O Papel do Professor na Construção de uma Educação Inclusiva

Por alessandra aparecida avelino dos santos custodio | 24/09/2025 | Educação

 

Alessandra Aparecida Avelino dos Santos Custódio da Silva 

O Papel do Professor na Construção de uma Educação Inclusiva

A educação inclusiva tem se consolidado como um princípio fundamental para a garantia do direito à educação, respeitando as diferenças e valorizando a diversidade humana. O papel do professor, nesse contexto, é central, uma vez que ele atua diretamente no processo de ensino-aprendizagem, mediando práticas pedagógicas que podem favorecer ou dificultar a inclusão. Dessa forma, refletir sobre a formação docente e as estratégias utilizadas em sala de aula é essencial para compreender os avanços e desafios da inclusão escolar.

Os docentes precisam estar preparados para lidar com as múltiplas demandas dos estudantes, que podem apresentar deficiências, transtornos globais do desenvolvimento ou altas habilidades. Essa preparação não se limita a conhecimentos técnicos, mas envolve também o desenvolvimento de uma postura ética, sensível e comprometida com os princípios da equidade. Conforme aponta Mantoan (2015), a escola inclusiva exige uma mudança de paradigma, na qual a diferença é entendida como algo constitutivo da aprendizagem, e não como obstáculo.

No entanto, observa-se que muitos professores ainda não recebem formação adequada durante a graduação para atuar em contextos inclusivos, o que gera insegurança e dificuldades no trabalho pedagógico. A formação continuada, nesse sentido, é um instrumento indispensável para atualizar práticas, refletir sobre experiências e desenvolver estratégias inclusivas. O documento da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) já destacava a importância de investimentos nessa área, buscando fortalecer o trabalho docente em prol da inclusão.

Outro aspecto fundamental é a adoção de práticas pedagógicas diversificadas que atendam às diferentes formas de aprender. Recursos como jogos pedagógicos, metodologias ativas, tecnologias assistivas e adaptações curriculares podem favorecer a participação e o desenvolvimento de todos os alunos. Para isso, é necessário que o professor planeje aulas flexíveis, valorizando as potencialidades de cada estudante e promovendo a cooperação 


 

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entre os pares.

A escola, enquanto espaço coletivo, precisa também oferecer suporte ao professor, com equipes multidisciplinares, infraestrutura acessível e materiais adequados. Não se trata apenas de responsabilidade individual do docente, mas de um compromisso institucional. Como ressalta Carvalho (2017), a inclusão só se efetiva quando a escola, em sua totalidade, assume o compromisso com a diversidade, e o professor é parte de um processo maior de transformação educacional.

Assim, o professor ocupa uma posição estratégica na construção de uma educação inclusiva. Ele é mediador de aprendizagens, agente de transformação e protagonista na criação de ambientes que respeitam e valorizam as diferenças. Contudo, para que esse papel seja desempenhado de forma plena, é imprescindível o investimento em políticas públicas que garantam formação, suporte pedagógico e condições adequadas de trabalho.

Referências

BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008.

CARVALHO, Rosita Edler. Educação inclusiva: com os pingos nos “is”. Porto Alegre: Mediação, 2017.

MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer? São Paulo: Moderna, 2015.


 

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