O Brasil Daqui Para Frente

As consequências dos manifestos ainda estão por vir. Não cabe a ninguém o julgamento do que é a imagem de um povo ferido pelo tempo. Cidadãos de todas as idades reivindicam o que nunca tiveram: Dignidade! Para eles, a divida da nação não será quitada com a revogação de míseros vinte centavos de transportes e sim com o cumprimento de leis severas condenando corruptos que sugam o dinheiro público. Saber a hora da retomada é a arte que poucos conseguem desenvolver no âmbito da política. Se a menos de quarenta dias a preferência por Dilma era de dar inveja, a queda não significa o final! Se tudo na vida da presidenta fosse representado em gráficos, o que teríamos seria a derrocada de um PT que se fortaleceu em cima de paralisações e de movimentos grevistas com o suporte de sindicalistas que se aproveitaram da situação fazendo com que o que era para ser uma conquista sem sombra de oponentes passa a ser uma questão de honra em busca das primeiras colocações. O que está acontecendo em todo o país nada mais é do que o fruto do que foi plantado pelo próprio partido. Acreditar que tudo isso será suficiente para derrubar a presidenta é jogar no escuro. O momento é delicado e requer estudos e atitudes. A partir do momento que baixar a poeira da desconfiança será a vez de uma retomada de prestígio, o que pode ser obtido com aquele velho e competente jogo de corpo característico de quem fez escola. Se a presidenta Dilma Rousseff conseguiu a façanha dos 65% da preferência do público, não será a perda de 35% que irá determinar a briga pelo primeiro lugar na preferência do povo. Considerando que Eduardo Campos (PSB- PE) ficou entre 6% e 7%, Marina Silva obteve alta em que seus 16% deu lugar para 23%, e Aécio que cresceu de 14% para 17%. Diante deste quadro é possível afirmar que ainda assim Dilma Rousseff supera seus adversários. Segundo resultados do Datafolha, 4.717 pessoas em 196 cidades foram ouvidas para obtenção destes dados. Se nos é permitida uma reflexão do momento sócio político do Brasil o quadro que temos é algo com resultado de um esboço iniciado há mais de duas décadas! Durante esse período foram elaboradas verdadeiras saladas com emendas constitucionais que serviram mais para a oposição do que para o governo. O tiro que sai pela culatra é o retrato de uma crise fomentada pela preferência de alguns pelo plebiscito, e de outros pelo referendo, como o PSDB, DEM e PPS. Resta torcer que os resultados sejam o melhor para o país, independente de bandeira ou ideologias. De agora em diante teremos nova imagem de um país sedento por decisões rápidas quanto aos seus processos arquivados pela intransigência de gestores retrógados.

José Berton

Jornalista