JESUS – GOVERNADOR DO PLANETA TERRA?

Em uma das reuniões do Grupo de Estudos de “O Livro dos Espíritos” que realizamos todos os sábados a partir das 14 horas no LEAC – Lar Espírita Águas Claras, essa questão foi levantada por um dos participantes. Teria mesmo Jesus à função de governar os destinos da humanidade encarnada nesse planeta de provas e expiações? Se sim, como ele poderia permitir tantas barbaridades, tanta falta de amor e tanta falta de caridade entre nós?

Na minha humilde opinião, precisamos primeiramente entender o que representou, para a humanidade, a vinda de Jesus. Comentando a resposta à questão 625 de “O Livro dos Espíritos que diz: “Qual o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem, para lhe servir de guia e de modelo”? R.: Vede Jesus", Kardec escreveu: "Jesus é para o homem o tipo da perfeição moral a que pode aspirar à humanidade na Terra. Deus nô-lo oferece como o mais perfeito modelo, e a doutrina que ele ensinou é a mais pura expressão de sua lei, porque ele estava animado do espírito divino e foi o ser mais puro que já apareceu sobre a Terra".

Em "O Evangelho segundo o Espiritismo" (cap. 1, item 4), Allan Kardec esclarece que o papel de Jesus "não foi simplesmente o de um legislador moralista sem outra autoridade além da palavra". "Ele veio cumprir as profecias que haviam anunciado a sua vinda, e a sua autoridade provinha da natureza excepcional do seu Espírito e da sua missão divina".

Em "Obras Póstumas", págs. 136 e seguintes se lê: "Jesus era um messias divino pelo duplo motivo de que de Deus é que tinha a sua missão e de que suas perfeições o punham em relação direta com Deus" (...). "Para que Jesus fosse igual a Deus, fora preciso que ele existisse como Deus, de toda a eternidade, isto é, que fosse incriado" (...). "Digamos que Jesus é filho de Deus, como todas as criaturas, que ele chama a Deus Pai, como nós aprendemos a tratá-lo de nosso Pai. É o filho bem-amado de Deus, porque, tendo alcançado a perfeição, que aproxima de Deus a criatura, possui toda a confiança e toda a afeição de Deus".

Já Léon Denis diz que Jesus "ascendeu à eminência final da evolução" e o conceitua como "governador espiritual deste planeta" ("Cristianismo e Espiritismo", pág. 79).

Emmanuel descreveu o papel de Jesus como co-criador e orientador do planeta em que vivemos ("A Caminho da Luz", cap. 1, de Francisco Cândido Xavier, publicado pela FEB em 1939).

Explica Emmanuel: “Rezam as tradições do mundo espiritual que na direção de todos os fenômenos, do nosso sistema, existe uma Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, em cujas mãos se conservam as rédeas diretoras da vida de todas as coletividades planetárias. Essa Comunidade de seres angélicos e perfeitos, da qual é Jesus um dos membros divinos, ao que nos foi dado saber, apenas já se reuniu, nas proximidades da Terra, para a solução de problemas decisivos da organização e da direção do nosso planeta, por duas vezes no curso dos milênios conhecidos. A primeira verificou-se quando o orbe terrestre se desprendia da nebulosa solar, a fim de que se lançassem, no Tempo e no Espaço, as balizas do nosso sistema cosmogônico e os pródromos da vida na matéria em ignição, do planeta, e a segunda, quando se decidiu a vinda do Senhor à face da Terra, trazendo à família humana a lição imortal do seu Evangelho de amor e redenção”.

Portanto em resumo, posso concluir que Jesus deixou um legado de amor e de ensinamentos morais à humanidade, de conteúdo incomparável a qualquer outro ser encarnado nesse planeta de provas e expiações. Se sofremos ainda a necessidade de passarmos por essas provas e expiações é porque não colocamos em prática até os dias atuais os ensinamentos deixados pelo Cristo.