O racismo científico no Brasil, em meados do século XIX
Publicado em 04 de agosto de 2017 por Andreza Jucelly Severina da Silva
Resumo: O racismo científico chegou no Brasil, em meados do século XIX, precisamente em 1870, a margem da perspectiva do desmantelamento escravista, com a lei do ventre livre em 1871, o movimento abolicionista, como também a revolta da vacina.
O estudo positivista, e o modelo evolucionista de Charles Darwin sobre as espécies ganhou muita visibilidade no Brasil, apesar destas teorias estarem começando a ser desacreditadas na Europa, porém, as elites Brasileiras que estudavam em instituições como, a faculdade de direito do recife, e o Instituto Histórico e Geográfico de Pernambuco, visavam a construção de uma constituição pós 1888.
No Instituto Histórico e Geográfico de Pernambuco, se abordava um discurso mais nacionalista, porém, quando se tratava em miscigenação, olhava a sociedade brasileira de formação degradada, Poligênica, e de múltiplas genéticas. Daí a importância do estudo da Frenologico, que detectava as raízes cranianas de determinadas etnias, pós, segundo a perspectiva do mito camítico, os descendente de Cam são inferiores.
Na épocas das grandes navegações, Cristóvão Colombo, percebeu quando chegou na Jamaica, em cinco de maio de mil quatrocentos e sessenta e quatro as diferenças sociais, e logo as comparou com o homem africano, visto que, ambos teriam a capacidade racional pequena e estrutura física semelhantes.
A partir da análise do livro: O espetáculos das raças; cientistas, instituições e questão racial no Brasil entre 1870 a 1930, da professora e antropóloga da Universidade de São Paulo: Lilia Moritz Shwarcz, será ressaltado a comarca do recife exemplificando também a questão da Eugenia nos estudos psicológicos de Galton.
Palavras chaves: Racismo, sociedade, e história.
1- Introdução
Como era a aparência mentalística no Brasil em meados século XIX, sabendo das suas premissas pós-abolição da escravatura?. Será uno, como é ensinado na bíblia, na passagem do velho testamento: gênesis. E como se encontrava a política públicas para a sociedade “mestiça” e livre?. São perguntas importantes para se pensar no cenário da primeira República brasileira.
O objetivo deste artigo é explanar sobre o desenvolvimento das teorias positivistas e evolucionistas aplicadas no meio social, em 1870, especulando os patamares antropológicos, históricos e sociais destes, para compreender o pensamento e a forma de agrupar os indivíduos numa política de segregação racial.
É importante Frisar as influências do iluminismo na questão de liberdade, igualdade e fraternidade para formação de uma nação, porém, é importante ressaltar a discernir entre o pensamento da época, porque, na Europa as mentalidades positivistas sobre a sociedade estava começando a ser desacreditadas. Contrapartida, no Brasil, esse pensamento assumia novas roupagens, principalmente nas instituições privadas: na Faculdade de Direito do Recife, anteriormente sua sede estava localizada em Olinda, e no Instituto Histórico e Geográfico de Pernambuco.
Nestes espaços de saber científico, delineava-se a verossímil possibilidade de formar uma civilização ariana na sociedade brasileira, ressaltando que, isso significava a exclusão dos afro- brasileiros e indígenas.
Para a Faculdade de Direito do Recife, composta por membros da elite urbana, predominava o pensamento social-darwinista. Estes pensadores deliberaram um sentimento retórico de princípios liberais e científico evolucionistas, como, um palimpsesto de suas análises sociais. Acentuando que tais doutrinas chegaram no Brasil, por volta da década de 70, vinculada ao jogo político, para justificar as discrepâncias da população brasileira, que do ponto de vista de Lilia Schwarcz, é chamado de um “ imperialismo interno que exalta o atraso”, a “diferença” a “degeneração”, a “desigualdade” no século XIX.
Relacionada a influência do iluminismo, onde a razão e o pensamento científico explicava o meio social, os termos“ perfectismo e civilização”, estava ligado a esdrúxula noção do debate da filogênese e ontogênese, afirmando e delineiam a estrutura da aventura do espetáculo da miscigenação fatal e doente. A partir disso, criou-se a noção de um negro preguiçoso, malandro, vagabundo, ébrio, de estrutura psique pequena, louco, criminoso, e desta maneira, o mesmo deveria ser excluido para evitar a poluição da elite brasileira.
Também argumentava que os fumantes e consumidores de bebida alcoólica, tendiam a ter seus genes modificados, passando a genética degenerada para seus filhos, obliterando a noção de uma sociedade híbrida e em movimento.
“ Do darwinismo social adotou-se o suposto da diferença entre as raças e sua natural hierarquia, sem que se problematizassem as implicações negativas da miscigenação. Das máximas do evolucionismo social sublinhou-se a noção de que as raças humana não permaneciam estacionadas, mas em constante evolução e “ aperfeiçoamento”, obliterando-se a idéia de que a humanidade era uma.” (Schwarcz, Lilia Moritz. Pag 25.)
A teoria racial buscava disseminar o pensamento da melhoria do gênero humano, físico como também psicológico. Neste ponto de vista, os teóricos da elite brasileira sempre citavam pensadores e textos de filósofos, poetas e novelistas da História intelectual, como, o filósofo iluminista Rousseau, com a idéia de “perfectismo” cultural, Charles Darwin e seu livro evolução das espécies, Francis Galton e seu estudo eugênico. Tais posicionamentos teóricos estão afirmados na analise dos estudos médicos, antropológicos, sociológicos e psicológicos.
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