Em defesa “deles” deve-se dizer que são muitos os pais, mesmo os de primeira viagem, que se adaptam maravilhosamente à nova função. Para esses homens, quando chega a hora da verdade, desaparecem os preconceitos, reduzem-se as dúvidas, e até a carga de responsabilidade parece não pesar mais tanto. Eles se redimem e se tornam pais exemplares.

Claro que isso tudo não é conseguido assim, sem esforço, como se caísse do céu. É preciso emprenho, paciência, tolerância, compreensão e trabalhado..., muito trabalho. 

O processo começa no início da gestação. É quando o homem já deve mudar suas atitudes e adquirir certas características, se ainda não as possui, que serão fundamentais para o exercício da paternidade. Primeiro, vem a aceitação de que há algo novo – assim a relação do casal não será pior, apenas será diferente. É hora de pensar numa responsabilidade compartilhada, afinal aquela criaturinha que começa a ser gerada pertence aos dois, e que todo apoio deve ser oferecido à parceira, isso implica compreender as oscilações de humor, as reações agressivas diante de situações banais e outras circunstâncias em que a mulher age estranhamente por conta do desequilíbrio hormonal que se processa em seu corpo. Amor, carinho e um bocado de tolerância superam essa fase que, não pode se negar, muitas vezes é difícil para o futuro papai, mesmo que já tem filhos. 

A grande diferença na relação vai se mostrar quando o bebê chegar. Provavelmente, o casal terá de partir de então pouco tempo para si. Assim, o melhor a fazer é aproveitar o tempo de gestação para usufruir da companhia um do outro o maior tempo possível. É hora de programaram passeios, programas a dois, uma viagem de férias, se possível. Os laços afetivos serão renovados, o amor será reforçado e tudo ficará mais fácil, então. Na atual condição familiar em que o pai e a mãe trabalham, a carga financeira para o homem ficou reduzida. Porém, o futuro papai tem de se conscientizar que ela terá despesas extras com o bebê que não podem ser adiadas. Então, lazeres muito caros deves ser evitados, e não é o momento também para a realização de certos “sonhos de consumo” que venham a comprometer a renda familiar. Nenhum bebê precisa de luxo para se sentir feliz, mas o conforto e os cuidados médicos têm um custo e são essenciais. Ter uma reserva em dinheiro para custeio de possíveis emergências será de grande valia para a tranquilidade do casal, e isso não tem preço.

Treinando para ser papai

  1. Prepare o quarto do bebê você mesmo com o auxílio da mulher, faça a limpeza, a pintura, a decoração...

  2. Quando visitar amigos que têm bebês ajude nas tarefas, segure a criança, aprenda a trocar fraldas na prática. Brinque pra valer com crianças maiores. Isso vai dar dimensão do papel que irá exercer no futuro. O futuro papai verá que é até muito divertido e vai ganhar confiança.

  3. Acompanhe a futura mamãe na compra do enxoval e outros equipamentos para a chegada do bebê. Saber o que é e para que serve cada coisa será de grande avalia quando você estiver sozinho com o bebê.

  4. Ao escolher a maternidade onde dará o parto, repita o percurso da casa até ela, decore caminhos alternativos, anote o tempo que demora e deixe números de telefone sempre à mão. Às vezes, o bebê fica “apressadinho” para nascer e é preciso correr!

  5. Antecipe-se aos acontecimentos. Faça suas viagens, as tarefas e tudo que exija sua ausência de casa quanto antes da data do parto.

Raramente o homem adulto se sente completamente feliz com a relação que teve com seu pai. Muitos se queixam de que não foram assistidos como deveriam ser, que o pai esteve muito ausente durante sua infância e adolescência. Isso ajuda a planejar a relação que vai ter com o filho. Qual a imagem que seu filho terá do pai quando ele for adulto? Como fazer para ser um bom pai. 

O melhor caminho a seguir é procurar ser um pai mais presente, é observar aqueles que parecem ser pais excelentes e procurar imitar seus hábitos e até lhes pedir conselhos. Mas é bom que se saiba: ser um bom pai aprende-se na prática.

Durante a gestação, o homem precisa ser um marido melhor. É preciso ser mais companheiro e ajudar a mulher a passar esse tempo de desconforto físico; os sintomas da gravidez põem à prova a capacidade de tolerância. Serão meses de alterações de humor, de possíveis fases de depressão, de náuseas e vômitos, de manifestação de alergia a objetos comuns e a uma série imensa de alimentos e líquidos, de crises de azia, indisposição e dor de cabeça, acompanhadas de muitas queixas, situações embaraçosas, tais como ter que procurar por banheiros em qualquer lugar e hora, pois enjoos e vontade de urinar não acontecem apenas em casa. Tudo isso terá de ser enfrentado quer o homem queira ou não, então, é melhor que seja com paciência, amor, e se possível com bom humor