A medicina alopática teve em Galeno e em Hipócrates as suas principais referências. Ao longo dos séculos ela evoluiu de forma significativa, sendo que nos deparamos, nos dias atuais, com técnicas cada vez menos invasivas e tratamentos quase indolores.

O magnetismo animal, enquanto instrumento de cura, teve em Mesmer a sua principal referência. No entanto, observamos que essa técnica sofreu uma solução de continuidade em sua aplicação, inclusive pelos adeptos da Doutrina Espírita, que o deixaram cair no esquecimento, apesar de Kardec, que estudou o Magnetismo por mais de trinta anos, ter afirmado que as duas ciências (espiritismo e magnetismo) formam um só corpo, Quando desenganado pelos médicos alopatas de sua época quanto aos efeitos irreversíveis de uma amaurose que o deixaria irremediavelmente cego, Kardec teve a sua visão plenamente restituída por meio da aplicação do magnetismo.

A Homeopatia desenvolvida por Hahnemann, fez uso, em sua doutrina, da mesma comparação empregada por Mesmer, ou seja, o fluxo e refluxo das mares e a ação do magnetismo, chamado, mais tarde de fluído vital pelo espiritismo.

Medicina Alopática, Magnetismo Animal e Homeopatia estão igualmente na natureza e têm sua utilidade conforme o caso.

Segundo Kardec: "[……] o que explica porque um tem êxito onde outro fracassa, porque seria parcialidade negar os serviços prestados pela medicina ordinária. Em nossa opinião, são três ramos da arte de cura, destinados a se suplementar e se complementar, conforme as circunstâncias, mas das quais nenhuma tem o direito de se julgar a panacéia universal do gênero humano."

A esses três ramos podemos acrescentar os tratamentos descobertos pelo espiritismo, ao revelar a existência e a ação dos espíritos sobre a matéria: a mediunidade de cura, que é o auxílio ao doente pelos fluídos benéficos regeneradores dos bons espíritos (fluído vital), derramados sobre ele pelo médium.

Segundo Kardec: "[……] A prova da participação de uma inteligência oculta em casos patológicos ressalta de um fato material: são as múltiplas curas radicais obtidas, nalguns Centros Espíritas, pela evocação e doutrinação dos espíritos obsessores, sem magnetização, nem medicamentos, e, em muitas vezes, na ausência do paciente e a grande distância deste."

Já para as doenças morais, que poderíamos classificar como um quinto ramo, a solução parece ser um pouco mais complexa. No entanto, a sua cura, que Mesmer reconheceu não estar no alcance da ciência do magnetismo animal, encontra-se plenamente atendida na Doutrina Espírita, quando esta Doutrina declara que: "A maior contribuição para a saúde humana é a educação do espírito. É a que se encerra a missão providencial do espiritismo."

A necessidade, portanto, em nos concentrarmos em nossa melhora moral urge !

O profundo exame de nossa conduta é uma tarefa árdua. Essa é a maior de todas as nossas batalhas pois é aquela em que travamos contra nós mesmos, de pensamento em pensamento, de vontade em vontade e de ação em ação.

O nosso planeta passa por um estágio onde mesmo as almas acordadas para a luz encontram inúmeras dificuldades para ceder plenamente ao bem. Isto ocorre em razão dos entraves do próprio ambiente e das companhias que sempre se sucedem em nossas vidas. Apesar disso não devemos esmorecer em nosso aprimoramento espiritual e moral. Estamos em uma escola onde o bem é a meta para a felicidade de todas as criaturas.

Enquanto não atingirmos o nosso aperfeiçoamento moral, estaremos utilizando os quatro ramos primeiros (Alopatia, Homeopatia, Magnetismo e a Mediunidade de Cura) como paliativos, combatendo muito mais o efeito do que a causa.

Apenas atingiremos a cura completa para as nossas doenças físicas e morais quando conseguirmos verdadeiramente , eliminar de nós todos os efeitos causados pelos pais de todos os nossos males, quais sejam, o orgulho e o egoísmo.