Texto: 2 Co 1.3-11

O apóstolo Paulo escreveu a segunda carta aos coríntios para expressar sua gratidão pelo arrependimento e obediência da Igreja em Corinto. Também escreveu para encorajá-los a completar a sua oferta em favor dos cristãos em Jerusalém, os dois temas principais dessa carta são encorajamento e conforto divino em meio às tribulações. A primeira carta aos Coríntios foi escrita de forma dura para combater algumas heresias e divisões que estavam acontecendo entre eles, mas agora, na segunda carta, Paulo escreve para confortá-los e encorajá-los.

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda a consolação.” (v.3)

Depois de uma saudação à Igreja, como é de costume no inicio de suas cartas, Paulo começa a bendizer e louvar a Deus, assim como Jesus na oração do Pai Nosso (Pai Nosso que estás no Céu, santificado seja o seu nome...) Paulo também exalta o Deus de misericórdia e de toda a consolação.

Paulo diz: bendito seja o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias, ele sabia exatamente o que estava expressando; pois Paulo ainda não havia sido morto pela misericórdia de Deus, porque ele foi preso, chicoteado, maltratado, dado como morto; mas Deus sempre o livrara das mãos dos inimigos. No livro de Lamentações 3.22 diz que: “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim”.

Ele também fala que Deus é “o Deus de toda a consolação”. O que é consolação? É uma palavra de conforto, de ânimo, de amor nos momentos de desespero, nas horas difíceis, isso é consolo, e Deus faz isso em nossas vidas, quantas vezes já sentimos a consolação de Deus? Com certeza, várias.

 “é Ele quem nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com que nós mesmos somos contemplados por Deus” (v.4).

Que coisa tremenda o que Deus faz em nossas vidas, ele nos restaura, renova as nossas forças, enfim somos contemplados com a consolação de Deus, e depois podemos consolar também os que estiverem angustiados, isso quer dizer que, Deus nos trata primeiro para depois nos usar como um instrumento para consolar os outros. Deus faz todas as coisas corretas, no tempo e na ordem correta, Ele é muito sábio, Deus diz que “o homem não pode dar aquilo que não tem”, então se você não experimentou ainda o consolo de Deus, provavelmente não terá condições de consolar aqueles que precisam ser consolados, se uma pessoa não experimentou ainda o amor de Deus, com certeza, não poderá também transmitir o amor que vem de Deus a outras pessoas, você até amar, mas não como Deus ama. Então primeiro nós recebemos de Deus, depois compartilhamos com o nosso próximo.

“Porque, assim como os sofrimentos de Cristo se manifestam em grande medida a nosso favor, assim também a nossa consolação transborda por meio de Cristo” (v.5).

Aqui Paulo faz uma comparação dos benefícios conquistados por Cristo na cruz com a consolação que transborda em nós por meio de Cristo. Os benefícios são: a salvação, a alegria, a libertação do jugo do pecado, o amor de Deus, ser chamado filho de Deus; e a consolação é quando somos canal de bênçãos para outras pessoas, porque por meio de Cristo podemos transmitir graça, conforto e o amor de Deus.

“Mas, se somos atribulados, é para o vosso conforto e salvação” (v.6)

Deus quer nos mostrar que as dificuldades não são para o nosso mal, mas sim para o bem, porque a tribulação aqui nesse contexto tem dois propósitos bem claros: para o conforto e salvação; duas coisas boas que Deus proporciona a nós.

Não podemos jamais nos esquecer que Deus nos ama, esse é o ponto principal. Se Deus está nos corrigindo é para o nosso bem, pois Ele nos trata como filhos, se um pai vê o filho fazendo algo errado, que irá se prejudicar, com certeza, esse pai vai alertar o filho, vai exortar se for preciso, porque ele ama o filho e está protegendo-o de algo pior. É dessa forma que age conosco, Ele nos trata como filhos amados.

Mas, às vezes, as tribulações são necessárias, porque é por meio delas que crescemos espiritualmente, cada tribulação que passamos, saímos mais fortalecidos. Esse é o primeiro propósito da tribulação, o segundo é proporcionar a salvação,_ mas como Deus faz isso? De algum acontecimento ruim produzir salvação? _ Deus tem a sua maneira de agir, quem somos nós para contestar os métodos de Deus? Tem pessoas que são salvas na tribulação, existe até um ditado que diz: “se não vem pelo amor, vem pela dor”. Muitas pessoas se convertem no leito de morte, na prisão, na dor e no sofrimento, nas tragédias. Deus demonstra o seu amor nos momentos de sofrimento, Deus salva as pessoas nessa hora de dor.

“a nossa esperança respeito de vós está firme, sabendo que, como sois participantes dos sofrimentos, assim o sereis da consolação” (v.7).

O apóstolo Paulo afirma, com toda certeza, que da mesma forma que ele está passando por sofrimentos, também experimentarão a consolação de Deus, aqui Paulo está animando os irmãos em Corinto a ficarem firmes, a suportarem as tribulações, porque, logo, vem a consolação de Deus. Paulo está dizendo aos irmãos para não ter dúvida, que a consolação e o conforto de Deus vão chegar. São palavras de ânimo, de esperança, Paulo está consolando a Igreja da mesma forma que Deus o consolou tantas vezes quanto precisou.

(v. 8-9): Paulo fala a respeito das tribulações pelas quais passou na Ásia, a luta foi tão grande que ele chegou a desesperar pela sua própria vida, mas aqui ele atribui a capacidade de suportar as lutas a Deus, não em si mesmo. Paulo confiava em Deus para superar as dificuldades da vida. Ele diz para não confiarmos em  nos mesmos, mas em Deus que ressuscita os mortos, o que isso quer dizer? Que se Deus tem poder de ressuscitar, muito mais terá para nos livrar das tribulações e das lutas. O apóstolo Paulo tinha essa certeza e pedia para a Igreja também ter esse mesmo sentimento.

(v. 10-11): Deus livrou Paulo da morte e continuará a livrá-lo, porque Deus não muda, permanece o mesmo eternamente e o seu propósito também permanece de pé. Deus nos livrou da morte eterna, Ele nos deu vida por meio de seu filho Jesus Cristo. Os propósitos de Deus se cumprirão nas nossas vidas, porque Deus é fiel. Paulo também atribui uma grande importância à oração, ele estava pedindo aos coríntios orações a seu favor, para que outras pessoas dessem graças a Deus pelos livramentos, o objetivo da oração era para que o nome de Deus fosse glorificado.

Aprendemos com o apóstolo Paulo que Deus nos ama, mesmo em meio às lutas. Deus também nos consola nas nossas tribulações. A tribulação produz consolo e salvação, e a cada luta que passamos saímos mais fortalecidos. Deus nos corrige para mostrar o seu amor, devemos sempre louvar a Deus pelo livramento e pela consolação, pois Ele é o Pai de misericórdias e o Deus de toda consolação.