O impacto das praças públicas no desenvolvimento infantil
Por ANDRESSA TAÍSA DE CARVALHO | 06/12/2024 | GeralRESUMO
Praças públicas são espaços urbanos destinados a promover atividades recreativas e de socialização, possibilitando a realização de atividades culturais essenciais. Esses espaços desempenham um papel importante no desenvolvimento infantil, ao propiciar atividades lúdicas, espaços para atividades físicas e interação social. No entanto, o uso desses espaços pela população infantil tem diminuído significativamente devido a fatores como falta de manutenção, aumento da criminalidade, ausência de atratividade e criatividade nas instalações. Este artigo busca lançar luz sobre o tema por meio de levantamento de periódicos, pesquisas e livros-texto, identificando as dificuldades do modelo atual e sugerindo soluções. Observa-se que, apesar das limitações, as praças públicas brasileiras têm potencial de melhoria com adaptações simples. Equipamentos multifuncionais parecem oferecer maior variedade de atividades e mobilidade para crianças em comparação aos modelos tradicionais. Além disso, a dimensão das praças não se mostra determinante, desde que haja manutenção adequada. Conclui-se pela necessidade de investimentos em infraestrutura e manutenção para promover ambientes favoráveis ao desenvolvimento e diversão infantil.
Palavras-chave: desenvolvimento infantil, praças, área pública
1. Introdução
Praças públicas podem ser definidas, segundo Macedo (2002), como espaços públicos urbanos desprovidos de construções, projetados para promover atividades recreativas e facilitar a socialização. Frequentemente considerados o coração das cidades, esses espaços desempenham um papel fundamental na vida comunitária, oferecendo ambientes propícios para interações sociais e experiências culturais.
Até meados do século XVIII, o planejamento e projeto de praças estavam ligados aos arredores de palácios europeus, muitas vezes sem integração ao tecido urbano. Espaços livres nas cidades, geralmente associados a mercados ou áreas próximas a igrejas e catedrais, só começaram a se transformar em praças projetadas no século XIX, influenciadas por profissionais como Frederick Law Olmsted, criador do Central Park em Nova York (Viero, 2009).
De acordo com Queiroga (2021), as praças proporcionam oportunidades únicas de contato interpessoal público e realização de atividades culturais, desde interações sociais até manifestações cívicas. Essas dinâmicas fortalecem a identidade urbana e a coesão comunitária. Assim, as praças se revelam como espaços que enriquecem a vida urbana, oferecendo experiências que dificilmente poderiam ser reproduzidas no âmbito privado.
Ao longo do tempo, as praças evoluíram em definição, funções e usos. Apesar dessas mudanças, elas mantêm relevância como espaços públicos de importância singular no contexto urbano (De Angelis et al., 2005).
Além de promoverem interação social, as praças desempenham um papel crucial no desenvolvimento infantil. Atividades lúdicas nesses espaços permitem às crianças aprimorar habilidades motoras, equilíbrio e destreza física. Além disso, atividades cognitivas estimulam criatividade, imaginação e habilidades como cooperação e resolução de problemas (Souza & Vieira, 2004).
O aspecto social também é relevante. A interação entre crianças em praças fortalece competências como comunicação, trabalho em equipe, negociação e resolução de conflitos. Dessa forma, além de locais de lazer, as praças funcionam como "escolas ao ar livre", onde as crianças aprendem sobre si mesmas e sobre convivência em um mundo cada vez mais complexo (Souza & Vieira, 2004).
No contexto urbano atual, marcado por mudanças sociais e econômicas, observa-se uma diminuição no uso dos espaços públicos. Simultaneamente, o adensamento populacional e o tráfego crescente transformaram as ruas, historicamente espaços de socialização, em vias essencialmente dedicadas à circulação, intensificando a percepção de insegurança, especialmente para crianças (Alves, 2021).
Este estudo propõe uma revisão bibliográfica abrangente sobre a relevância das praças públicas contemporâneas. O objetivo é compreender sua situação atual no Brasil, identificando dificuldades e propondo sugestões para aprimoramento, com foco especial em seu impacto no desenvolvimento infantil.
[... continua no anexo abaixo. ]