Estou no ônibus que para em frente ao colégio. Da janela, vejo, com uma ponta de melancolia, o pátio de recreação repleto de crianças uniformizadas. Há um grupo, alvoroçado, que disputa desordenadamente uma bola de futebol; outro, mais ao
fundo, manuseia celulares e alguns apetrechos não identificáveis, e ainda mais outro, junto ao muro, que põe em dia uma conversa particular. Ainda antes que o ônibus dê a partida, ouço um sinal estridente que, com a certeza de quem já o vivenciou, deve
estar anunciando o fim do recreio e o retorno às aulas.