O MEIO AMBIENTE CULTURAL E A ESCOLA PÚBLICA

Danilo Sobral de Oliveira¹

Maria Helena de Andrade2

 

RESUMO

A educação ambiental que o sistema educacional deve se preocupar é aquele que torna o educando um agente transformador e, portanto consciente de suas atitudes, tornando assim, a vida mais aprazível, bonita, completa e interessante. O objetivo é tentar entender o pensamento do jovem em relação ao ambiente cultural, em seguida, verificar se há uma mentalidade de respeito, conservação e zelo com o ambiente que está inserido, ou seja, a escola. Sendo assim, este estudo procura analisar a visão da escola pública, na pessoa do aluno, com o meio ambiente cultural. Nesse contexto, se procura compreender as dificuldades e desafios enfrentados pelo meio ambiente cultural no Ensino Fundamental II nas turmas de nono ano em duas escolas públicas. Neste nível os aprendizes almejam por desafios e inovações. No atual mundo conturbado que vive o jovem se faz necessário uma conscientização ambiental de modo a torná-lo um agente multiplicador da preservação ambiental.

Palavra-chave: Educação ambiental, ambiente cultural, escola pública.

 

ABSTRACT

Environmental education that the educational system should be concerned about is the one that makes the student a transformer agent and therefore conscious of his actions, thus making the most pleasant life, beautiful, full and interesting. The goal is to understand the thought of the young in relation to the cultural environment, and then try to create a mindset of respect, conservation and care for the environment it is inserted, ie the school. Thus, this study analyzes the view of public school, in the person of the student, with the cultural environment. In this context, it seeks to understand the difficulties and challenges faced by the cultural environment in Elementary Education II in the ninth year of classes at two public schools. At this level learners crave for challenges and innovations. In today's troubled world that lives the young is required environmental awareness in order to make it a multiplier agent of environmental preservation.

Keyword: Environmental education, cultural environment, public school.

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[1] Professor e Diretor do Instituto de Formação Tecnológica e Profissionalizante – INFOTEP, Mestre em Ciências Jurídicas pela Universidade Americana – Py. E-mail: [email protected]

2Professora de Matemática da rede pública de ensino, Psicopedagoga, Assessora Pedagógica e  Mestranda em Educação. E-mail [email protected]

 1. INTRODUÇÃO

O Brasil vem desde a década de setenta se inteirando e por fim construindo e homologando leis que abordam a questão ambiental nas Instituições de Ensino. Há uma preocupação do país em dizer para os profissionais da área educacional que é dever de cada um inserir no currículo a Educação Ambiental, no entanto, não fica explicito quanto aos procedimentos necessários e cabíveis para cumprir com tamanha responsabilidade. Nessa perspectiva surgiu uma inquietude acrescida de curiosidade da educadora e pesquisadora para conhecer o pensamento do educando sobre essa questão, em especial pelo meio ambiente cultural.

Assim, esse trabalho surgiu com o intuito de, por meio de questionário, juntamente com a teoria conhecer e entender o pensamento do aluno frente a cruel realidade da degradação do meio ambiente: natural, cultural, artificial e do trabalho, destacando o meio ambiente cultural, uma vez que, alguns aprendizes mesmo tendo as tecnologias digitais a sua disposição para pesquisar e se atualizar, não cultiva em si o zelo por uma praça, museu ou prédio escolar e principalmente pelos objetos tombados que lá estão. Desse ponto de vista, são norteadas as questões do questionário para entendimento do pensamento do estudante do Ensino Fundamental II da escola pública que também são conhecidos como nativos digitais. E assim, também conhecer a posição da escola pública no que concerne a Educação Ambiental.

Dessa forma, para a concretude e solidificação desse trabalho realizar-se-á uma pesquisa baseada em um estudo cientifico seguindo as linhas de: Educação, Educação Ambiental e Jurídica. A partir da interpretação das teorias, haverá então, o direcionamento da parte prática de forma simples e objetiva com a aplicação de um questionário focado no aluno, que abordará no seu interior a Educação Ambiental. Espera-se, com este trabalho, contribuir para pesquisas sobre o real pensamento do adolescente, aluno da escola pública, e desse modo aguçar a busca por uma vida digna com qualidade cultural.

2. O MEIO AMBIENTE E SUA IMPORTÂNCIA NA SOCIEDADE

 

A primeira vez que surgiu a expressão educação ambiental pela ótica educacional foi em 1965, na Conferência de Educação da Universidade de Keele na Inglaterra, na qual recomendava que a educação ambiental devesse fazer parte da educação de todos. De acordo com a Lei nº 6938/81 entende-se por meio ambiente o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.

2.1. Surgimento da Educação Ambiental no Brasil

A expressão meio ambiente cultural é quase desconhecida pela sociedade brasileira, uma vez que, segundo O Ministério da Educação e Cultura- MEC só quatro em cada cem brasileiros ouviram falar do documento chamado agenda 21 que é um conjunto de resoluções tomadas na conferência internacional Eco-92, realizada na cidade do Rio de Janeiro entre 3 e 4 de junho de 1992. Organizada pela ONU (Organização das Nações Unidas) que resultou em medidas para conciliar crescimento econômico e social com a preservação do meio ambiente. Na Agenda 21 cada país definiu as bases para a preservação do meio ambiente em seu território, possibilitando o desenvolvimento sustentável, a qual fora assinada por 178 países, incluindo o Brasil. Neste documento estão inseridas várias propostas práticas para garantir a preservação do Planeta Terra para as futuras gerações.

O Brasil está engatilhando quanto ao direcionamento de ações que visem em mudanças de atitudes significativas do homem direcionados a sua qualidade de vida. Um grande passo foi dado com a Conferência Rio 92 e as ações posteriores oriundas das diretrizes escritas na Agenda 21. Nesse contexto, fica explícito segundo Dias que o atual modelo econômico faz com que os cidadãos migrem da zona rural para a cidade. Com isto, o espaço urbano fica sobrecarregado nas áreas de educação, saúde, segurança, transporte proteção ambiental. Nesse panorama surge então, o acréscimo de doenças, falta de acesso à escola, desemprego, poluição, enfim um verdadeiro caos. Ainda do ponto de vista de Genebaldo há perda na qualidade de vida e redução da qualidade da experiência humana, deixando assim, uma lacuna na cultura do povo e, portanto causando o empobrecimento do patrimônio cultural.

Antes de usar na década de setenta a expressão educação ambiental, ela já era praticada, através de algumas iniciativas de educadores criativos por todo país, as quais estavam em grande parte relacionadas à ecologia. Prova disto é o livro Animais em Nossas Praias escrito pelo professor Carlos Nobre Rosa contando sua experiência com alunos da cidade de Jaboticabal, no interior de São Paulo. Na década de cinquenta, ele decidiu levar seus educandos para observarem o ambiente e a coleta de materiais fora da sala de aula. Em seguida teve outra experiência também gratificante com o professor João Vasconcelos Sobrinho, o qual iniciou a campanha de retorno do pau-brasil ao nosso país, planta esta que fora considerada extinta em 1920. Nessa linha de raciocínio verifica-se que não existia nenhuma abordagem, campanha ou documento retratando o meio ambiente cultural, ou ainda retratando este como uma das espécies do meio ambiente. Essa área do meio ambiente é recente em termos históricos e educacionais.

 2.2. O Meio Ambiente Cultural no Brasil

 

Os brasileiros ao longo dos anos veem transformando o ambiente a seu favor de forma rápida e contínua, sem um planejamento adequado direcionado de forma coletiva a preservação e conservação do meio ambiente em qualquer uma de suas espécies: meio ambiente natural, meio ambiente artificial, meio ambiente cultural, meio ambiente do trabalho e patrimônio genético. Ou seja, não existe uma cultura de formação enraizada na sociedade quanto à preservação do meio ambiente em qualquer de suas faces, principalmente nos jovens direcionadas a cuidar do espaço em que vivem rumo à qualidade de vida.  Acredita-se ser este o desafio do século.

A sociedade acredita lamentavelmente que o patrimônio público, seja uma carteira escolar, uma praça, uma estátua, uma música, um museu, um prédio público, enfim um bem público não tem dono e por isso destrói sem piedade, tornando o local ou objeto feio, sujo e sem vida. Certa vez, um aluno estava pichando uma mesa numa determinada escola da rede pública e a educadora vendo-o efetuar a atitude negativa chamou sua atenção e em seguida pediu ao aluno para limpar a mesa. O aluno disse: não sei por que você se incomoda tanto, a mesa não é sua. Essa mesa não tem dono.  Segundo Ramos Rodrigues o homem enquanto ser pensante e atuante necessita preservar o meio ambiente cultural onde interage sob pena de gerar um empobrecimento cultural.

Em nível de esclarecimento, vale salientar que patrimônio é tudo aquilo que pertence ao povo. É a herança do passado e o que é construída hoje. É obrigação de toda sociedade, preservar, transmitir e deixar todo esse legado, às gerações futuras. Dando continuidade, é cabível dizer, que do património cultural fazem parte bens imóveis tais como castelos, prédios públicos, igrejas, casas, praças, conjuntos urbanos, e ainda locais dotados de expressivo valor para a história, a arqueologia, a paleontologia e a ciência em geral. Nos bens móveis incluem-se, por exemplo, pinturas, esculturas e artesanato. Nos bens imateriais considera-se a literatura, a música, o folclore, a linguagem e os costumes. Patrimônio público são todos os equipamentos públicos, tanto municipais, estaduais e federais, são ruas, avenidas, praças e jardins, prédios públicos, ou qualquer área de preservação pública, delegacias de policia, repartições governamentais, todo e qualquer equipamento de uso dos funcionários públicos, viaturas, máquinas, produtos eletrônicos, enfim tudo aquilo que é comprado ou feito com dinheiro proveniente de impostos pagos pelos contribuintes, é considerado patrimônio público. Patrimônio cultural se refere a tudo aquilo que tem referência cultural, pode ser ou não bem público, museus e bibliotecas particulares ou não, imóveis particulares ou do poder público, acervo de quadros, selos, moedas, artes, música, há aqueles que são tombados pelo poder público então além de ser patrimônio público, são também patrimônio cultural, e cabe ao Estado de modo geral garantir as condições e segurança tanto de patrimônio público quanto cultural que esteja sob seu controle e guarda. Diante do exposto, fica entendido que o patrimônio público direcionado a escola pública está inserido no patrimônio cultural e sendo assim faz parte do meio ambiente cultural.

O meio ambiente cultural surgiu pela primeira vez na história do país na Constituição de 1988 no artigo 216. Considera-se meio ambiente cultural o patrimônio cultural nacional, logo se entende, numa visão constitucional, que o patrimônio cultural brasileiro é constituído dos bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, nos quais se incluem entre tantas: as formas de expressão e os modos de criar, fazer e viver. Partindo do pressuposto que este tipo de meio ambiente é visto como uma das faces da educação ambiental é um elemento formador da história e identidade de um povo. É aquele que torna a vida humana mais bonita, mais viva e, portanto mais interessante. Para Fachin não basta sobreviver, mas sim sobreviver com qualidade e dignidade cultural. Na visão de Vettorazzo o meio ambiente cultural está vinculado à existência de diversas culturas que de alguma forma estão relacionadas ao processo de formação da nação, seu exercício está atrelado à dignidade da pessoa humana e à garantia de uma qualidade de vida salutar.

3. EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA

 

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação- LDB retrata em seu artigo 26 que os currículos do Ensino Fundamental devem incluir a educação ambiental, de forma integrada aos conteúdos obrigatórios, ou seja, cada disciplina ou área de ensino deve internalizar a educação ambiental em sua prática. Os parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental II na área de Matemática pautam as questões ambientais como um trabalho interdisciplinar, o qual a Matemática ajuda na compreensão dos fenômenos que ocorrem no ambiente como: poluição, desmatamento, e desperdício atuando como uma ferramenta essencial em procedimentos matemáticos, referenciando: formulação de hipóteses, realização de cálculos, coleta, organização e interpretação de dados estatísticos e prática da argumentação. No entanto, não há um olhar centrado e direcionado no trabalho dos docentes desta disciplina. A Lei nº 6938/81 em seu artigo 2º informa que o ensino da educação ambiental abrangerá todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade com o objetivo de capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.

Diante do exposto nas leis, as quais referenciam a questão da educação ambiental na escola está explicitada de forma abrangente e não diretiva, uma vez que, citam o que deve ser feito, mas não dizem como fazê-lo. Dessa forma, os docentes de maneira geral, isto é, independente da área de conhecimento não dispõem ainda de documentos com os quais norteiem sua prática pedagógica direcionada à questão ambiental. É cabível a ele, enquanto profissional da educação, ser criativo e proativo, conforme foram alguns mestres nas décadas de sessenta e setenta no Brasil.

 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

 

A maneira cabível, sem dúvida, a mais eficaz, de conhecer a realidade de uma escola é conversar e trabalhar os educandos de forma processual e contínua. Sendo assim, foi elaborado e aplicado um questionário com cinco questões em duas escolas da rede pública de ensino, tendo em comum exclusivamente a docente de Matemática. Esse questionário surgiu de uma curiosidade da educadora para verificar o nível de envolvimento e conscientização dos alunos com a educação ambiental (EA), especificamente com o patrimônio cultural, uma vez que, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação cita que a instituição pública de ensino fica incumbida de incluir em seu currículo a EA nos seus quatro níveis: meio ambiente natural, meio ambiente artificial, meio ambiente cultural e meio ambiente do trabalho. Para não expor as escolas será denominado a primeira situada no bairro João XXIII em Fortaleza- Ceará de Escola A e a segunda localizada na grande Jurema em Caucaia-Ceará de Escola B.

O questionário aplicado na Escola A com vinte e um alunos voluntários de uma turma de trinta e dois constatou que na primeira questão “O que você entende por meio ambiente?” por ser dissertativa abria diferentes possibilidades de resposta. Entre as várias respostas as mais citadas pelos alunos foram: meio ambiente é o lugar onde se vive; meio ambiente é o local onde tem animais e plantas; meio ambiente é o local onde tem seres vivos; meio ambiente é quando o local está limpo. A questão número dois “Cite duas atividades de Educação Ambiental realizadas em sua escola e que você tenha participado” continua na mesma linha, por isso, teve variadas informações, no entanto, oito alunos escreveram o projeto Reciclar é preciso e sete relataram um projeto executado pela professora de Matemática na construção de gráficos e tabelas, no qual fora utilizado a conta de luz de cada educando, em seguida houve a explicação dos passos para reduzir o consumo de energia e assim economizar energia e, portanto água. A questão de número três está ilustrada no gráfico da figura 1. Nessa questão, eles poderiam marcar mais de uma alternativa, ou seja, caso fosse vislumbrado a EA em todas as disciplinas, ele poderia eleger todas as alternativas. As disciplinas mais marcadas foram Matemática e Ciências a seguir veio Geografia. Chamou a atenção e causou surpresa foi o fato de que todas as disciplinas foram marcadas, embora que em quantidades diferenciadas. Nessa perspectiva fica evidente o empenho dos docentes desta Instituição que mesmo sem capacitação e recursos estão fazendo a diferença por serem ousados, motivados e proativos.

 

            Figura1

Na figura 2, a qual aborda a questão de número quatro, dos vinte e um alunos respondentes, treze responderam que aplicam os conhecimentos adquiridos na escola, com relação ao meio ambiente, em casa ou na comunidade e indagado a justificativa destes oito escreveram que orientam os pais e irmãos mais novos a economizarem energia e não jogar lixo no chão de casa, os demais se reportaram dizendo que conversam com os amigos para não jogarem lixo na rua.

 

Figura2

Verificando a figura 3, a qual cita os resultados da questão de número cinco. Nessa questão, os jovens tiveram a oportunidade de marcarem mais de uma alternativa, dependendo da visão de mundo e opinião de cada um ou poderiam marcar uma única opção, caso fosse vislumbrado que todos os quesitos estavam corretos. Diante dos dados expostos na figura 3 fica constatado que na visão de mundo de alguns somente o ar, o céu, os animais, o vento e a chuva fazem parte do meio ambiente. Dos vinte e um respondentes, dez enxergaram que todas as opções fazem parte do meio ambiente em uma de suas faces seja natural, cultural, artificial ou do trabalho.

Figura3

Quanto ao questionário, deixando explicito que os dois questionários eram iguais, aplicado na Escola B com onze alunos voluntários de uma turma de vinte e nove constatou que na primeira questão “O que você entende por meio ambiente?” por ser dissertativa abria vários leques de possibilidades de resposta. Entre as várias respostas as mais indicadas pelos alunos foram: meio ambiente é tudo que existe no mundo; meio ambientes são as ruas limpas; meio ambiente é tudo aquilo que está ao nosso redor; meio ambiente é o espaço em que vivemos. Dando continuidade com a questão número dois “Cite duas atividades de Educação Ambiental realizadas em sua escola e que você tenha participado” o maior quantitativo escreveu respostas idênticas, ou seja, oito educandos retrataram a feira cultural, em que uma das atividades foi trabalhar a reciclagem e cinco abordaram o projeto dos gráficos e tabelas da disciplina de Matemática, fazendo uso da conta de luz com dicas de economia de energia. A questão de número três está ilustrada no gráfico da figura 4. Nessa questão, eles poderiam marcar mais de uma opção, ou seja, caso fosse vislumbrado a EA em todas as disciplinas, ele poderia eleger todas as opções. As disciplinas com maior pontuação foram Matemática e Ciências, em seguida ficaram pontuadas Geografia e Educação Física. Notoriamente que a EA não está embutida na mente de todos os professores e, portanto não há um trabalho coeso.

       Figura4

Na figura 5, a qual a retrata a questão de número quatro, dos onze aprendizes respondentes, oito responderam que aplicam os conhecimentos adquiridos na escola, com relação ao meio ambiente, em casa ou na comunidade e perguntado a justificativa destes cinco escreveram que ele próprio retira o carregador do interruptor quando o celular carrega e eles desconectam da energia e desligam as luzes ao sair do compartimento em casa, o restante disse que jogam sempre o lixo no lugar certo.  

 

 Figura5

Analisando a figura 6, a qual aborda os resultados da questão de número cinco. Nessa questão, os adolescentes tiveram a oportunidade de marcar mais de uma opção, dependendo da visão de mundo e opinião de cada um ou poderiam até marcar uma única alternativa, caso fosse vislumbrado que todos os quesitos estavam corretos. Diante dos dados expostos na figura 6 fica constatado que na visão de mundo da maioria nove entre onze optaram por marcar todas as anteriores, no entanto se observa que ainda há uma confusão na mente deles, uma vez que, escola pública, museu e praças não foram pontuados e as demais marcadas se referem ao meio ambiente natural.

 

Figura6

 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Com base na fundamentação teórica apresentada e os dados coletados, este trabalho visa propiciar uma reflexão sobre a prática pedagógica dos educadores quanto a Educação Ambiental inserida no currículo, que na verdade não são padronizadas pela escola, ou seja, o modo como a EA é praticada nas escolas e nas salas de aulas, é descontextualizada, fragmentada e desarticulada. No entanto, alguns docentes enxergam a magnitude e amplitude da EA e, a partir de então, conseguem contextualizá-la em sua disciplina obtendo bons frutos, tendo em vista que, a qualidade de vida adquirida na escola, em casa e em outros grupos sociais é incontestável. Nesse contexto, é fato a falta de apoio dos órgãos competentes com uma área tão nobre e essencial a qualidade de vida do Planeta. É ainda vislumbrado que há uma preocupação com o meio ambiente natural em detrimento ao meio ambiente cultural não menos importante.

De acordo com as escolas analisadas verifica-se que a comunidade escolar – grupo gestor, pais, docentes, discentes e demais agentes públicos- não se preocupam e não dão importância a Educação Ambiental e menos ainda a valorização do meio ambiente cultural.  As iniciativas em algumas instituições, como o caso da Escola A são inovadoras e criativas levando o educando a ser um agente transformador da comunidade. Na Escola B as iniciativas ainda são inibidas. No entanto, são ações oriundas sempre e exclusivamente dos educadores. Do ponto de vista pedagógico quando o aprendiz se sente fazendo parte do processo de ensino aprendizagem ele, enquanto sujeito da aprendizagem aprende e numa visão Piagetiana assimila e acomoda os conhecimentos concluindo assim, o processo das situações adidáticas, ou seja, com seu pensamento formalizado de acordo com sua vivência o educando aprimora os conhecimentos relacionando-os com novas situações e contextos.

Dessa forma, o jovem participa processo de EA aprimora seus conhecimentos e interage no meio, o qual está inserido. Nessa perspectiva fica constatado que na Escola A onde os professores são proativos e trabalham a EA de forma contextualizada o meio ambiente cultural se faz presente de maneira significatória. Na outra Instituição de Ensino, onde as ações são tímidas e escassas, raros alunos internalizaram e praticam o meio ambiente cultural. Portanto, em ambas as situações aconteceram a internalização do conhecimento, acarretando na aprendizagem, havendo então, a existência de uma mentalidade de respeito, conservação e zelo pelo meio ambiente em geral.

6. REFERÊNCIAS

 

   BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1988.

   _______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Lei nº 9394/96. Brasília, 1996.

_______. Ministério da Educação e Cultura. Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino      Fundamental, v.03,1997.

     ______. Política Nacional de Educação Ambiental. Lei nº 9795/99. Brasília, 1999.

     ______. Política Nacional do Meio Ambiente. Lei nº6938/1981. Brasília, 1981.

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     DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: princípios e práticas. 9ª ed. São Paulo: Gaia, 2004.

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