1. INTRODUÇÃO

A mortalidade infantil e a mortalidade materna constitui um óptimo indicador de saúde de qualquer população. Infelizmente a taxa de mortalidade materna ainda é elevada nos países ou regiões em via de desenvolvimento, nos países desenvolvidos a taxa já é baixa visto o desenvolvimento socioeconómico.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), morte materna é toda a morte de uma mulher durante o período de gestação, durante o período do parto e pós-parto, parto e puerpério.

 Actualmente as mortes maternas a nível do mundo tem tendência a diminuir e é uma das metas fundamentais abordadas em colóquios, seminários, conferências e workshops internacionais faz parte dos objectivos de desenvolvimento do Milénio estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). 1

Apesar dos esforços, a análise da redução da mortalidade materna ainda deixa muito a desejar, visto que a mensuração da mesma não é tão simples. Este facto deve-se a subnotificação ou quase inexistência de dados em algumas regiões e países, e também a pouca fidedignidade dos dados, até mesmo em regiões onde existe programas de vigilância sanitária bem elaborados e com óptimas ferramentas registos essenciais.

No mundo, morre cerca de uma mulher por minuto devido a problemas ligados à gravidez e parto. As estatísticas mostram que cerca de 1.300 mulheres diário, 400 mil anualmente, e cerca de 97% dessas mortes ocorrem nos países em via desenvolvimento.

As organizações de saúde no mundo e a OMS consideram admissível o índice de menos de 20 mortes maternas por 100 mil nascimentos vivos; entre 20 e 49 mortes considera-se médio; de 50 a 149 mortes é alto, e igual ou superior a 150, é muito alto.

Segundo dados de 2014, os países como a Estónia, Grécia, Singapura, Suécia e a Bielorrússia são os cincos países que têm menor taxa de mortalidade materna. Entre os países com piores taxas de mortalidade maternal estão os países africanos essencialmente o Sudão do Sul, Chade, Somália, Serra Leoa, República Centro Africana.

No nosso país a divulgação das informações ainda é escassa, dificultando assim ter-se uma ideia mais abrangente e actualizada da situação. Por tanto estimativas internacionais apontam a mortalidade materna em Angola para 1000 a 1400 mortes por 100.000 nados vivos o que implica uma taxa de 27.

(http://www.indexmundi.com/g/r.aspx?c=ao&v=2223&l=pt)

Localmente a realidade não difere tanto, sendo no entanto razão pela qual o qual sugerimo-nos abordar o presente tema como trabalho para as jornadas científicas, cuja o mesmo tem o objectivo de proporcionar uma visão integral de como comportou-se a mortalidade materna no período de Janeiro à Junho de 2016 no Hospital Materno Infantil do Namibe e fornecer subsídios para a tomada de decisões e melhoria da política sanitária implementando-se melhores medidas que visam a inverter a situação actual.

OBJECTIVOS 

  • Geral:
  • Caracterizar o comportamento da mortalidade materna sucedida no Hospital Materno Infantil do Namibe no periodo de Janeiro à Junho de 2016.

 

  • Específicos:
  • Caracterização da população em estudo por variáveis sociode-mograficas como a idade, morada, ocupação, nível académico e estado civil.
  • Analisar as variáveis obstétricas como: Idade gestacional (em semanas), gestações e partos anteriores, consulta realizadas, apresentação e conduta obstétrica.
  • Identificar as variáveis clínicas: Estado e queixas principais à entrada, doenças associadas, momento da ocorrência da morte (no pré ou no pós parto);
  • Elevar os conhecimentos sobre indicadores de saúde fundamentalmente a mortalidade materna.
  1. Abordagem conceitual

Conceito

Morte materna segundo a 10º Revisão da Classificação Internacional de Doença (CID 10), é a ‘’morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 días após o término da gestação, independente da duração ou da localização da gravidez, devida  a qualquer causa relacionada com/ou agravada pela gravidez

ou por medidas em relação a ela.

 

  • A mortalidade materna no mundo

As maiores taxas de mortalidade estão em África. Os países com maior taxa de mortalidade materna é o Sudão do Sul com 2.054 mortes, o país com menor taxa de mortalidade materna é a Estónia com 2 mortes.

No nosso país podemos afirmar que contem uma taxa de mortalidade materna preocupante visto que anualmente são cerca de 450 casos de mortes maternas. (CIA WorldFactbook 1 de Janeiro de 2014) 

  • Factores que contribuem para o aumento da mortalidade materna:

Existe muitos factores mas destaca-se aqui as principais causas da mortalidade materna estão relacionadas a complicações na gravidez e nos partos podendo destacar hipertensão arterial, as hemorragias, seguidas da toxemias, infecções, rotura uterina, as complicações decorrentes do aborto realizado em condições inseguras, a infecção pós-parto e as doenças do aparelho respiratório baixa qualidade da assistência pré-natal, intervenções desnecessárias, omissões e tratamentos incorrectos. Fonte:http://www.cienciaecultura.ufba.br/causas-da-mortalidade-materna/.

As mortes maternas geralmente estão relacionadas a falta de acesso a serviços de saúde de qualidade principalmente nas áreas rurais. Além do despreparo dos profissionais de saúde da falta de humanização do atendimento de serviços funcionando em condições precária, também contribuem para esse grave problemas as condições sociais e económicas desfavoráveis das mulheres, que incluem pouca escolaridade, baixa renda e o desemprego.

  • Classificação das causas de morte materna:

As causas das mortes maternas podem ser divididas em dois grupos: obstétrica direitas e obstétrica indirectas.

  • As obstétricas direitas resultam de problemas obstétricos durante o período gravídico-puerperal (período em que a gravidez, o parto e o após parto), resultado da baixa qualidade da assistência pré-natal de intervenções desnecessárias, omissões e tratamentos incorrectos.
  • A as causas obstétrica indirectas, são decorrentes de doenças previamente existente ou que foram desenvolvidas no período da gestação, porem que não possuem ligação com as causas obstétricas direitas, mais que são agravadas pelos fisiológicos da gravidez.
  • Prevenção da mortalidade materna:
  • A realização de exames simples pode prevenir complicações para a grávida e para o bebé. Por vezes as mulheres correm os riscos porque não se sabe que elas têm pressão alta ou diabetes. Além disso o risco de morte materna esta directamente relacionado ao nível socioeconómico das mulheres.
  • Consultas pré-natais com responsabilidades.
  • Os governantes têm que melhorar a assistência do pré-natal de baixo e alto risco e o atendimento nos serviços de saúde e maternidade.
  • O acompanhamento das mulheres no pós-parto e a qualidade da assistência em planeamento familiar.
  • Ter nos municípios um comité de mortalidade materna, que é responsável pela investigação técnica da história clínica da mulher que culminou no óbito. Esses comités não têm o carácter punitivo mas sim educativos.
  • Ter profissionais capacitados para um entendimento humanizado no pré-natal, parto e pós-parto. 
  1. METODOLOGIA

    • Tipo de estudo:

Atendo que o objectivo essencial do trabalho que é de caracterizar o comportamento da mortalidade materna sucedida no Hospital Materno Infantil do Namibe no periodo de 2014-2016; será feito um estudo quantitativo, descritivo prospectivo transversal.. 

3.2 Local ou campo de estudo

Este estudo realiza-se no Hospital Materno Infantil do Namibe, localizado na província do Namibe, município de Moçâmedes, bairro Valódia, localizada junto as bombas de combustível da Pumangol, é a maior Unidade Sanitária de assistência materna a nível da província.

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