática como implica, donde, portanto tabelas, etc., o que tomamos em nosso trabalho como sendo registro semiótico e, às vezes, apenas imagens não matemáticas.

De igual modo nos basta a introdução para verificarmos haver uma grande proximidade no chamamento dos elementos. Observemos que, ainda em Duval (2004, p.13), temos que todos os elementos (sistemas semióticos; Representações semióticas; linguagens; imagens), são “sistemas semióticos de representação”. Pode-se aventar, neste momento, Duval (idem) está dizendo que todos os elementos podem ser denominados de sistema semiótico de representação e não, “simplesmente”, de sistema semiótico.

Tal debate não se sustenta. Quando Duval, pela primeira vez, fala em registro, o traz como registro semiótico de representação. Vejamos: Duval (2004, p.14) vem dizer: “O funcionamento cognitivo é ou não dependente da existência de uma pluralidade de registro de representação semiótica”? Assim, o funcionamento cognitivo, vem a depender, ou não, de todos os elementos onde sistema semiótico de representação “sinônima” registro semiótico de representação.

Sabemos por Duval (2004) que representação semiótica e sistema semiótico são elementos distintos. Estamos fartos de saber que para Duval (2013,2004) representação semiótica ou não, é tudo aquilo que nos remente a alguma coisa. Mais ainda, Duval (2004, p.34) nos diz que “a produção de uma representação externa só pode efetuar-se através da aplicação de um sistema semiótico”. Dado que os sistemas semióticos não se prestam a representar algo, eles produzem representações semióticas. Desta forma não são os mesmos elementos e não tem a mesma atividade no processo matemático.