Resumo

O presente artigo aborda sobre os impactos das queimadas na abertura de campos para o cultivo da agricultura para o sustento familiar em Milange na Zambézia. Registos arqueológicos indicam que o homem nos princípios da descoberta da agricultura usou o fogo para a limpeza do terreno com fim de apropriar-se dos vegetais entre outros. Neste contexto, o uso do fogo era uma prática viável, sendo assim, com o andar do tempo técnico foi se expandindo para outras regiões. Hoje uma parte do povoado do Tumbine em Milange aplica esta técnica pelo facto de não apresentar altos custos monetários para alguns produtores, acreditando ser uma técnica eficaz para abertura de campos de cultivo nestas comunidades.

Para (Capaina, 2017), Moçambique é um país repleto de instrumentos – políticas, estratégias, pacotes legislativos – para o desenvolvimento. O combate à pobreza, a desigualdade de género, o desenvolvimento rural, entre outros. Nos últimos anos, o Governo moçambicano tem estado a introduzir um leque de instrumentos na perspectiva do desenvolvimento socioeconómico das famílias. Além dos instrumentos normativos, estão os instrumentos de acção concreta. Entre estes últimos encontramos os mecanismos de empoderamento económico dos pobres.

Nas preocupações do governo sobre os problemas ambientais a prática de queimada esta sempre presente. Para Micoa (2007), a principal causa da prática de queimada em Moçambique tem a ver com a pobreza, isto porque as comunidades dependem do fogo nas diferentes actividades de uso de terra e o fogo mal usado culmina com a queimada descontrolada, provocando impacto negativo nos ecossistemas. Por conseguinte, a prática vem causando certos problemas para ao meio ambiente. Assim, para Peixoto et al. (2010), as respostas das plantas aos impactos das queimadas variam conforme a intensidade, a frequência e a duração das queimadas. Em Moçambique tem-se verificado a redução dos ecossistemas devido as várias práticas de uso da terra para a prática de agricultura, queimada, produção de carvão e exploração de lenha (Micoa, 2003). Com este artigo pretendo dar a entender sobre alguns impactos ambientais que advêm da prática da queimada na abertura de campos de cultivo, na Zambézia.

Palavras-chave: Erosão, Queimadas e Impactos Ambientais.

Introdução

Em Moçambique o factor pobreza no meio rural obriga o Homem a procurar de terras férteis para a prática de agricultura, com isso o fogo aparece como um meio apropriado para a abertura e limpeza dos campos devido a questão monetária no uso de tecnologias de ponta. Por consequências o aquecimento global e as alterações climáticas aparecem como os maiores desafios do nosso tempo. De referir que em dois mil, Moçambique teve as primeiras grandes inundações da década onde um milhão de pessoas ficaram desabrigadas e setecentas morreram. A agricultura, que é a actividade praticada pela maioria das famílias, é realizada em condições predominantemente de sequeiro e de forma manual, usando a enxada de cabo curto, em pequenas explorações num regime de consociação baseado em variedades locais de cultivos. Em alguns locais a campanha agrícola começa no mês de Setembro e vai até Agosto, e tem duas épocas dependendo do cultivo. As condições de sequeiro e a forte dependência das chuvas fazem com que a produção agrícola seja sazonal, (Capaina, 2017). O fogo é um dos distúrbios mais frequentes na natureza, podendo causar destruição da vegetação e da fauna, gerar inúmeros danos e perdas irreparáveis do ponto de vista conservacionista, ecológico e económico, afectando os componentes bióticos e abióticos do ambiente, (Koprski, 2005). Na abordagem anti-pobreza, a pobreza é vista como consequência do subdesenvolvimento e não da subordinação domestica. Esta abordagem pretende promover a produtividade dos pobres; reconhece seu papel produtivo e busca satisfazer as suas necessidades práticas de género relacionadas com a obtenção de ingressos, mediante a execução de pequenos projectos produtivos. Estas necessidades referem-se à situação material e à satisfação de demandas básicas, como alimentação, educação, saúde e outras (CRUZ, 1998) citado por (Capaina, 2017) [...]